“Um canteiro de obras.” É assim que muitos moradores definiram Belém durante os quase dois anos de preparativos para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro de 2025 na cidade. Mas será que todo esse transtorno valeu a pena?
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“Aprendemos com outros grandes eventos realizados no Brasil que tiveram seus legados questionados. Por isso, estruturamos as nossas estratégias de investimento para que a COP30 prepare a cidade, deixe um legado de infraestrutura, de políticas e de ações ambientais, pavimentando um novo modelo de desenvolvimento de baixas emissões para o Pará”, afirmou Helder Barbalho, governador do estado, em discurso na Climate Week NYC 2025.
O objetivo, de acordo com a administração estadual, é que esses investimentos — estimados em R$ 4,5 bilhões — sejam totalmente revertidos em benefício da população e não sirvam apenas para “embelezar” a cidade para a conferência internacional.
O novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci, em Belém, faz parte das obras da COP30
Vinicius Pinto/Agência Pará/Divulgação
De acordo com nota do governo enviada à Casa e Jardim, mais de 30 projetos foram finalizados ou estão em fase final de implantação nas áreas de turismo, desenvolvimento urbano, mobilidade, macrodrenagem e saneamento.
“Todos os investimentos realizados nos espaços que abrigarão a conferência foram planejados para se converter em legados duradouros para a cidade, ampliando a infraestrutura urbana e fortalecendo o desenvolvimento sustentável de Belém após a COP30”, aponta o documento.
Confira a seguir o que foi feito na cidade e na região metropolitana da capital do Pará:
Saneamento básico
Entre as obras de maior impacto para a população estão as de saneamento básico. Os projetos envolveram sistemas de macrodrenagem com esgotamento sanitário (coleta e tratamento de esgoto), abastecimento de água potável e escoamento das águas pluviais, evitando alagamentos.
O mais importante deles, já finalizado, é a Estação de Tratamento de Esgoto Una (ETE Una) — a maior do estado — responsável pelo tratamento de esgoto de cerca de 90 mil moradores que, antes, iam para na Baía do Guajará.
O bairro do Marco, em Belém, ganhou os canais da Travessa Vileta e da Passagem José Leal Martins
Raphael Luz/Agência Pará/Divulgação
As obras de saneamento se estenderam, ainda, a quatro bacias hidrográficas que cortam Belém: Tucunduba, Una, Murutucu e Tamandaré. Dos 13 canais previstos — 11 deles localizados em áreas periféricas —, já foram entregues: os de Timbó, Vileta, José Leal Martins, Cipriano Santos e Gentil, segundo o governo estadual.
Todos eles foram retificados em toda a sua extensão e as ruas no entorno receberam pavimentação asfáltica. Também foram construídas pontes e passarelas, além da implantação de calçadas.
Parque Linear da Nova Doca tem ciclovia, passarelas, paisagismo e quiosques com banheiros
Alexandre Costa/Agência Pará/Divulgação
Além destes, dois canais ganharam parques lineares — a Nova Doca, também já concluído, e a Nova Tamandaré, em fase final de obras. O Parque Linear Nova Doca transformou a Avenida Visconde de Souza Franco, no bairro do Reduto, área central da cidade, em um novo espaço de convivência, esportes e lazer para a população.
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São cerca de 24 mil m² de área requalificada ao longo de 1,2 km de canal, com ciclovia, iluminação de LED, novas passarelas, paisagismo, quiosques com banheiros, redário, playgrounds, áreas para práticas esportivas e painéis solares com tomadas para carregamento de celulares.
Já o Parque Linear Nova Tamandaré, na Avenida Tamandaré, uma das regiões mais tradicionais de Belém, terá quiosques, ciclovias, passarelas, playgrounds, espaço pet, academia ao ar livre, áreas de convivência e espaços verdes que funcionam como esponjas, absorvendo parte da água da chuva.
O Parque Linear Nova Tamandaré conta com espaços verdes que funcionam como esponjas, absorvendo água da chuva
Leonardo Macêdo/Secretaria de Estado de Obras Públicas/Divulgação
Além disso, ele ganhou uma rede de coleta de esgoto dos imóveis localizados em seu entorno. Toda a infraestrutura é subterrânea e inclui, ainda, estações de tratamento de rejeitos, estações elevatórias de esgoto e de águas pluviais, e uma subestação com cinco comportas para controlar o fluxo das marés no canal.
O governo também concluiu obras de drenagem profunda para evitar alagamentos, como nos trechos de interseção entre as avenidas Dr. Freitas, Brigadeiro Protásio, Boulevard e Duque de Caxias, no bairro do Marco, que recebeu mais de três quilômetros de tubulações para escoamento das águas da chuva.
