Como remover textura de paredes? Confira dicas para facilitar a reforma

Muito usadas em projetos de arquitetura e de interiores, as texturas são acabamentos aplicados sobre as paredes ou tetos com efeitos visuais e táteis, como relevos. Elas podem ter função puramente decorativa ou servir como proteção e cobrir imperfeições na alvenaria.
Leia mais
“Não necessariamente a textura precisa ter ‘textura’. Não precisa ser áspera, ter pedrinhas ou ser ondulada. Por exemplo, um efeito de cimento queimado é superliso, mas é um tipo de textura. A textura é mais grossa, já a tinta é mais líquida”, fala o arquiteto Bruno Moraes, do BMA Studio.
A parede com textura de cimento queimado da i Colori di Venezia é o pano de fundo para o décor proposto pelo StudioMH Arquitetura para este projeto
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
Além do cimento queimado, existem vários tipos de paredes texturizadas, das mais simples, aquelas que o pintor faz com a própria pintura ou massa corrida e um rolo especial; e as compradas prontas, que possuem diferentes formas de aplicação.
Segundo a arquiteta Cinthia Claro, as texturas apresentam técnicas e efeitos específicos. Algumas exigem pintura e outras já são coloridas. As mais comuns são:
Grafiato: muito utilizada em áreas externas, como muros e fachadas, por ser resistente. Ideal para ocultar imperfeições e proteger as superfícies contra umidade e variações climáticas. Utiliza desempenadeira para aplicar e moldar a massa texturizada.
Estuque: composto por cal, cimento, areia e água, é caracterizado pela rugosidade e efeitos orgânicos, com acabamento liso, texturizado ou marmorizado. Traz sofisticação e elegância aos espaços, dando visual de profundidade na superfície. Pode ser aplicado em paredes, fachadas e tetos. É resistente a intempéries, umidade e impactos.
Textura projetada: decora e protege, podendo ser utilizada em superfícies internas e externas. Serve para cobrir imperfeições e possui proteção hidrorepelente, o que ajuda na prevenção contra mofo e umidade. É lavável e não exige pintura, pois já vem pigmentada. Pode ter efeito travertino, chapisco ou flocada. Sua aplicação é feita com o suporte de uma pistola de alta compressão.
Textura rolada: tipo de textura que deve ser aplicada com rolos especiais, que criam relevos nas superfícies. Também é bastante resistente e durável.
Cada textura apresenta uma forma específica de ser aplicada nas superfícies, dependendo da marca, do tipo e do local de instalação. De forma geral, antes de tudo, analise com cuidado a parede ou teto onde ela vai ser colocada para ver se está em boas condições.
As paredes de estuque são destaque neste apartamento em Lisboa, em Portugal, com projeto do português João Gameiro, do Studio Gameiro
Francisco Nogueira/Divulgação
“Ela precisa estar limpa para receber textura. Eu não aconselho aplicar sobre uma pintura antiga. Se a textura for pesada, ela pode se soltar e cair. Às vezes, pode ser preciso remover a pintura anterior. É importante ver também se há alguma infiltração, o que pode estragar a textura”, salienta Bruno.
Leia mais
Outro ponto essencial é diferenciar se é uma textura para área interna ou externa, e se o produto escolhido aceita umidade ou se só pode ser instalado em locais secos. “Por exemplo, tem textura de cimento queimado que pode aplicar dentro de boxe, pois tem impermeabilizante na composição”, comenta o arquiteto.
Na sala de jantar, a parede com textura foi pintada na cor Seda Damasco, da Coral. Projeto da arquiteta Mariana Monnerat
Lilia Mendel/Divulgação
A duração de cada textura depende de vários fatores, como clima, materiais utilizados e qualidade da aplicação. “Tem texturas que duram mais de cinco anos e outras menos. Vai depender de cada fabricante. E é importante destacar que há texturas que não aceitam remendo”, aponta Bruno.
Como remover textura de paredes
Segundo Cinthia, a remoção é possível, porém trabalhosa, devido aos relevos e aderência do material à parede ou teto. “Depende muito do tipo de textura e estado em que a superfície se encontra”, diz a arquiteta.
Aplicar textura sobre uma parede com imperfeições e mofo pode levar o produto a se soltar no futuro
Freepik/ArthurHidden/Creative Commons
Muitos tentam remover apenas visualmente a parede texturizada com a aplicação de massa corrida por cima, mas, de acordo com Bruno, essa técnica demanda atenção. O correto, ele explica, é verificar a necessidade de remover completamente a textura antes de emassar a superfície.
Leia mais
“Você removeu a ‘aparência da textura’, mas ela continua atrás da massa corrida. É preciso cuidado para ver se a textura está bem fixada na parede ou se ela foi aplicada em cima de uma pintura velha, senão você coloca mais um peso por cima e corre o risco que o fundo desplaque e tudo caia no chão”, alerta o profissional.
Antes de aplicar textura na parede, verifique as condições da pintura que ficará por baixo
Freepik/kues1/Creative Commons
Normalmente a remoção é manual, com o uso de uma espátula. “Existe um removedor de texturas, à base de solvente, que auxilia na retirada com espátulas”, afirma Cinthia. Ao aplicá-lo, a parede começa a criar bolhas, o que facilita o trabalho com a espátula.
Antes de iniciar o processo, verifique com o fabricante do produto qual o melhor tipo de removedor. “A textura simples, feita com massa corrida, pode ser retirada com uma espátula, mas as outras precisam de removedor antes da espátula. O removedor do cimento queimado não é o mesmo das texturas com grãos de minerais. Então, dependendo do produto usado, a forma de remoção é diferente”, detalha Bruno.
Usar massa corrida sobre a textura de parede pode ser uma solução, mas demanda cuidados
Freepik/rawpixel.com/Creative Commons
Dependendo do produto e da aderência à superfície, pode ser necessário o uso de máquinas e ferramentas especiais, como rebolo (ferramenta abrasiva usada para desbaste e acabamento) ou esmerilhadeira (ferramenta elétrica utilizada para cortar, desbastar, lixar e polir).
Leia mais
Em todos os casos, a retirada deve ser realizada com cuidado para não causar fissuras ou quebras do reboco da superfície. “Além da espátula, lixas de granulação adequada podem ser utilizadas na remoção”, orienta a arquiteta.
Se a textura estiver com boa aderência, basta cobrir a parede com massa corrida e pintar por cima
Freepik/Creative Commons
Os custos podem variar muito a depender da mão de obra — se qualificada, o valor é mais alto —, da área a ser removida e do tipo de textura, bem como as condições em que se encontra.
“Deve-se avaliar se o ideal é remover e recuperar a parede, ou, caso a textura esteja muito bem aderente e conservada, avaliar a opção de emassar, regularizar, sem remover, podendo ser pintada posteriormente”, finaliza a profissional.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima