Considerado um precursor da arquitetura modernista, o catalão trouxe elementos lúdicos para a fachada e os interiores da residência, como azulejos cerâmicos coloridos Impossível caminhar pelo Passeig de Gràcia, em Barcelona, e permanecer indiferente à Casa Batlló. Considerada a única obra 100% modernista do arquiteto Antoni Gaudí (1852-1926), ela foi concebida no auge de sua carreira, entre os anos de 1904 e 1906, com total liberdade criativa para tal.
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O edifício foi construído originalmente em 1877 pelo arquiteto Emilio Sala Cortés, coincidentemente, um dos professores de arquitetura de Gaudí. Em 1903, foi adquirido por Josep Batlló y Casanovas, um industrial têxtil abastado, com várias fábricas na cidade catalã.
Embora Antoni Gaudí nunca tenha dado uma explicação para suas obras, acredita-se que a fachada da Casa Battló tenha inspiração marítima
Flickr/Mehmet Turgut Kirkgoz/Creative Commons
A demolição foi rapidamente descartada pelo arquiteto recém-contratado, que conduziu uma reforma abrangente em apenas dois anos, incluindo toda a fachada, a redistribuição das paredes divisórias internas e a ampliação do vão de luz.
“Acredita-se que Gaudí buscou representar a lenda de São Jorge, padroeiro da Catalunha. O teto com azulejos cerâmicos coloridos seria as costas do dragão e, internamente, o corrimão seguiria como sua cauda. Note que no interior não há esquinas, é uma casa viva”, explica o guia turístico Vitalijs Jefimovs.
No teto da Casa Battló, é possível visualizar o que seriam as costas do dragão e a espada de São Jorge, padroeiro da Catalunha
Pexels/Antonio Lorenzana Bermejo/Creative Commons
Soluções arquitetônicas
Uma grande preocupação, comum a todas as obras de Gaudí, foi a iluminação natural, resolvida com claraboias e dois pátios centrais – estratégicos também para a ventilação cruzada. Junto às venezianas ajustáveis e às saídas de ar ocultas, garantem conforto térmico durante todo o ano.
O pátio central da Casa Battló, coberto por uma claraboia, é fundamental para garantir a iluminação natural e ventilação cruzada na residência
Pixabay/Creative Commons
“Pilares de sustentação foram instalados nos limites da antiga fachada, a fim de prolongá-la e adicionar grandes janelas. Além de garantir a entrada de luz natural, essa foi uma estratégia para que a elite pudesse ver e ser vista”, afirma Vitalijs.
Pilares de sustentação agregados à fachada permitiram a extensão da varanda e envidraçamento do salão voltado para a rua
Flickr/Terence Faircloth/Creative Commons
Não à toa, a vizinhança da Casa Batlló é igualmente impressionante. Hoje conhecido como Bloco da Discórdia, o quarteirão reúne cinco obras ambiciosas do mesmo período: Casa Amatller, do arquiteto Josep Puig i Cadafalch; Casa Lleó-Morera, de Lluís Domènech i Montaner; Casa Mulleras, de Enric Sagnier; e Casa Josefina Bonet, de Marcel-li Coquillat.
História recente
A residência deixou de pertencer à família Batlló na década de 1950 e, após abrigar diversas empresas, em 1990, chegou às mãos da família Bernat, atual proprietária e responsável pela restauração completa da casa.
A restauração da Casa Battló é ancorada por imagens da época, produzidas pela família Battló. Uma recente adição foi o lustre do salão
Flickr/AXP Photography/Creative Commons
“A lâmpada original do salão foi recuperada com uma parente da família, que a tinha guardada e nem fazia ideia que pertencia à Casa Batlló. Por muitos anos, tínhamos outra luminária inspirada na natureza, mas que não era de Gaudí”, conta o guia.
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“É um trabalho constante. No último ano, encontraram uma fruteira que, mediante imagens antigas, constataram que era uma luminária. Ela foi restaurada e reinstalada na entrada”, ele completa.
Algo marcante nas obras de Antoni Gaudí são os trencadis, espécie de mosaico feito com sobras de cerâmica e vidro reaproveitadas
Wikimedia/Creative Commons
Em 1995, a família abriu a casa ao público, oferecendo o espaço para eventos. Desde 2002, considerado o Ano Internacional de Gaudí, a Casa Batlló também recebe visitas culturais. Hoje, é Patrimônio Mundial da UNESCO e recebe mais de um milhão de visitantes ao ano.