O Parque Linear Nova Tamandaré tem áreas de lazer, paisagismo e sistema de coleta de esgoto
Edivaldo Sodré/Agência Pará/Divulgação
Outro ponto histórico da cidade a receber saneamento básico é o tradicional Mercado Ver-o-Peso. É a primeira vez, em quase 400 anos de funcionamento, que o centro comercial tem um sistema de coleta e tratamento de esgoto. Além disso, os boxes e barracas do espaço foram revitalizados.
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De acordo com o governo do Pará, todas as intervenções de saneamento básico vão beneficiar diretamente mais de 500 mil pessoas, reduzindo alagamentos históricos, ampliando a rede de esgoto e revitalizando espaços de convívio urbanos.
Depois de 390 anos de funcionamento, o mercado Ver-o-Peso recebe sistema de coleta e tratamento adequado do esgoto
Igor Mota/Agência Pará/Divulgação
Mobilidade urbana
Um dos legados da COP30 são os investimentos em obras de pavimentação asfáltica, que, segundo informações da Agência Pará, beneficiará 32 bairros e distritos da capital paraense e abrangerá mais de 120 km de vias.
Além disso, oito ruas estratégicas da cidade estão sendo modernizadas. Uma delas é a Avenida Duque de Caxias, uma das mais importantes de Belém, que cruza dois bairros e conecta o centro da cidade ao Aeroporto Internacional de Belém, ao Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia e ao Parque da Cidade (sendo os dois últimos os locais que concentram a conferência).
Mais de 120 km de ruas de Belém estão sendo asfaltadas para receber a COP30
Secretaria de Estado de Obras Públicas/Divulgação
Entre as ações previstas estão, ainda, faixas inteligentes para pedestres, monitoramento por vídeo, novas paradas de ônibus, ampliação de calçadas e implantação de ciclovias.
Os projetos incluem também a abertura de novas ruas, a ampliação de vias e quatro novos viadutos para melhorar a circulação dentro da capital e na região metropolitana. A Rua da Marinha, localizada no “Polígono da COP”, passa de duas para seis faixas e ganha uma ciclofaixa e calçada com acessibilidade. A obra beneficia a população de seis bairros, diminuindo o tempo de viagem.
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Com 14 km de extensão, a nova Avenida Liberdade oferece uma alternativa à BR-316 para a região metropolitana, interligando as cidades de Marituba e Ananindeua a Belém.
Visto como modelo de transporte público eficiente e ecológico, o BRT Metropolitano, na Rodovia BR-316, é outra das apostas do governo do Pará para facilitar o deslocamento dentro da região metropolitana de Belém. Com 8 km de extensão, o sistema integrado contará com 265 novos ônibus com ar-condicionado e Wi-Fi — 40 elétricos e 225 de baixa emissão de carbono.
O sistema BRT Metropolitano, em Belém, ganhou 265 novos ônibus climatizados e integrados
Dayane Baía/Agência Pará/Divulgação
O BRT Metropolitano atenderá aos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará, beneficiando cerca de 2 milhões de pessoas, informa o governo. O sistema contará com corredores de ônibus e túneis exclusivos, além de terminais integrados e passarelas, reduzindo o tempo de trajeto.
Mais um marco importante, o novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci modernizou o acesso às ilhas de Belém, garantindo maior eficiência e seguranças nas viagens fluviais da região. Com 650 m², o terminal dispõe de guichês de passagens, banheiros, lojas e restaurantes. Uma passarela coberta e cinco flutuantes garantem agilidade no embarque e desembarque de passageiros.
O novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci melhora o transporte fluvial na região metropolitana de Belém
Marco Santos/Agência Pará/Divulgação
Mercado de São Brás
Recém-inaugurado, o Mercado de São Brás promete ser um grande legado para a cidade de Belém. O edifício, projetado em 1911 pelo arquiteto italiano Filinto Santoro, foi totalmente revitalizado — ganhou ar-condicionado e acessibilidade — sem perder as características arquitetônicas originais.
O Mercado de São Brás, de 1911, foi totalmente revitalizado para a COP30
Edivaldo Sodré/Agência Pará/Divulgação
O novo espaço abriga um moderno polo gastronômico com bares, restaurantes e quiosques, além de lojas e serviços. São mais de 80 empreendimentos, divididos em dois pavilhões térreos de 630 m², um subsolo com lojas e estacionamento, e dois mezaninos — o primeiro abriga 14 lojas, enquanto o segundo conta com quatro restaurantes com acesso a terraços e vista panorâmica.
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Na área externa do complexo, a tradicional Feira de São Brás reúne 195 barracas de alimentação, lanches, hortifrúti, carnes e pescados.
