A arquitetura é atravessada por diferentes histórias, disputas e formas de ocupar os espaços. No Brasil, diversas mulheres vêm contribuindo para ampliar esse campo, propondo novos modos de morar com seus projetos e produtos. Refletir sobre a participação feminina no setor é, justamente, o que moveu a criação do Dia Nacional da Mulher Arquiteta e Urbanista, celebrado anualmente em 31 de julho.
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Dados do II Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil, feito pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR), mostram que as mulheres representam 64% das profissionais na arquitetura brasileira. Apesar de serem a maioria, elas ainda recebem salários menores e sofrem discriminações por questões de gênero e raça.
A seguir, reunimos 13 brasileiras da atualidade, arquitetas e urbanistas, que atuam em frentes variadas, do urbanismo ao design de interiores, do ativismo à curadoria. Além de uma breve descrição de seus trabalhos e atuação, perguntamos o que significa para cada uma delas ser mulher arquiteta no Brasil de hoje. Confira:
1. Ana Sawaia
A arquiteta Ana Sawaia tem um linguagem leve e despojada em seus projetos
Salvador Cordaro/Divulgação
Arquiteta e urbanista paulista formada na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Ana Sawaia tem um escritório próprio e desenvolve projetos residenciais, com foco em espaços fluidos e diálogo com a arquitetura original dos edifícios. Atualmente, é conselheira no Instituto Virgínia e Vilanova Artigas.
“Ser mulher arquiteta hoje no Brasil é romper com uma história de silenciamentos. É reconhecer que muitas vieram antes de nós, mesmo que seus nomes não estejam nos livros, e seguir construindo com coragem e entusiasmo. Ocupamos hoje, com mais visibilidade, um lugar que por muito tempo nos foi negado, e fazemos disso não só um gesto de presença, mas de transformação”, diz Ana.
2. Bel Lobo
Bel Lobo ressalta que desde a faculdade se inspirou em Lina Bo Bardi
Andre Nazareth/Divulgação
Bel Lobo é arquiteta e fundadora do escritório be.bo.. Ela criou e foi coordenadora do curso de Design de Interiores do Istituto Europeo di Design (IED) do Rio de Janeiro, sua cidade natal. Também já participou do júri de diferentes premiações nacionais e internacionais de design e arquitetura.
Além de continuar à frente da be.bo., apresentou o programa para a web ‘‘Quem mandou me convidar?’’, onde desenvolveu projetos comunitários à muitas mãos, e o programa ‘‘Espaço para Dois’’, no canal GNT. Como parte dessas iniciativas, fundou a iniciativa Belo Bom, de projetos voltados para educação, cultura e sustentabilidade.
A percepção de Bel sobre o que é ser mulher na arquitetura é inspirada na visão de Lina Bo Bardi: “Ainda na faculdade, fui inspirada por Lina a fazer uma arquitetura de dentro para fora, engajada em seu contexto, harmônica com seu entorno, sempre explorando novas técnicas e materialidades”, afirma.
3. Carla Juaçaba
Carla Juaçaba é docente na Accademia di architettura USI e desenvolve projetos também pelo Carla Juaçaba Studio
Arquivo Pessoal/Reprodução
Arquiteta carioca, Carla Juaçaba formou-se pela Universidade Santa Úrsula. Desde 2000, atua em seu escritório independente de arquitetura e pesquisa no Rio de Janeiro. Atualmente, é professora associada da Accademia di architettura USI, localizada na Suíça.
Seu trabalho envolve programas culturais e projetos privados. Carla elaborou projetos para o Pavilhão Humanidade 2012, na Rio + 20, e o Pavilhão do Vaticano, na Bienal de Veneza de 2018.
4. Denise Zuba
Denise Zuba fundou o escritório homônimo, que atua há mais de 40 anos no ramo da arquitetura e da decoração
Denise Zuba Arquitetos/Divulgação
Mineira radicada há 30 anos em Brasília, Denise Zuba é arquiteta e designer de interiores, sócia do escritório homônimo. Desenvolve tanto projetos comerciais quanto residenciais. Nos ambientes, busca valorizar o conforto, a integração dos espaços e os materiais nobres, com atenção especial à iluminação.
5. Fernanda Marques
Fernanda Marques tem ampliado o seu portfólio no campo do design de produtos
Gui Gomes/Editora Globo
Formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Fernanda Marques lidera o escritório Fernanda Marques Arquitetos Associados, cujo trabalho se destaca pela integração entre arquitetura, design e arte. Desenvolve projetos residenciais no Brasil e no exterior, e já teve o reconhecimento de diferentes prêmios da área, como o iF Awards.
“Ser mulher arquiteta no Brasil é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma responsabilidade imensa. É transformar cada projeto em um manifesto, reafirmando que o nosso olhar, nossas ideias e a nossa presença são indispensáveis para o futuro da arquitetura e do urbanismo no país”, declara.
6. Gabriela de Matos
Gabriela de Matos foi responsável pela criação do Projeto das Arquitetas Negras
Amanda Bibiano/Divulgação
Gabriela de Matos é arquiteta, pesquisadora e curadora. Formada pela PUC de Minas Gerais e mestre pela USP, traz em seu trabalho referências da arquitetura vernacular e das técnicas construtivas tradicionais africanas. É fundadora do escritório Superdimensão e do Projeto Arquitetas Negras. Em 2023, foi curadora do Pavilhão Brasileiro na Bienal de Veneza, conquistando o inédito Leão de Ouro pela Melhor Participação Nacional.
7. Gisele Taranto
Gisele Taranto destaca que, apesar das mulheres serem maioria na profissão, desafios ainda são enfrentados
André Nazareth/Divulgação
Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Santa Úrsula, Gisele Taranto é fundadora do escritório homônimo, onde tem atuado desde 2011. Desenvolve projetos na área residencial de alto padrão e corporativos. Teve trabalhos premiados em concursos nacionais e internacionais.
“A presença feminina transforma como concebemos os espaços, com mais camadas, atenção aos detalhes e maior consciência sobre o impacto de cada escolha”, diz Gisele. “Ser mulher arquiteta hoje, no Brasil, é assumir o compromisso de transformar não só os espaços, mas também o sistema que os produz.”
8. Joice Berth
A arquiteta e urbanista Joice Berth tem se aprofundado em pesquisas sobre neuroarquitetura e o direito à cidade
Wesley Diego/Editora Globo
Nascida em São Paulo, Joice Berth é arquiteta e urbanista pela Universidade Nove de Julho e pesquisadora na área de direito à cidade, com foco nas dinâmicas de raça e gênero presentes nos espaços urbanos. Além de arquiteta, é curadora, comunicadora e psicanalista. Também é escritora e autora dos livros “Se a cidade fosse nossa” e “Empoderamento”.
“Ser mulher arquiteta no Brasil hoje significa estar inserida nos debates por transformação social, levando conhecimento técnico sobre como a arquitetura e o urbanismo são fundamentais para a sociedade e absorvendo os significados que vem de outros nichos profissionais, que engrandecem nosso saber arquitetônico”, destaca Joice.
9. Juliana Lima Vasconcellos
Juliana Lima Vasconcellos aposta no uso de materiais naturais em seus projetos, como a madeira e as pedras
Filippo Bambergui/Divulgação
Juliana Lima Vasconcellos é designer de interiores, designer de móveis e arquiteta formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao lado de Roberta Vasconcellos, criou o Vasconcellos Studio, escritório de design arquitetônico. O estúdio participa regularmente das mais importantes feiras internacionais e valoriza o design mobiliário colecionável.
“Ser mulher arquiteta no Brasil é exercer uma visão ampla e sensível sobre o espaço, com liberdade para integrar estética, função e afeto. É participar ativamente da construção de uma cultura mais plural e refinada, onde o olhar feminino é cada vez mais reconhecido como força criativa”, fala Juliana.
10. Juliana Pippi
Juliana Pippi é uma arquiteta catarinense reconhecida por seu estilo vibrante
Rodrigo Zorzi/Divulgação
Juliana Pippi é arquiteta catarinense e diretora criativa da sua marca autoral PIPPI. Foi eleita pelo World Design Rankings como um dos 12 destaques brasileiros em arquitetura e design. Desenvolve o seu trabalho no Estúdio de Arquitetura, em Florianópolis, (SC), e projetos de criação na sua Casa Ateliê, em São Paulo.
“Atuar hoje no Brasil, como mulher arquiteta, é trazer formas carregadas de nuances, sensibilidade e sutilezas. É desenhar espaços que acolhem, com toque, texturas, o sentir que provoca e traduz o olhar feminino sobre a casa e sobre o mundo”, destaca.
