Aprenda a identificar e prevenir os deslizes que podem fazer a sua obra sair do orçamento previsto A realização de uma obra, seja ela a construção de um novo espaço, seja a reforma de um ambiente existente, traz uma sensação de conquista e renovação. No entanto, para que tudo saia conforme o planejado – sem surpresas desagradáveis – é essencial ter um bom planejamento. Caso contrário, alguns erros podem fazer o orçamento sair do controle e transformar o seu sonho em uma dor de cabeça.
Leia mais
“O planejamento de qualquer atividade, em especial de uma obra, é essencial para podermos provisionar as atividades que serão realizadas, bem como os recursos financeiros para a sua execução. Esta etapa é essencial e primordial para que o orçamento não extrapole os nossos limites”, afirma Alexandre Ferraz de Campos, coordenador do curso de Engenharia Civil da Faculdade Anhanguera.
A importância de um bom planejamento
Conte com a ajuda de um profissional habilitado para ter certeza sobre o orçamento antes de iniciar a reforma
Unsplash/Daniel McCullough/CreativeCommons
Segunda a arquiteta Manoella Alves, tudo feito com organização, previsibilidade e planejamento auxilia na economia. “Em obras, isso não é diferente. Se já temos definido, em projeto, tudo o que será usado em determinada construção, conseguimos prever o custo dela e se está dentro da expectativa financeira do cliente”, garante.
Ela explica que a programação deve considerar possíveis reajustes de valores para cada fase da obra. “É o que chamamos de margem, mas com o planejamento bem feito essa margem é só uma medida de segurança para que não se ultrapasse o limite do que pode ser investido, assim não geramos frustrações e desgaste com o cliente”, esclarece a arquiteta.
Erros mais comuns que podem aumentar os custos e atrasar a obra
Os erros mais comuns acontecem em contrações de serviços, especialmente quando mal gerenciados. “Seja qual for a obra, é essencial ser respeitada a sequência das etapas construtivas, pois é desta forma que conseguimos minimizar o retrabalho, fator este que está diretamente vinculado aos custos. Quanto maior o retrabalho, maior será o desembolso”, avisa Alexandre. Confira quais são eles:
1. Falta de detalhamento do projeto
Detalhar um projeto antes de uma obra evita imprevistos, otimiza custos e prazos, além de garantir que o resultado atenda às expectativas do morador
Freepik/mindandi/Creative Commons
Um projeto mal detalhado pode gerar retrabalho, desperdício de materiais, atrasos na execução e até mesmo problemas de segurança – tudo isso contribuindo para um aumento inesperado nas despesas. “Quando não contemplamos os detalhes de execução da atividade, ficamos muito vulneráveis a se deparar com gastos não previstos pela falta de informação que deveria estar em projeto”, diz Alexandre.
Leia mais
2. Erros na quantificação de materiais e 3. Mão de obra desqualificada
Erros nos cálculos de áreas, volumes e dimensões dos elementos construtivos podem levar a quantitativos errados, causando um aumento nos custos da obra
Freepik/Creative Commons
A imprecisão na quantificação de materiais leva a excessos ou faltas de estoque. Já a mão de obra desqualificada contribui para retrabalho, atrasos e problemas de qualidade, elevando os custos operacionais.
“Não havendo o detalhamento do projeto, é evidente que erros na quantificação de materiais e mão de obra deverão acontecer, pois será inviável mensurar a quantidade de materiais necessários para execução e tão pouco prever a duração da atividade”, ele comenta.
4. Orçamento inadequado
Um orçamento inadequado pode levar a atrasos na entrega e aumento dos gastos em um projeto
Freepik/gpointstudio/Creative Commons
Se o orçamento for mal elaborado ou inexistente, também pode levar a imprevistos, atrasos, retrabalho e, consequentemente, a gastos adicionais que não foram planejados. “Na sequência, iremos nos deparar com um orçamento incorreto, de forma que demandaremos mais tempo e gastos com fretes para as compras complementares”, continua Alexandre.
5. Falta de cronograma realista
O cronograma que estabelece prazos muito curtos ou impossíveis de serem cumpridos, com base em expectativas pouco factíveis ou em uma análise inadequada da realidade da obra, torna-se irreal, podendo gerar frustração, retrabalho, custos adicionais e até mesmo o abandono da obra. “Posto este cenário, o cronograma ficou comprometido, ou seja, não real”, afirma o coordenador.
Leia mais
6. Ausência de gestão da obra
O gestor da obra é fundamental para que os fornecedores saibam de suas funções e estejam alinhados com o cronograma
Freepik/Creative Commons
A falta de acompanhamento técnico e gerenciamento adequado pode trazer diversas consequências negativas, que impactam diretamente o orçamento da obra. “Para que o caos se instale, basta incluir a ausência de profissionais que possam fazer a gestão da obra, estabelecendo prioridades e organizando o dia a dia”, ele reitera.
7. Sair do planejamento
É comum que ocorram desvios no planejamento durante a execução de uma obra, porém a equipe de gestão deve ficar atenta para tomar medidas corretivas e minimizar seus impactos. “O problema é que, na soma final, essas trocas geram um custo extrapolado da obra. São itens que, no momento, parecem pouco. Um exemplo clássico: quando troca o piso por um que só tem R$ 10 de diferença por metro quadrado”, exemplifica a arquiteta.
8. Modificações durante a obra
Segundo Manoella, o maior erro que as pessoas cometem são as modificações durante a obra. “O retrabalho custa muito caro. O cliente precisa entender que o momento de fazer modificações, ajustes ou tirar dúvidas, é durante a elaboração do projeto enquanto a obra ainda é apenas papel, porque depois que obra começa a acontecer, tudo gera muito mais transtorno e custo alto”, alerta.
Leia mais
Medidas preventivas para amenizar esses erros
Para minimizar erros que podem encarecer uma obra, é fundamental entender as referências e os gostos do cliente, desenvolver um projeto detalhado e manter uma comunicação clara com a equipe
Pexels/MART PRODUCTION/Creative Commons
Para Manoella, é importante que o cliente compreenda os benefícios da proposta oferecida para evitar esses erros durante a obra. Isso envolve comunicação clara, transparência e, acima de tudo, considerar as suas necessidades e os seus desejos.
“Assim, o próprio cliente pode atuar como fiscal na obra dele, fazendo com que o projeto ande conforme o planejado. Aos clientes que são naturalmente indecisos e não têm clareza do que querem para suas obras, cabe a nós [profissionais] extrairmos o que eles desejam e propor a melhor solução”, acredita.
É recomendável que o profissional que responsável pelo projeto também acompanhe a execução da obra, pois isso evita erros e garante que tudo seja executado conforme o planejado
Freepik/pressfoto/Creative Commons
Além disso, ter um engenheiro ou arquiteto responsável pela fiscalização é essencial para garantir uma execução fiel ao projeto e às normas. Desta forma, aumentam as chances de uma obra tranquila, dentro do prazo e do orçamento, com um resultado satisfatório.
“É essencial que durante a execução da obra, o profissional envolvido, seja ele um arquiteto, seja um engenheiro, revise semanalmente as atividades que serão executadas nas próximas semanas, considerando a evolução das atividades, além de acompanhar a qualidade da execução”, comenta Alexandre.
Leia mais
Como um projeto pode ser funcional e econômico simultaneamente?
A arquiteta enfatiza que um projeto arquitetônico bem elaborado é fundamental para assegurar a funcionalidade e a economia de uma obra, pois otimiza o espaço, garante a qualidade do serviço e evita desperdícios. O projeto pode proporcionar uma construção mais eficiente e durável, por meio de soluções inteligentes e adaptadas às necessidades do cliente.
Um projeto que incorpora soluções inovadoras é essencial para o sucesso de uma obra, tanto em termos de funcionalidade quanto de economia
Pexels/Mikhail Nilov/Criative Commons
“Para uma casa mais fresca, que precisa economizar energia, por exemplo, o ideal é trabalhar com ventilação cruzada nos ambientes. O pé-direito mais alto também é uma solução excelente. As chamadas telhas sanduíches são ótimas para quem quer isolamento acústico e térmico sem fazer laje. Algumas soluções com custo-benefício podem entregar qualidade por um valor baixo de investimento”, revela Manoella.
Por isso, é essencial definir um escopo preciso, gerenciar eficientemente o orçamento e adotar práticas que otimizem esses recursos. “Precisa ter confiança de que o planejado é o ideal para a sua obra. Em toda a minha experiência, a causa principal de orçamentos extrapolados são as obras que sofrem modificações durante a sua execução sem considerar o custo de tudo que já foi previsto”, ela relata.
Leia mais
Dicas gerais para uma obra tranquila e sem dor de cabeça
Se você pensa em construir ou reformar um espaço, os profissionais listaram algumas dicas para você não cometer esses erros:
Evite comprar além do que realmente precisa;
Conte os revestimentos pela quantidade de peças na obra;
Compre a quantidade de materiais previstos sem exceder;
Siga a planilha orçamentária;
Atente às especificações do projeto;
Organize-se com brevidade para realizar as etapas do processo;
Antes de realizar alguma modificação durante a obra, avalie os impactos dessas alterações.