* A jornalista viajou a convite do Hotel Majestic Barcelona.
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O edifício foi construído originalmente em 1877 pelo arquiteto Emilio Sala Cortés, coincidentemente, um dos professores de arquitetura de Gaudí. Em 1903, foi adquirido por Josep Batlló y Casanovas, um industrial têxtil abastado, com várias fábricas na cidade catalã.
Embora Antoni Gaudí nunca tenha dado uma explicação para suas obras, acredita-se que a fachada da Casa Battló tenha inspiração marítima
Flickr/Mehmet Turgut Kirkgoz/Creative Commons
A demolição foi rapidamente descartada pelo arquiteto recém-contratado, que conduziu uma reforma abrangente em apenas dois anos, incluindo toda a fachada, a redistribuição das paredes divisórias internas e a ampliação do vão de luz.
“Acredita-se que Gaudí buscou representar a lenda de São Jorge, padroeiro da Catalunha. O teto com azulejos cerâmicos coloridos seria as costas do dragão e, internamente, o corrimão seguiria como sua cauda. Note que no interior não há esquinas, é uma casa viva”, explica o guia turístico Vitalijs Jefimovs.
No teto da Casa Battló, é possível visualizar o que seriam as costas do dragão e a espada de São Jorge, padroeiro da Catalunha
Pexels/Antonio Lorenzana Bermejo/Creative Commons
Soluções arquitetônicas
Uma grande preocupação, comum a todas as obras de Gaudí, foi a iluminação natural, resolvida com claraboias e dois pátios centrais – estratégicos também para a ventilação cruzada. Junto às venezianas ajustáveis e às saídas de ar ocultas, garantem conforto térmico durante todo o ano.
O pátio central da Casa Battló, coberto por uma claraboia, é fundamental para garantir a iluminação natural e ventilação cruzada na residência
Pixabay/Creative Commons
“Pilares de sustentação foram instalados nos limites da antiga fachada, a fim de prolongá-la e adicionar grandes janelas. Além de garantir a entrada de luz natural, essa foi uma estratégia para que a elite pudesse ver e ser vista”, afirma Vitalijs.
Pilares de sustentação agregados à fachada permitiram a extensão da varanda e envidraçamento do salão voltado para a rua
Flickr/Terence Faircloth/Creative Commons
Não à toa, a vizinhança da Casa Batlló é igualmente impressionante. Hoje conhecido como Bloco da Discórdia, o quarteirão reúne cinco obras ambiciosas do mesmo período: Casa Amatller, do arquiteto Josep Puig i Cadafalch; Casa Lleó-Morera, de Lluís Domènech i Montaner; Casa Mulleras, de Enric Sagnier; e Casa Josefina Bonet, de Marcel-li Coquillat.
História recente
A residência deixou de pertencer à família Batlló na década de 1950 e, após abrigar diversas empresas, em 1990, chegou às mãos da família Bernat, atual proprietária e responsável pela restauração completa da casa.
A restauração da Casa Battló é ancorada por imagens da época, produzidas pela família Battló. Uma recente adição foi o lustre do salão
Flickr/AXP Photography/Creative Commons
“A lâmpada original do salão foi recuperada com uma parente da família, que a tinha guardada e nem fazia ideia que pertencia à Casa Batlló. Por muitos anos, tínhamos outra luminária inspirada na natureza, mas que não era de Gaudí”, conta o guia.
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“É um trabalho constante. No último ano, encontraram uma fruteira que, mediante imagens antigas, constataram que era uma luminária. Ela foi restaurada e reinstalada na entrada”, ele completa.
Algo marcante nas obras de Antoni Gaudí são os trencadis, espécie de mosaico feito com sobras de cerâmica e vidro reaproveitadas
Wikimedia/Creative Commons
Em 1995, a família abriu a casa ao público, oferecendo o espaço para eventos. Desde 2002, considerado o Ano Internacional de Gaudí, a Casa Batlló também recebe visitas culturais. Hoje, é Patrimônio Mundial da UNESCO e recebe mais de um milhão de visitantes ao ano.
* A jornalista viajou a convite do Hotel Majestic Barcelona.