Arquiteta aposta em design atemporal, brasilidade e plantas em seu próprio apê

Com projeto focado na área social, o imóvel no bairro de Higienópolis (SP) ganha iluminação cênica, integração de ambientes e acervo de arte Localizado no tradicional bairro de Higienópolis, em São Paulo, o apartamento de 285 m² ganhou reforma comandada pela própria moradora, a arquiteta Nicole Gomes (@nicgomesarq), colunista de Casa e Jardim.
Assinando o projeto de interiores e iluminação de sua residência, ela imprimiu na morada, onde vive com o marido, a essência de tudo que mais valoriza: decoração afetiva, design atemporal, arte brasileira e iluminação cuidadosamente planejada.
SALA DE ESTAR | Par de poltronas “Kangaroo”, de Pierre Jeanneret, é composto com mesa de apoio Wooding. Abajur “Litoral”, de Mauricio Arruda, adquirido na Black Angel, traz uma luz difusa e aconhegante, além de valorizar os quadros na parede, entre obras de Rafael Sliks, Érico Hiller e Papel Assinado. Vasos de plantas, da Vasap Design, compõem o paisagismo assinado por Catê Poli
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
O projeto concentrou esforços na área social. O antigo ambiente de estar, totalmente integrado ao jardim com janelas em dois lados, foi repensado para ganhar mais privacidade e aconchego.
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“Instalamos uma parede de gesso acartonado para fechar um dos lados. Isso trouxe mais conforto visual e criou a oportunidade de incluir uma bancada contínua, que percorre a sala, serve de apoio e ainda ampliou a cozinha”, conta Nicole.
LIVING INTEGRADO | Os ambientes da área social são conectados e ainda integrados ao jardim, com paisagismo assinado por Catê Poli. Cortinas e almofadas da Madeira & Linha Interiores
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
Para preservar a conexão entre o interior e o jardim externo, a solução foi instalar uma porta de serralheria. “Ela permite dividir os espaços sem perder a sensação de continuidade”, explica.
No jardim, a antiga jacuzzi deu lugar a um projeto de paisagismo assinado por Catê Poli (@cate_poli_paisagismo), que trouxe o verde abundante de uma floresta tropical e árvores frutíferas.
SALA DE JANTAR | A mesa da Breton ganhou cadeiras com assento e encosto de palhinha, garimpadas em leilão e restauradas. A bancada com tampo de quartzito oak bamboo, executada pela Marmoraria Unidas, tem marcenaria abaixo feita de madeira pau-ferro pela Móveis Oliveira. Luminária pendente “Li”, assinada por Adriana Yazbek. Objetos decorativos da Black Angel. Persianas da Madeira & Linha Interiores
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
Arquiteta especialista em iluminação residencial e corporativa, Nicole caprichou na iluminação, um dos pontos altos do projeto. Apaixonada por lajes nervuradas, ela enfrentou o desafio de iluminar sem danificar a estrutura.
“Depois de muitos testes, optei por um perfil de LED assimétrico, que percorre toda a extensão da sala, com luz indireta, valorizando o concreto e criando um ambiente suave”, explica. Um detalhe especial: a mesma textura aplicada na laje foi levada às paredes e até sobre o perfil de LED, reforçando a continuidade visual.
COZINHA | Vinda da sala de jantar, a bancada de quartzito oak bamboo, executada pela Marmoraria Unidas e Brasigran, com gabinete de madeira pau-ferro, produzido pela Móveis Oliveira, estente-se até a área de trabalho da cozinha, aproveitando toda a extensão da parede. Objetos decorativos da Black Angel. As paredes receberam painel frisado branco, pela mesma marcenaria, o que garante leveza ao ambiente
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
A paleta neutra e elegante, com muito off-white, madeira natural e tons terrosos, compõe a base para destacar móveis e objetos de design. No living, peças assinadas por nomes como Paulo Alves, Percival Lafer, Sergio Rodrigues e Pierre Jeanneret convivem com garimpos de antiquários e leilões. “Queria um ambiente que unisse modernismo atemporal e brasilidade”, diz a arquiteta.
ESCADA | O guarda-corpo de chapas metálicas perfuradas quase se mimetizada ao painel frisado branco de marcenaria
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
O acervo de arte contemporânea também ocupa um papel central na ambientação. Obras de Rafael Sliks e fotografias de Érico Hiller, por exemplo, aliam-se a peças decorativas e de artesanato e pontuam os ambientes. “Fomos montando esse acervo ao longo dos anos, em viagens e visitas a ateliês. É a nossa história na parede”, comenta.
ESCRITÓRIO | Instalado na área social, o espaço tem bancada suspensa de pau-ferro, com execução da Móveis Oliveira, e prateleiras ultrafinas de serralheria. Poltrona “Beg”, de Sergio Rodrigues. Na parede, arandela “Girassol”, do Decarvalho Atelier. Espalhadas pela bancada e prateleiras, luminárias à bateria e no modelo clip, todas da Labluz. Quadro da Papel Assinado
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
Cada canto foi pensado para receber e para o dia a dia. Um home office discreto foi instalado sob a escada, enquanto a sala de TV no piso superior funciona como área íntima. “Moramos e trabalhamos aqui, então a casa precisava ser funcional, acolhedora e inspiradora em todos os momentos”, diz Nicole.
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SALA DE TV | No piso superior, o ambiente funciona como área íntima, com sofá confortável para assistir à TV instalada em meio a rack e prateleiras brancos, produzidos pela Móveis Oliveira. O minimalismo é quebrado pelo tapete da Koord e os quadros do acervo pessoal. Arandela “Lampe de Marseille”, da Nemo Lighting, projetada por Le Corbusier nos anos 1950. Objetos decorativos da Black Angel
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
Entre os materiais, destaque para a marcenaria de pau-ferro, a pedra natural brasileira oak bamboo e tecidos naturais, como a palha. Os móveis de madeira aquecem a base neutra e a iluminação cênica – com pendentes, arandelas e luminárias de luz difusa – completa a atmosfera intimista.
RETRATO | A arquiteta Nicole Gomes, especializada em iluminação, está sala de estar. Ao fundo, luminária de piso “Satélite”, de Tiago Curioni, e obra de Rafael Sliks
Mariana Orsi/Divulgação | Produção: Mayra Navarro
Nicole define o conceito do projeto como um equilíbrio entre sofisticação e despretensão. “Queria que o nosso lar fosse bonito, claro, mas, principalmente, um lugar onde amigos e família se sentissem acolhidos. Tudo aqui conta uma história – das peças de design aos objetos e quadros que escolhemos com calma ao longo da vida”, finaliza.

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