Em um mundo cada vez mais acelerado, ter momentos de pausa se torna essencial e para isso não é preciso fugir para o campo, nem mesmo se inscrever em um retiro, a própria casa pode se transformar em um verdadeiro refúgio.
Segundo a designer Fernanda Marques, do escritório Fernanda Marques Arquitetura, um bom projeto pode facilitar a ter pausas verdadeiras dentro de casa, na medida que propõe espaços fluidos, permeabilidade entre ambientes, mobiliário confortável, integração com a natureza, luz natural e texturas que provoquem sensação de acolhimento.
Leia Mais
Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
“O design bem pensado não impõe, ele sugere. Não se trata de preencher a casa, mas de abrir espaços: um ambiente para ler, uma poltrona para descansar, uma janela para simplesmente se conectar com a luz do dia”, observa Fernanda.
Materiais nobres e obras de arte preenchem apartamento de 230 m² assinado por Fernanda Marques
Fran Parente/divulgação
O espaço ideal para criar um refúgio dentro do lar
Um pequeno ofurô foi a solução da arquiteta Isabella Nalon para transformar o banheiro em um espaço de bem-estar
Julia Herman
Para a arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva o seu nome, o primeiro passo para criar espaços de refúgio dentro do lar é entender o que gera bem-estar para cada um. “Para algumas pessoas, isso acontece ao meditar ou ler um livro. Para outras, ao praticar uma atividade física. A partir do momento em que se identifica o que proporciona essa pausa verdadeira, é possível pensar no espaço ideal”, diz.
Quando se pensa nos ambientes da casa, o quarto é o primeiro lugar que vem à mente como refúgio. Entretanto, para isso, ele precisa ser realmente aconchegante. “O ideal é que o quarto tenha cores que transmitam calma, uma cama confortável e tecidos suaves”, aconselha Isabella.
Projeto da arquiteta Gabriela Casagrande
Divulgação Gabriela Casagrande Arquitetura
O banheiro é outro ambiente que pode ser transformado para favorecer a desconexão, bem como a varanda. “O banheiro pode ser transformado em um mini spa. Uma boa ducha, uma banheira, um ofurô individual, iluminação suave e até cromoterapia podem fazer parte desse ambiente de relaxamento. A varanda ou o jardim também são ótimos espaços. Ter vegetação, móveis confortáveis, uma rede, tudo isso contribui. E se for possível integrar a vegetação ao banheiro, o efeito relaxante se potencializa ainda mais”, comenta Isabella.
Pequenos cantos também funcionam
Embora alguns cômodos sejam mais associados ao relaxamento, pequenos espaços também podem proporcionar momentos de escape. Neste sentido, a arquiteta Juliana Pilleti, da Mayresse Arquitetura, lembra que um canto de leitura com uma poltrona confortável, ou uma varanda com plantas, em casos de apartamentos, onde possa ter uma rede ou poltronas acolhedoras, já cumprem esse papel. “Acredito que o importante é criar este espaço, para que os moradores percebam que podem sair da frente da TV para algo mais renovador”, diz.
Este espaço assinado pela arquiteta Andrea Teixeira é perfeito para uma imersão literária
Demian Golovaty
Os móveis também podem auxiliar na composição de espaços de refúgio. A arquiteta Gabriela Casagrande, do escritório Gabriela Casagrande Arquitetura, orienta investir em mobiliário com formas orgânicas, estofados com texturas macias, como o boucle, e materiais naturais, a exemplo da madeira ou linho, que ajudam a criar um ambiente mais acolhedor. “Poltronas que abraçam, tapetes que conectam o corpo ao chão, banquetas próximas a janelas: são pequenos gestos que promovem grandes mudanças.”
O isolamento acústico é outro ponto que merece atenção, quando se pensa em pausas verdadeiras dentro do lar. “Em cidades grandes, o barulho externo pode dificultar a desconexão. Cortinas grossas, tapetes, janelas acústicas ou forros com tratamento acústico ajudam a criar um ambiente mais calmo”, orienta Isabella.
Iluminação e cores e plantas
A área externa é um ambiente que pode ser transformado para favorecer a desconexão. Projeto de Gabriela Casagrande
Divulgação Gabriela Casagrande Arquitetura
A iluminação apropriada, a paleta de cores e mesmo as plantas também são aliadas na hora de deixar a casa mais acolhedora. Para a arquiteta Julia Otaga, do escritório Julia Otaga Interiores, durante o dia, o ideal é que os ambientes tenham bastante iluminação natural e incidência de sol em alguns horários. Já à noite, o uso de luminárias com luz mais difusa pode ser opção.
