Velho-dos-Andes: conheça o cacto famoso por sua penugem branca

O cacto Oreocereus celsianus é conhecido popularmente como velho-dos-Andes ou velho-da-montanha. Nativa das regiões elevadas dos Andes na América do Sul, incluindo Argentina, Bolívia e Peru, a planta é caracterizada pela cobertura de tricomas – filamentos brancos e sedosos que cobrem o caule, formando uma espécie de penugem densa.
Os tricomas oferecem proteção contra a radiação solar intensa e as temperaturas extremas das altas altitudes. Suas hastes colunares verdes ou cinza podem atingir até 6 metros de altura na natureza.
O nome popular da espécie remete à imagem simbólica de um velho com barba branca, que viveria nas montanhas: “Nos Andes, ele é comparado a sentinelas que parecem vigiar as montanhas do alto”, diz Alice Barra, jardineira do Terrários & Suculentas.
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Algumas comunidades andinas, consideram a planta sagrada. “É considerada símbolo de força e resistência, capaz de sobreviver em condições extremas”, diz Janie Garcia da Silva, mestre em Botânica pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Como cuidar do cacto velho-dos-Andes
Para cultivá-lo em casa, o ideal é um substrato leve, arenoso e com excelente drenagem — condição essencial para evitar o apodrecimento das raízes. A planta aprecia bastante luminosidade e pode até se adaptar à meia-sombra, mas cresce e se desenvolve melhor sob sol pleno. A rega deve ser espaçada, apenas quando o solo estiver completamente seco.
“Este cacto vive em condições extremas de temperaturas, que vão do calor extremo durante o dia ao frio intenso à noite. Apesar disso, pode ser cultivado em ambientes entre 15 °C e 38 °C, em jardins ou vasos de barro. Como todo cacto, gosta de solo bem drenado, com boa aeração e pouca rega, cerca de uma vez por semana. Requer sol pleno por, no mínimo, 6 horas diárias”, explica Janie.
O cacto velho-dos-Andes floresce após 10 anos de idade, na primavera e verão, e vive até cerca de 50 anos
Steve Miller/Flickr/Creative Commons
Em vasos, a dica é regar até que a água escorra pelo fundo e aguardar o substrato secar completamente antes da próxima irrigação. Por ser uma espécie de crescimento lento, o velho-dos-Andes pode levar anos para atingir porte expressivo.
A floração, embora rara em cultivo doméstico, acontece quando ele atinge 10 anos. As flores surgem na primavera, são tubulares e variam entre tons de rosa e vermelho, surgindo durante o dia. “Para florescer, assim como outros cactos, ele precisa de algumas horas diárias de sol. Então, dentro de casa, dificilmente irá florescer”, diz Alice.
Cuidados no cultivo do cacto velho-dos-Andes
No Brasil, o principal cuidado é com o excesso de umidade. Em regiões muito chuvosas, é ideal abrigar o vaso em um local protegido.
Para o cultivo do cacto em climas diferentes do seu habitat natural, é necessário respeitar suas exigências em relação à luz, à umidade e ao solo, evitando principalmente a rega excessiva
Frank Vincentz/Wikimedia Commons
Na decoração, é utilizado em jardins secos e coleções de plantas exóticas. “Os cactos são bem versáteis na decoração, mas acredito que quem gosta de um estilo minimalista ou mesmo boho terá um match interessante”, sugere Alice.
Para manter o crescimento equilibrado dentro de casa, uma dica prática é girar o vaso a cada 15 dias, garantindo que todas as partes recebam luz por igual.
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O cacto não é tóxico, mas deve ser mantido longe do alcance de crianças e pets, já que possui espinhos afiados.

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