Verbena: os benefícios da planta e as diferentes formas de uso

Além de sua beleza ornamental, a verbena tem um aroma agradável, que pode ser aproveitado em infusões, óleos essenciais e na gastronomia Ela encanta não só pela beleza de suas flores vibrantes e delicadas, mas também pelo que pode oferecer em termos de saúde e bem-estar. Estamos falando da verbena (Verbena officinalis), também conhecida por seus múltiplos benefícios, que incluem propriedades medicinais, terapêuticas, aromáticas e até mesmo na culinária.
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“É tradicionalmente usada tanto na Europa quanto no Brasil, para uso ornamental e também medicinal. Ela tem propriedades calmantes, ansiolíticas, sedativas, anticonvulsivantes, anti-inflamatórias e antioxidantes. É espasmolítica, ajudando no sistema digestivo e muscular, aliviando cólicas e melhorando a parte gastrointestinal. Além disso, é também levemente analgésica”, conta a fitoterapeuta Andrezza Lima.
Como a planta pode ser usada em tratamentos fitoterápicos?
A verbena – pertencente à família Verbenaceae – é uma planta versátil, com múltiplos usos, frequentemente usada em chás pelas suas propriedades relaxantes, digestivas e anti-inflamatórias. Além da bebida preparada por meio da infusão, ela também pode ser encontrada em compressas, óleos essenciais e extratos.
“Pode ser usada na forma de chá (infusão), até três xícaras ao dia; tintura medicinal (extrato hidroalcoólico), de 15 a 30 gotas em água, de 2 a 3 vezes ao dia; cápsulas ou comprimidos (fitoterápicos manipulados) – dependendo da necessidade; e compressas, banhos aromáticos e de assento. A indicação do tratamento precisa ser individualizada”, detalha a fitoterapeuta.
A planta pode ser usada em tratamentos fitoterápicos de diversas formas, incluindo chás, óleos essenciais e comprimidos, para tratar condições como ansiedade, insônia, problemas digestivos e inflamações
Freepik/Creative Commons
Apesar dos potenciais benefícios, Andrezza alerta sobre as contraindicações e efeitos colaterais. “É importante evitar o uso simultâneo com medicamentos sedativos potentes, sem acompanhamento profissional, já que pode potencializar o efeito e causar letargia e sonolência excessiva. O uso também não deve ser feito por gestantes e lactantes”, adverte.
Em caso de doenças autoimunes ou uso de imunossupressores, a profissional ressalta também a importância em avaliar a resposta individual, pois a verbena pode exercer leve efeito imunomodulador.
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Infusão de verbena
Para fazer a infusão de verbena, usa-se, geralmente, as folhas e flores da planta. A variedade mais comum em infusões é a Aloysia citrodora (lúcia-lima), que tem aroma cítrico intenso e propriedades calmantes. Já a Verbena officinalis tem um sabor mais amargo e menos aromática, utilizada tradicionalmente em fitoterapia.
“A infusão ideal da verbena se faz despejando água a cerca de 95 °C sobre 1 a 2 g de folhas secas por xícara (aproximadamente uma colher de chá), deixando repousar por 5 a 6 minutos. Esse tempo permite extrair suavemente seus óleos essenciais sem que fiquem amargos”, ensina Raúl Cotes, especialista em mesclas da Tea Shop. Para o consumo cotidiano, ele recomenda entre 1 a 3 xícaras por dia.
A infusão de verbena é feita adicionando água quente às folhas e flores secas da planta, resultando em um chá com propriedades calmantes, digestivas e relaxantes
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Conforme o especialista, ela pode ser apreciada tanto quente quanto fria. “As duas formas são válidas e oferecem experiências diferentes. Quente, a verbena revela seu lado mais aromático e reconfortante, ideal para a noite. Frio, torna-se uma bebida refrescante, ótima para os dias mais quentes”, argumenta Raúl.
Na hora de escolher as flores e folhas, é preferível optar pela planta colhida recentemente ou, se for comprar em lojas, deve considerar marcas confiáveis, que garantam a procedência e sua qualidade. “A verbena deve ter coloração verde-claro, folhas inteiras ou levemente quebradas, e um aroma cítrico fresco. Deve ser armazenada em recipiente hermético, protegida da luz, da umidade e do calor”, ele comenta.
É aconselhável que pessoas sensíveis, especialmente gestantes ou quem faz uso de medicamentos, consultem um profissional de saúde antes do consumo diário.
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O uso da verbena na aromaterapia
O óleo essencial de verbena é outra forma de aproveitar os benefícios terapêuticos e aromáticos da planta. “O aroma natural desperta o bem-estar e tem toque revigorante ao invocar alegria, leveza, disposição e atmosfera vibrante. É uma fragrância cítrica e floral que transmite energia e pode colaborar com ação estimulante”, afirma Fernando Amaral, osmólogo especialista em óleos essenciais e CEO da WNF.
