Viver em um apartamento pequeno ou kitnet não significa abdicar do conforto, ou do bom gosto. O segredo está em investir em uma decoração inteligente que faça o espaço compacto parecer mais amplo, funcional e organizado.
Leia mais
A seguir, descubra como aproveitar cada metro quadrado e, o mais importante, sem precisar gastar uma fortuna!
1. Avalie as necessidades pessoais
Antes de sair comprando, o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, defende que o planejamento é o primeiro passo. “Se você não for contratar um arquiteto ou designer, no mínimo, precisa planejar aonde vai colocar cada coisa”, opina.
A divisória vazada delimita com leveza a área do quarto e da varanda, garantindo que a luz natural avance em todo apê. Projeto do arquiteto Leandro Neves
Luiza Schreier/Divulgação
Para o arquiteto Leandro Neves, do Studio Leandro Neves, é preciso considerar a relação entre o espaço disponível e o tamanho dos móveis para garantir que o imóvel seja funcional e esteticamente agradável. “A proporção é importante para que os ambientes recebam bem as escalas e volumes de tudo que os compõem”, afirma.
Leia mais
Além disso, é importante compreender a rotina e as prioridades do morador. “Cada centímetro precisa ser planejado com intenção, então conhecer os hábitos — se a pessoa cozinha com frequência, recebe visitas, trabalha em casa — é o ponto de partida. Também é essencial pensar a casa como um sistema integrado, em vez de decorar cômodo por cômodo”, observa Jéssica Lucas, arquiteta e co-fundadora do escritório Studio 92 Arquitetura.
2. Invista em marcenaria sob medida
Para integrar funções sem sobrecarregar o visual, a marcenaria é uma grande aliada. “Isso pode ser feito com áreas com dupla função (como uma bancada que serve de apoio e home office) e priorização de peças leves e proporcionais. Apostar em linhas limpas e no uso estratégico da verticalidade (paredes livres para prateleiras, por exemplo) ajuda a manter a organização e ampliar a percepção de espaço”, sugere Jéssica.
Com a retirada da porta-balcão da sacada, foi possível ganhar espaço e propiciar maior integração dos espaços. Projeto do escritório Studio92
Mariana Orsi/Divulgação
Para o arquiteto Bruno, é necessário estar atento às soluções disponíveis no mercado. “Uma cozinha americana e uma cama de embutir na parede, que dobra e recolhe, por exemplo, são ótimas estratégias”, diz.
Leia mais
Leandro destaca que em apartamentos reduzidos tudo o que entra faz a diferença. “O mais importante é seguir a unidade e a concordância dos materiais, evitando excessos e quebras bruscas de padrões. Estabelecer uma ligação entre os cômodos é a chave para criar uma percepção visual que conduz a personalidade de cada espaço”, ele aponta.
3. Escolha móveis multifuncionais
Mobiliários que combinam várias funções são ideais. “Alguns exemplos são sofá-cama ou bicama com baú, cama com gavetas embutidas, bancadas dobráveis ou retráteis, bancos com baú para armazenamento e estantes vazadas que funcionam como divisória e apoio decorativo ao mesmo tempo”, fala Débora Terra, arquiteta e co-fundadora do escritório Studio 92 Arquitetura.
No espaço de dormir compacto, as boas soluções permitiram até a inclusão de uma bancada de trabalho retrátil, destacada por uma moldura feita com pintura verde. Projeto do arquiteto Jean de Just
André Nazareth/Divulgação
“É preciso que um móvel seja muito bem-planejado, não apenas multifuncional. Costumo falar que quando personalizamos a marcenaria, fazemos um trabalho como se fosse alfaiataria. Não é só um móvel multifuncional, a marcenaria precisa ser personalizada para você ganhar espaço”, pensa Bruno.
4. Aposte em cores claras
Segundo os profissionais, o ideal é usar tonalidades suaves, neutras e pastéis, para ampliar visualmente o imóvel. “Gosto de usar cores claras com pano de fundo e tons mais fortes nos objetos de decoração”, afirma Bruno.
Para o projeto de seu apartamento de apenas 30 m², a arquiteta Marina Gonçalves usou madeira, muitas cores e texturas, para dar sensação de aconchego
Favaro Jr./Divulgação
Leandro acredita que apostar em cores neutras não significa abdicar da personalidade. “Uma variação de off-whites, quando combinada com madeira, seja clara, seja escura, é fundamental para trazer acolhimento”, diz. Para as arquitetas do Studio 92, inserir pontos coloridos nas paredes, nos acessórios ou na marcenaria é sempre bem-vindo.
