Casa modernista de 400 m² ganha jardim orgânico com plantas nativas

No bairro do Pacaembu, em São Paulo, a casa modernista projetada pelo arquiteto Joaquim Guedes acomoda-se com leveza no terreno íngreme de 759 m². O casal de moradores, sócios do Estúdio Orth, convidou a paisagista Julieta Fialho (@julietafialho.paisagismo) para repensar a área externa, até então tomada por plantas exóticas destoantes da linguagem arquitetônica.
Leia mais
Entre as principais queixas estava a falta de privacidade com relação à casa vizinha, solucionada com a condução da trepadeira ipomeia-africana por sistema de cabos de aço e tela metálica. Na área externa de 300 m², folhagens largas preenchem canteiros curvos, vedam muros e suavizam os desníveis do terreno.
Na área externa, em primeiro plano, filodendro-ondulado, jasmim-amarelo e cardamomo-anão
Federico Cairoli/Divulgação
“Por se tratar de uma obra representativa da arquitetura brutalista do anos 60, com pilares aparentes e grandes vãos-livres, foram escolhidas espécies que mantêm as conexões visuais entre os espaços, sem obstruir as linhas de visão ou encobrir elementos estruturais marcantes”, comenta Julieta.
Canteiro orgânico com russélia, açucena-d’água, maranta-zebrina, suculenta jade pendente, maranta-charuto, inhame-roxo e alpinia nutans contém a terra do desnível. No andar superior, jardineira com suculenta anzol-de-peixe.
Federico Cairoli/Divulgação
Outro critério foram as diferentes condições de luz no projeto. No jardim interno sob a escada, predominam plantas nativas da Mata Atlântica, adaptadas a ambientes úmidos e sombreados, como o xanadu, a maranta-cinza e a pariparoba — com potencial medicinal.
Vista superior de canteiros com mulungu-do-litoral, filodendro-ondulado e maranta-charuto, além da trepadeira ipomeia-africana
Federico Cairoli/Divulgação
Na reforma comandada pelo Estúdio Orth, a integração entre a área social e o jardim foi uma prioridade. Sofá Balo, do Estúdio Orth
Federico Cairoli/Divulgação
Em áreas de sol e de meia-sombra, a açucena-d’água, a maranta-charuto e o inhame-roxo garantem contraste visual. “As plantas nativas trazem identidade, sustentabilidade e resgate do bioma local, enquanto a composição botânica equilibra cores, texturas e volumes de forma sensível e envolvente”, conclui a paisagista.
A curadoria de espécies reforça as linhas e as perspectivas sem competir com elas.”
Rente à escada, maciço de guaimbês preservado. Vaso original de concreto foi preenchido com bulbine
Federico Cairoli/Divulgação
Na área social, suculenta anzol-de-peixe pendente, maranta-charuto, açucena-d’água e inhame-preto complementam a luminária de corda, a mesa Quatro e a mesa de centro do Estúdio Orth
Federico Cairoli/Divulgação
Ducha de concreto aparente junto à ipomeia-africana, justicia-vermelha e samambaia Kimberly
Federico Cairoli/Divulgação
O jardim transforma cada espaço externo em uma extensão natural da casa.”
Jardim interno com bastão-do-imperador, maranta-cinza, pariparoba e xanadu. Poltronas Matê, do Estúdio Orth
Federico Cairoli/Divulgação
Leia mais
Em primeiro plano, guaimbês preservados. Na divisa do terreno, trepadeira ipomeia-africana com justicia-vermelha
Federico Cairoli/Divulgação
Em apenas seis meses, a trepadeira resolveu a questão da privacidade.”
A casa de 400 m² foi projetada em 1958 pelo pelo arquiteto Joaquim Guedes e permaneceu fechada por dez anos antes da reforma
Federico Cairoli/Divulgação

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima