Da escolha do material do recipiente ao passo a passo do plantio, saiba como garantir um jardim bonito e saudável a partir da escolha do vaso Os jardins em vasos, dispostos na varanda ou em ambientes internos, a exemplo da cozinha e da sala de estar, ganham cada vez mais adeptos como uma forma de trazer a natureza para dentro de casa – mesmo para quem não dispõe de um “pedaço de chão” para plantar.
“Principalmente em grandes metrópoles, como São Paulo, nem sempre contamos com o privilégio de dispor de um terraço com terra. Mas é possível trabalhar a exuberância de um jardim com diferentes folhagens plantadas em vasos e floreiras”, diz a arquiteta paisagista Catê Poli.
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Além de escolher as espécies certas para o tipo de local onde se cultivará, segundo a insolação, a umidade, os ventos e o clima, é importante fazer o plantio de forma adequada para que as plantas cresçam – e permaneçam – saudáveis.
O apartamento de 180 m² recebeu plantas tropicais junto à janela da sala de estar, que formam um jardim interno. Projeto do arquiteto Maurício Arruda
Christian Maldonado/Editora Globo
Atualmente, o mercado oferece inúmeros modelos de vasos e floreiras para todos os estilos de decoração, produzidos de forma industrial ou artesanal, e com acabamentos que vão do rústico ao moderno e tecnológico.
A escolha do vaso
A seleção do vaso ideal é primordial para que o cultivo dê certo e a planta possa se desenvolver plenamente. Segundo o paisagista João Jadão, o tipo certo de recipiente depende da espécie. Antes de comprar, faça uma pesquisa prévia para conhecer as características da vegetação e o tamanho que atingirá em sua fase adulta.
“Essas informações determinarão as medidas e o material do vaso. Com a diversidade que encontramos nas lojas, as questões a serem consideradas vão além da aparência”, diz o paisagista.
Catê e João indicam, ainda, analisar os comportamentos da planta, como o consumo de água. Como exemplo, caso a espécie demande rega frequente, um vaso de barro pode não ser o mais indicado, pois se trata de um material poroso, que facilita a evaporação do líquido. Por conta disso, será necessário aumentar a quantidade de regas.
A escolha do material e o formato do vaso dependem das características da planta que será cultivada
Freepik/Creative Commons
No caso de plantas como a jabuticabeira, é preciso considerar um vaso grande, com espaço suficiente para o crescimento das raízes da árvore frutífera. Já espécies como a maranta charuto (Calathea lutea) podem viver bem em recipientes menores, apesar das amplas folhas. “O importante é considerar o porte que a espécie necessita para garantir um progresso saudável”, ressalta João.
Além do tamanho da planta, o vaso também deve respeitar as necessidades de drenagem da espécie, orienta Clóvis Souza, CEO e fundador da Giuliana Flores. Para vegetações de crescimento rápido ou raízes mais volumosas, prefira recipientes maiores, com cerca de 2 a 4 cm de sobra em relação ao torrão (porção de terra que envolve as raízes da planta).
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“Já para espécies mais compactas, vasos menores funcionam bem, desde que tenham furos na base para escoamento da água. Também é importante considerar o ambiente. Áreas externas pedem materiais mais resistentes ao tempo, enquanto interiores podem explorar mais design e leveza”, ensina Clóvis.
A camada de drenagem no fundo do vaso evita que as raízes apodreçam pelo acúmulo de água
Freepik/Creative Commons
Clóvis detalha as características dos principais materiais para vasos:
Plástico: leves e práticos, são ideais para quem gosta de movimentar os vasos. Porém, retêm mais umidade, exigindo atenção na rega;
Cerâmica/terracota: tradicionais e respiráveis, favorecem o equilíbrio da umidade. Por serem porosos, podem ressecar o solo mais rapidamente e são mais frágeis;
Fibra de vidro: elegantes e duráveis, têm excelente acabamento e resistência, sendo ótimos para áreas internas e externas;
Metal: modernos, mas esquentam com facilidade e podem oxidar. É recomendável usar com vasos internos plásticos;
Cimento/concreto: muito estáveis, ótimos para áreas externas. Pesam mais, o que exige cuidado na movimentação e com sobrepeso na laje.
