Entre os dias 18 de setembro e 19 de outubro, o Pavilhão da Oca, no Parque Ibirapuera, recebe a 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo (IAB-SP), o evento, com entrada gratuita, traz como tema Extremos: Arquitetura para um Mundo Quente, uma reflexão sobre as mudanças climáticas e o papel transformador da arquitetura, do design, do paisagismo e do urbanismo na relação com o meio ambiente.
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A mostra reúne 179 projetos de 29 países, além de conjuntos apresentados em exposições nacionais, estaduais e municipais — com nomes consagrados da arquitetura e jovens talentos. A seleção foi feita por um time de curadores a partir de uma ampla chamada aberta, complementada por 50 convites direcionados a trabalhos alinhados à temática da Bienal.
A programação também é robusta: são 43 oficinas, 12 atividades em instituições parceiras, 82 conferências e sessões temáticas do Fórum de Debates, com representantes de 14 países. Na Cinemateca, a Bienal apresenta a Mostra Arquitetura e Cinema, com 14 filmes que exploram a temática dos Extremos. A seguir, confira os destaques:
1. Casario Arquitetura Ribeirinha: novo olhar para os igarapés de Manaus
Proposta de nova forma de habitação social para população ribeirinha de Manaus
IAB/Divulgação
Um dos projetos selecionados na chamada aberta e no concurso de escolas da 14ª Bienal de Arquitetura propõe uma nova abordagem para a habitação social. A ideia é repensar a ocupação das margens dos igarapés a partir da realidade climática, valorizando a cultura local, a sustentabilidade e o modo de viver na cidade de Manaus. A proposta é assinada pela estudante Victória Emanuelle, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Fametro.
2. Distrito Itaqui
Proposta de um distrito urbano diferente do tradicional, que abraça a natureza e preserva a vegetação natural de Itaqui
FMGF/Divulgação
Desenvolvido pelo escritório FGMF, o projeto contempla duas novas edificações no Distrito Itaqui, em Itapevi, SP, com foco na integração entre urbanismo e natureza. A proposta é criar um distrito urbano onde rios, matas e fauna não apenas compõem o cenário, mas assumem papel de protagonistas. As construções seriam implantadas sem interferir na vegetação nativa, permitindo a preservação de cerca de 90% da área total.
Projetadas para se acomodarem nos desníveis do terreno como se estivessem “semienterradas”, as edificações contam com tetos em forma de grandes lajes-jardim, que se mimetizam na paisagem da floresta. O resultado é um efeito de continuidade: os blocos e volumes se fundem ao relevo, proporcionando aos usuários uma experiência de imersão plena no ambiente natural.
3. Edifício Jorge Machado Moreira: projeto como instrumento de investigação do patrimônio
A biblioteca do Edifício Jorge Machado Moreira é um acervo com materiais sobre arquitetura e urbanismo
IAB/Divulgação
Projetado em 1957 e inaugurado em 1961 como sede da então Faculdade Nacional de Arquitetura, o Edifício Jorge Machado Moreira (JMM), no Rio de Janeiro, é considerado um dos marcos da arquitetura moderna brasileira. Ao longo das décadas, passou por diversas transformações provocadas por ocupações sucessivas e pela falta de manutenção adequada — fatores que comprometeram sua integridade arquitetônica e funcionalidade.
Desde o incêndio ocorrido em 2016, o prédio vem sendo submetido a uma reforma lenta e gradual. Os reparos mais recentes integram o Projeto FAU, que transforma o próprio edifício em campo de investigação e prática, articulando conservação patrimonial, sustentabilidade e ensino.
Em 2024, a biblioteca foi inaugurada pela primeira vez desde a abertura do prédio. O espaço abriga uma das maiores coleções da América Latina nas áreas de Arquitetura, Urbanismo, Artes Plásticas e Design, consolidando-se como um verdadeiro laboratório de arquitetura moderna e um centro de experimentação em sustentabilidade.
