Ilha Fiscal: conheça a arquitetura do histórico castelinho no Rio de Janeiro

Palco da festa de 30 anos da atriz Bruna Marquezine, a Ilha Fiscal é um dos lugares mais emblemáticos do Rio de Janeiro. Localizado no meio da baía de Guanabara, é conhecido por ter uma das vistas mais espetaculares da cidade, de frente para o Pão de Açúcar e o Corcovado.
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A histórica ilha começou a ser erguida no final do século 19, por ordem do Imperador Dom Pedro II, após uma série de aterros, que aumentaram a sua área de 4.400 m² para 7 mil m².
Em 27 de abril de 1889, a construção do Palacete da Ilha Fiscal — conhecido também como “castelinho” ou Palacete Alfandegário — foi concluída.
O castelinho da Ilha Fiscal encontra-se tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro desde 1990
Diego Baravelli/Wikimedia Commons
O episódio mais marcante de sua história foi a festa — supostamente a maior e mais cara realizada por D. Pedro II — , que ficou conhecida como “o último baile do Império”. O evento ganhou fama por ter sido realizado no dia 8 de novembro, às vésperas do golpe de Estado cujo propósito era deposição do Imperador e a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889.
Originalmente chamada de Ilha dos Ratos, ela ganhou o nome atual por abrigar o posto da Guarda Fiscal que atendia o porto da capital do Império, no século 19. A construção foi seriamente danificada durante a Revolta da Armada, que irrompeu no Rio em 1893.
Desde 1913, a Ilha Fiscal está em posse da Marinha do Brasil e, nos anos 1990, foi aberta ao público
Boaventuravinicius/Wikimedia Commons
Sem verbas para restauração, o governo sugeriu entregar o local ao Ministério da Marinha, em troca de algum edifício em melhor estado para serviço da alfândega — o que aconteceria somente em 1913, quase vinte anos depois.
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Entre 1914 e 1998, a Marinha usou a Ilha Fiscal com sede de variados órgãos e repartições, sucessivamente. Em 1930, o lugar foi ligada à Ilha das Cobras, que fica próxima, por meio de um molhe de concreto.
O castelinho da Ilha Fiscal é considerado uma das mais elegantes construções do Rio de Janeiro
Flickr/Eduardo Otubo/Creative Commons
Hoje, aberta ao público, ela é parte do Complexo Cultural da Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha (DPHDM) e uma das principais atrações turísticas da Cidade Maravilhosa. Em suas salas abriga um espaço cultural e museu que conta a história de sua construção, do último baile do Império e da ocupação pela Marinha.
Em 1990, o edifício foi tombado pela Prefeitura do Rio de Janeiro e, em 2001, passou por um amplo trabalho de restauração, coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), quando foram renovadas as pinturas do teto, as paredes e o piso de madeira original.
Em 1930, a Ilha Fiscal foi ligada à Ilha das Cobras por meio de um molhe de concreto
Diego Baravelli/Wikimedia Commons
Arquitetura da Ilha Fiscal
O projeto da Ilha Fiscal e de seu palacete é do engenheiro Adolpho José Del Vecchio, que, à época, era diretor de obras do Ministério da Fazenda. Inspirado pelos trabalhos do arquiteto neogótico francês Eugène Viollet-le-Duc, ele projetou um pequeno castelo de linhas sóbrias e ar de catedral medieval.
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Sua arquitetura é marcada por elementos como agulhas pontiagudas, abóbadas e vitrais coloridos com imagens referentes ao Brasil Imperial. O engenheiro preocupou-se também com o paisagismo do espaço, plantando coqueiros na ilha.
As pinturas do teto, das paredes e do mosaico do piso de madeira do torreão da Ilha Fiscal foram restaurados em 2001
Marinha do Brasil/Divulgação
Quando erguido, o castelinho foi considerado uma das mais elegantes construções da capital fluminense. Um dos pontos mais chamativos do palacete é o seu torreão (torre central), localizado no segundo pavimento, que contém 38 degraus em pedras, dispostas em torno de um eixo, formato um caracol.
Também no segundo andar, a sala destinada ao chefe da aduana possui uma sacada com vista para a baía de Guanabara. O destaque deste cômodo é o piso de marchetaria, confeccionado com 14 tipos de madeiras de lei brasileiras, que forma um grande mosaico com o desenho da Rosa dos Ventos.
A Ilha Fiscal é conhecida pela vista espetacular da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro
Flickr/Marinha do Brasil/Creative Commons
A construção em cantaria (pedra lavrada) foi feita usando uma rocha chamado gnaisse, extraído localmente. As paredes do salão destinado ao chefe da aduana foram cuidadosamente desenhadas e posteriormente pintadas a óleo pelo artista alemão, naturalizado brasileiro, Frederico Steckel.
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Por manter a arquitetura original, a Ilha Fiscal possui até hoje como principal pavimentação o paralelepípedo e uma pequena calçada que contorna todo o castelo.
Vitral da Ilha Fiscal, no Rio de Janeiro, traz a imagem do Imperador Dom Pedro II
Flickr/Márcio Cabral de Moura/Creative Commons
O ingresso para Ilha Fiscal dá direito a visitar as atrações do Espaço Cultural da Marinha (ECM). O acesso é feito por embarcação ou micro-ônibus, e leva cerca de 20 minutos. A entrada pode ser comprada na bilheteria local ou pela internet, e custa R$ 60 (inteira).

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