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Preparação para o plantio
Para um cultivo bem-sucedido, o segredo está em preparar corretamente o vaso ou a floreira para receber as plantas. “Um bom preparo faz toda a diferença na saúde da vegetação”, diz Clóvis. A primeira etapa é a drenagem, que consiste em colocar, no fundo do vaso, materiais que ajudem a evitar o acúmulo de água nas raízes.
Em seguida vem a aplicação da manta geotêxtil, que serve para impedir que o substrato não se misture com os materiais da drenagem. “Por ser permeável, ela mantém o sistema funcional dentro do processo”, fala João. Por último, deve-se colocar o substrato adubado para cobrir a planta.
A primeira rega depois do plantio deve ser generosa para assentar bem o solo no vaso
Freepik/Creative Commons
Veja abaixo um passo a passo indicado por Clóvis:
Drenagem: coloque argila expandida, brita ou cacos de cerâmica no fundo do vaso (cerca de 2 a 3 cm);
Filtro: ponha um pedaço de manta geotêxtil ou TNT por cima da drenagem para impedir que o substrato desça e entupa os furos do recipiente;
Substrato: preencha com vaso com substrato ou terra preparada ideal para a espécie, deixando um espaço para acomodar a planta;
Plantio: coloque a planta ou semente e finalize preenchendo com mais substrato. Pressione suavemente;
Rega: a primeira rega deve ser generosa para assentar o solo.
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Cuidados ao colocar a planta
O momento de colocar a planta no vaso é um passo importante do cultivo. É preciso, antes de tudo, atentar-se para não exagerar na quantidade de substrato. “Abra espaço suficiente para o torrão da planta, mantendo-a na mesma altura que estava no recipiente anterior e, em seguida, complete com mais substrato. Pressione levemente e regue”, ensina Clóvis.
Ao plantar em vasos, lembre-se de deixar espaço suficiente para caber o torrão (terra com as raízes)
Freepik/rawpixel.com/Creative Commons
Segundo o especialista, para sementes, a regra geral é cobrir com 2 a 3 vezes a espessura da própria semente. “Evite apertar demais o solo para não dificultar a germinação ou crescimento”, indica.
Diferença entre terra e substrato
Outro ponto importante é saber que terra e substrato não são o mesmo tipo de insumo. A terra, solo natural de crescimento das plantas, é composta por minerais, matéria orgânica, água e organismos vivos. “A terra comum é rica em matéria orgânica, porém mais densa e pesada. Requer correções para drenagem ideal em vasos”, comenta Clóvis.
Já o substrato é uma mistura preparada para fornecer nutrientes e condições de crescimento para diferentes tipos de plantas. Em sua composição, há materiais como areia, turfa, humus, casca de pinus, perlita e fibra de coco, dependendo da necessidade da espécie. “É uma mistura leve e equilibrada, que favorece a drenagem, oxigenação e nutrição”, diz o CEO.
O substrato pode conter ou não terra, dependendo da necessidade de retenção de água da planta. “Para vasos, o substrato é sempre a melhor escolha, pois ele evita compactação e favorece o desenvolvimento das raízes”, indica Clóvis.
É importante saber que terra e substrato são diferentes, sendo este último mais indicado para vasos
Freepik/Creative Commons
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Paisagismo com vasos e floreiras
Clóvis dá algumas dicas para quem quer montar um jardim caseiro composto somente de vasos e floreiras.
Misture recipientes de tamanhos e alturas variados para criar profundidade visual;
Escolha vasos de cores neutras e formatos variadas para valorizar as plantas;
Agrupe plantas com necessidades semelhantes (sol, sombra e rega);
Intercale folhagens e flores para um efeito dinâmico e equilibrado;
Use vasos maiores para espécies de destaque e pequenos para complementos ou detalhes.
Catê e João indicam, ainda, optar por plantas já enraizadas, ou seja, aquelas já adaptadas ao cultivo em vaso. “É uma forma de garantir menos manutenção e mais segurança, evitando problemas de adaptação, como a queda de folhas ou o estresse da planta durante a mudança de ambiente”, concluem os especialistas.
“Principalmente em grandes metrópoles, como São Paulo, nem sempre contamos com o privilégio de dispor de um terraço com terra. Mas é possível trabalhar a exuberância de um jardim com diferentes folhagens plantadas em vasos e floreiras”, diz a arquiteta paisagista Catê Poli.
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Além de escolher as espécies certas para o tipo de local onde se cultivará, segundo a insolação, a umidade, os ventos e o clima, é importante fazer o plantio de forma adequada para que as plantas cresçam – e permaneçam – saudáveis.
O apartamento de 180 m² recebeu plantas tropicais junto à janela da sala de estar, que formam um jardim interno. Projeto do arquiteto Maurício Arruda
Christian Maldonado/Editora Globo
Atualmente, o mercado oferece inúmeros modelos de vasos e floreiras para todos os estilos de decoração, produzidos de forma industrial ou artesanal, e com acabamentos que vão do rústico ao moderno e tecnológico.
A escolha do vaso
A seleção do vaso ideal é primordial para que o cultivo dê certo e a planta possa se desenvolver plenamente. Segundo o paisagista João Jadão, o tipo certo de recipiente depende da espécie. Antes de comprar, faça uma pesquisa prévia para conhecer as características da vegetação e o tamanho que atingirá em sua fase adulta.
“Essas informações determinarão as medidas e o material do vaso. Com a diversidade que encontramos nas lojas, as questões a serem consideradas vão além da aparência”, diz o paisagista.
Catê e João indicam, ainda, analisar os comportamentos da planta, como o consumo de água. Como exemplo, caso a espécie demande rega frequente, um vaso de barro pode não ser o mais indicado, pois se trata de um material poroso, que facilita a evaporação do líquido. Por conta disso, será necessário aumentar a quantidade de regas.
A escolha do material e o formato do vaso dependem das características da planta que será cultivada
Freepik/Creative Commons
No caso de plantas como a jabuticabeira, é preciso considerar um vaso grande, com espaço suficiente para o crescimento das raízes da árvore frutífera. Já espécies como a maranta charuto (Calathea lutea) podem viver bem em recipientes menores, apesar das amplas folhas. “O importante é considerar o porte que a espécie necessita para garantir um progresso saudável”, ressalta João.
Além do tamanho da planta, o vaso também deve respeitar as necessidades de drenagem da espécie, orienta Clóvis Souza, CEO e fundador da Giuliana Flores. Para vegetações de crescimento rápido ou raízes mais volumosas, prefira recipientes maiores, com cerca de 2 a 4 cm de sobra em relação ao torrão (porção de terra que envolve as raízes da planta).
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“Já para espécies mais compactas, vasos menores funcionam bem, desde que tenham furos na base para escoamento da água. Também é importante considerar o ambiente. Áreas externas pedem materiais mais resistentes ao tempo, enquanto interiores podem explorar mais design e leveza”, ensina Clóvis.
A camada de drenagem no fundo do vaso evita que as raízes apodreçam pelo acúmulo de água
Freepik/Creative Commons
Clóvis detalha as características dos principais materiais para vasos:
Plástico: leves e práticos, são ideais para quem gosta de movimentar os vasos. Porém, retêm mais umidade, exigindo atenção na rega;
Cerâmica/terracota: tradicionais e respiráveis, favorecem o equilíbrio da umidade. Por serem porosos, podem ressecar o solo mais rapidamente e são mais frágeis;
Fibra de vidro: elegantes e duráveis, têm excelente acabamento e resistência, sendo ótimos para áreas internas e externas;
Metal: modernos, mas esquentam com facilidade e podem oxidar. É recomendável usar com vasos internos plásticos;
Cimento/concreto: muito estáveis, ótimos para áreas externas. Pesam mais, o que exige cuidado na movimentação e com sobrepeso na laje.
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Preparação para o plantio
Para um cultivo bem-sucedido, o segredo está em preparar corretamente o vaso ou a floreira para receber as plantas. “Um bom preparo faz toda a diferença na saúde da vegetação”, diz Clóvis. A primeira etapa é a drenagem, que consiste em colocar, no fundo do vaso, materiais que ajudem a evitar o acúmulo de água nas raízes.
Em seguida vem a aplicação da manta geotêxtil, que serve para impedir que o substrato não se misture com os materiais da drenagem. “Por ser permeável, ela mantém o sistema funcional dentro do processo”, fala João. Por último, deve-se colocar o substrato adubado para cobrir a planta.
A primeira rega depois do plantio deve ser generosa para assentar bem o solo no vaso
Freepik/Creative Commons
Veja abaixo um passo a passo indicado por Clóvis:
Drenagem: coloque argila expandida, brita ou cacos de cerâmica no fundo do vaso (cerca de 2 a 3 cm);
Filtro: ponha um pedaço de manta geotêxtil ou TNT por cima da drenagem para impedir que o substrato desça e entupa os furos do recipiente;
Substrato: preencha com vaso com substrato ou terra preparada ideal para a espécie, deixando um espaço para acomodar a planta;
Plantio: coloque a planta ou semente e finalize preenchendo com mais substrato. Pressione suavemente;
Rega: a primeira rega deve ser generosa para assentar o solo.
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Cuidados ao colocar a planta
O momento de colocar a planta no vaso é um passo importante do cultivo. É preciso, antes de tudo, atentar-se para não exagerar na quantidade de substrato. “Abra espaço suficiente para o torrão da planta, mantendo-a na mesma altura que estava no recipiente anterior e, em seguida, complete com mais substrato. Pressione levemente e regue”, ensina Clóvis.
Ao plantar em vasos, lembre-se de deixar espaço suficiente para caber o torrão (terra com as raízes)
Freepik/rawpixel.com/Creative Commons
Segundo o especialista, para sementes, a regra geral é cobrir com 2 a 3 vezes a espessura da própria semente. “Evite apertar demais o solo para não dificultar a germinação ou crescimento”, indica.
Diferença entre terra e substrato
Outro ponto importante é saber que terra e substrato não são o mesmo tipo de insumo. A terra, solo natural de crescimento das plantas, é composta por minerais, matéria orgânica, água e organismos vivos. “A terra comum é rica em matéria orgânica, porém mais densa e pesada. Requer correções para drenagem ideal em vasos”, comenta Clóvis.
Já o substrato é uma mistura preparada para fornecer nutrientes e condições de crescimento para diferentes tipos de plantas. Em sua composição, há materiais como areia, turfa, humus, casca de pinus, perlita e fibra de coco, dependendo da necessidade da espécie. “É uma mistura leve e equilibrada, que favorece a drenagem, oxigenação e nutrição”, diz o CEO.
O substrato pode conter ou não terra, dependendo da necessidade de retenção de água da planta. “Para vasos, o substrato é sempre a melhor escolha, pois ele evita compactação e favorece o desenvolvimento das raízes”, indica Clóvis.
É importante saber que terra e substrato são diferentes, sendo este último mais indicado para vasos
Freepik/Creative Commons
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Paisagismo com vasos e floreiras
Clóvis dá algumas dicas para quem quer montar um jardim caseiro composto somente de vasos e floreiras.
Misture recipientes de tamanhos e alturas variados para criar profundidade visual;
Escolha vasos de cores neutras e formatos variadas para valorizar as plantas;
Agrupe plantas com necessidades semelhantes (sol, sombra e rega);
Intercale folhagens e flores para um efeito dinâmico e equilibrado;
Use vasos maiores para espécies de destaque e pequenos para complementos ou detalhes.
Catê e João indicam, ainda, optar por plantas já enraizadas, ou seja, aquelas já adaptadas ao cultivo em vaso. “É uma forma de garantir menos manutenção e mais segurança, evitando problemas de adaptação, como a queda de folhas ou o estresse da planta durante a mudança de ambiente”, concluem os especialistas.