Ainda existem lugares na Terra onde o frio não vai e vem. Do planalto esculpido pelo vento da Antártida à tundra sem árvores do norte do Canadá e às altas estepes da Mongólia, alguns países enfrentam o frio não como uma estação passageira, mas como um cenário permanente. As temperaturas médias anuais permanecem bem abaixo de zero. A infraestrutura é construída para suportar meses de geada. Modos de vida inteiros giram em torno da neve, do gelo e do ritmo de um inverno longo e implacável.
Mas nem mesmo as regiões mais frias estão protegidas das mudanças climáticas. Na verdade, muitas estão aquecendo mais rápido do que a média global – não de uma forma que elimine o frio completamente, mas de uma forma que o torna instável. Alguns anos trazem nevascas mais intensas e tempestades mais fortes. Em outros, o frio chega semanas depois do esperado ou recua mais cedo. Padrões familiares, antes incorporados à cultura, à agricultura e à vida diária, começam a mudar. O que está se alterando não é apenas o grau de frio, mas a sua confiabilidade. E, nos lugares mais gelados da Terra, essa perda de constância pode ser mais disruptiva do que o aumento da temperatura em si.
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Os 10 países mais frios do mundo (2025)
Nem mesmo as regiões mais frias estão protegidas das mudanças climáticas
Andrea Schettino/Pexels
Esta lista é baseada nas temperaturas médias anuais do ar em 2025, usando dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), do GISTEMP da NASA, do Berkeley Earth e da Rede Global de Climatologia Histórica da NOAA (GHCN). Essas organizações reúnem registros climáticos de longo prazo tanto de observações por satélite quanto de estações de monitoramento em solo.
Antártida – média de -56,7 °C em 2025
Rússia – Sibéria com média de -5,4 °C
Canadá – regiões do norte com média de -4,8 °C
Groenlândia – média de -3,6 °C em toda a camada de gelo
Mongólia – média anual de -0,9 °C
Noruega – incluindo Svalbard, média de 1,3 °C
Cazaquistão – média nacional de 1,6 °C
Finlândia – média de 1,9 °C
Islândia – média de 2,0 °C
Estados Unidos (Alasca) – média de 2,1 °C nas zonas do norte.
A ciência por trás do aquecimento das regiões frias
As mudanças climáticas trazem instabilidade para as regiões mais frias
Getty Images
É um fenômeno bem documentado que muitas das partes mais frias do planeta também estão aquecendo mais rapidamente. Isso se deve à amplificação polar – um processo no qual o derretimento da neve e do gelo reduz a refletividade da Terra. Superfícies congeladas e brilhantes normalmente refletem a luz solar de volta à atmosfera; quando derretem, revelam solo e oceano mais escuros, que de outra forma estariam escondidos sob eles, absorvem esse calor, acelerando o aquecimento das áreas ao redor. Esse efeito é especialmente intenso em regiões como o norte do Canadá, a Groenlândia e a Sibéria, onde a perda de gelo está cada vez maior ao longo do ano.
Um estudo de 2022 publicado na Nature Communications Earth & Environment confirmou que o Ártico está aquecendo quase quatro vezes mais rápido do que a média global. E, embora o Oriente Médio possa estar esquentando mais rapidamente nos extremos de verão, as regiões árticas e subárticas são onde a taxa de mudança a longo prazo é mais acentuada.
Por que as mudanças climáticas podem levar a invernos mais frios
Nos lugares mais gelados da Terra, a perda de constância pode ser mais disruptiva do que o aumento da temperatura em si
James Wheeler/Pexels
O aquecimento global, ou mudanças climáticas, nem sempre se traduz em invernos mais amenos. Em muitas regiões frias, ele traz instabilidade – não menos frio, mas um frio mais imprevisível. Um clima em aquecimento eleva as médias de longo prazo, mas também amplia os extremos, de modo que um janeiro ameno pode ser seguido por uma intensa frente ártica; um degelo pode dar lugar a uma nevasca recorde.
Um dos fatores que impulsionam essa volatilidade é a corrente de jato – uma corrente de ar em alta altitude que normalmente mantém o ar polar preso no Ártico. À medida que a região aquece e o gelo marinho recua, a corrente de jato enfraquece e se desloca. Isso permite que o ar frio do Ártico avance mais ao sul e o ar quente se mova para o norte, aumentando a frequência de eventos de vórtice polar e acentuando os contrastes entre as estações.
