10 hotéis com arquitetura brutalista que te farão amar o concreto

Estes 10 hotéis brutalistas parecem saídos de uma distopia… até que você entra e não quer mais ir embora. Bem-vindo à beleza mais inesperada do concreto. A arquitetura brutalista nunca teve a intenção de ser acolhedora, tampouco buscava agradar à primeira vista. Ela surgiu na dura pós-guerra europeia como uma resposta honesta e direta à necessidade urgente de reconstruir cidades devastadas.
Inspirado pelo termo francês béton brut – concreto bruto – utilizado por Le Corbusier para descrever seu material preferido, mas batizado como New Brutalism pelos arquitetos britânicos Alison e Peter Smithson nos anos 1950, esse movimento rapidamente capturou a imaginação coletiva por sua autenticidade sem enfeites, suas linhas marcantes e seu material áspero exposto sem pudor.
O estilo brutalista não saiu de moda, como muitos pensam
Salva López/Styling de Ana Rojas
Sua essência foi adotada com fervor pelos países do bloco soviético, onde edifícios robustos, enormes e sóbrios se tornaram símbolos silenciosos do progresso e da resistência diante de tempos difíceis. Mas, com o passar do tempo, o que antes parecia frio e distante começou a revelar sua alma: por trás dessas estruturas imponentes pulsava uma beleza profunda, nascida do contraste entre o humano e o monumental.
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Hoje, essa mesma força arquitetônica encontra novas interpretações em cantos inesperados do mundo, em hotéis que não apenas preservam, mas celebram o concreto com uma sensibilidade moderna e ousada. Esses lugares não buscam admiração fácil; sua beleza se revela aos poucos, como uma boa história que conquista todos os sentidos. A luz, as sombras, os sons e as texturas atuam em perfeita harmonia, oferecendo experiências intensas e memoráveis. Cada um desses hotéis brutalistas se torna uma declaração de como o concreto pode transcender o estrutural para se transformar em refúgios que inspiram, comovem e surpreendem.
Setouchi Retreat Aonagi (Matsuyama, Japão)
Este hotel brutalista no Japão é tudo o que você precisa para um retiro espiritual
Onko Chishin
Projetado pelo renomado Tadao Ando, este refúgio brutalista íntimo transforma a simplicidade do concreto em uma experiência artística única. Com apenas sete suítes, cada uma ocupando um andar inteiro, o Setouchi Retreat Aonagi oferece vistas impressionantes para o Mar Interior de Seto, emolduradas por grandes janelas estrategicamente posicionadas. Um dos destaques é sua icônica piscina infinita, cujas linhas retas e superfícies lisas criam uma ilusão de continuidade com o oceano, proporcionando um espetáculo visual sublime a cada entardecer.
Casa TO (Puerto Escondido, México)
Casa TO é um destino incomparável
Casa TO
O arquiteto Ludwig Godefroy criou na Casa TO um espaço profundamente contemplativo, fundindo a essência do concreto com uma sensibilidade quase espiritual. Seu design curvilíneo evoca antigos templos mesoamericanos, enquanto a piscina central atua como um espelho do céu tropical, oferecendo um constante diálogo visual entre a arquitetura e o entorno. Os nove quartos foram projetados para convidar à reflexão e ao descanso profundo, enfatizando que a beleza mais autêntica reside na simplicidade.
Paradero (Todos Santos, México)
Paradero, em Todos Santos, no México
César Béjar
Desde sua inauguração em 2021, o Paradero redefine o luxo no deserto. Yashar Yektajo e Rubén Valdez projetaram este hotel como uma homenagem à brutalidade da paisagem: muros que surgem como dunas estáticas e quartos que se abrem para a vastidão do horizonte. O concreto é moldado com uma sensibilidade escultural, criando espaços que não precisam de decoração, pois são, por si só, paisagens habitáveis. Os chuveiros ao ar livre, os terraços sem cobertura e a vegetação nativa transformam o hotel em um manifesto brutalista em conexão com a imensidão da Baixa Califórnia Sur.
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The Standard High Line (Nova York, EUA)
No The Standard Highline, a vista dá exatamente para o Rio Hudson
The Standard Highline
Inaugurado em 2009 e projetado pelo escritório Ennead Architects, o The Standard High Line se ergue sobre o Meatpacking District como uma cápsula de concreto e vidro suspensa sobre a cidade. Sua estrutura elevada oferece quartos com vistas de 180 graus para o Rio Hudson e os arranha-céus de Manhattan. Apesar de seu caráter mais comercial, o edifício mantém uma paleta de materiais frios e linhas decididamente brutalistas, integrando o concreto como base de uma linguagem urbana sofisticada. Seu rooftop e os espaços comuns celebram o contraste entre a dureza dos materiais e a vibrante energia cultural nova-iorquina.