Além de auxiliar no alívio da tensão, o produto também é reconhecido por seu efeito energizante e perfume agradável. “Está principalmente relacionado a renovação de energia, para transformar o ambiente e despertar sentimentos de leveza e positividade. Por isso, a aromaterapia com a verbena é recomendada para pessoas com alto nível de estresse, ansiosas ou inquietas”, explica o especialista.
O óleo essencial de verbena é usado na aromaterapia para criar ambientes relaxantes e harmoniosos. Ele é conhecido por suas propriedades calmantes, que podem ajudar a reduzir o estresse, a ansiedade e a promover um sono de melhor qualidade
GettyImages
Fernando indica utilizar o óleo essencial de verbena em um aromatizador de ambientes de diversas formas: “O uso pode ser feito com o formato spray, sendo borrifado no ambiente sempre que sentir necessidade; difusor em varetas, que liberará lentamente esse aroma no ambiente; ou também o uso de difusor eletrônico, para uma aromatização eficiente e silenciosa, por meio de uma névoa fina e agradável por horas”, ele detalha.
O especialista aconselha usar durante a manhã ou em ambientes de trabalho e estudo, pois se acredita que ele [o óleo essencial] possa auxiliar no foco e na produtividade. “Deixe sempre o aromatizador em um local fresco e com pouca incidência de luz solar. O óleo essencial é bastante volátil, o calor e a luz podem intensificar a sua evaporação”, sugere.
Deve-se evitar o uso do óleo essencial puro na pele, pois eles são concentrados e podem causar irritações, alergias ou sensibilidade.
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A verbena é comestível?
Sim, a verbena, especialmente a Verbena officinalis, é considerada uma PANC (Planta Alimentícia Não Convencional). Suas flores e folhas podem ser usadas tanto em preparações doces quanto salgadas. Ela tem um sabor distinto, com notas amargas e levemente ácidas, o que a torna um ingrediente interessante para aromatizar e adicionar complexidade a diversos pratos.
Na culinária, a parte aérea da verbena, que inclui flores e folhas, é usada para dar sabor e aroma a diversas preparações
Flickr/Andreas Rockstein/Creative Commons
“As flores são muito usadas para decorar pratos e podem ser consumidas em saladas, massas artesanais, pães e bolos. Embora já tenha sido comprovado que não há toxicidade, ela ainda está em fase de estudos. Sugiro realizar o processo de branqueamento, colocando as partes da planta que serão consumidas na água fervente, seguida de choque térmico em água gelada”, destaca Alcyr Viana, gastrólogo, mestre em ciências agrícolas e pesquisador em Plantas Alimentícias não Convencionais (PANC) do Cerrado brasileiro.
Para fazer o suco, o gastrólogo recomenda preparar a infusão antes como uma técnica para tirar um pouco do amargor da planta. “Ferva a água, depois desligue o fogo e coloque as folhas frescas ou secas por 15 minutos. Depois, você coará para remover essas folhas que não serão usadas. Em seguida, você pode colocar para gelar e bater no liquidificador com uma fruta para trazer um pouco do doce da frutose”, sugere.
As folhas da verbena são conhecidas por seu aroma cítrico e podem ser usadas em chás, sobremesas, saladas e massas. As flores, por sua vez, podem ser usadas para decorar e finalizar pratos
Pixabay/Hans/Creative Commons
Essa água que ficou da infusão pode servir como base para diferentes preparos culinários. “Pode fazer massa artesanal e tempurá. Da mesma forma que foi feita a água do chá, pode ferver e colocar uma quantidade maior de folhas, passar para um coador, e aproveitar esse líquido para misturar com essas massas”, revela Alcyr. Outra opção de preparo é misturar as folhas frescas na salada.
O especialista indica que grávidas, idosos e pessoas com problemas renais, devem consultar seus respectivos médicos antes de fazer o uso.
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Curiosidades sobre as variedades da verbena e os seus usos
A verbena é uma planta com diversas variedades e possibilidades de usos. No entanto, nem todas têm propriedades medicinais e são adequadas para uso na fitoterapia
Sdicke/Wikimedia Commons
Existem diferenças entre a verbena comum (Verbena officinalis) e outras variedades, especialmente em relação aos seus usos e suas características. “A Verbena bonariensis, Verbena rígida, Verbena hybrida e a Glandularia spp são usadas de forma ornamental no paisagismo e o consumo interno não deve ser realizado de forma alguma”, destaca a fitoterapeuta.
Já a Aloysia citriodora, também chamada verbena-cidreira, lúcia-lima ou lemon verbena, pertence ao mesmo grupo botânico (família Verbenaceae), mas é de gênero diferente, apesar do nome popular.
“É facilmente confundida com a Verbena officinalis, porém, ela é mais aromática, comum no Brasil e se destaca pelo aroma de limão e o uso culinário. Essa também é medicinal e pode ser usada na fitoterapia”, finaliza Andrezza.

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