Porto Futuro II
O Porto Futuro II, às margens do Rio Guamá, é outra das obras que ficarão como herança da COP30 para Belém. O projeto envolve cinco galpões históricos, datados do início do século 20 e cedidos pela Companhia Docas do Pará (CDP) ao governo do estado, que foram restaurados, dando origem a um novo complexo turístico e cultural na cidade.
O Museu das Amazônias (MAZ), no Porto Futuro II, será um dos legados da COP30 para Belém do Pará
Manuel Sá/Divulgação
O local conta com o Museu das Amazônias (MAZ), no Armazém 4A, que pretende revelar as diversas “amazônias” existentes nos nove estados brasileiros e oito países que envolvem o bioma; o Centro Gastronômico, no Armazém 4, voltado à valorização da culinária paraense; e o espaço da Caixa Cultural, o primeiro da região Norte, dedicado a exposições e iniciativas culturais.
A fachada do novo Museu das Amazônias (MAZ), inaugurado em Belém do Pará
Manuel Sá/Divulgação
O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, nos Armazéns 5 e 6, é considerado o maior polo de bioeconomia da América Latina e o único parque tecnológico do mundo voltado à bioeconomia florestal, que integra ciência, inovação e saberes tradicionais para valorizar a biodiversidade amazônica e convertê-la em oportunidades sustentáveis.
Dentro deste espaço, um Centro de Economia Criativa será destinado à capacitação e à formação de novos negócios para artesãos e empreendedores. “O espaço está aberto a comunidades tradicionais e empreendedores com ideias e projetos de negócios que valorizam a floresta viva, oferecendo suporte técnico e estrutura para torná-los prósperos”, indica a nota do governo.
Área do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que integra o Porto Futuro II, em Belém
Bruno Cecim/Agência Pará/Divulgação
Além disso, o complexo traz quiosques, espaços de convivência, playground e fonte de água interativa. Os sete guindastes presentes na região também foram restaurados para marcar a história das docas. O maior deles servirá de mirante para o público após a COP30. Os paralelepípedos da época em que o porto foi construído também foram revitalizados.
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“Isso simboliza o nosso compromisso com o progresso, valorizando nossas memórias. O Pará está cumprindo seu ‘dever de casa’ ao investir em novos setores econômicos que impactarão positivamente os indicadores sociais do estado”, destacou Ursula Vidal, da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Secult), ao site do governo estadual.
O Museu das Amazônias (MAZ) ocupa um antigo galpão revitalizado do porto de Belém
Manuel Sá/Divulgação
Parque da Cidade
Inaugurado em junho, o Parque da Cidade será o coração da COP30 — sede das plenárias, das exposições e de áreas de convivência entre governos, empresas e sociedade civil. Mas, depois da conferência, será uma área voltada à população com 14 ambientes para práticas esportivas e recreativas.
O Parque da Cidade, em Belém, tem uma área em uma área quase cinco vezes maior que o Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão)
Raphael Luz/Agência Paraná/Divulgação
No espaço de 500 mil m², implantado na área do antigo aeroporto da cidade, há ciclovia, pista de skate, pista de corrida, academia ao ar livre, quadras, mesas de pingue-pongue, playgrounds, parque aquático e espelho d’água que auxilia na drenagem e regulação do clima. O local também conta com trilhas ecológicas e trajetos integrados ao Bosque das Seringueiras.
O playground do Parque da Cidade será de uso público após o fim da COP30
Alexandre Costa/Agência Pará/Divulgação
O parque ficou ao aberto ao público até agosto e recebeu uma colônia de férias pública que atendeu 10 mil crianças, adolescentes e idosos. Fechada desde então para o evento, será reaberto à população após a COP30. “Em menos de dois meses de funcionamento, ultrapassou 670 mil visitantes, consolidando-se como um novo polo de lazer e convivência em Belém”, fala a nota.
A quadra poliesportiva conta com cobertura de telha termoacústica, mais sustentável
Alexandre Costa/Agência Pará/Divulgação
“Ao longo do desenvolvimento do projeto do Parque da Cidade, tivemos a preocupação de incorporar práticas e soluções alinhadas aos princípios da sustentabilidade. Foi nesse contexto que buscamos alternativas capazes de agregar valor ambiental ao parque, sem abdicar da funcionalidade e da estética”, ressaltou Bruno Chagas, secretário adjunto de Cultura, ao site do governo do Pará.
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O piso do playground infantil, por exemplo, é feito a partir da reciclagem de pneus. A quadra poliesportiva conta com cobertura de telha termoacústica, reduzindo a necessidade de climatização artificial e o consumo de energia elétrica.
Vila COP30
O local, também chamado de Vila Líderes, foi construído pelo governo estadual para hospedar líderes, chefes de Estado e representantes internacionais das 190 nações que participarão do evento. Localizado próximo ao Parque da Cidade, o espaço conta com 405 quartos e seis blocos.
