Nascido no século 17, o estilo traz canteiros, cercas-vivas e caminhos meticulosamente desenhados, colocando “ordem na natureza” Símbolos de sofisticação e ordem, os jardins franceses surgiram no século 17, influenciados pelos hortos italianos renascentistas. Seu auge se deu no reinado de Luis 14, que usou o paisagismo de seus palácios como forma do ostentar poder.
“Essa estética tem como base uma composição estruturada e simétrica, que visa refletir o controle humano sobre a natureza”, fala Alexandre Gibau de Lima (@viridarium.artis), botânico da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
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O primeiro jardim francês foi o do Château de Vaux-le-Vicomte, em Maincy, criado entre 1656 e 1661 sob encomenda de Nicolas Fouquet, superintendente das finanças de Luís 14. “Ele é considerado como uma das obras fundadoras do estilo, com projeto do paisagista André Le Nôtre, que alcançou admirável simetria e perfeição”, conta Alexandre.
Os jardins do Château de Vaux-le-Vicomte, na França, tem canteiros cortados como se fossem bordados
Jean-Pol Grandmont/Wikimedia Commons
Um exemplo bastante famoso do paisagismo francês é o jardim do Palácio de Versailles, que abriga uma extensa área ajardinada repleta de fontes, espelhos d’água, desenhos geométricos e topiarias que formam cercas-vivas e esculturas. “Outro destaque é a Place des Vosges, considerada a mais antiga praça planejada de Paris, do começo do século 17”, cita o botânico.
Fontes e caminhos simétricos marcam a Place des Vosges, em Paris, do século 17
PxHere/Creative Commons
Segundo a paisagista Rejane Heiden, alguns jardins de estilo francês notórios são os das Tulherias, em Paris; do Castelo de Villandry, no Vale do Loire, na França; do Palácio de Schonbrunn, na Áustria; do Palácio de Peterhof, na Rússia; e do Palácio de Herrenhausen, na Alemanha.
A impressionante simetria dos jardins do Palácio de Schonbrunn, na Áustria
Flickr/Jordi Cucurull/Creative Commons
No Brasil, um dos maiores exemplares de paisagismo ao estilo francês são os jardins do Museu do Ipiranga, em São Paulo. Projetado pelo belga Arsênio Puttemans no início do século 20, ele segue o princípio das formas geométricas, com cercas-vivas e fontes.
“Temos outro belíssimo exemplo que é a Praça Paris, localizada no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, um verdadeiro patrimônio da cidade”, destaca Alexandre.
A Praça Paris, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, é um exemplo de jardim francês no Brasil
Dornicke/Wikimedia Commons
Características e espécies
A simetria é um dos elementos mais marcantes dos jardins franceses. “Eles são conhecidos por sua rigorosa organização geométrica e harmonia visual, refletindo os ideais de ordem, poder e domínio sobre a natureza”, aponta Rejane.
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Canteiros, cercas-vivas e caminhos são meticulosamente desenhados para formar linhas bem definidas e formas, como triângulos e losangos. Esse estilo é chamado parterre broderie, em que plantas, flores e gramados são cortados como se fossem bordados.
Outro ponto de destaque são as topiarias, que é a arte de podar a vegetação para transformá-la em esculturas vivas. “Além disso, o uso de eixos visuais, elementos centrais, como fontes e urnas decorativas, e uma paleta de cores suaves contribuem para criar uma atmosfera de elegância formal e tranquilidade”, diz Alexandre.
Os jardins do Palácio de Versailles são o mais famoso exemplo do paisagismo francês
Paolo Costa Baldi/Wikimedia Commons
Os jardins franceses também incorporam com frequência chafarizes, vasos ornamentais, escadarias monumentais e estufas com plantas exóticas.
“Caminhos de cascalho fino contribuem para criar um traçado definido, conduzindo o olhar e o visitante ao longo do espaço. Elementos de pedra também são comuns, empregados tanto em terraços e esculturas quanto na delimitação dos canteiros”, afirma o botânico.
Os jardins do Palácio de Versailles são marcados por labirintos de cerca-vivas e topiarias
Flickr/Daniel Jolivet/Creative Commons
As espécies vegetais usadas nos jardins franceses, segundo Rejane, são os buxinhos, os ciprestes, o carvalho e o teixo para estruturas e topiarias. Entre as flores, aparecem a lavanda, as rosas, as tulipas, o jasmim e o agapanto.
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Os jardins do Palácio de Versailles, na França, impressionam pela beleza e simetria das composições
Remi Jouan/Wikimedia Commons
Para tapetes verdes e cercas-vivas, a escolha é pelo gramado inglês, com as espécies lolium perenne e festuca spp, que rendem coberturas impecáveis, conforme a paisagista. A hera serve para cobrir muros e estruturas, e a lavanda, um arbusto aromático, para e bordas e caminhos.
Há, ainda, espécies aquáticas para fontes e lagos, como o nenúfar e o lírio-d’agua, e ervas e vegetais, como a couve-ornamental, o alecrim e a sálvia.
O jardim das Tulherias, em Paris, traz muitas esculturas ao estilo do paisagismo francês
PxHere/Creative Commons
“Os jardins franceses frequentemente incluem árvores como carvalhos, faias e castanheiras, podadas para formar topiarias ordenadas. Entre as ervas e os arbustos ornamentais, lavandas são bastante populares por seu perfume e textura suave, além do alecrim, que oferece estrutura perene e aroma marcante, e as roseiras que apresentam uma beleza atemporal”, detalha Alexandre.
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Como montar um jardim francês em casa
Para criar um paisagismo com estilo francês em casa é essencial manter a estrutura e o equilíbrio visual como foco, segundo Alexandre. “Não podem faltar elementos como cercas-vivas bem aparadas, caminhos simétricos, de preferência em cascalho claro, e pelo menos um ponto focal, como uma fonte ou vaso ornamentado”, ensina.
Além disso, o uso de formas geométricas nos canteiros contribui para garantir o “clima” do jardim francês. “Crie um caminho reto de pedras, tijolos ou grama; coloque uma fonte, estátua ou bancada; e use espécies que possam ser podadas, formando desenhos, e outras que possam compor, como azaleias e lavandas”, fala Rejane.
O jardim do Museu do Ipiranga, em São Paulo, é o maior exemplo do paisagismo estilo francês no Brasil
Webysther/Wikimedia Commons
Alexandre orienta começar planejando um layout com eixos bem definidos e formas geométricas claras. “Use arbustos, como buxos, para formar os contornos dos canteiros e acrescente espécies como lavanda e alecrim para trazer perfume e leveza. Árvores podadas em formas precisas também reforçam a estética formal”, indica.
A escolha de cores suaves – como tons de rosa, azul, lilás e branco – ajuda a compor uma atmosfera elegante e tranquila, típica dos jardins franceses, diz o botânico.
Os jardins do Palácio de Herrenhausen, na Alemanha, são marcados pelas formas geométricas
Godot13/Wikimedia Commons
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Rejane dá algumas dicas importantes:
Escolha o local ideal, de preferência com sol pleno;
Desenhe um layout simétrico, um caminho reto ladeado por canteiros iguais com vasos, terminando em uma fonte, estátua ou banco;
Selecione as espécies ideais, adaptadas ao Brasil e à região. Algumas sugestões: buxinhos podados, clusias para topiarias, pitosporos para cercas podadas, pingos-de-ouro, roseiras, jasmins, ciprestes, azaleias e lavandas da espécie lavandula dentata, menos sensíveis que a lavandula angustifolia;
A iluminação deve ser embutida no chão, trazendo luz aos caminhos, e ter spots direcionados a esculturas ou fontes.
“Essa estética tem como base uma composição estruturada e simétrica, que visa refletir o controle humano sobre a natureza”, fala Alexandre Gibau de Lima (@viridarium.artis), botânico da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
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O primeiro jardim francês foi o do Château de Vaux-le-Vicomte, em Maincy, criado entre 1656 e 1661 sob encomenda de Nicolas Fouquet, superintendente das finanças de Luís 14. “Ele é considerado como uma das obras fundadoras do estilo, com projeto do paisagista André Le Nôtre, que alcançou admirável simetria e perfeição”, conta Alexandre.
Os jardins do Château de Vaux-le-Vicomte, na França, tem canteiros cortados como se fossem bordados
Jean-Pol Grandmont/Wikimedia Commons
Um exemplo bastante famoso do paisagismo francês é o jardim do Palácio de Versailles, que abriga uma extensa área ajardinada repleta de fontes, espelhos d’água, desenhos geométricos e topiarias que formam cercas-vivas e esculturas. “Outro destaque é a Place des Vosges, considerada a mais antiga praça planejada de Paris, do começo do século 17”, cita o botânico.
Fontes e caminhos simétricos marcam a Place des Vosges, em Paris, do século 17
PxHere/Creative Commons
Segundo a paisagista Rejane Heiden, alguns jardins de estilo francês notórios são os das Tulherias, em Paris; do Castelo de Villandry, no Vale do Loire, na França; do Palácio de Schonbrunn, na Áustria; do Palácio de Peterhof, na Rússia; e do Palácio de Herrenhausen, na Alemanha.
A impressionante simetria dos jardins do Palácio de Schonbrunn, na Áustria
Flickr/Jordi Cucurull/Creative Commons
No Brasil, um dos maiores exemplares de paisagismo ao estilo francês são os jardins do Museu do Ipiranga, em São Paulo. Projetado pelo belga Arsênio Puttemans no início do século 20, ele segue o princípio das formas geométricas, com cercas-vivas e fontes.
“Temos outro belíssimo exemplo que é a Praça Paris, localizada no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, um verdadeiro patrimônio da cidade”, destaca Alexandre.
A Praça Paris, no bairro da Glória, no Rio de Janeiro, é um exemplo de jardim francês no Brasil
Dornicke/Wikimedia Commons
Características e espécies
A simetria é um dos elementos mais marcantes dos jardins franceses. “Eles são conhecidos por sua rigorosa organização geométrica e harmonia visual, refletindo os ideais de ordem, poder e domínio sobre a natureza”, aponta Rejane.