“Lâmpadas com uma temperatura de 2.700 kelvin, que são amarelas, tendem a ser mais aconchegantes. Abajures e luminárias de piso ou de bancada também contribuem para ambientes mais acolhedores”, ressalta Julia.
Projeto do escritório Fernanda Marques Arquitetura
Divulgação Fernanda Marques Arquitetura
No que diz respeito às cores, tons terrosos, beges, verdes suaves, azuis acinzentados e off-whites são as mais indicadas pelas profissionais. “As cores têm um impacto direto no nosso estado emocional. Cores neutras combinadas a materiais naturais, como madeira clara, pedra, linho ou algodão, proporcionam uma sensação imediata de paz, acolhimento e refúgio mental. Evitar contrastes muito fortes também é uma boa estratégia para manter o equilíbrio visual e emocional dos ambientes”, orienta Gabriela.
Já quando o assunto são as plantas, costela-de-adão, strelitzia, philodendron burle-marxii e marantas, podem ser algumas opções. “Sou entusiasta das áreas verdes, dentro e fora de casa. Elas trazem vida, pontos de cor, ajudam a purificar o ar e naturalmente nos convidam a desacelerar”, diz Fernanda.
A importância da casa para a saúde mental
A casa tem uma grande importância para a saúde mental. Projeto de Juliana Pilleti, da Mayresse Arquitetura
Cristiano Carniel
Ter espaços de pausa dentro do lar vai muito além de estética, ou estilo de vida. De acordo com o psicólogo Caíque dos Santos Sousa, professor e coordenador do curso de Psicologia da Estácio, a casa tem uma grande importância para a saúde mental.
“A casa é mais do que uma estrutura física, ela funciona como uma extensão do nosso mundo emocional e impacta profundamente nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos (…). A forma como nos relacionamos com o espaço onde moramos pode nos ajudar a compreender nossos conflitos internos”, explica o professor.
Dessa forma, finaliza ele, “transformar a casa pode ser o primeiro passo para transformar a si mesmo.”
🏡 Casa Vogue agora está no WhatsApp! Clique aqui e siga nosso canal
Revistas Newsletter
Segundo a designer Fernanda Marques, do escritório Fernanda Marques Arquitetura, um bom projeto pode facilitar a ter pausas verdadeiras dentro de casa, na medida que propõe espaços fluidos, permeabilidade entre ambientes, mobiliário confortável, integração com a natureza, luz natural e texturas que provoquem sensação de acolhimento.
Leia Mais
Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
“O design bem pensado não impõe, ele sugere. Não se trata de preencher a casa, mas de abrir espaços: um ambiente para ler, uma poltrona para descansar, uma janela para simplesmente se conectar com a luz do dia”, observa Fernanda.
Materiais nobres e obras de arte preenchem apartamento de 230 m² assinado por Fernanda Marques
Fran Parente/divulgação
O espaço ideal para criar um refúgio dentro do lar
Um pequeno ofurô foi a solução da arquiteta Isabella Nalon para transformar o banheiro em um espaço de bem-estar
Julia Herman
Para a arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva o seu nome, o primeiro passo para criar espaços de refúgio dentro do lar é entender o que gera bem-estar para cada um. “Para algumas pessoas, isso acontece ao meditar ou ler um livro. Para outras, ao praticar uma atividade física. A partir do momento em que se identifica o que proporciona essa pausa verdadeira, é possível pensar no espaço ideal”, diz.
Quando se pensa nos ambientes da casa, o quarto é o primeiro lugar que vem à mente como refúgio. Entretanto, para isso, ele precisa ser realmente aconchegante. “O ideal é que o quarto tenha cores que transmitam calma, uma cama confortável e tecidos suaves”, aconselha Isabella.
Projeto da arquiteta Gabriela Casagrande
Divulgação Gabriela Casagrande Arquitetura
O banheiro é outro ambiente que pode ser transformado para favorecer a desconexão, bem como a varanda. “O banheiro pode ser transformado em um mini spa. Uma boa ducha, uma banheira, um ofurô individual, iluminação suave e até cromoterapia podem fazer parte desse ambiente de relaxamento. A varanda ou o jardim também são ótimos espaços. Ter vegetação, móveis confortáveis, uma rede, tudo isso contribui. E se for possível integrar a vegetação ao banheiro, o efeito relaxante se potencializa ainda mais”, comenta Isabella.
Pequenos cantos também funcionam
Embora alguns cômodos sejam mais associados ao relaxamento, pequenos espaços também podem proporcionar momentos de escape. Neste sentido, a arquiteta Juliana Pilleti, da Mayresse Arquitetura, lembra que um canto de leitura com uma poltrona confortável, ou uma varanda com plantas, em casos de apartamentos, onde possa ter uma rede ou poltronas acolhedoras, já cumprem esse papel. “Acredito que o importante é criar este espaço, para que os moradores percebam que podem sair da frente da TV para algo mais renovador”, diz.
Este espaço assinado pela arquiteta Andrea Teixeira é perfeito para uma imersão literária
Demian Golovaty
Os móveis também podem auxiliar na composição de espaços de refúgio. A arquiteta Gabriela Casagrande, do escritório Gabriela Casagrande Arquitetura, orienta investir em mobiliário com formas orgânicas, estofados com texturas macias, como o boucle, e materiais naturais, a exemplo da madeira ou linho, que ajudam a criar um ambiente mais acolhedor. “Poltronas que abraçam, tapetes que conectam o corpo ao chão, banquetas próximas a janelas: são pequenos gestos que promovem grandes mudanças.”
O isolamento acústico é outro ponto que merece atenção, quando se pensa em pausas verdadeiras dentro do lar. “Em cidades grandes, o barulho externo pode dificultar a desconexão. Cortinas grossas, tapetes, janelas acústicas ou forros com tratamento acústico ajudam a criar um ambiente mais calmo”, orienta Isabella.
Iluminação e cores e plantas
A área externa é um ambiente que pode ser transformado para favorecer a desconexão. Projeto de Gabriela Casagrande
Divulgação Gabriela Casagrande Arquitetura
A iluminação apropriada, a paleta de cores e mesmo as plantas também são aliadas na hora de deixar a casa mais acolhedora. Para a arquiteta Julia Otaga, do escritório Julia Otaga Interiores, durante o dia, o ideal é que os ambientes tenham bastante iluminação natural e incidência de sol em alguns horários. Já à noite, o uso de luminárias com luz mais difusa pode ser opção.
“Lâmpadas com uma temperatura de 2.700 kelvin, que são amarelas, tendem a ser mais aconchegantes. Abajures e luminárias de piso ou de bancada também contribuem para ambientes mais acolhedores”, ressalta Julia.
Projeto do escritório Fernanda Marques Arquitetura
Divulgação Fernanda Marques Arquitetura
No que diz respeito às cores, tons terrosos, beges, verdes suaves, azuis acinzentados e off-whites são as mais indicadas pelas profissionais. “As cores têm um impacto direto no nosso estado emocional. Cores neutras combinadas a materiais naturais, como madeira clara, pedra, linho ou algodão, proporcionam uma sensação imediata de paz, acolhimento e refúgio mental. Evitar contrastes muito fortes também é uma boa estratégia para manter o equilíbrio visual e emocional dos ambientes”, orienta Gabriela.
Já quando o assunto são as plantas, costela-de-adão, strelitzia, philodendron burle-marxii e marantas, podem ser algumas opções. “Sou entusiasta das áreas verdes, dentro e fora de casa. Elas trazem vida, pontos de cor, ajudam a purificar o ar e naturalmente nos convidam a desacelerar”, diz Fernanda.
A importância da casa para a saúde mental
A casa tem uma grande importância para a saúde mental. Projeto de Juliana Pilleti, da Mayresse Arquitetura
Cristiano Carniel
Ter espaços de pausa dentro do lar vai muito além de estética, ou estilo de vida. De acordo com o psicólogo Caíque dos Santos Sousa, professor e coordenador do curso de Psicologia da Estácio, a casa tem uma grande importância para a saúde mental.
“A casa é mais do que uma estrutura física, ela funciona como uma extensão do nosso mundo emocional e impacta profundamente nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos (…). A forma como nos relacionamos com o espaço onde moramos pode nos ajudar a compreender nossos conflitos internos”, explica o professor.
Dessa forma, finaliza ele, “transformar a casa pode ser o primeiro passo para transformar a si mesmo.”
🏡 Casa Vogue agora está no WhatsApp! Clique aqui e siga nosso canal
Revistas Newsletter