4. ‘Imaginando Arquiteturas’ para um mundo quente
A oficina Imaginando Arquiteturas usa a inteligência artificial para discutir as mudanças climáticas nas cidades
IAB/Divulgação
A oficina propõe refletir sobre novas formas de viver e projetar as cidades em um mundo em aquecimento. Utilizando inteligência artificial para simular intervenções urbanas, a iniciativa busca ativar o potencial imaginativo e especulativo do público, incentivando a criação de soluções e o debate sobre a crise climática e os futuros possíveis para os centros urbanos.
5. La Cuadrita: passagem natural
O projeto do Paraguai, a La Cuadrita busca melhorar a qualidade ambiental com vegetação e garantir acessibilidade universal
IAB/Divulgação
O projeto paraguaio propõe uma reflexão sobre um caso singular na cidade de Assunção, marcado pela interseção entre dois fatores que favorecem a apropriação democrática do espaço público: o intenso fluxo de pedestres e a presença da ciclofaixa. Para alcançar esse objetivo, são descritos os elementos que compõem a proposta urbana — plataforma única, trecho com redutor de velocidade na ciclovia e sistema de infraestrutura verde.
A iniciativa busca devolver o espaço público às pessoas, com foco na valorização do pedestre, garantindo que ele possa exercer seus direitos de forma digna, inclusiva e segura.
6. LIFE COSTadapta
Projeto da Espanha prevê uma solução para proteger as comunidades costeiras das mudanças climáticas
IAB/Divulgação
Nas Ilhas Canárias, o projeto LIFE COST propõe soluções costeiras brandas e progressivas — alternativas menos agressivas que as defesas rígidas tradicionais — reforçando os mecanismos naturais de autoproteção do litoral. Inspirado na imunoterapia médica, o conceito de “imunoterapia costeira” defende a colaboração com a natureza, estimulando sua resiliência.
A iniciativa envolve a criação de charcos de maré artificiais e recifes em betão ecológico com geometrias adaptativas. Essas estruturas funcionam como barreiras contra a elevação do nível do mar e, ao mesmo tempo, como espaços sociais. Reduzem a energia das ondas, limitam a erosão e oferecem abrigo para espécies marinhas. Com diferentes profundidades, os charcos também possibilitam o banho, promovem a educação ambiental e servem como campo para pesquisa científica.
7. Pavnuna, Inhaúma e Costa Barros: parques para Zona Norte do Rio de Janeiro
Uma equipe multidisciplinar liderada por arquitetos paisagistas elaborou três projetos de parques para a Zona Norte carioca para criar áreas de convívio e aprendizado
IAB/Divulgação
Entre 2021 e 2023, uma equipe multidisciplinar liderada por arquitetos paisagistas desenvolveu três projetos de parques para a Zona Norte do Rio de Janeiro: o Parque Inhaúma (47 mil m²), o Parque Costa Barros (28.350 m²) e o Parque Pavuna (14.434 m²), este último construído e inaugurado em 2024. Implantados em bairros com baixos índices de desenvolvimento social, os três projetos compartilham conceitos, programas e desafios orçamentários semelhantes.
Concebidos em diálogo com a gestão municipal e lideranças comunitárias, os parques foram pensados como equipamentos públicos verdes e abertos, com espaços dedicados à convivência, ao lazer e ao aprendizado.
8. Projeto Japiim
A proposta do projeto Japiim parte do princípio que não há separação entre natureza e pessoas
IAB/Divulgação
Assinado pelo escritório Tetro Arquitetura, o projeto propõe uma arquitetura concebida com a floresta, para a floresta e como parte da floresta. Inspirado nos igapós — as florestas alagadas da Amazônia — o desenho nasce do jogo de luz e sombra, dos ritmos da água e da vegetação. Os materiais utilizados são biodegradáveis e podem retornar ao solo como matéria orgânica, reforçando os ciclos naturais e reafirmando a arquitetura como elemento pertencente ao ecossistema.
A proposta central é criar espaços de proteção, encontro e integração com o ambiente, promovendo uma experiência sensorial e simbiótica entre natureza e construção.
9. Salma Tower
O Salma Tower conquistou a certificação LEED Platinum, o nível mais alto do sistema internacional de construções sustentáveis
aflalo/gasperini arquitetos/Divulgação
Assinado pelo escritório aflalo/gasperini arquitetos, o projeto Salma Tower propõe uma nova relação entre arquitetura e natureza no contexto corporativo. Com 16 andares, a torre incorpora florestas verticais em espiral, com bosques de 110 m² em cada pavimento — somando 1.760 m² de vegetação nativa da Mata Atlântica. Essa solução contribui para o conforto térmico e acústico dos ambientes internos.
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Reconhecido com a certificação LEED Platinum — o mais alto nível do selo internacional de sustentabilidade — o edifício também abriga, em seu lobby, uma instalação monumental do artista Damien Hirst, promovendo o diálogo entre arte, cultura e cotidiano urbano.
10. Woven Breathing Façade
Durante a Bienal, o público pode perceber mudanças sutis na fachada da instalação ‘Woven Breathing Façade’
IAB/Divulgação
O projeto do Reino Unido apresenta um sistema autorregulador que responde passivamente ao calor, à umidade e à chuva, explorando as propriedades higroscópicas da madeira. Sem depender de eletricidade ou componentes mecânicos, seus elementos entrelaçados expandem e contraem conforme as variações atmosféricas — abrindo para ventilar, fechando para proteger e interagindo continuamente com o clima ao redor.
Durante toda a Bienal, a instalação permanecerá em movimento. Mudanças sutis na temperatura, na umidade e até mesmo a presença dos visitantes ativam a fachada, transformando-a em uma performance lenta e poética de coexistência com as forças naturais.
Sem recorrer à complexidade tecnológica ou ao controle artificial, o projeto aposta na inteligência intrínseca dos materiais naturais. Inspirada nas técnicas tradicionais de cestaria, a fachada transforma a capacidade higroscópica da madeira em um tecido responsivo. Cada ponto funciona como um poro, que se aperta ou se afrouxa conforme as condições ambientais, criando uma trama viva que respira com o seu contexto.
14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Data: 18 de setembro a 19 de outubro de 2025
Horário: terça a domingo, das 10 às 20h
Endereço: Pavilhão da Oca, Parque Ibirapuera — Av. Pedro Álvares Cabral, S/n – Portão 2 – Moema, São Paulo, SP
Ingressos: entrada gratuita
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A mostra reúne 179 projetos de 29 países, além de conjuntos apresentados em exposições nacionais, estaduais e municipais — com nomes consagrados da arquitetura e jovens talentos. A seleção foi feita por um time de curadores a partir de uma ampla chamada aberta, complementada por 50 convites direcionados a trabalhos alinhados à temática da Bienal.
A programação também é robusta: são 43 oficinas, 12 atividades em instituições parceiras, 82 conferências e sessões temáticas do Fórum de Debates, com representantes de 14 países. Na Cinemateca, a Bienal apresenta a Mostra Arquitetura e Cinema, com 14 filmes que exploram a temática dos Extremos. A seguir, confira os destaques:
1. Casario Arquitetura Ribeirinha: novo olhar para os igarapés de Manaus
Proposta de nova forma de habitação social para população ribeirinha de Manaus
IAB/Divulgação
Um dos projetos selecionados na chamada aberta e no concurso de escolas da 14ª Bienal de Arquitetura propõe uma nova abordagem para a habitação social. A ideia é repensar a ocupação das margens dos igarapés a partir da realidade climática, valorizando a cultura local, a sustentabilidade e o modo de viver na cidade de Manaus. A proposta é assinada pela estudante Victória Emanuelle, do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Fametro.
2. Distrito Itaqui
Proposta de um distrito urbano diferente do tradicional, que abraça a natureza e preserva a vegetação natural de Itaqui
FMGF/Divulgação
Desenvolvido pelo escritório FGMF, o projeto contempla duas novas edificações no Distrito Itaqui, em Itapevi, SP, com foco na integração entre urbanismo e natureza. A proposta é criar um distrito urbano onde rios, matas e fauna não apenas compõem o cenário, mas assumem papel de protagonistas. As construções seriam implantadas sem interferir na vegetação nativa, permitindo a preservação de cerca de 90% da área total.
Projetadas para se acomodarem nos desníveis do terreno como se estivessem “semienterradas”, as edificações contam com tetos em forma de grandes lajes-jardim, que se mimetizam na paisagem da floresta. O resultado é um efeito de continuidade: os blocos e volumes se fundem ao relevo, proporcionando aos usuários uma experiência de imersão plena no ambiente natural.
3. Edifício Jorge Machado Moreira: projeto como instrumento de investigação do patrimônio
A biblioteca do Edifício Jorge Machado Moreira é um acervo com materiais sobre arquitetura e urbanismo
IAB/Divulgação
Projetado em 1957 e inaugurado em 1961 como sede da então Faculdade Nacional de Arquitetura, o Edifício Jorge Machado Moreira (JMM), no Rio de Janeiro, é considerado um dos marcos da arquitetura moderna brasileira. Ao longo das décadas, passou por diversas transformações provocadas por ocupações sucessivas e pela falta de manutenção adequada — fatores que comprometeram sua integridade arquitetônica e funcionalidade.
Desde o incêndio ocorrido em 2016, o prédio vem sendo submetido a uma reforma lenta e gradual. Os reparos mais recentes integram o Projeto FAU, que transforma o próprio edifício em campo de investigação e prática, articulando conservação patrimonial, sustentabilidade e ensino.
Em 2024, a biblioteca foi inaugurada pela primeira vez desde a abertura do prédio. O espaço abriga uma das maiores coleções da América Latina nas áreas de Arquitetura, Urbanismo, Artes Plásticas e Design, consolidando-se como um verdadeiro laboratório de arquitetura moderna e um centro de experimentação em sustentabilidade.
4. ‘Imaginando Arquiteturas’ para um mundo quente
A oficina Imaginando Arquiteturas usa a inteligência artificial para discutir as mudanças climáticas nas cidades
IAB/Divulgação
A oficina propõe refletir sobre novas formas de viver e projetar as cidades em um mundo em aquecimento. Utilizando inteligência artificial para simular intervenções urbanas, a iniciativa busca ativar o potencial imaginativo e especulativo do público, incentivando a criação de soluções e o debate sobre a crise climática e os futuros possíveis para os centros urbanos.
5. La Cuadrita: passagem natural
O projeto do Paraguai, a La Cuadrita busca melhorar a qualidade ambiental com vegetação e garantir acessibilidade universal
IAB/Divulgação
O projeto paraguaio propõe uma reflexão sobre um caso singular na cidade de Assunção, marcado pela interseção entre dois fatores que favorecem a apropriação democrática do espaço público: o intenso fluxo de pedestres e a presença da ciclofaixa. Para alcançar esse objetivo, são descritos os elementos que compõem a proposta urbana — plataforma única, trecho com redutor de velocidade na ciclovia e sistema de infraestrutura verde.
A iniciativa busca devolver o espaço público às pessoas, com foco na valorização do pedestre, garantindo que ele possa exercer seus direitos de forma digna, inclusiva e segura.
6. LIFE COSTadapta
Projeto da Espanha prevê uma solução para proteger as comunidades costeiras das mudanças climáticas
IAB/Divulgação
Nas Ilhas Canárias, o projeto LIFE COST propõe soluções costeiras brandas e progressivas — alternativas menos agressivas que as defesas rígidas tradicionais — reforçando os mecanismos naturais de autoproteção do litoral. Inspirado na imunoterapia médica, o conceito de “imunoterapia costeira” defende a colaboração com a natureza, estimulando sua resiliência.
A iniciativa envolve a criação de charcos de maré artificiais e recifes em betão ecológico com geometrias adaptativas. Essas estruturas funcionam como barreiras contra a elevação do nível do mar e, ao mesmo tempo, como espaços sociais. Reduzem a energia das ondas, limitam a erosão e oferecem abrigo para espécies marinhas. Com diferentes profundidades, os charcos também possibilitam o banho, promovem a educação ambiental e servem como campo para pesquisa científica.