“Afinal, não existe ‘bolo gostoso sem seguir a receita’. Errou o passo, o risco de dar errado é grande. Nas obras, é o mesmo. Lembrem-se, para saborear um bolo, contamos com um bom confeiteiro. Na obra, conte com um arquiteto ou engenheiro civil”, finaliza Alexandre.
Leia mais
“O planejamento de qualquer atividade, em especial de uma obra, é essencial para podermos provisionar as atividades que serão realizadas, bem como os recursos financeiros para a sua execução. Esta etapa é essencial e primordial para que o orçamento não extrapole os nossos limites”, afirma Alexandre Ferraz de Campos, coordenador do curso de Engenharia Civil da Faculdade Anhanguera.
A importância de um bom planejamento
Conte com a ajuda de um profissional habilitado para ter certeza sobre o orçamento antes de iniciar a reforma
Unsplash/Daniel McCullough/CreativeCommons
Segunda a arquiteta Manoella Alves, tudo feito com organização, previsibilidade e planejamento auxilia na economia. “Em obras, isso não é diferente. Se já temos definido, em projeto, tudo o que será usado em determinada construção, conseguimos prever o custo dela e se está dentro da expectativa financeira do cliente”, garante.
Ela explica que a programação deve considerar possíveis reajustes de valores para cada fase da obra. “É o que chamamos de margem, mas com o planejamento bem feito essa margem é só uma medida de segurança para que não se ultrapasse o limite do que pode ser investido, assim não geramos frustrações e desgaste com o cliente”, esclarece a arquiteta.
Erros mais comuns que podem aumentar os custos e atrasar a obra
Os erros mais comuns acontecem em contrações de serviços, especialmente quando mal gerenciados. “Seja qual for a obra, é essencial ser respeitada a sequência das etapas construtivas, pois é desta forma que conseguimos minimizar o retrabalho, fator este que está diretamente vinculado aos custos. Quanto maior o retrabalho, maior será o desembolso”, avisa Alexandre. Confira quais são eles:
1. Falta de detalhamento do projeto
Detalhar um projeto antes de uma obra evita imprevistos, otimiza custos e prazos, além de garantir que o resultado atenda às expectativas do morador
Freepik/mindandi/Creative Commons
Um projeto mal detalhado pode gerar retrabalho, desperdício de materiais, atrasos na execução e até mesmo problemas de segurança – tudo isso contribuindo para um aumento inesperado nas despesas. “Quando não contemplamos os detalhes de execução da atividade, ficamos muito vulneráveis a se deparar com gastos não previstos pela falta de informação que deveria estar em projeto”, diz Alexandre.
Leia mais
2. Erros na quantificação de materiais e 3. Mão de obra desqualificada
Erros nos cálculos de áreas, volumes e dimensões dos elementos construtivos podem levar a quantitativos errados, causando um aumento nos custos da obra
Freepik/Creative Commons
A imprecisão na quantificação de materiais leva a excessos ou faltas de estoque. Já a mão de obra desqualificada contribui para retrabalho, atrasos e problemas de qualidade, elevando os custos operacionais.
“Não havendo o detalhamento do projeto, é evidente que erros na quantificação de materiais e mão de obra deverão acontecer, pois será inviável mensurar a quantidade de materiais necessários para execução e tão pouco prever a duração da atividade”, ele comenta.
4. Orçamento inadequado
Um orçamento inadequado pode levar a atrasos na entrega e aumento dos gastos em um projeto
Freepik/gpointstudio/Creative Commons
Se o orçamento for mal elaborado ou inexistente, também pode levar a imprevistos, atrasos, retrabalho e, consequentemente, a gastos adicionais que não foram planejados. “Na sequência, iremos nos deparar com um orçamento incorreto, de forma que demandaremos mais tempo e gastos com fretes para as compras complementares”, continua Alexandre.
5. Falta de cronograma realista
O cronograma que estabelece prazos muito curtos ou impossíveis de serem cumpridos, com base em expectativas pouco factíveis ou em uma análise inadequada da realidade da obra, torna-se irreal, podendo gerar frustração, retrabalho, custos adicionais e até mesmo o abandono da obra. “Posto este cenário, o cronograma ficou comprometido, ou seja, não real”, afirma o coordenador.
Leia mais
6. Ausência de gestão da obra
O gestor da obra é fundamental para que os fornecedores saibam de suas funções e estejam alinhados com o cronograma
Freepik/Creative Commons
A falta de acompanhamento técnico e gerenciamento adequado pode trazer diversas consequências negativas, que impactam diretamente o orçamento da obra. “Para que o caos se instale, basta incluir a ausência de profissionais que possam fazer a gestão da obra, estabelecendo prioridades e organizando o dia a dia”, ele reitera.
7. Sair do planejamento
É comum que ocorram desvios no planejamento durante a execução de uma obra, porém a equipe de gestão deve ficar atenta para tomar medidas corretivas e minimizar seus impactos. “O problema é que, na soma final, essas trocas geram um custo extrapolado da obra. São itens que, no momento, parecem pouco. Um exemplo clássico: quando troca o piso por um que só tem R$ 10 de diferença por metro quadrado”, exemplifica a arquiteta.
8. Modificações durante a obra
Segundo Manoella, o maior erro que as pessoas cometem são as modificações durante a obra. “O retrabalho custa muito caro. O cliente precisa entender que o momento de fazer modificações, ajustes ou tirar dúvidas, é durante a elaboração do projeto enquanto a obra ainda é apenas papel, porque depois que obra começa a acontecer, tudo gera muito mais transtorno e custo alto”, alerta.
Leia mais
Medidas preventivas para amenizar esses erros
Para minimizar erros que podem encarecer uma obra, é fundamental entender as referências e os gostos do cliente, desenvolver um projeto detalhado e manter uma comunicação clara com a equipe
Pexels/MART PRODUCTION/Creative Commons
Para Manoella, é importante que o cliente compreenda os benefícios da proposta oferecida para evitar esses erros durante a obra. Isso envolve comunicação clara, transparência e, acima de tudo, considerar as suas necessidades e os seus desejos.
“Assim, o próprio cliente pode atuar como fiscal na obra dele, fazendo com que o projeto ande conforme o planejado. Aos clientes que são naturalmente indecisos e não têm clareza do que querem para suas obras, cabe a nós [profissionais] extrairmos o que eles desejam e propor a melhor solução”, acredita.
É recomendável que o profissional que responsável pelo projeto também acompanhe a execução da obra, pois isso evita erros e garante que tudo seja executado conforme o planejado
Freepik/pressfoto/Creative Commons
Além disso, ter um engenheiro ou arquiteto responsável pela fiscalização é essencial para garantir uma execução fiel ao projeto e às normas. Desta forma, aumentam as chances de uma obra tranquila, dentro do prazo e do orçamento, com um resultado satisfatório.
“É essencial que durante a execução da obra, o profissional envolvido, seja ele um arquiteto, seja um engenheiro, revise semanalmente as atividades que serão executadas nas próximas semanas, considerando a evolução das atividades, além de acompanhar a qualidade da execução”, comenta Alexandre.
Leia mais
Como um projeto pode ser funcional e econômico simultaneamente?
A arquiteta enfatiza que um projeto arquitetônico bem elaborado é fundamental para assegurar a funcionalidade e a economia de uma obra, pois otimiza o espaço, garante a qualidade do serviço e evita desperdícios. O projeto pode proporcionar uma construção mais eficiente e durável, por meio de soluções inteligentes e adaptadas às necessidades do cliente.
Um projeto que incorpora soluções inovadoras é essencial para o sucesso de uma obra, tanto em termos de funcionalidade quanto de economia
Pexels/Mikhail Nilov/Criative Commons
“Para uma casa mais fresca, que precisa economizar energia, por exemplo, o ideal é trabalhar com ventilação cruzada nos ambientes. O pé-direito mais alto também é uma solução excelente. As chamadas telhas sanduíches são ótimas para quem quer isolamento acústico e térmico sem fazer laje. Algumas soluções com custo-benefício podem entregar qualidade por um valor baixo de investimento”, revela Manoella.
Por isso, é essencial definir um escopo preciso, gerenciar eficientemente o orçamento e adotar práticas que otimizem esses recursos. “Precisa ter confiança de que o planejado é o ideal para a sua obra. Em toda a minha experiência, a causa principal de orçamentos extrapolados são as obras que sofrem modificações durante a sua execução sem considerar o custo de tudo que já foi previsto”, ela relata.
Leia mais
Dicas gerais para uma obra tranquila e sem dor de cabeça
Se você pensa em construir ou reformar um espaço, os profissionais listaram algumas dicas para você não cometer esses erros:
Evite comprar além do que realmente precisa;
Conte os revestimentos pela quantidade de peças na obra;
Compre a quantidade de materiais previstos sem exceder;
Siga a planilha orçamentária;
Atente às especificações do projeto;
Organize-se com brevidade para realizar as etapas do processo;
Antes de realizar alguma modificação durante a obra, avalie os impactos dessas alterações.
“Afinal, não existe ‘bolo gostoso sem seguir a receita’. Errou o passo, o risco de dar errado é grande. Nas obras, é o mesmo. Lembrem-se, para saborear um bolo, contamos com um bom confeiteiro. Na obra, conte com um arquiteto ou engenheiro civil”, finaliza Alexandre.