11. Patricia Anastassiadis
A arquiteta, designer de produto e interiores Patricia Anastassiadis tem atuado em projetos no Brasil e no exterior
Victor Affaro/Divulgação
Patricia Anastassiadis é arquiteta formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e fundadora do escritório Anastassiadis Arquitetos, com sede em São Paulo (SP). Também atua como designer de interiores e de produto. Ela desenvolve projetos residenciais e comerciais e seu trabalho se destaca pela combinação entre referências clássicas e soluções contemporâneas.
12. Paula Neder
Paula Neder tem uma longa trajetória no ramo e desenvolve projetos no Brasil e também no exterior
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
Graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Úrsula e mestre em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paula Nader lidera o escritório Paula Nader Arquitetos Associados há mais de 30 anos.
A profissional tem uma abordagem que valoriza o estilo de vida dos moradores, e também elabora projetos comerciais e corporativos, nacionais e internacionais. É, ainda, professora e palestrante.
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“Ser arquiteta mulher é usar a escuta como ferramenta de projeto e como forma de abrir espaço para outras mulheres, colaboradoras e estudantes que estão vindo com novas visões. É um caminho de construção coletiva, que exige coragem, afeto e troca”, pontua Paula. “Apesar das barreiras, seguimos atentas e engajadas na valorização da presença feminina na arquitetura e pela equidade de gênero.”
13. Stephanie Ribeiro
Stephanie Ribeiro se vê, enquanto mulher negra na arquitetura, diante de um exercício diário de questionamento, deslocamento e reinvenção
Wesley Diego/Editora Globo
Stephanie Ribeiro é arquiteta, escritora, palestrante e feminista negra. Ela aborda temas como raça, gênero e representatividade em seus projetos e trabalhos de comunicação. Formada pela PUC de Campinas, atualmente é mestranda no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte (PGEHA) da USP.
A profissional, que também apresenta o programa “Decora”, no canal GNT, comenta sobre a sua percepção da área: “Ser uma mulher negra arquiteta é estar em constante revisão do que é considerado cânone: uma revisão que atravessa não apenas como penso e desenvolvo meu trabalho, mas também as referências estéticas que escolho valorizar”.
Stephanie destaca que é um exercício diário de questionamento, deslocamento e reinvenção. “Requer atenção às estruturas que historicamente excluíram corpos como o meu e coragem para propor outras narrativas, outros modos de habitar, de construir e imaginar o mundo”, finaliza.
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Dados do II Censo dos Arquitetos e Urbanistas do Brasil, feito pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU/BR), mostram que as mulheres representam 64% das profissionais na arquitetura brasileira. Apesar de serem a maioria, elas ainda recebem salários menores e sofrem discriminações por questões de gênero e raça.
A seguir, reunimos 13 brasileiras da atualidade, arquitetas e urbanistas, que atuam em frentes variadas, do urbanismo ao design de interiores, do ativismo à curadoria. Além de uma breve descrição de seus trabalhos e atuação, perguntamos o que significa para cada uma delas ser mulher arquiteta no Brasil de hoje. Confira:
1. Ana Sawaia
A arquiteta Ana Sawaia tem um linguagem leve e despojada em seus projetos
Salvador Cordaro/Divulgação
Arquiteta e urbanista paulista formada na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), Ana Sawaia tem um escritório próprio e desenvolve projetos residenciais, com foco em espaços fluidos e diálogo com a arquitetura original dos edifícios. Atualmente, é conselheira no Instituto Virgínia e Vilanova Artigas.
“Ser mulher arquiteta hoje no Brasil é romper com uma história de silenciamentos. É reconhecer que muitas vieram antes de nós, mesmo que seus nomes não estejam nos livros, e seguir construindo com coragem e entusiasmo. Ocupamos hoje, com mais visibilidade, um lugar que por muito tempo nos foi negado, e fazemos disso não só um gesto de presença, mas de transformação”, diz Ana.
2. Bel Lobo
Bel Lobo ressalta que desde a faculdade se inspirou em Lina Bo Bardi
Andre Nazareth/Divulgação
Bel Lobo é arquiteta e fundadora do escritório be.bo.. Ela criou e foi coordenadora do curso de Design de Interiores do Istituto Europeo di Design (IED) do Rio de Janeiro, sua cidade natal. Também já participou do júri de diferentes premiações nacionais e internacionais de design e arquitetura.
Além de continuar à frente da be.bo., apresentou o programa para a web ‘‘Quem mandou me convidar?’’, onde desenvolveu projetos comunitários à muitas mãos, e o programa ‘‘Espaço para Dois’’, no canal GNT. Como parte dessas iniciativas, fundou a iniciativa Belo Bom, de projetos voltados para educação, cultura e sustentabilidade.