Leia mais
5. Crie cenários com a iluminação
Ambientes bem iluminados com diferentes fontes de luz parecem maiores, mais acolhedores e funcionais. “Sugerimos trabalhar em camadas com luz geral difusa (como plafons ou painéis de LED), luz indireta (como fitas de LED em marcenaria) e pontos focais (pendentes ou abajures)”, aconselha Jéssica.
O abajur na sala de estar ajuda a criar cenários pontuais na iluminação. Projeto do escritório MAR Arquitetura
Juliano Colodeti/MCA Estudio/Divulgação
“Evite focos de luzes que vão gerar sombras. Opte por luzes indiretas e, se possível, amarela. Abajures e pequenos pontos de luzes são potencializadores para climas intimistas, sem contar que é de fácil aplicação”, recomenda Leandro.
Leia mais
Bruno concorda. “Crie cenários, como uma sala iluminada para receber visitas e uma sala intimista para jantar ou assistir filmes. De maneira nenhuma eu indico um único tipo de iluminação para apartamentos pequenos”, ressalta.
6. Utilize materiais e acabamentos adequados
Utilizar materiais e revestimentos de nuances suaves é uma alternativa econômica e eficiente. “Revestimentos mais claros, como porcelanatos e pinturas, podem ser uma solução barata. Podemos passar a mesma tinta da parede na porta, mimetizando-a, dando a sensação de amplitude”, indica Bruno.
O painel feito de folha natural de cumaru mimetiza portas que dão acesso ao quarto e ao banheiro. Projeto do escritório COTA760 Arquitetura
Juliana M Deeke/Beware Collective/Divulgação
Débora opta pelos painéis de MDF coloridos ou com acabamento amadeirado. “São elegantes e resistentes, oferecendo bom custo-benefício. Cimento queimado e pintura colorida também são eficazes e econômicos. O importante é garantir texturas equilibradas, evitando excesso de brilho ou contraste, que podem ‘pesar’ visualmente”, sugere a arquiteta.
7. Considere soluções inteligentes de armazenamento
Pensar em soluções de armazenamento inteligente possibilita otimizar cada centímetro. “O primeiro investimento chave é, sem dúvidas, a marcenaria, pois com ela definimos as áreas de armazenamento e se imprime a personalidade do morador”, considera Leandro.
As prateleiras são ótimas soluções para maximizar o espaço de armazenamento. Elas podem ser instaladas em paredes, aproveitando espaços verticais, e ajudam a organizar os objetos. Projeto da arquiteta Cecilia Hoe, do escritório Hoearquitetura
Manuel Sá/Divulgação
“O segredo é usar áreas que normalmente ficam subutilizadas, como prateleiras altas próximas ao teto, ganchos e suportes verticais, e cestos e caixas organizadoras padronizadas em nichos”, propõe Jéssica.
Leia mais
8. Delimite áreas
O uso de móveis baixos e a iluminação adequada são estratégias eficazes para dividir ambientes integrados, criando áreas distintas sem comprometer a amplitude. “Se eu quiser amplitude, eu simplesmente abro tudo. Conseguimos dividir ambientes com tapetes e cores”, comenta Bruno.
No apartamento integrado, a porta em serralheria e vidro no quarto, desenhada pelo arquiteto David Silva, do Studio Pipa Arquitetura, permite que a luz natural adentre a sala
Luiza Schreier/Divulgação
Pintar paredes, teto e rodapés no mesmo tom ajuda a ampliar visualmente o recinto. “Isso cria uma base contínua, sem cortes visuais, que ajuda a alongar e unificar o espaço. Cortinas do teto ao chão, mesmo em janelas pequenas, também aumentam a percepção de altura e adicionam sofisticação sem grandes custos”, acrescenta Débora.
Dicas extras de decoração em espaços pequenos
Os profissionais compartilham outras dicas valiosas:
Evite móveis volumosos e desnecessários.
Invista em peças versáteis que podem ter multifunções.
Evite o excesso de objetos de decoração.
Inclua plantas em vasos ou pendentes.
Adicione quadros com molduras finas e paspatur de vidro.
Utilize bandejas organizadoras em aparadores ou mesas para acomodar livros e objetos.
