Arquitetura contra pessoas? Curta de 2003 volta à tona e viraliza nas redes sociais

Um curta-metragem francês gerou debate nas redes sociais por mostrar espaços propositalmente inóspitos de Paris, na França Um documentário em curta-metragem de 2003 ressurgiu, viralizou na internet e gerou debate após ser compartilhado recentemente pela página Architecture & Design no Instagram.
“Le Repos du Fakir” (O Descanso do Faquir, em tradução literal) é um filme de 6 minutos e meio dirigido por Stéphane Argillet e Gilles Paté, que investiga a arquitetura hostil voltada a impedir a permanência de pessoas em situação de rua nos espaços públicos de Paris, na França.
No filme, o personagem experimente se acomodar em locais propositalmente inóspitos em Paris
YouTube/@pategilles/Reprodução
O curta mapeia dispositivos como estruturas inclinadas, barras e “espinhos” instalados estrategicamente em frente a bancos e edifícios públicos em curtos clipes experimentando esses espaços.
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Os criadores da obra traçam uma analogia entre essas estruturas e as “camas de faquir”, leitos repletos de pregos nas quais indianos muçulmanos se deitavam sem dar sinais de sensibilidade para mostrar suas habilidade no controle do corpo, da mente, da respiração e da dor.
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O curta faz uma reflexão sobre como o desenho urbano pode transformar cenários cotidianos em situações de exclusão social. Produzido pela associação Canal Marches, o vídeo lança olhares para as consequências da arquitetura hostil, estimulando o debate sobre a necessidade de espaços públicos mais acolhedores e inclusivos
O vídeo gerou debate na internet com internautas dando opiniões divergentes
YouTube/@pategilles/Reprodução
O vídeo recebeu mais de 33 milhões de visualizações e milhares de comentários com reflexões diferentes. Alguns internautas descordam da argumentação do documentário: “As pessoas não deveriam dormir em locais públicos. O que deveria ser considerado hostil é um governo que não cuida dos necessitados”, escreveu um usuário. “É tão triste quando moradores de rua viciados em drogas não conseguem atormentar as cidades”, ironizou outro.
“Não critique a chamada arquitetura ‘hostil’ até que você tenha pessoalmente tido que limpar a bagunça deixada por pessoas em espaços que não possuem essas características infelizmente necessárias”, apontou um terceiro.
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Outros internautas se mostraram impactados pela proposta do vídeo: “É uma estratégia de design horrível e sem empatia”, comentou uma pessoa. “Pague milhões para esconder o problema e não para resolvê-lo. Bom trabalho, humanos”, disse outra. “Eles preferem construir obstáculos anti-moradia do que combater a falta de moradia”, observou mais uma.

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