7. Pavnuna, Inhaúma e Costa Barros: parques para Zona Norte do Rio de Janeiro
Uma equipe multidisciplinar liderada por arquitetos paisagistas elaborou três projetos de parques para a Zona Norte carioca para criar áreas de convívio e aprendizado
IAB/Divulgação
Entre 2021 e 2023, uma equipe multidisciplinar liderada por arquitetos paisagistas desenvolveu três projetos de parques para a Zona Norte do Rio de Janeiro: o Parque Inhaúma (47 mil m²), o Parque Costa Barros (28.350 m²) e o Parque Pavuna (14.434 m²), este último construído e inaugurado em 2024. Implantados em bairros com baixos índices de desenvolvimento social, os três projetos compartilham conceitos, programas e desafios orçamentários semelhantes.
Concebidos em diálogo com a gestão municipal e lideranças comunitárias, os parques foram pensados como equipamentos públicos verdes e abertos, com espaços dedicados à convivência, ao lazer e ao aprendizado.
8. Projeto Japiim
A proposta do projeto Japiim parte do princípio que não há separação entre natureza e pessoas
IAB/Divulgação
Assinado pelo escritório Tetro Arquitetura, o projeto propõe uma arquitetura concebida com a floresta, para a floresta e como parte da floresta. Inspirado nos igapós — as florestas alagadas da Amazônia — o desenho nasce do jogo de luz e sombra, dos ritmos da água e da vegetação. Os materiais utilizados são biodegradáveis e podem retornar ao solo como matéria orgânica, reforçando os ciclos naturais e reafirmando a arquitetura como elemento pertencente ao ecossistema.
A proposta central é criar espaços de proteção, encontro e integração com o ambiente, promovendo uma experiência sensorial e simbiótica entre natureza e construção.
9. Salma Tower
O Salma Tower conquistou a certificação LEED Platinum, o nível mais alto do sistema internacional de construções sustentáveis
aflalo/gasperini arquitetos/Divulgação
Assinado pelo escritório aflalo/gasperini arquitetos, o projeto Salma Tower propõe uma nova relação entre arquitetura e natureza no contexto corporativo. Com 16 andares, a torre incorpora florestas verticais em espiral, com bosques de 110 m² em cada pavimento — somando 1.760 m² de vegetação nativa da Mata Atlântica. Essa solução contribui para o conforto térmico e acústico dos ambientes internos.
Leia mais
Reconhecido com a certificação LEED Platinum — o mais alto nível do selo internacional de sustentabilidade — o edifício também abriga, em seu lobby, uma instalação monumental do artista Damien Hirst, promovendo o diálogo entre arte, cultura e cotidiano urbano.
10. Woven Breathing Façade
Durante a Bienal, o público pode perceber mudanças sutis na fachada da instalação ‘Woven Breathing Façade’
IAB/Divulgação
O projeto do Reino Unido apresenta um sistema autorregulador que responde passivamente ao calor, à umidade e à chuva, explorando as propriedades higroscópicas da madeira. Sem depender de eletricidade ou componentes mecânicos, seus elementos entrelaçados expandem e contraem conforme as variações atmosféricas — abrindo para ventilar, fechando para proteger e interagindo continuamente com o clima ao redor.
Durante toda a Bienal, a instalação permanecerá em movimento. Mudanças sutis na temperatura, na umidade e até mesmo a presença dos visitantes ativam a fachada, transformando-a em uma performance lenta e poética de coexistência com as forças naturais.
Sem recorrer à complexidade tecnológica ou ao controle artificial, o projeto aposta na inteligência intrínseca dos materiais naturais. Inspirada nas técnicas tradicionais de cestaria, a fachada transforma a capacidade higroscópica da madeira em um tecido responsivo. Cada ponto funciona como um poro, que se aperta ou se afrouxa conforme as condições ambientais, criando uma trama viva que respira com o seu contexto.
14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo
Data: 18 de setembro a 19 de outubro de 2025
Horário: terça a domingo, das 10 às 20h
Endereço: Pavilhão da Oca, Parque Ibirapuera — Av. Pedro Álvares Cabral, S/n – Portão 2 – Moema, São Paulo, SP
Ingressos: entrada gratuita