As peças devem seguir as normas atuais e ter certificação para evitar o risco de choques e até mesmo de incêndios O número de acidentes por choque elétrico aumentou em 9,2% em 2024 em relação ao ano anterior, segundo levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel). Ao somar ocorrências fatais e não fatais, foram 1.077 casos no ano passado, ante 986 registrados em 2023.
Já as mortes por este tipo de ocorrência cresceram 12,6% no mesmo período, com 759 vítimas frente as 674 registradas em 2023. “Os dois maiores locais de acidentes fatais com choque elétrico são a rede de distribuição de energia das concessionárias e dentro das casas, onde há alguns ‘vilões’, como extensões, fios soltos e tomadas quebradas”, detalha o engenheiro eletricista Edson Martinho, CEO da Abracopel.
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Para ele, isso acontece porque há um “descaso” com a eletricidade, que leva as pessoas a praticarem condições perigosas por acharem que não acontecerá nada. “Qualquer choque elétrico abaixo de 50 volts, por exemplo, em área seca, pode ser perigoso e causar uma fibrilação cardíaca. Então, todos os choques das nossas tomadas são perigosíssimos”, continua o especialista.
Muitas pessoas se colocam em risco ao tratarem a eletricidade das tomadas como algo que não oferece perigo
Freepik/ededchechine/Creative Commons
Os dados reforçam a importância dos cuidados com a rede elétrica de casa. “Antes de tudo: instalações elétricas devem sempre ser executadas por mão de obra qualificada e acompanhadas por um profissional habilitado. É o primeiro passo para garantir a segurança, o bom funcionamento e a estética do ambiente”, reforça a arquiteta Janaina Casagrande.
Anderson Schmidt, especialista em interruptores e tomadas da ABB Eletrificação, sugere sempre se atentar à qualidade das tomadas antes de comprá-las. Ele recomenda checar se as peças são certificadas, feitas com bons materiais e se têm um design funcional e prático. Além disso, a capacidade de corrente elétrica deve ser adaptada ao tipo de equipamento que será usado.
“Ao seguir essas dicas, os consumidores podem se assegurar que estão escolhendo tomadas para atender às suas necessidades funcionais, assim como também contribuir significativamente para um ambiente seguro e protegido”, afirma Anderson.
Veja abaixo algumas dúvidas sobre tomadas e as respostas dos especialistas:
Qual a norma para instalação de tomadas residenciais?
A instalação deve seguir a NBR 5410, norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que regula as instalações elétricas de baixa tensão. “Ela define a altura mínima das tomadas, que, geralmente, é de 30 cm do piso acabado; a quantidade mínima por cômodo e os circuitos específicos para tomadas de uso geral e de uso específico, como ar-condicionado e máquina de lavar”, explica Janaina.
No Brasil, o padrão obrigatório de tomada é o modelo definido na NBR 14136, com três pinos redondos
Fasouzafreitas/Wikimedia Commons
A norma sugere, por exemplo, uma tomada a cada 3,5 m de parede em áreas secas e uma a cada 0,5 m em bancadas de cozinha e áreas molhadas, mas a quantidade depende do uso do ambiente.
“O ideal é prever desde o projeto arquitetônico o dimensionamento correto dos circuitos, garantindo funcionalidade e evitando improvisos posteriores. Adaptar a rede elétrica sem projeto pode gerar riscos sérios”, ressalta a arquiteta.
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Quais os padrões oficiais de tomadas residenciais no Brasil?
No Brasil, o padrão obrigatório é o modelo definido na NBR 14136, com três pinos redondos, sendo o terceiro o pino de aterramento. Existem duas espessuras diferentes, conforme a corrente elétrica que suportam:
10A: pinos mais finos, que suportam até cerca de 1270W em 127V (ou 2200W em 220V), ideais para TVs, carregadores e roteadores;
20A: pinos mais grossos, ideais para equipamentos de maior potência, que chegam a 2540W em 127V (ou 4400W em 220V). São recomendados para uso de aparelhos como micro-ondas, máquinas de lavar e secadores de cabelo.
Segundo Edson, o padrão brasileiro de tomadas segue também os requisitos de segurança da norma internacional. “Ele tem um rebaixo para você não tocar a parte metálica quando vai inserir o plugue”, explica.
Benjamins ou filtros de linha podem superaquecer as tomadas e gerar até incêndios
Freepik/Creative Commons
Outro ponto importante é garantir o perfeito encaixe entre o aparelho e a tomada para evitar riscos e sobrecargas. “É justamente neste ponto que acontecem os acidentes, porque estamos falando de, por exemplo, ligar uma air fryer em uma tomada normal ou usando aquele adaptador de pinos. Você esquentará a instalação elétrica, e esse aquecimento pode acabar gerando um princípio de incêndio”, destaca Edson.