O resultado não é uma elevação linear da temperatura, mas um clima marcado por mudanças bruscas: nevascas mais intensas, geadas mais tardias, degelos precoces e menos previsibilidade no geral. Os países mais frios do mundo continuam sendo frios, mas a natureza desse frio está mudando.
*Matéria publicada originalmente na Condé Nast Traveller Oriente Médio.
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Mas nem mesmo as regiões mais frias estão protegidas das mudanças climáticas. Na verdade, muitas estão aquecendo mais rápido do que a média global – não de uma forma que elimine o frio completamente, mas de uma forma que o torna instável. Alguns anos trazem nevascas mais intensas e tempestades mais fortes. Em outros, o frio chega semanas depois do esperado ou recua mais cedo. Padrões familiares, antes incorporados à cultura, à agricultura e à vida diária, começam a mudar. O que está se alterando não é apenas o grau de frio, mas a sua confiabilidade. E, nos lugares mais gelados da Terra, essa perda de constância pode ser mais disruptiva do que o aumento da temperatura em si.
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Andrea Schettino/Pexels
Esta lista é baseada nas temperaturas médias anuais do ar em 2025, usando dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), do GISTEMP da NASA, do Berkeley Earth e da Rede Global de Climatologia Histórica da NOAA (GHCN). Essas organizações reúnem registros climáticos de longo prazo tanto de observações por satélite quanto de estações de monitoramento em solo.
Antártida – média de -56,7 °C em 2025
Rússia – Sibéria com média de -5,4 °C
Canadá – regiões do norte com média de -4,8 °C
Groenlândia – média de -3,6 °C em toda a camada de gelo
Mongólia – média anual de -0,9 °C
Noruega – incluindo Svalbard, média de 1,3 °C
Cazaquistão – média nacional de 1,6 °C
Finlândia – média de 1,9 °C
Islândia – média de 2,0 °C
Estados Unidos (Alasca) – média de 2,1 °C nas zonas do norte.
A ciência por trás do aquecimento das regiões frias
As mudanças climáticas trazem instabilidade para as regiões mais frias
Getty Images
É um fenômeno bem documentado que muitas das partes mais frias do planeta também estão aquecendo mais rapidamente. Isso se deve à amplificação polar – um processo no qual o derretimento da neve e do gelo reduz a refletividade da Terra. Superfícies congeladas e brilhantes normalmente refletem a luz solar de volta à atmosfera; quando derretem, revelam solo e oceano mais escuros, que de outra forma estariam escondidos sob eles, absorvem esse calor, acelerando o aquecimento das áreas ao redor. Esse efeito é especialmente intenso em regiões como o norte do Canadá, a Groenlândia e a Sibéria, onde a perda de gelo está cada vez maior ao longo do ano.
Um estudo de 2022 publicado na Nature Communications Earth & Environment confirmou que o Ártico está aquecendo quase quatro vezes mais rápido do que a média global. E, embora o Oriente Médio possa estar esquentando mais rapidamente nos extremos de verão, as regiões árticas e subárticas são onde a taxa de mudança a longo prazo é mais acentuada.
Por que as mudanças climáticas podem levar a invernos mais frios
Nos lugares mais gelados da Terra, a perda de constância pode ser mais disruptiva do que o aumento da temperatura em si
James Wheeler/Pexels
O aquecimento global, ou mudanças climáticas, nem sempre se traduz em invernos mais amenos. Em muitas regiões frias, ele traz instabilidade – não menos frio, mas um frio mais imprevisível. Um clima em aquecimento eleva as médias de longo prazo, mas também amplia os extremos, de modo que um janeiro ameno pode ser seguido por uma intensa frente ártica; um degelo pode dar lugar a uma nevasca recorde.
Um dos fatores que impulsionam essa volatilidade é a corrente de jato – uma corrente de ar em alta altitude que normalmente mantém o ar polar preso no Ártico. À medida que a região aquece e o gelo marinho recua, a corrente de jato enfraquece e se desloca. Isso permite que o ar frio do Ártico avance mais ao sul e o ar quente se mova para o norte, aumentando a frequência de eventos de vórtice polar e acentuando os contrastes entre as estações.
O resultado não é uma elevação linear da temperatura, mas um clima marcado por mudanças bruscas: nevascas mais intensas, geadas mais tardias, degelos precoces e menos previsibilidade no geral. Os países mais frios do mundo continuam sendo frios, mas a natureza desse frio está mudando.
*Matéria publicada originalmente na Condé Nast Traveller Oriente Médio.
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