Pompey Estate (Paróquia de Portland, Jamaica)
O Pompey Estate é um hotel brutalista no meio da selva
Pompey Jamaica
Este projeto ainda pouco conhecido do estúdio Freecell Architecture se ergue como um dos segredos mais bem guardados do brutalismo tropical. Escondido na selva de Portland, o Pompey Estate utiliza concreto bruto para criar espaços dramáticos, com tetos altos, sombras densas e aberturas geométricas. A integração de arte jamaicana contemporânea nas paredes transforma cada ambiente em uma experiência visual intensa. Aqui, o concreto não se esconde: impõe-se como uma declaração de identidade.
Amangiri (Canyon Point, Utah, EUA)
Amangiri é um ótimo lugar se você é fã do deserto
Amangiri
Desde 2009, o Amangiri é sinônimo de brutalismo de alto padrão. Sua arquitetura, assinada pelo escritório Rick Joy Architects, se camufla entre as formações rochosas do deserto de Utah, utilizando concreto tingido com pigmentos do próprio solo para alcançar uma fusão cromática perfeita. As suítes, incrustadas na pedra, oferecem lareiras externas, piscinas privativas e vistas infinitas para a paisagem lunar. Este hotel não apenas redefine o silêncio – ele o transforma em luxo tangível. Um manifesto de como o concreto, quando bem compreendido, pode se tornar um templo da alma.
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Hotel Marcel (New Haven, EUA)
Hotel Marcel, nos Estados Unidos
Seamus Payne
Originalmente projetado por Marcel Breuer em 1970 como um escritório para a Armstrong Rubber Company, este edifício brutalista foi transformado em hotel em 2022 pelo escritório Becker + Becker. O Hotel Marcel é o primeiro hotel net zero dos Estados Unidos: funciona com energia solar, sem uso de combustíveis fósseis. O concreto rugoso da fachada foi preservado, enquanto os interiores incorporam mobiliário inspirado na Bauhaus, iluminação eficiente e janelas térmicas. É uma joia da reabilitação brutalista que prova que o design com propósito pode ser tão belo quanto funcional.
Nest Hotel (Incheon, Coreia do Sul)
O Nest Hotel é uma parada por si só na Coreia
Nest Hotel
Projetado pelo estúdio JOHO Architecture, o Nest Hotel foi inaugurado em 2014 como uma reinterpretação coreana do brutalismo costeiro. Suas formas empilhadas e a fachada de concreto cinza se inspiram nos juncos que margeiam a ilha de Yeongjongdo. Os quartos, revestidos em madeira de cipreste local, oferecem vistas ininterruptas do Mar Amarelo, enquanto o saguão, com teto waffle e linhas limpas, transmite uma calma inesperada para um hotel de aeroporto. Seu spa e lounge elevam a experiência a um nível de retiro espiritual, sem abrir mão da estética crua do material.
El Blok (Vieques, Porto Rico)
O El Blok, em Porto Rico, é um ponto imperdível do brutalismo na América Latina
Cortesia do El Blok
Desde 2014, esta joia caribenha assinada por Nataniel Fúster se mantém como referência do brutalismo tropical. Construído em concreto perfurado, o El Blok captura a essência do sol, do vento e do sal do mar. Sua fachada atua como um filtro natural de luz que projeta sombras dinâmicas no interior, enquanto seu terraço oferece vistas para o Atlântico, com uma piscina infinita como protagonista. É um espaço onde a rigidez do material se transforma em uma experiência sensorial que celebra o ritmo caribenho com geometria ousada.
Heritance Kandalama (Dambulla, Sri Lanka)
Heritance Kandalama, no Sri Lanka
Cortesia do Heritance Kandalama
Obra-prima do lendário Geoffrey Bawa, inaugurado em 1994, este hotel se camufla na encosta da selva como se sempre estivesse ali. Sua estrutura de concreto é coberta por vegetação, fundindo-se com a rocha e a floresta como se fossem um só. Os quartos oferecem vistas para o reservatório de Kandalama e para a famosa rocha de Sigiriya. O Heritance Kandalama não apenas exemplifica a sustentabilidade antes que ela se tornasse uma tendência; também demonstra como o brutalismo pode ser ecológico, poético e profundamente espiritual.
Estes 10 hotéis com arquitetura brutalista não precisam levantar a voz para ficarem gravados na memória. Seu idioma é o da permanência: muros que resistem ao tempo, linhas que desafiam a gravidade, texturas que parecem esculpidas pelo silêncio. Nesses espaços, o concreto não é frio: é monumental, sagrado, eterno. Não é apenas material, é atmosfera; é a memória do espaço convertida em forma. Quando a luz incide sobre o cinza exato, entende-se que há hotéis que não apenas oferecem hospedagem, mas uma nova forma de olhar o essencial.
*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest México
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