Ele também não recomenda o uso de benjamins ou filtros de linha, que acomodam vários aparelhos em uma única tomada. “Todos eles podem gerar aquecimento e princípio de incêndio, que, se não for controlado, toma grandes proporções. No anuário da Abracopel relatamos mais de mil incêndios em 2024, com 50 mortes registradas”, alerta o especialista.
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Qual a diferença entre as tomadas 110V e 220V?
A diferença entre estes dois tipos de tomadas está na tensão elétrica – força que impulsiona a corrente elétrica:
110V (ou 127V) é comum em tomadas de uso geral. Exige fios mais grossos para transportar a energia;
220V é usada para aparelhos de maior potência (chuveiros, ar-condicionado e fornos).
Nunca ligue um aparelho 110V em uma tomada 220V sem verificar a voltagem, pois isso pode queimar o equipamento e até causar um incêndio pela alta descarga elétrica. Já na situação inversa, o aparelho não atinge a sua máxima potência, funcionando apenas parcialmente.
Edson aponta, ainda, que não há diferença no consumo de energia entre as duas voltagens, como se costuma afirmar. A economia está apenas na fiação necessária para o uso do equipamento, o que pode ser vantajoso para quem está construindo ou reformando.
Tomadas certificadas e de bons materiais garantem segurança e menor risco de choques
Freepik/rawpixel.com/Creative Commons
“Quando você liga uma air fryer em uma tomada de 127V, deve-se usar um fio de 4 mm² para suportar o equipamento. Quando você vai para 220V, a corrente é menor, então você pode utilizar um fio de 2,5 mm², economizando na instalação”, detalha.
O que se atentar ao comprar tomadas para a minha casa?
Ao comprar tomadas para a casa, atente-se à certificação de órgãos reconhecidos, como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologiaa (INMETRO) no Brasil. Esses tipos de selos garantem que os produtos passaram por testes de segurança e qualidade.
Janaina dá mais dicas para escolher tomadas elétricas seguras e eficientes: “Prefira marcas reconhecidas, escolha o modelo conforme a potência do equipamento (10A ou 20A) e use tomadas com placas bem acabadas, que se integrem ao design do ambiente. A beleza dos detalhes também conta”, fala a arquiteta.
O especialista da ABB Eletrificação salienta, ainda, que a qualidade dos materiais usados na fabricação das tomadas é fundamental para garantir a durabilidade das peças. O policarbonato, por exemplo, é bastante resistente ao desgaste e costuma não amarelar com facilidade, o que reduz a necessidade de trocas frequentes.
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Quais os riscos de usar tomadas impróprias?
O modelo antigo de tomadas do Brasil não oferece a mesma segurança que os atuais e deve ser substituído
Parzeus/Wikimedia Commons
Tomadas antigas de dois pinos e espelho plano ou aquelas reaproveitadas de outros locais, de marcas desconhecidas ou sem certificação, podem ser um risco potencial para o seu lar. Elas podem causar sobrecarga na rede, curto-circuito e aquecimento dos fios, além dos já citados choques elétricos.
“A tomada é um ponto de conexão entre o equipamento e a instalação elétrica. Sempre verifique a procedência da peça. Quando o produto é de marcas desconhecidas e de má qualidade, pode gerar mau contato, com risco de aquecimento e incêndio”, alerta Edson.
Janaina lembra, ainda, que peças velhas e com design duvidoso podem impactar na arquitetura do espaço. “Há um impacto negativo na estética e no acabamento do ambiente – tomadas antigas comprometem o visual final”, observa Janaina.
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Como proteger as crianças de choques em tomadas?
A instalação do DR (Diferencial Residual) no quadro elétrico garante proteção contra choques
Freepik/bearfotos/Creative Commons
Em casas com crianças, Edson recomenda o uso de “tapa-tomadas” para evitar que os pequenos insiram objetos dentro da peça e tomem choques perigosos. Alguns modelos, porém, podem ser facilmente removidos.
Para o especialista, uma solução mais efetiva é a instalação do DR (Diferencial Residual) no quadro elétrico. O dispositivo tem a função de detectar e bloquear correntes de fuga, protegendo os moradores contra choques. O DR não deve ser confundido com o disjuntor, que protege contra curtos-circuitos e sobrecarga.
“Ele identifica essa corrente de fuga e desliga automaticamente o circuito em milissegundos, impedindo que a pessoa sofra danos graves com o choque elétrico”, explica Edson.
Já as mortes por este tipo de ocorrência cresceram 12,6% no mesmo período, com 759 vítimas frente as 674 registradas em 2023. “Os dois maiores locais de acidentes fatais com choque elétrico são a rede de distribuição de energia das concessionárias e dentro das casas, onde há alguns ‘vilões’, como extensões, fios soltos e tomadas quebradas”, detalha o engenheiro eletricista Edson Martinho, CEO da Abracopel.
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Para ele, isso acontece porque há um “descaso” com a eletricidade, que leva as pessoas a praticarem condições perigosas por acharem que não acontecerá nada. “Qualquer choque elétrico abaixo de 50 volts, por exemplo, em área seca, pode ser perigoso e causar uma fibrilação cardíaca. Então, todos os choques das nossas tomadas são perigosíssimos”, continua o especialista.
Muitas pessoas se colocam em risco ao tratarem a eletricidade das tomadas como algo que não oferece perigo
Freepik/ededchechine/Creative Commons
Os dados reforçam a importância dos cuidados com a rede elétrica de casa. “Antes de tudo: instalações elétricas devem sempre ser executadas por mão de obra qualificada e acompanhadas por um profissional habilitado. É o primeiro passo para garantir a segurança, o bom funcionamento e a estética do ambiente”, reforça a arquiteta Janaina Casagrande.
Anderson Schmidt, especialista em interruptores e tomadas da ABB Eletrificação, sugere sempre se atentar à qualidade das tomadas antes de comprá-las. Ele recomenda checar se as peças são certificadas, feitas com bons materiais e se têm um design funcional e prático. Além disso, a capacidade de corrente elétrica deve ser adaptada ao tipo de equipamento que será usado.
“Ao seguir essas dicas, os consumidores podem se assegurar que estão escolhendo tomadas para atender às suas necessidades funcionais, assim como também contribuir significativamente para um ambiente seguro e protegido”, afirma Anderson.
Veja abaixo algumas dúvidas sobre tomadas e as respostas dos especialistas:
Qual a norma para instalação de tomadas residenciais?
A instalação deve seguir a NBR 5410, norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que regula as instalações elétricas de baixa tensão. “Ela define a altura mínima das tomadas, que, geralmente, é de 30 cm do piso acabado; a quantidade mínima por cômodo e os circuitos específicos para tomadas de uso geral e de uso específico, como ar-condicionado e máquina de lavar”, explica Janaina.
No Brasil, o padrão obrigatório de tomada é o modelo definido na NBR 14136, com três pinos redondos
Fasouzafreitas/Wikimedia Commons
A norma sugere, por exemplo, uma tomada a cada 3,5 m de parede em áreas secas e uma a cada 0,5 m em bancadas de cozinha e áreas molhadas, mas a quantidade depende do uso do ambiente.
“O ideal é prever desde o projeto arquitetônico o dimensionamento correto dos circuitos, garantindo funcionalidade e evitando improvisos posteriores. Adaptar a rede elétrica sem projeto pode gerar riscos sérios”, ressalta a arquiteta.
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Quais os padrões oficiais de tomadas residenciais no Brasil?
No Brasil, o padrão obrigatório é o modelo definido na NBR 14136, com três pinos redondos, sendo o terceiro o pino de aterramento. Existem duas espessuras diferentes, conforme a corrente elétrica que suportam:
10A: pinos mais finos, que suportam até cerca de 1270W em 127V (ou 2200W em 220V), ideais para TVs, carregadores e roteadores;
20A: pinos mais grossos, ideais para equipamentos de maior potência, que chegam a 2540W em 127V (ou 4400W em 220V). São recomendados para uso de aparelhos como micro-ondas, máquinas de lavar e secadores de cabelo.
Segundo Edson, o padrão brasileiro de tomadas segue também os requisitos de segurança da norma internacional. “Ele tem um rebaixo para você não tocar a parte metálica quando vai inserir o plugue”, explica.
Benjamins ou filtros de linha podem superaquecer as tomadas e gerar até incêndios
Freepik/Creative Commons
Outro ponto importante é garantir o perfeito encaixe entre o aparelho e a tomada para evitar riscos e sobrecargas. “É justamente neste ponto que acontecem os acidentes, porque estamos falando de, por exemplo, ligar uma air fryer em uma tomada normal ou usando aquele adaptador de pinos. Você esquentará a instalação elétrica, e esse aquecimento pode acabar gerando um princípio de incêndio”, destaca Edson.
