Painel solar funciona durante um apagão? Entenda o sistema de distribuição elétrica

Painéis fotovoltaicos costumam fazer parte de sistemas on-grid, conectados à rede de distribuição elétrica. Por isso, também podem sofrer com um apagão Os painéis fotovoltaicos – estruturas que captam energia solar para abastecer casas, edifícios, condomínios ou empreendimentos comerciais – têm se tornado cada vez mais populares por seu apelo sustentável e econômico. Entretanto, durante os apagões que atingiram Portugal e Espanha no dia 28 de abril, por exemplo, surgiu uma dúvida: por que os locais abastecidos com energia solar também ficaram sem luz? A resposta está no próprio sistema de implantação dos painéis.
Isso acontece porque os painéis fotovoltaicos podem operar de duas formas: on-grid ou off-grid. Os sistemas off-grid não são integrados à rede elétrica e funcionam de maneira independente. Assim, a energia captada pelas placas deve ser armazenada em baterias de íon-lítio para uso noturno ou em dias nublados (sem incidência solar forte para gerar energia).
O custo dessas baterias, porém, é bastante elevado – o que encarece significativamente toda a operação. Por isso, essa opção costuma ser adotada apenas em locais isolados, ou seja, sem acesso à rede elétrica convencional.
No Brasil, a ANEEL regula os sistemas de energia solar e promove a conexão com a rede de distribuição elétrica
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A alternativa mais comum, portanto, é o sistema on-grid, conectado à rede de distribuição de energia elétrica. Com isso, o excedente da energia gerada é injetado nessa rede, e, quando há necessidade, a unidade consumidora recebe da distribuidora a energia complementar.
Os sistemas off-grid, ou seja, não conectado à rede elétrica precisam necessariamente de baterias de íon-lítio para fornecer energia quando necessário
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No Brasil, quem regula esses sistemas é a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que esclarece sobre o processo de armazenamento de energia excedente. “O Sistema de Compensação de Energia Elétrica permite, por exemplo, que a sobra de energia gerada por um sistema de Microgeração e Minigeração Distribuídas de Energia Elétrica fotovoltaico durante o dia seja injetada na rede. À noite, a rede devolve essa energia à unidade consumidora e supre necessidades adicionais. Portanto, a rede funciona como uma bateria, armazenando o excedente até o momento em que a unidade necessite de energia proveniente da distribuidora”, informa aos consumidores em comunicado oficial.
Segundo o órgão, essa energia excedente pode ser convertida em créditos, com validade de até 60 meses (ou seja, cinco anos), que podem ser utilizados até de maneira remota. Isto é, “quando a energia pode ser gerada em um local e compensada em outro, desde que em unidades consumidoras do mesmo titular”. Mais um aspecto interessante do ponto de vista econômico.
Dessa forma, embora seja muito mais vantajoso, o sistema on-grid também é afetado em caso de apagão. Por isso, mesmo quem possui painéis solares pode, de fato, ficar temporariamente sem luz.
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