Casa-ateliê mistura arte, arquitetura e natureza em refúgio no interior de SP

Construída do zero, a morada combina tons naturais, texturas artesanais e arquitetura essencialista para receber artistas e hóspedes no alto da Serra do Mar No alto da Serra do Mar, em Catuçaba, São Luís do Paraitinga, no interior de São Paulo, onde o verde das montanhas encontra o céu azul sem pressa, ergueu-se uma casa que é também abrigo artístico e território de contemplação.
Batizada de “Villa Sarre”, a morada foi sonhada e construída do zero pela artista plástica Vanessa Meyer (@vanessameyer__), que assina tanto a arquitetura quanto o design de interiores deste refúgio essencialista e poético.
“Ela nasceu do meu desejo de reencontro com a origem – com a terra, a memória e o silêncio que inspira”, revela Vanessa.
SALA DE JANTAR | A mesa de madeira maciça veio da Amazônia e foi composta com cadeiras de fibra natural e luminária de cestaria. Ao lado, a ilha com base de pedras brancas e tampo feito de concreto armado queimado com cimento branco demarca a cozinha aberta. Paredes, tetos e pisos receberam um reboco rústico
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
Com 576 m² de área construída em um terreno de mais de 113 mil m², a casa mistura rusticidade e elegância com a leveza própria de quem sabe ouvir o entorno. Os espaços se distribuem de maneira fluida no platô: sala de estar, área de jantar integrada com cozinha gourmet, piscina com vista aberta para as montanhas e três suítes – sendo uma máster.
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Vanessa comprou a fazenda, desenhou tudo – da arquitetura ao paisagismo –, validou com um engenheiro e fez a obra com equipe própria, desde abrir as estradas, instalar água, esgoto e reservatórios, à construção e decoração. Tudo pensado para acolher tanto os momentos íntimos da proprietária quanto artistas convidados e hóspedes.
ESTANTE | A estante foi construída com reboco rústico para abrigar livros variados e objetos de barro branco, como a imagem de Nossa Senhora no alto. Lustres de cestaria e cortinas de linho. Por meio da porta, pode-se contemplar uma oliveira
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
O maior desafio foi equilibrar a simplicidade estética com a sofisticação discreta. “Queria trazer a arte abstrata para dentro da arquitetura, desenhar de forma exata um movimento de construção em um infinito vão limitado”, explica Vanessa. Os tons da terra guiam a paleta cromática, com destaque para o off-white, escolhido por suavizar o rústico e dialogar com o verde da mata e o azul-celeste.
Paredes, tetos e pisos receberam um reboco rústico (“de colher”), assim como a estante, que abriga livros variados e peças de barro branco.
SUÍTE | Em um das suítes, os nichos seguem o padrão do restante da casa, construída com reboco rústico em off-white. Rede de fibra de coco e objetos barro branco comprados em viagem à Bahia
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
Na escolha dos materiais, predominaram texturas naturais e acabamentos artesanais: barro branco, corda, sisal, fibras de coco e madeiras brasileiras convivem com peças garimpadas em viagens pelo Brasil.
SUÍTE | O lavatório fica fora do banheiro, feito de concreto armado e bancada de mármore. A cuba foi produzida a partir de uma pedra encontrada pela proprietária quando abriu as estradas da Villa Sarre
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
Cestarias da Bahia, móveis de madeira vindos da Amazônia e objetos de antiquário contam breves histórias pessoais e coletivas. “Foram anos de pesquisa, de busca por materiais que carregassem alma”, comenta a artista.
BANHEIRO | Rústico, o ambiente de concreto recebeu piso de seixos, que massageiam os pés com o intuito de relaxar, assim como a grande abertura de vidro para a vista da piscina e das montanhas
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
A madeira também marca presença, como a mesa de jantar ao lado da ilha da cozinha feita de pedras brancas e tampo feito de concreto armado queimado com cimento branco.
As obras de arte que ocupam as paredes são todas criações de Vanessa, reforçando a atmosfera de residência artística que permeia o projeto.
VISTA | No platô, a partir das três suítes, pode-se avistar uma sequência de montanhas e o vale. O paisagismo é assinado por Vanessa Meyer, com capins, frutíferas, espada-de-são-jorge e timbérgias. As lavandas são o símbolo da Villa Sarre
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
A vista das três suítes, uma sequência de montanhas e um vale, é um show à parte, aliada ao paisagismo, que conta com capins, frutíferas e um lavandário – a lavanda é o símbolo da Villa Sarre, segundo a proprietária.
PERGOLADO | Anexo à suíte máster, o pergolado tem paisagismo pensado por Vanessa Meyer, onde a tumbérgia, uma trepadeira com flores, é o destaque. Sobre a mesa, ideal para um café da manhã com a bela vista, o vaso de barro branco foi adquirido em uma viagem ao sul da Bahia
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
Outro ponto de destaque é o pergolado, que fica anexo à suíte máster, repleto de plantas escolhidas por Vanessa, com uma mesa para tomar café contemplando a vista deslumbrante.
FACHADA | Os pinheiros ciprestes trazem elegância à construção. Sobre o piso de pedra São Tomé estão as espreguiçadeiras de corda náutica
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
A piscina foi feita de concreto armado, com revestimento de reboco e pintura com pedrinhas e seixo rolado branco, rodeada por piso de pedra São Tomé, onde as espreguiçadeiras dão oportunidade de relaxar sob o céu azul.
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RETRATO | A casa de apoio da Villa Sarre é usada por Vanessa Meyer como ateliê. Teto de madeira pintado e tapete de couro de vaca conferem aconchego ao espaço
Manoel Sá/Divulgação | Produção: Deborah Apsan
“A Villa Sarre foi desenhada não apenas como um espaço de contemplação, mas também para acolher – com cuidado e um serviço de concierge sob medida – os hóspedes e os artistas que venham criar, viver e se reconectar aqui”, resume Vanessa.

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