A percepção de Bel sobre o que é ser mulher na arquitetura é inspirada na visão de Lina Bo Bardi: “Ainda na faculdade, fui inspirada por Lina a fazer uma arquitetura de dentro para fora, engajada em seu contexto, harmônica com seu entorno, sempre explorando novas técnicas e materialidades”, afirma.
3. Carla Juaçaba
Carla Juaçaba é docente na Accademia di architettura USI e desenvolve projetos também pelo Carla Juaçaba Studio
Arquivo Pessoal/Reprodução
Arquiteta carioca, Carla Juaçaba formou-se pela Universidade Santa Úrsula. Desde 2000, atua em seu escritório independente de arquitetura e pesquisa no Rio de Janeiro. Atualmente, é professora associada da Accademia di architettura USI, localizada na Suíça.
Seu trabalho envolve programas culturais e projetos privados. Carla elaborou projetos para o Pavilhão Humanidade 2012, na Rio + 20, e o Pavilhão do Vaticano, na Bienal de Veneza de 2018.
4. Denise Zuba
Denise Zuba fundou o escritório homônimo, que atua há mais de 40 anos no ramo da arquitetura e da decoração
Denise Zuba Arquitetos/Divulgação
Mineira radicada há 30 anos em Brasília, Denise Zuba é arquiteta e designer de interiores, sócia do escritório homônimo. Desenvolve tanto projetos comerciais quanto residenciais. Nos ambientes, busca valorizar o conforto, a integração dos espaços e os materiais nobres, com atenção especial à iluminação.
5. Fernanda Marques
Fernanda Marques tem ampliado o seu portfólio no campo do design de produtos
Gui Gomes/Editora Globo
Formada pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), Fernanda Marques lidera o escritório Fernanda Marques Arquitetos Associados, cujo trabalho se destaca pela integração entre arquitetura, design e arte. Desenvolve projetos residenciais no Brasil e no exterior, e já teve o reconhecimento de diferentes prêmios da área, como o iF Awards.
“Ser mulher arquiteta no Brasil é, ao mesmo tempo, um privilégio e uma responsabilidade imensa. É transformar cada projeto em um manifesto, reafirmando que o nosso olhar, nossas ideias e a nossa presença são indispensáveis para o futuro da arquitetura e do urbanismo no país”, declara.
6. Gabriela de Matos
Gabriela de Matos foi responsável pela criação do Projeto das Arquitetas Negras
Amanda Bibiano/Divulgação
Gabriela de Matos é arquiteta, pesquisadora e curadora. Formada pela PUC de Minas Gerais e mestre pela USP, traz em seu trabalho referências da arquitetura vernacular e das técnicas construtivas tradicionais africanas. É fundadora do escritório Superdimensão e do Projeto Arquitetas Negras. Em 2023, foi curadora do Pavilhão Brasileiro na Bienal de Veneza, conquistando o inédito Leão de Ouro pela Melhor Participação Nacional.
7. Gisele Taranto
Gisele Taranto destaca que, apesar das mulheres serem maioria na profissão, desafios ainda são enfrentados
André Nazareth/Divulgação
Arquiteta e urbanista formada pela Universidade Santa Úrsula, Gisele Taranto é fundadora do escritório homônimo, onde tem atuado desde 2011. Desenvolve projetos na área residencial de alto padrão e corporativos. Teve trabalhos premiados em concursos nacionais e internacionais.
“A presença feminina transforma como concebemos os espaços, com mais camadas, atenção aos detalhes e maior consciência sobre o impacto de cada escolha”, diz Gisele. “Ser mulher arquiteta hoje, no Brasil, é assumir o compromisso de transformar não só os espaços, mas também o sistema que os produz.”
8. Joice Berth
A arquiteta e urbanista Joice Berth tem se aprofundado em pesquisas sobre neuroarquitetura e o direito à cidade
Wesley Diego/Editora Globo
Nascida em São Paulo, Joice Berth é arquiteta e urbanista pela Universidade Nove de Julho e pesquisadora na área de direito à cidade, com foco nas dinâmicas de raça e gênero presentes nos espaços urbanos. Além de arquiteta, é curadora, comunicadora e psicanalista. Também é escritora e autora dos livros “Se a cidade fosse nossa” e “Empoderamento”.
“Ser mulher arquiteta no Brasil hoje significa estar inserida nos debates por transformação social, levando conhecimento técnico sobre como a arquitetura e o urbanismo são fundamentais para a sociedade e absorvendo os significados que vem de outros nichos profissionais, que engrandecem nosso saber arquitetônico”, destaca Joice.
9. Juliana Lima Vasconcellos
Juliana Lima Vasconcellos aposta no uso de materiais naturais em seus projetos, como a madeira e as pedras
Filippo Bambergui/Divulgação
Juliana Lima Vasconcellos é designer de interiores, designer de móveis e arquiteta formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ao lado de Roberta Vasconcellos, criou o Vasconcellos Studio, escritório de design arquitetônico. O estúdio participa regularmente das mais importantes feiras internacionais e valoriza o design mobiliário colecionável.
“Ser mulher arquiteta no Brasil é exercer uma visão ampla e sensível sobre o espaço, com liberdade para integrar estética, função e afeto. É participar ativamente da construção de uma cultura mais plural e refinada, onde o olhar feminino é cada vez mais reconhecido como força criativa”, fala Juliana.
10. Juliana Pippi
Juliana Pippi é uma arquiteta catarinense reconhecida por seu estilo vibrante
Rodrigo Zorzi/Divulgação
Juliana Pippi é arquiteta catarinense e diretora criativa da sua marca autoral PIPPI. Foi eleita pelo World Design Rankings como um dos 12 destaques brasileiros em arquitetura e design. Desenvolve o seu trabalho no Estúdio de Arquitetura, em Florianópolis, (SC), e projetos de criação na sua Casa Ateliê, em São Paulo.
“Atuar hoje no Brasil, como mulher arquiteta, é trazer formas carregadas de nuances, sensibilidade e sutilezas. É desenhar espaços que acolhem, com toque, texturas, o sentir que provoca e traduz o olhar feminino sobre a casa e sobre o mundo”, destaca.
11. Patricia Anastassiadis
A arquiteta, designer de produto e interiores Patricia Anastassiadis tem atuado em projetos no Brasil e no exterior
Victor Affaro/Divulgação
Patricia Anastassiadis é arquiteta formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e fundadora do escritório Anastassiadis Arquitetos, com sede em São Paulo (SP). Também atua como designer de interiores e de produto. Ela desenvolve projetos residenciais e comerciais e seu trabalho se destaca pela combinação entre referências clássicas e soluções contemporâneas.
12. Paula Neder
Paula Neder tem uma longa trajetória no ramo e desenvolve projetos no Brasil e também no exterior
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
Graduada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Úrsula e mestre em arquitetura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Paula Nader lidera o escritório Paula Nader Arquitetos Associados há mais de 30 anos.
A profissional tem uma abordagem que valoriza o estilo de vida dos moradores, e também elabora projetos comerciais e corporativos, nacionais e internacionais. É, ainda, professora e palestrante.
Leia mais
“Ser arquiteta mulher é usar a escuta como ferramenta de projeto e como forma de abrir espaço para outras mulheres, colaboradoras e estudantes que estão vindo com novas visões. É um caminho de construção coletiva, que exige coragem, afeto e troca”, pontua Paula. “Apesar das barreiras, seguimos atentas e engajadas na valorização da presença feminina na arquitetura e pela equidade de gênero.”
13. Stephanie Ribeiro
Stephanie Ribeiro se vê, enquanto mulher negra na arquitetura, diante de um exercício diário de questionamento, deslocamento e reinvenção
Wesley Diego/Editora Globo
Stephanie Ribeiro é arquiteta, escritora, palestrante e feminista negra. Ela aborda temas como raça, gênero e representatividade em seus projetos e trabalhos de comunicação. Formada pela PUC de Campinas, atualmente é mestranda no Programa de Pós-Graduação Interunidades em Estética e História da Arte (PGEHA) da USP.
A profissional, que também apresenta o programa “Decora”, no canal GNT, comenta sobre a sua percepção da área: “Ser uma mulher negra arquiteta é estar em constante revisão do que é considerado cânone: uma revisão que atravessa não apenas como penso e desenvolvo meu trabalho, mas também as referências estéticas que escolho valorizar”.
Stephanie destaca que é um exercício diário de questionamento, deslocamento e reinvenção. “Requer atenção às estruturas que historicamente excluíram corpos como o meu e coragem para propor outras narrativas, outros modos de habitar, de construir e imaginar o mundo”, finaliza.