A mostra contará com Maximiliano Crovato, Ronald Sasson, Gisela Simas, Fernanda Froes, Raphael Zarka, Sy&Vie, Jay Boggo, Sandra Arruda, Tayná Scholten, Paula Sousa, Strauss, Carol Gay, Cris Bertolucci, Regina Silveira, Renata Meirelles, Armarinhos Teixeira, Lavinia Góes, Atelier Passarelli, Juliette Somnolet, Tim Leclabart, Tiago Braga, Henri Texier, Milene Guermont, CABOCO + Alagoas Feita à Mão, Eric Darmon e Triptyque Architecture.
Obra de Armarinhos Teixeira que estará na mostra
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Responsável pela curadoria da exibição, Pat Monteiro Leclercq ressalta que a iniciativa realça os elementos artísticos e saberes brasileiros como um impulso criativo, não como uma forma rígida a ser preservada. “A exposição mostra que a tradição se manifesta em ‘atitudes’ — o gesto artesanal, a astúcia e o sincretismo formal que são a marca do design brasileiro, além do reconhecimento do savoir-faire francês”, explica a fundadora do projeto Bref Design Art, que apresenta e representa o design colecionável brasileiro e francês em diálogo com a arte contemporânea.
Criação do Atelier Passareli
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Regina Silveira e Renata Meirelles atuaram em conjunto no projeto Roller, que explora o design têxtil
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Em relação aos vínculos que observa nas produções dos dois países, a curadora pontua que há semelhanças que não estão relacionadas à estética, mas envolvem a postura inventiva. “A aproximação está na busca por uma ‘razão poética’, onde a obra transcende sua função para se tornar uma mensagem. O que nos une é a recusa à obsolescência e a crença de que o design e a arte podem ser um gesto de esperança”, diz.
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Quanto à questão da sustentabilidade, Pat Monteiro Leclercq enxerga que o conceito foi decisivo para estruturar a exposição. “Buscamos obras que demonstrassem um cuidado e uma escuta dos materiais. O ‘saber-fazer’ artesanal, por sua natureza, é uma prática sustentável: ele celebra a durabilidade e a manualidade como resistência ao consumo inconsciente”. Para evidenciar essa importância, ela cita a cadeira Cerrado, de Jay Boggo, que utiliza galhos e raízes reaproveitados, ressignificando a matéria bruta. Além deste móvel, o uso de encaixes na mesa Dora, de Gisela Simas, se destaca por facilitar o processo de montagem e minimizar o uso de colas.
Cadeira Cerrado, de Jay Boggo, evoca um Brasil profundo. A escultura é feita a partir de galhos e raízes encontradas no cerrado matogrossense e depois queimadas e reconstituídas manualmente
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Repertórios mutidisciplinares
Uma das participantes do evento, a designer Carol Gay levará a luminária Dalí, apresentada na última edição da feira MADE, em São Paulo. Mesmo nomeada em homenagem ao pintor espanhol conhecido pelo trabalho surrealista, a peça apresenta referências brasileiras. “O Brasil é um país onde a convivência da natureza nas cidades caracteriza formas orgânicas e que estão presentes na elaboração da luminária. A tradição do vidro soprado no país teve início com a chegada dos italianos e o objetivo desse trabalho é não apenas produzir peças únicas, mas também contribuir para a preservação e valorização desse conhecimento”, comenta.
Poltrona ABAZZIA, design Ronald Sasson para a Herança Cultural
Ale Ruaro
O designer Ronald Sasson também salienta a mistura de influências que construíram a identidade nacional. “O Brasil é isso: um país rico em tradições tanto dos povos primitivos como das imigrações europeias e africanas, desaguando em uma consequente adaptação à sociedade mundial. Eu ainda quero ter esta característica de juntador de peças do tempo passado com as possibilidades de futuro, pois é assim que me vejo e situo meu trabalho”, elucida. O criativo exibirá a poltrona ABAZZIA, desenhada para a Herança Cultural. Segundo o autor, ela vem de “um certo Brutalismo paulista conjugado a uma leitura quase indígena que se afunila em um desenho compacto que se parece com um trono”.
Biombo têxtil, de Sandra Arruda
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Já a inspiração da designer e ceramista Sandra Arruda partiu das histórias de seus bisavós pernambucanos. “Meu irmão pesquisava nossa árvore genealógica e, juntos, mergulhamos nas origens dos nossos ancestrais. Todo o processo criativo começou à distância em 2020. Somente em 2024, quando a coleção ganhou corpo, viajei à região e vivi o silêncio e as cores que me esperavam lá. Essa experiência tornou-se o epílogo que selou a linha, deixando-a pronta para ser tecida”, detalha sobre o biombo Portas e Janelas, que poderá ser visto na Embaixada do Brasil, em Paris.
Banco T, de Maximiliano Crovato
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Serviço
Exposição Héritage Culturel et Savoir-Faire
Local: Sala Villa-Lobos | Embaixada do Brasil em Paris
Endereço: 34 Cours Albert 1er, 75008, Paris
Período: de 3 a 5 de setembro de 2025, das 12h às 18h
Entrada: gratuita
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