Apartamento paulistano com peças afetivas enaltece a vivência a dois

Todos os domingos, o arquiteto André Braz (@andrebraz.arq) e o estrategista de marcas e comunicação Pablo Ladeira abastecem seu lar na feira em frente. Este deleite cotidiano foi um dos motivos para a escolha do apartamento de 160 m² no Edifício Major Quedinho, no centro histórico de São Paulo.
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Em 2020, quando a pandemia começou, o casal estava no auge do namoro e decidiu isolar-se no sítio de um conhecido no interior de Minas Gerais. Após dois meses de convivência intensa, concluiu que era hora de regressar a São Paulo e buscar um lugar para compartilhar.
RETRATO | Os moradores Pablo Ladeira e André Braz, que está sentado na Poltrona 22, de Paulo Mendes da Rocha, comprada na ,ovo. Piso Pacco Cotto Vecchio Rosso, de Nina Martinelli. Cabeça Masculina, de Mestre Neguinha
Evelyn Müller/Divulgação
Entre as principais demandas, estavam uma varanda para a comodidade da bordercollie Margot, luz natural abundante e amplitude. “Quando visitamos este apartamento, ele estava fechado há quase dois anos.
A casa foi se construindo aos poucos, como uma colagem que evolui conforme a vida.”
A pintura era antiga, o teto do banheiro estava descascando, havia mofo e alguns vazamentos. Ao mesmo tempo, o piso de taco de peroba-rosa, o pé-direito alto, a luz que entrava pelas janelas e o layout generoso faziam tudo valer a pena”, relembra André.
SALA E CORREDOR | Luminária de mesa Copa, da Wentz Design, sobre mesa lateral da Arca Móveis. Quadro com panfleto do Museu 21_21 Design Sight, em Tóquio. No corredor, onde está a border collie Margot, Cobra Duas Cabeças, da Marcenaria Olinda, e cesto Ouriço, da Dpot Objeto
Evelyn Müller/Divulgação
Só para solucionar os problemas hidráulicos foram quase três meses de reforma. A pintura foi feita a quatro mãos — cômodo por cômodo, conforme sobrava tempo e dinheiro. “Levamos mais de um ano até considerar o apartamento pronto. Podemos dizer que conseguimos ocupar nossos fins de semana durante a pandemia organizando nosso lar”, completa Pablo.
No dia da mudança, o apartamento que parecia grande demais foi preenchido pelo “encaixe imperfeito” dos móveis de cada um. Como um autêntico casal de mineiros, não faltam mesas a serem compartilhadas: uma de seis lugares na sala de jantar, outras duas menores na varanda e na cozinha.
SALA DE JANTAR | A mesa de jantar trazida por André foi composta com cadeiras Panton branca; Gravatá Palha, do Wentz Design; Escolar, de Indústrias Moderna; Calma e Matriz, da Formabruta; e Deliciosa, do Atelier Fernando Jaeger. Pintura Regina, do artista Santo; e quadros Poster Phil e Poster Pablo, de About Chicos. Bar Fiesta, de Amueblate, na Tok&Stok
Evelyn Müller/Divulgação
Ao longo dos anos, o mobiliário foi ganhando peso. Clássicos como a cadeira Girafa, de Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki, e a Poltrona 22, de Paulo Mendes da Rocha, dividem espaço com peças contemporâneas, muitas delas desenhadas por amigos. É o caso das cadeiras da Formabruta, dos espelhos do Estúdio Geo e das mesas laterais do Bravios Estúdio.
SALA | Cadeira Girafa, de Lina Bo Bardi, Marcelo Ferraz e Marcelo Suzuki. Na prateleira, regador Lina, de Gilberto Gomes; e tapeçaria Major Quedinho, de Studio Ryba
Evelyn Müller/Divulgação
“Somos diferentes em muitas coisas, e isso aparece em cada canto da casa: minhas fantasias espelhadas convivem com os livros de psicanálise e o videogame do Pablo. Mas, desde o início, nos encontramos em algo essencial: sempre valorizamos a ideia de ter um lar. Não só no sentido estético, mas no sentido afetivo”, afirma André.
DETALHES | Revistas Casa e Jardim junto ao controle de Xbox
Evelyn Müller/Divulgação
O quarto principal, com generosos 35 m², foi ocupado por uma cama king size e pelo sofá Maralunga, do arquiteto italiano Vico Magistretti, a primeira peça de design adquirida pelo casal. Sobre a cabeceira, os desenhos do amigo e artista Santo representam suas personalidades — Pablo é o Caos, André é o Rei Sol.
QUARTO PRINCIPAL | A cama king size já pertencia a André. Banco Bertoia vintage. Manta da Oiamo, na Dpot Objeto. Quadros em giz do artista Santo
Evelyn Müller/Divulgação
A fachada curva voltada para o norte garante luz da manhã no quarto e um privilegiado pôr do sol na varanda. À noite, a casa ganha outra atmosfera, mais suave e acolhedora graças ao uso da iluminação indireta. O projeto luminotécnico é motivo de orgulho para André, que não hesita em receber os clientes para comprovar que, sim, é possível e funcional reservar a luz direta exclusivamente a tarefas manuais.
FACHADA | Do Edifício Major Quedinho, com trepadeira jasmim-estrela, foi retratada recentemente no filme Ainda Estou Aqui
Evelyn Müller/Divulgação
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“Com o tempo, percebi que a casa acabou se tornando uma extensão natural do meu trabalho. Ela não foi feita para impressionar, mas para ser vivida. Talvez por isso mesmo acabe inspirando. Como recebemos muitos amigos, alguns acabam pedindo ajuda para repensar seus próprios espaços, e acho bonito quando isso acontece”, conclui o arquiteto.
VARANDA | O vaso de espada-de-são- jorge foi deixado pela antiga proprietária e ganhou a companhia da jabuticabeira. Poltrona 22, de Paulo Mendes da Rocha, comprada na ,ovo
Evelyn Müller/Divulgação
Com o tempo, percebi que a casa acabou se tornando uma extensão natural do meu trabalho. Ela não foi feitapara impressionar, maspara ser vivida.”
RETRATO | Os moradores junto ao sofá Maralunga, de Vico Magistretti, na Cassina. Bandeira Mãos Hasteadas, de Luísa Bianchetti. Luminária de piso da Reka. Mesa lateral Bulbo e mesinha de laptop Flik, da FJ Pronto pra Levar!. Tapete Carta Geográfica, de Paola Muller
Evelyn Müller/Divulgação
Criamos uma paleta de cores que vai se aprofundando conforme se avançapelos cômodos do apartamento.”

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