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Canteiros, cercas-vivas e caminhos são meticulosamente desenhados para formar linhas bem definidas e formas, como triângulos e losangos. Esse estilo é chamado parterre broderie, em que plantas, flores e gramados são cortados como se fossem bordados.
Outro ponto de destaque são as topiarias, que é a arte de podar a vegetação para transformá-la em esculturas vivas. “Além disso, o uso de eixos visuais, elementos centrais, como fontes e urnas decorativas, e uma paleta de cores suaves contribuem para criar uma atmosfera de elegância formal e tranquilidade”, diz Alexandre.
Os jardins do Palácio de Versailles são o mais famoso exemplo do paisagismo francês
Paolo Costa Baldi/Wikimedia Commons
Os jardins franceses também incorporam com frequência chafarizes, vasos ornamentais, escadarias monumentais e estufas com plantas exóticas.
“Caminhos de cascalho fino contribuem para criar um traçado definido, conduzindo o olhar e o visitante ao longo do espaço. Elementos de pedra também são comuns, empregados tanto em terraços e esculturas quanto na delimitação dos canteiros”, afirma o botânico.
Os jardins do Palácio de Versailles são marcados por labirintos de cerca-vivas e topiarias
Flickr/Daniel Jolivet/Creative Commons
As espécies vegetais usadas nos jardins franceses, segundo Rejane, são os buxinhos, os ciprestes, o carvalho e o teixo para estruturas e topiarias. Entre as flores, aparecem a lavanda, as rosas, as tulipas, o jasmim e o agapanto.
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Os jardins do Palácio de Versailles, na França, impressionam pela beleza e simetria das composições
Remi Jouan/Wikimedia Commons
Para tapetes verdes e cercas-vivas, a escolha é pelo gramado inglês, com as espécies lolium perenne e festuca spp, que rendem coberturas impecáveis, conforme a paisagista. A hera serve para cobrir muros e estruturas, e a lavanda, um arbusto aromático, para e bordas e caminhos.
Há, ainda, espécies aquáticas para fontes e lagos, como o nenúfar e o lírio-d’agua, e ervas e vegetais, como a couve-ornamental, o alecrim e a sálvia.
O jardim das Tulherias, em Paris, traz muitas esculturas ao estilo do paisagismo francês
PxHere/Creative Commons
“Os jardins franceses frequentemente incluem árvores como carvalhos, faias e castanheiras, podadas para formar topiarias ordenadas. Entre as ervas e os arbustos ornamentais, lavandas são bastante populares por seu perfume e textura suave, além do alecrim, que oferece estrutura perene e aroma marcante, e as roseiras que apresentam uma beleza atemporal”, detalha Alexandre.
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Como montar um jardim francês em casa
Para criar um paisagismo com estilo francês em casa é essencial manter a estrutura e o equilíbrio visual como foco, segundo Alexandre. “Não podem faltar elementos como cercas-vivas bem aparadas, caminhos simétricos, de preferência em cascalho claro, e pelo menos um ponto focal, como uma fonte ou vaso ornamentado”, ensina.
Além disso, o uso de formas geométricas nos canteiros contribui para garantir o “clima” do jardim francês. “Crie um caminho reto de pedras, tijolos ou grama; coloque uma fonte, estátua ou bancada; e use espécies que possam ser podadas, formando desenhos, e outras que possam compor, como azaleias e lavandas”, fala Rejane.
O jardim do Museu do Ipiranga, em São Paulo, é o maior exemplo do paisagismo estilo francês no Brasil
Webysther/Wikimedia Commons
Alexandre orienta começar planejando um layout com eixos bem definidos e formas geométricas claras. “Use arbustos, como buxos, para formar os contornos dos canteiros e acrescente espécies como lavanda e alecrim para trazer perfume e leveza. Árvores podadas em formas precisas também reforçam a estética formal”, indica.
A escolha de cores suaves – como tons de rosa, azul, lilás e branco – ajuda a compor uma atmosfera elegante e tranquila, típica dos jardins franceses, diz o botânico.
Os jardins do Palácio de Herrenhausen, na Alemanha, são marcados pelas formas geométricas
Godot13/Wikimedia Commons
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Rejane dá algumas dicas importantes:
Escolha o local ideal, de preferência com sol pleno;
Desenhe um layout simétrico, um caminho reto ladeado por canteiros iguais com vasos, terminando em uma fonte, estátua ou banco;
Selecione as espécies ideais, adaptadas ao Brasil e à região. Algumas sugestões: buxinhos podados, clusias para topiarias, pitosporos para cercas podadas, pingos-de-ouro, roseiras, jasmins, ciprestes, azaleias e lavandas da espécie lavandula dentata, menos sensíveis que a lavandula angustifolia;
A iluminação deve ser embutida no chão, trazendo luz aos caminhos, e ter spots direcionados a esculturas ou fontes.