Posicione espelhos em pontos estratégicos para criar a sensação de profundidade.
Leia mais
A seguir, descubra como aproveitar cada metro quadrado e, o mais importante, sem precisar gastar uma fortuna!
1. Avalie as necessidades pessoais
Antes de sair comprando, o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, defende que o planejamento é o primeiro passo. “Se você não for contratar um arquiteto ou designer, no mínimo, precisa planejar aonde vai colocar cada coisa”, opina.
A divisória vazada delimita com leveza a área do quarto e da varanda, garantindo que a luz natural avance em todo apê. Projeto do arquiteto Leandro Neves
Luiza Schreier/Divulgação
Para o arquiteto Leandro Neves, do Studio Leandro Neves, é preciso considerar a relação entre o espaço disponível e o tamanho dos móveis para garantir que o imóvel seja funcional e esteticamente agradável. “A proporção é importante para que os ambientes recebam bem as escalas e volumes de tudo que os compõem”, afirma.
Leia mais
Além disso, é importante compreender a rotina e as prioridades do morador. “Cada centímetro precisa ser planejado com intenção, então conhecer os hábitos — se a pessoa cozinha com frequência, recebe visitas, trabalha em casa — é o ponto de partida. Também é essencial pensar a casa como um sistema integrado, em vez de decorar cômodo por cômodo”, observa Jéssica Lucas, arquiteta e co-fundadora do escritório Studio 92 Arquitetura.
2. Invista em marcenaria sob medida
Para integrar funções sem sobrecarregar o visual, a marcenaria é uma grande aliada. “Isso pode ser feito com áreas com dupla função (como uma bancada que serve de apoio e home office) e priorização de peças leves e proporcionais. Apostar em linhas limpas e no uso estratégico da verticalidade (paredes livres para prateleiras, por exemplo) ajuda a manter a organização e ampliar a percepção de espaço”, sugere Jéssica.
Com a retirada da porta-balcão da sacada, foi possível ganhar espaço e propiciar maior integração dos espaços. Projeto do escritório Studio92
Mariana Orsi/Divulgação
Para o arquiteto Bruno, é necessário estar atento às soluções disponíveis no mercado. “Uma cozinha americana e uma cama de embutir na parede, que dobra e recolhe, por exemplo, são ótimas estratégias”, diz.
Leia mais
Leandro destaca que em apartamentos reduzidos tudo o que entra faz a diferença. “O mais importante é seguir a unidade e a concordância dos materiais, evitando excessos e quebras bruscas de padrões. Estabelecer uma ligação entre os cômodos é a chave para criar uma percepção visual que conduz a personalidade de cada espaço”, ele aponta.
3. Escolha móveis multifuncionais
Mobiliários que combinam várias funções são ideais. “Alguns exemplos são sofá-cama ou bicama com baú, cama com gavetas embutidas, bancadas dobráveis ou retráteis, bancos com baú para armazenamento e estantes vazadas que funcionam como divisória e apoio decorativo ao mesmo tempo”, fala Débora Terra, arquiteta e co-fundadora do escritório Studio 92 Arquitetura.
No espaço de dormir compacto, as boas soluções permitiram até a inclusão de uma bancada de trabalho retrátil, destacada por uma moldura feita com pintura verde. Projeto do arquiteto Jean de Just
André Nazareth/Divulgação
“É preciso que um móvel seja muito bem-planejado, não apenas multifuncional. Costumo falar que quando personalizamos a marcenaria, fazemos um trabalho como se fosse alfaiataria. Não é só um móvel multifuncional, a marcenaria precisa ser personalizada para você ganhar espaço”, pensa Bruno.
4. Aposte em cores claras
Segundo os profissionais, o ideal é usar tonalidades suaves, neutras e pastéis, para ampliar visualmente o imóvel. “Gosto de usar cores claras com pano de fundo e tons mais fortes nos objetos de decoração”, afirma Bruno.
Para o projeto de seu apartamento de apenas 30 m², a arquiteta Marina Gonçalves usou madeira, muitas cores e texturas, para dar sensação de aconchego
Favaro Jr./Divulgação
Leandro acredita que apostar em cores neutras não significa abdicar da personalidade. “Uma variação de off-whites, quando combinada com madeira, seja clara, seja escura, é fundamental para trazer acolhimento”, diz. Para as arquitetas do Studio 92, inserir pontos coloridos nas paredes, nos acessórios ou na marcenaria é sempre bem-vindo.
Leia mais
5. Crie cenários com a iluminação
Ambientes bem iluminados com diferentes fontes de luz parecem maiores, mais acolhedores e funcionais. “Sugerimos trabalhar em camadas com luz geral difusa (como plafons ou painéis de LED), luz indireta (como fitas de LED em marcenaria) e pontos focais (pendentes ou abajures)”, aconselha Jéssica.
O abajur na sala de estar ajuda a criar cenários pontuais na iluminação. Projeto do escritório MAR Arquitetura
Juliano Colodeti/MCA Estudio/Divulgação
“Evite focos de luzes que vão gerar sombras. Opte por luzes indiretas e, se possível, amarela. Abajures e pequenos pontos de luzes são potencializadores para climas intimistas, sem contar que é de fácil aplicação”, recomenda Leandro.
Leia mais
Bruno concorda. “Crie cenários, como uma sala iluminada para receber visitas e uma sala intimista para jantar ou assistir filmes. De maneira nenhuma eu indico um único tipo de iluminação para apartamentos pequenos”, ressalta.
6. Utilize materiais e acabamentos adequados
Utilizar materiais e revestimentos de nuances suaves é uma alternativa econômica e eficiente. “Revestimentos mais claros, como porcelanatos e pinturas, podem ser uma solução barata. Podemos passar a mesma tinta da parede na porta, mimetizando-a, dando a sensação de amplitude”, indica Bruno.
O painel feito de folha natural de cumaru mimetiza portas que dão acesso ao quarto e ao banheiro. Projeto do escritório COTA760 Arquitetura
Juliana M Deeke/Beware Collective/Divulgação
Débora opta pelos painéis de MDF coloridos ou com acabamento amadeirado. “São elegantes e resistentes, oferecendo bom custo-benefício. Cimento queimado e pintura colorida também são eficazes e econômicos. O importante é garantir texturas equilibradas, evitando excesso de brilho ou contraste, que podem ‘pesar’ visualmente”, sugere a arquiteta.
7. Considere soluções inteligentes de armazenamento
Pensar em soluções de armazenamento inteligente possibilita otimizar cada centímetro. “O primeiro investimento chave é, sem dúvidas, a marcenaria, pois com ela definimos as áreas de armazenamento e se imprime a personalidade do morador”, considera Leandro.
As prateleiras são ótimas soluções para maximizar o espaço de armazenamento. Elas podem ser instaladas em paredes, aproveitando espaços verticais, e ajudam a organizar os objetos. Projeto da arquiteta Cecilia Hoe, do escritório Hoearquitetura
Manuel Sá/Divulgação
“O segredo é usar áreas que normalmente ficam subutilizadas, como prateleiras altas próximas ao teto, ganchos e suportes verticais, e cestos e caixas organizadoras padronizadas em nichos”, propõe Jéssica.
Leia mais
8. Delimite áreas
O uso de móveis baixos e a iluminação adequada são estratégias eficazes para dividir ambientes integrados, criando áreas distintas sem comprometer a amplitude. “Se eu quiser amplitude, eu simplesmente abro tudo. Conseguimos dividir ambientes com tapetes e cores”, comenta Bruno.
No apartamento integrado, a porta em serralheria e vidro no quarto, desenhada pelo arquiteto David Silva, do Studio Pipa Arquitetura, permite que a luz natural adentre a sala
Luiza Schreier/Divulgação
Pintar paredes, teto e rodapés no mesmo tom ajuda a ampliar visualmente o recinto. “Isso cria uma base contínua, sem cortes visuais, que ajuda a alongar e unificar o espaço. Cortinas do teto ao chão, mesmo em janelas pequenas, também aumentam a percepção de altura e adicionam sofisticação sem grandes custos”, acrescenta Débora.
Dicas extras de decoração em espaços pequenos
Os profissionais compartilham outras dicas valiosas:
Evite móveis volumosos e desnecessários.
Invista em peças versáteis que podem ter multifunções.
Evite o excesso de objetos de decoração.
Inclua plantas em vasos ou pendentes.
Adicione quadros com molduras finas e paspatur de vidro.
Utilize bandejas organizadoras em aparadores ou mesas para acomodar livros e objetos.
Posicione espelhos em pontos estratégicos para criar a sensação de profundidade.
