Brasileiríssima, casa de vila preserva memórias do interior no meio da cidade

A história da vila onde moram o especialista em relações públicas Dudu Melo e o empresário Francisco Homero começou na década de 1940, quando os sobrados foram erguidos no bairro dos Jardins, em São Paulo. Décadas depois, o casal encontrou naquele endereço o cenário perfeito para viver os primeiros anos juntos: uma residência de 130 m², renovada pela arquiteta Mariana Orsi para celebrar as origens dos moradores – Dudu é do interior do Rio de Janeiro e Francisco, do interior paulista –, cercados por obras de arte, móveis garimpados e objetos afetivos herdados. “Buscando conservar os elementos originais da casa, esse retrofit possibilitou um diálogo perfeito entre a proposta contemporânea e as raízes existentes, tanto da construção quanto da própria vila”, explica Mariana.
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Francisco Homero, Dudu Melo e a mascote do casal, Antonia, diante do paisagismo de Larissa Gomes
André Klotz | Styling de moda: Thiago Biagi
Por ali, a cor aparece em abundância: dos ladrilhos hidráulicos verdes no pavimento térreo aos brises da fachada, uma base vibrante para receber o acervo da família, que transita entre o modernismo de Sergio Rodrigues e a contemporaneidade de Aristeu Pires. “O Francisco gosta muito de decoração e tinha uma ideia pronta de como o interior deveria ser. Meu principal papel foi ajudá-lo a organizar suas ideias e encaixá-las no projeto arquitetônico que desenvolvi”, completa a arquiteta.
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No living, poltrona Mole, design Sergio Rodrigues (acima dela, tela de Renata Laguardia), duas tapeçarias trazidas do Vietnã (na parede) e banquinho que pertencia ao avô do Francisco
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Outro ângulo do ambiente mostra cadeiras Filó, da Marcenaria Baraúna, e telas de Mino Carta (sobre a lareira) e Fulvio Pennacchi (ao lado da porta)
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Na sala de jantar, escultura de Christina Motta (à dir.)
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Em uma das laterais, Mariana propôs um jardim visível de diferentes pontos da residência, como a cozinha, a lavanderia e o living. Outro destaque foi a escada de madeira, antes escondida pelo gesso: “Nossa proposta foi descobri-la e deixá-la aparente, ressaltando as origens do projeto”. No pavimento superior, paredes foram demolidas para ampliar os quartos, e os tacos de madeira originais foram recuperados. Já nos banheiros, a maior transformação veio com a adoção das tradicionais pastilhas brancas nas paredes, em contraste com o ladrilho verde do piso. Segundo a arquiteta, toda a intervenção buscou “respeitar o aspecto de vila existente, feito de casas geminadas, mas em diálogo com conceitos contemporâneos”.
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Em primeiro plano, telas de Milton Dacosta, e, ao fundo, tela de Heloisa Junqueira
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Sobre a mesa garimpada figura o livro de João Francisco Franco Junqueira, avô de Francisco
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No quarto do casal, tela de Mário Gruber
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Tela de Kiko Silva
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A marcenaria foi executada pela Bonutti Móveis
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Outro ângulo do dormitório evidencia a paleta de cores expressiva do projeto
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Detalhe da escada restaurada
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Objetos afetivos permeiam os ambientes
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No lavabo, o toalheiro é de Aristeu Pires e o quadro, de Waldomiro Sant’Anna
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A vida comunitária também se tornou parte essencial da experiência de morar. “Todos os vizinhos são amigos. Aqui tem festa junina, Halloween e toda comemoração possível. Nós dois viemos do interior, então essa convivência nos traz um pouco dessa lembrança – às vezes, nem parece que estamos em São Paulo”, arremata Dudu.
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