Casa de veraneio na Bahia valoriza brasilidade e integra arquitetura ao jardim tropical

Construída do zero em Outeiro das Brisas, entre os povoados de Trancoso e Caraíva, no sul da Bahia, a Casa ĪBA é o retrato da integração entre arquitetura, paisagem e modo de viver. Com 700 m², a residência foi pensada para ser um refúgio de veraneio para uma família que buscava conexão com a natureza, conforto e brasilidade, ideal para acomodar diferentes gerações.
Leia mais
O projeto é assinado pelo arquiteto Daniel Fromer (@danielfromer), com interiores da designer Marina Linhares (@marinalinharesinteriores) e paisagismo de Rodrigo Oliveira (@rodrigooliveira_paisagismo).
VISTA GERAL | À esquerda, o bloco íntimo com dois pavimentos comporta as suítes da família; ao meio, está o bloco social; e à direita, o bloco que serve de apoio à piscina. No primeiro plano, o solário tem estrutura de madeira peroba de demolição aparelhada e lixada, fornecida pelo Zé Madeiras, com deque de madeira tatajuba, onde estão sofá Atol, da Wooding, com tecido para área externa Panamá Mescla Rubi Taupe e almofadões existentes
Evelyn Müller/Divulgação
“A arquitetura da casa nasceu com dois propósitos: valorizar o paisagismo e acolher a vida familiar de forma intergeracional”, explica Daniel.
Para isso, todos os ambientes foram abertos para os jardins projetados por Rodrigo, que atuam como extensão viva da mata nativa, entre dendezeiros, bromélias e mangabeiras.
DETALHE | A piscina é envolta pelo jardim cujo paisagismo aproveita espécies nativas e agrega plantas e flores da região
Evelyn Müller/Divulgação
“O conceito do paisagismo é bem brasileiro, tropical, para parecer que o jardim já estava lá. Partimos de espécies nativas e preservamos árvores existentes, buscando recriar a atmosfera local, com muitas plantas e flores da região”, conta o paisagista.
VESTIÁRIOS | Em meio ao paisagismo tropical de Rodrigo Oliveira, a área para vestiários foi construída com os materiais usados nos outros blocos, como madeira peroba de demolição aparelhada e lixada e telha taubilha
Evelyn Müller/Divulgação
VARANDA | No bloco que serve de apoio à piscina, o lounge foi composto por sofá e poltronas Paraty, da Taúna Móveis. Mesa de centro de azulejos assinada por Flávia Del Pra. No piso, lajotas cerâmicas de Trancoso
Evelyn Müller/Divulgação
O imóvel se organiza em três blocos, distribuídos em diferentes níveis conforme a topografia do terreno, que apresenta uma declividade natural. “Aproveitamos as curvas de nível para criar um efeito de anfiteatro, onde todos os blocos se voltam para a mata e o pôr do sol”, fala Daniel.
ÁREA GOURMET | A mesa Firenze, da Taúna Móveis, ganhou companhia das cadeiras Diretor, da Butzke. Luminárias da Balaio Home
Evelyn Müller/Divulgação
CASA DE HÓSPEDES | Este bloco foi construído em alvenaria com pintura cal, lajota cerâmica de Trancoso, ladrilhos da Dalle Piagge, madeira peroba de demolição e telha taubilha. Espreguiçadeiras Carioca, de FJ Pronto pra Levar!. O espelho da Balaio Home reflete e amplifica o paisagismo ao redor
Evelyn Müller/Divulgação
O bloco principal da casa abriga as áreas social, íntima e de serviço. Os outros dois são dedicados aos hóspedes e ao espaço a de lazer, com um pavilhão junto à piscina. Todos foram implantados de forma que se fundem à paisagem, com materiais naturais e estruturas abertas.
VARANDA | As madeiras locais são protagonistas do projeto, como o forro de biribas e deque de tatajuba. Mesa Guaíra, da Taúna Móveis. Cadeiras Maresia, de Carlos Motta, na Dpot. Luminária Cesto Yano, na Balaio Home
Evelyn Müller/Divulgação
A escolha da taubilha — telha de madeira tradicional —, a madeira de demolição e a cerâmica artesanal reforçam a conexão com o contexto baiano e o respeito ao entorno.
SALA DE ESTAR | O ambiente ganhou par de poltronas Pitu, de Aristeu Pires, na Dpot, com uma composição central de peças que inclui bancos da Balaio Home, mesa de centro Rattan Sagi, na Biasa Home, e pufe de tapeçaria. Ao fundo, abaixo da TV, rack Midcentury, da Casa Ática. Tapete de juta Naturmix, da Rugs & Co
Evelyn Müller/Divulgação
Na decoração, Marina buscou um estilo autoral, brasileiro e atemporal. “Essa casa fala da combinação de vontades. De pessoas que têm o mesmo jeito de trabalhar, de pensar, de olhar para o morar”, comenta.
“A arquitetura do Daniel foi muito fiel à identidade local. O paisagismo do Rodrigo trouxe uma naturalidade incrível, e eu busquei peças especiais do artesanato brasileiro, com curadoria afetiva”, ela acrescenta.
SALA DE JANTAR | Sob o teto de taubilha aparente, mesa de madeira pequiá, da Amazoon Woods. Cadeiras e luminárias compradas de artesãos locais. Obra de arte assinada pelo artista cearense Francisco Graciano
Evelyn Müller/Divulgação
Segundo Marina, o foco não era seguir tendências, mas construir uma história consistente. “Depois de 30 anos de trabalho, percebo que a evolução está em olhar para o entorno e para as pessoas. Essa casa mostra como é prazeroso quando todas as partes trabalham com o mesmo objetivo.”
HALL | As esquadrias de madeira peroba de demolição emolduram o paisagismo externo através do vidro. Na parede, cestaria da Balaio Home. Banco existente
Evelyn Müller/Divulgação
A paleta de cores segue os tons da paisagem: terrosos, neutros, quentes e suaves — reforçando a sofisticação sem perder o vínculo com a terra. “Quisemos fugir do rústico óbvio, mas sem perder o caráter regional. Os materiais têm memória, identidade, e isso dá alma ao projeto”, completa Daniel.
HALL | O aparador do tipo bancada de marceneiro, da Taúna Móveis, abriga vários objetos, entre eles o abajur de garrafão, da Balaio Home, que também forneceu o cabideiro rústico. Passadeira antiga de kilim, na Ana Luiza Wawelberg
Evelyn Müller/Divulgação
Outro cuidado foi a acessibilidade: a residência foi projetada em um único plano, com grandes aberturas e circulação facilitada, garantindo conforto para todas as idades. “A ideia era criar uma casa que fosse para todos, com espaços que dialogam entre si sem conflito”, reforça o arquiteto.
SUÍTE MÁSTER | Cama com dossel, da Taúna Móveis, que também forneceu a mesa de cabeceira, onde estão abajur e colar de parede da Balaio Home. Enxoval da Srta. Galante. Tapete da Clatt
Evelyn Müller/Divulgação
A sustentabilidade também foi incorporada, com amplas aberturas que promovem ventilação cruzada, garantindo conforto térmico de forma eficiente e reduzindo a necessidade de ar-condicionado, além da escolha de materiais naturais e sustentáveis para os revestimentos.
Leia mais
Dessa forma, madeira local, tintas ecológicas e soluções de captação de água reforçam o compromisso com o território. “Um jardim para se viver e conviver”, define Daniel.
SUÍTE DOS FILHOS | As camas com dossel, da Taúna Móveis, receberam roupa de cama da Srta. Galante. Tapete da marca Clatt
Evelyn Müller/Divulgação
BANHEIRO DE HÓSPEDES | O ambiente foi revestido de ladrilho hidráulico verde, da Dalle Piagge. O piso é de cimento queimado. Louças e metais da Deca
Evelyn Müller/Divulgação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima