Meses depois dos incêndios Eaton e Pacific Palisades, em janeiro de 2025, que juntos destruíram mais de 16 mil construções em Los Angeles, na Califórnia (EUA), moradores da região de Altadena buscam formas sustentáveis de reerguer o bairro. Entre as iniciativas, a comunidade aposta nas plantas nativas como barreiras contra o fogo e agentes de recuperação ambiental.
Espécies típicas da Califórnia, como trigo-sarraceno-da-Califórnia (Eriogonum fasciculatum) e artemísia-da-Califórnia (Artemisia californica), vem sendo cultivadas em torno das casas para criar zonas úmidas naturais, capazes de retardar a propagação das chamas.
Segundo estudos da Universidade da Califórnia, jardins com plantas locais e bem espaçadas ajudam a manter a umidade do solo e reduzem o risco de ignição.
Centenas de mansões ficaram em ruínas em regiões nobres como Pacific Palisades, Altadena e Malibu, após os incêndios de janeiro de 2025 em Los Angeles
X/@FistedFoucault/Reprodução
A estratégia é bem-vinda uma vez que os incêndios destruíram metade das 28 mil árvores de Altadena, alterando o microclima e reduzindo a proteção natural da região contra o calor e a poluição.
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Entre os projetos comunitários, destaca-se o trabalho da voluntária Nina Raj, fundadora da Altadena Seed Library. Ela distribui sementes de espécies nativas para moradores que perderam suas casas durante o fogo. A iniciativa busca reconstruir os jardins de forma sustentável e funcional, respeitando o ecossistema da região. Entre as espécies utilizadas estão a sálvia-de-Cleveland (Salvia clevelandii), o arbusto-do-coiote (Baccharis pilularis), a manzanita (Arctostaphylos spp.), o lilás-da-Califórnia (Ceanothus spp.) e o chamise (Adenostoma fasciculatum).
O trigo-sarraceno-da-Califórnia, quando plantado em áreas espaçadas e regado regularmente, pode ser uma proteção para limitar incêndios
Dick Culbert/Wikimedia Commons
Além de proteger as construções, as plantas têm um papel importante na limpeza do solo contaminado após os incêndios. Pesquisadores e grupos locais, como o SoCal Post Fire Bioremediation Coalition, investigam como as plantas e os fungos podem absorver substâncias tóxicas liberadas pela queima de materiais e metais pesados — processo conhecido como biorremediação.
No Jardim Comunitário de Altadena, voluntários e cientistas testam o potencial de espécies mais comuns, como girassol, abóbora e milho, para filtrar o solo e restaurar os canteiros queimados. O espaço, antes coberto por cinzas, agora abriga uma “zona de remediação” experimental que combina ciência e participação popular.
A artemísia-da-Califórnia (Artemisia californica) é um arbusto nativo de Los Angeles que pode ser usado para formar barreiras contra o incêndio
Antandrus/Wikimedia Commons
Mesmo com esses esforços, pesquisadores alertam que, em incêndios extremos, a vegetação por si só não será suficiente para evitar perdas. Os ventos, que chegaram a 110 km/h durante o Eaton Fire, limitam as chances de uma casa sobreviver ao incêndio, independente das árvores ao redor.
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A mansão do ator Mel Gibson, em Malibu, foi uma das propriedades que ficou completamente destruída após os incêndios
Backgrid/Realtor.com/Reprodução
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Segundo estudos da Universidade da Califórnia, jardins com plantas locais e bem espaçadas ajudam a manter a umidade do solo e reduzem o risco de ignição.
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X/@FistedFoucault/Reprodução
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O trigo-sarraceno-da-Califórnia, quando plantado em áreas espaçadas e regado regularmente, pode ser uma proteção para limitar incêndios
Dick Culbert/Wikimedia Commons
Além de proteger as construções, as plantas têm um papel importante na limpeza do solo contaminado após os incêndios. Pesquisadores e grupos locais, como o SoCal Post Fire Bioremediation Coalition, investigam como as plantas e os fungos podem absorver substâncias tóxicas liberadas pela queima de materiais e metais pesados — processo conhecido como biorremediação.
No Jardim Comunitário de Altadena, voluntários e cientistas testam o potencial de espécies mais comuns, como girassol, abóbora e milho, para filtrar o solo e restaurar os canteiros queimados. O espaço, antes coberto por cinzas, agora abriga uma “zona de remediação” experimental que combina ciência e participação popular.
A artemísia-da-Califórnia (Artemisia californica) é um arbusto nativo de Los Angeles que pode ser usado para formar barreiras contra o incêndio
Antandrus/Wikimedia Commons
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Backgrid/Realtor.com/Reprodução



