Existem casas visualmente deslumbrantes, mas que não transmitem uma sensação agradável. Muitas vezes, não percebemos, mas isso acontece devido a um Feng Shui mal feito. Há espaços que parecem harmoniosos; cada móvel, cada textura, cada objeto cuidadosamente escolhidos, e ainda assim parece que há algo estranho; pode ser uma energia estagnada, falta de alma ou um ar pesado. Às vezes não é uma questão de desordem, poeira, nem sequer de cores. É que algo está errado com o fluxo da energia provocando um Feng Shui ruim em nossa casa.
O Feng Shui, mais do que um conjunto de regras, é uma forma de observar a relação entre a matéria e a energia. Embora o associemos à disposição de móveis, espelhos, ou aos tons das paredes, sua verdadeira magia ocorre naquilo que não podemos ver; ou seja, em como os espaços falam conosco.
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O som em casa
A energia também se manifesta no som, pois o som simboliza a vitalidade
Getty Images
Uma casa pode ser lindamente decorada e, ao mesmo tempo, transmitir uma sensação de vazio. Os passos ressoam alto demais, as portas rangem e sons permanecem no ar. Ou, pelo contrário, tudo está tão fechado e imóvel que o silêncio se torna opressivo.
Para o Feng Shui, o som também é uma manifestação direta da energia. O ouvido percebe o que o olho não alcança, sendo assim, é um sentido através do qual sua casa fala com você. Uma casa sem som natural (sem vozes, sem risos, sem o murmúrio do vento ou da água) acumula energia estagnada e, em sua maioria, negativa.
Para cuidar dessa parte da energia em seu lar, tente criar uma atmosfera de som consciente, ou seja, sons de vitalidade. Pode ser o canto de um pássaro no jardim, uma fonte dentro de casa, o ranger da madeira, o som do chá sendo servido, o ritmo de uma conversa amigável. Sons naturais da cozinha, as risadas, a música, o vento nas cortinas ou dançando nas janelas… Porque se esses sons vitais estiverem ausentes, a energia também estará.
A transição dos espaços
Projetar sua casa com transições suaves cria uma respiração arquitetônica e energética
Getty Images
Em termos arquitetônicos, a transição é a arte da passagem: da luz ao interior, do exterior ao refúgio, do ruído ao silêncio. No Feng Shui, essas transições são as pontes da energia. Quando não são consideradas, pode se criar um espaço sem limiares, pausas ou mudanças suaves de energia; como consequência, você tem um lar rígido e sufocante.
É como uma entrada que leva direto à sala de jantar sem um hall de entrada, ou um corredor longo que conduz sem interrupção aos quartos. A energia, nesses casos, se acelera ou se perde porque não tem espaço para se assentar, como um rio sem remansos ou pausas naturais.
O lar precisa de espaços tranquilos onde a energia possa parar, se transformar e fluir. Pode ser uma prateleira com um objeto significativo, uma planta, um abajur suave, uma mudança na textura do chão… Você pode usar a criatividade e aproveitar a decoração para “pequenos altares” para a energia.
A iluminação
No Feng Shui, a iluminação também é energia
Getty Images
A luz é o calor do espaço; no entanto, um dos erros mais comuns nas casas contemporâneas é tratar a iluminação como decoração funcional, não como fonte de energia. No Feng Shui, a luz representa o elemento fogo; energia de vitalidade, alegria e expansão. É o que dá personalidade, calor e direção à energia. Uma luz demasiadamente branca, muito uniforme ou fria pode drenar a energia; uma iluminação excessivamente suave pode tornar o ambiente pesado. A chave está na intenção e em lembrar que toda luz deve ter um propósito emocional.
A sala de jantar, por exemplo, precisa de um tipo de fogo diferente do quarto, e o banheiro não requer a mesma vibração do escritório. Uma luminária bem colocada pode reativar a energia de um canto esquecido; uma luz quente sobre um objeto querido pode transformá-lo em um ponto de ancoragem energética.
Da próxima vez que acender as luzes, observe-as: elas revelam sua casa ou a expõem? A energia responde a nuances e pausas, não aos excessos.
A intenção
A energia precisa de pontos de referência energéticos que estejam muito conectados a você
Getty Images
Há lares projetados com tal perfeição que, no final, não dizem nada sobre quem os habita. Tudo está em seu lugar, tudo é coerente, tudo é limpo, simétrico e perfeito. O Feng Shui não busca a perfeição estética, mas a autenticidade energética; que seu espaço reflita sua história, sua personalidade, seus sonhos.
Não se trata de encher a casa de lembranças, mas de escolher conscientemente aquilo que representa sua energia. Uma fotografia de um momento especial, uma pedra trazida de uma viagem importante, uma peça artesanal, uma planta que você cuida há anos. Cada elemento colocado com significado e intenção, cria uma conexão energética; quando esses detalhes faltam, também faltará aconchego no seu espaço.
O Feng Shui clássico chama isso de “a alma do espaço”. Uma casa sem intenção se torna um cenário; uma casa com objetos que representem parte da sua história torna-se um santuário.
O diálogo com o exterior
Uma casa harmoniosa não deve apenas ter uma boa aparência, mas também deve proporcionar uma sensação agradável e ser confortável para se vive
Getty Images
Romper a comunicação entre a casa e a natureza é um erro comum. Uma casa que não dialoga com seu entorno perde sua energia vital. O Feng Shui nasceu justamente da observação da paisagem; a observação das montanhas, rios, ventos e a orientação solar. Tudo o que nos rodeia influencia a forma como vivemos e como construímos nossos espaços.
Não é preciso um jardim para restaurar esse diálogo. Basta abrir os sentidos do seu lar; deixar que a luz mude ao longo do dia, observar o movimento das sombras, sentir o cheiro da chuva, ouvir o vento entre as folhas. A solução para esse problema provocado por um Feng Shui ruim é simples: incorporar plantas, materiais orgânicos, vistas amplas ou pátios internos para que a natureza respire dentro do seu espaço.
Cada casa tem uma voz. Algumas falam em murmúrios; outras sussurram. O Feng Shui ensina você a escutá-la; a notar onde o ar se detém, onde a luz dança, onde o silêncio é vital. Corrigir um “mau” Feng Shui nem sempre requer mover móveis ou mudar cores. Às vezes, basta acender uma vela com intenção, abrir uma janela na hora certa e deixar que a tranquilidade invada você.
*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest México.
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O Feng Shui, mais do que um conjunto de regras, é uma forma de observar a relação entre a matéria e a energia. Embora o associemos à disposição de móveis, espelhos, ou aos tons das paredes, sua verdadeira magia ocorre naquilo que não podemos ver; ou seja, em como os espaços falam conosco.
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O som em casa
A energia também se manifesta no som, pois o som simboliza a vitalidade
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Uma casa pode ser lindamente decorada e, ao mesmo tempo, transmitir uma sensação de vazio. Os passos ressoam alto demais, as portas rangem e sons permanecem no ar. Ou, pelo contrário, tudo está tão fechado e imóvel que o silêncio se torna opressivo.
Para o Feng Shui, o som também é uma manifestação direta da energia. O ouvido percebe o que o olho não alcança, sendo assim, é um sentido através do qual sua casa fala com você. Uma casa sem som natural (sem vozes, sem risos, sem o murmúrio do vento ou da água) acumula energia estagnada e, em sua maioria, negativa.
Para cuidar dessa parte da energia em seu lar, tente criar uma atmosfera de som consciente, ou seja, sons de vitalidade. Pode ser o canto de um pássaro no jardim, uma fonte dentro de casa, o ranger da madeira, o som do chá sendo servido, o ritmo de uma conversa amigável. Sons naturais da cozinha, as risadas, a música, o vento nas cortinas ou dançando nas janelas… Porque se esses sons vitais estiverem ausentes, a energia também estará.
A transição dos espaços
Projetar sua casa com transições suaves cria uma respiração arquitetônica e energética
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Em termos arquitetônicos, a transição é a arte da passagem: da luz ao interior, do exterior ao refúgio, do ruído ao silêncio. No Feng Shui, essas transições são as pontes da energia. Quando não são consideradas, pode se criar um espaço sem limiares, pausas ou mudanças suaves de energia; como consequência, você tem um lar rígido e sufocante.
É como uma entrada que leva direto à sala de jantar sem um hall de entrada, ou um corredor longo que conduz sem interrupção aos quartos. A energia, nesses casos, se acelera ou se perde porque não tem espaço para se assentar, como um rio sem remansos ou pausas naturais.
O lar precisa de espaços tranquilos onde a energia possa parar, se transformar e fluir. Pode ser uma prateleira com um objeto significativo, uma planta, um abajur suave, uma mudança na textura do chão… Você pode usar a criatividade e aproveitar a decoração para “pequenos altares” para a energia.
A iluminação
No Feng Shui, a iluminação também é energia
Getty Images
A luz é o calor do espaço; no entanto, um dos erros mais comuns nas casas contemporâneas é tratar a iluminação como decoração funcional, não como fonte de energia. No Feng Shui, a luz representa o elemento fogo; energia de vitalidade, alegria e expansão. É o que dá personalidade, calor e direção à energia. Uma luz demasiadamente branca, muito uniforme ou fria pode drenar a energia; uma iluminação excessivamente suave pode tornar o ambiente pesado. A chave está na intenção e em lembrar que toda luz deve ter um propósito emocional.
A sala de jantar, por exemplo, precisa de um tipo de fogo diferente do quarto, e o banheiro não requer a mesma vibração do escritório. Uma luminária bem colocada pode reativar a energia de um canto esquecido; uma luz quente sobre um objeto querido pode transformá-lo em um ponto de ancoragem energética.
Da próxima vez que acender as luzes, observe-as: elas revelam sua casa ou a expõem? A energia responde a nuances e pausas, não aos excessos.
A intenção
A energia precisa de pontos de referência energéticos que estejam muito conectados a você
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Há lares projetados com tal perfeição que, no final, não dizem nada sobre quem os habita. Tudo está em seu lugar, tudo é coerente, tudo é limpo, simétrico e perfeito. O Feng Shui não busca a perfeição estética, mas a autenticidade energética; que seu espaço reflita sua história, sua personalidade, seus sonhos.
Não se trata de encher a casa de lembranças, mas de escolher conscientemente aquilo que representa sua energia. Uma fotografia de um momento especial, uma pedra trazida de uma viagem importante, uma peça artesanal, uma planta que você cuida há anos. Cada elemento colocado com significado e intenção, cria uma conexão energética; quando esses detalhes faltam, também faltará aconchego no seu espaço.
O Feng Shui clássico chama isso de “a alma do espaço”. Uma casa sem intenção se torna um cenário; uma casa com objetos que representem parte da sua história torna-se um santuário.
O diálogo com o exterior
Uma casa harmoniosa não deve apenas ter uma boa aparência, mas também deve proporcionar uma sensação agradável e ser confortável para se vive
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Romper a comunicação entre a casa e a natureza é um erro comum. Uma casa que não dialoga com seu entorno perde sua energia vital. O Feng Shui nasceu justamente da observação da paisagem; a observação das montanhas, rios, ventos e a orientação solar. Tudo o que nos rodeia influencia a forma como vivemos e como construímos nossos espaços.
Não é preciso um jardim para restaurar esse diálogo. Basta abrir os sentidos do seu lar; deixar que a luz mude ao longo do dia, observar o movimento das sombras, sentir o cheiro da chuva, ouvir o vento entre as folhas. A solução para esse problema provocado por um Feng Shui ruim é simples: incorporar plantas, materiais orgânicos, vistas amplas ou pátios internos para que a natureza respire dentro do seu espaço.
Cada casa tem uma voz. Algumas falam em murmúrios; outras sussurram. O Feng Shui ensina você a escutá-la; a notar onde o ar se detém, onde a luz dança, onde o silêncio é vital. Corrigir um “mau” Feng Shui nem sempre requer mover móveis ou mudar cores. Às vezes, basta acender uma vela com intenção, abrir uma janela na hora certa e deixar que a tranquilidade invada você.
*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest México.
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