Ele também não recomenda o uso de benjamins ou filtros de linha, que acomodam vários aparelhos em uma única tomada. “Todos eles podem gerar aquecimento e princípio de incêndio, que, se não for controlado, toma grandes proporções. No anuário da Abracopel relatamos mais de mil incêndios em 2024, com 50 mortes registradas”, alerta o especialista.
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Qual a diferença entre as tomadas 110V e 220V?
A diferença entre estes dois tipos de tomadas está na tensão elétrica – força que impulsiona a corrente elétrica:
110V (ou 127V) é comum em tomadas de uso geral. Exige fios mais grossos para transportar a energia;
220V é usada para aparelhos de maior potência (chuveiros, ar-condicionado e fornos).
Nunca ligue um aparelho 110V em uma tomada 220V sem verificar a voltagem, pois isso pode queimar o equipamento e até causar um incêndio pela alta descarga elétrica. Já na situação inversa, o aparelho não atinge a sua máxima potência, funcionando apenas parcialmente.
Edson aponta, ainda, que não há diferença no consumo de energia entre as duas voltagens, como se costuma afirmar. A economia está apenas na fiação necessária para o uso do equipamento, o que pode ser vantajoso para quem está construindo ou reformando.
Tomadas certificadas e de bons materiais garantem segurança e menor risco de choques
Freepik/rawpixel.com/Creative Commons
“Quando você liga uma air fryer em uma tomada de 127V, deve-se usar um fio de 4 mm² para suportar o equipamento. Quando você vai para 220V, a corrente é menor, então você pode utilizar um fio de 2,5 mm², economizando na instalação”, detalha.
O que se atentar ao comprar tomadas para a minha casa?
Ao comprar tomadas para a casa, atente-se à certificação de órgãos reconhecidos, como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologiaa (INMETRO) no Brasil. Esses tipos de selos garantem que os produtos passaram por testes de segurança e qualidade.
Janaina dá mais dicas para escolher tomadas elétricas seguras e eficientes: “Prefira marcas reconhecidas, escolha o modelo conforme a potência do equipamento (10A ou 20A) e use tomadas com placas bem acabadas, que se integrem ao design do ambiente. A beleza dos detalhes também conta”, fala a arquiteta.
O especialista da ABB Eletrificação salienta, ainda, que a qualidade dos materiais usados na fabricação das tomadas é fundamental para garantir a durabilidade das peças. O policarbonato, por exemplo, é bastante resistente ao desgaste e costuma não amarelar com facilidade, o que reduz a necessidade de trocas frequentes.
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Quais os riscos de usar tomadas impróprias?
O modelo antigo de tomadas do Brasil não oferece a mesma segurança que os atuais e deve ser substituído
Parzeus/Wikimedia Commons
Tomadas antigas de dois pinos e espelho plano ou aquelas reaproveitadas de outros locais, de marcas desconhecidas ou sem certificação, podem ser um risco potencial para o seu lar. Elas podem causar sobrecarga na rede, curto-circuito e aquecimento dos fios, além dos já citados choques elétricos.
“A tomada é um ponto de conexão entre o equipamento e a instalação elétrica. Sempre verifique a procedência da peça. Quando o produto é de marcas desconhecidas e de má qualidade, pode gerar mau contato, com risco de aquecimento e incêndio”, alerta Edson.
Janaina lembra, ainda, que peças velhas e com design duvidoso podem impactar na arquitetura do espaço. “Há um impacto negativo na estética e no acabamento do ambiente – tomadas antigas comprometem o visual final”, observa Janaina.
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Como proteger as crianças de choques em tomadas?
A instalação do DR (Diferencial Residual) no quadro elétrico garante proteção contra choques
Freepik/bearfotos/Creative Commons
Em casas com crianças, Edson recomenda o uso de “tapa-tomadas” para evitar que os pequenos insiram objetos dentro da peça e tomem choques perigosos. Alguns modelos, porém, podem ser facilmente removidos.
Para o especialista, uma solução mais efetiva é a instalação do DR (Diferencial Residual) no quadro elétrico. O dispositivo tem a função de detectar e bloquear correntes de fuga, protegendo os moradores contra choques. O DR não deve ser confundido com o disjuntor, que protege contra curtos-circuitos e sobrecarga.
“Ele identifica essa corrente de fuga e desliga automaticamente o circuito em milissegundos, impedindo que a pessoa sofra danos graves com o choque elétrico”, explica Edson.