A Vila COP30 fica próxima ao Parque da Cidade e terá 405 quartos para servir de hospedagem
Governo do Estado do Pará/Divulgação
“Após o evento, o empreendimento será convertido em sede administrativa de órgãos estaduais, garantindo uso permanente ao investimento público”, aponta a nota.
A mudança futura será facilitada pela técnica construtiva empregada na construção. O steel frame, considerado sustentável e inovador, utiliza estruturas metálicas que podem ser facilmente remanejadas em novas configurações.
		
		
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“Aprendemos com outros grandes eventos realizados no Brasil que tiveram seus legados questionados. Por isso, estruturamos as nossas estratégias de investimento para que a COP30 prepare a cidade, deixe um legado de infraestrutura, de políticas e de ações ambientais, pavimentando um novo modelo de desenvolvimento de baixas emissões para o Pará”, afirmou Helder Barbalho, governador do estado, em discurso na Climate Week NYC 2025.
O objetivo, de acordo com a administração estadual, é que esses investimentos — estimados em R$ 4,5 bilhões — sejam totalmente revertidos em benefício da população e não sirvam apenas para “embelezar” a cidade para a conferência internacional.
O novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci, em Belém, faz parte das obras da COP30
Vinicius Pinto/Agência Pará/Divulgação
De acordo com nota do governo enviada à Casa e Jardim, mais de 30 projetos foram finalizados ou estão em fase final de implantação nas áreas de turismo, desenvolvimento urbano, mobilidade, macrodrenagem e saneamento.
“Todos os investimentos realizados nos espaços que abrigarão a conferência foram planejados para se converter em legados duradouros para a cidade, ampliando a infraestrutura urbana e fortalecendo o desenvolvimento sustentável de Belém após a COP30”, aponta o documento.
Confira a seguir o que foi feito na cidade e na região metropolitana da capital do Pará:
Saneamento básico
Entre as obras de maior impacto para a população estão as de saneamento básico. Os projetos envolveram sistemas de macrodrenagem com esgotamento sanitário (coleta e tratamento de esgoto), abastecimento de água potável e escoamento das águas pluviais, evitando alagamentos.
O mais importante deles, já finalizado, é a Estação de Tratamento de Esgoto Una (ETE Una) — a maior do estado — responsável pelo tratamento de esgoto de cerca de 90 mil moradores que, antes, iam para na Baía do Guajará.
O bairro do Marco, em Belém, ganhou os canais da Travessa Vileta e da Passagem José Leal Martins
Raphael Luz/Agência Pará/Divulgação
As obras de saneamento se estenderam, ainda, a quatro bacias hidrográficas que cortam Belém: Tucunduba, Una, Murutucu e Tamandaré. Dos 13 canais previstos — 11 deles localizados em áreas periféricas —, já foram entregues: os de Timbó, Vileta, José Leal Martins, Cipriano Santos e Gentil, segundo o governo estadual.
Todos eles foram retificados em toda a sua extensão e as ruas no entorno receberam pavimentação asfáltica. Também foram construídas pontes e passarelas, além da implantação de calçadas.
Parque Linear da Nova Doca tem ciclovia, passarelas, paisagismo e quiosques com banheiros
Alexandre Costa/Agência Pará/Divulgação
Além destes, dois canais ganharam parques lineares — a Nova Doca, também já concluído, e a Nova Tamandaré, em fase final de obras. O Parque Linear Nova Doca transformou a Avenida Visconde de Souza Franco, no bairro do Reduto, área central da cidade, em um novo espaço de convivência, esportes e lazer para a população.
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São cerca de 24 mil m² de área requalificada ao longo de 1,2 km de canal, com ciclovia, iluminação de LED, novas passarelas, paisagismo, quiosques com banheiros, redário, playgrounds, áreas para práticas esportivas e painéis solares com tomadas para carregamento de celulares.
Já o Parque Linear Nova Tamandaré, na Avenida Tamandaré, uma das regiões mais tradicionais de Belém, terá quiosques, ciclovias, passarelas, playgrounds, espaço pet, academia ao ar livre, áreas de convivência e espaços verdes que funcionam como esponjas, absorvendo parte da água da chuva.
O Parque Linear Nova Tamandaré conta com espaços verdes que funcionam como esponjas, absorvendo água da chuva
Leonardo Macêdo/Secretaria de Estado de Obras Públicas/Divulgação
Além disso, ele ganhou uma rede de coleta de esgoto dos imóveis localizados em seu entorno. Toda a infraestrutura é subterrânea e inclui, ainda, estações de tratamento de rejeitos, estações elevatórias de esgoto e de águas pluviais, e uma subestação com cinco comportas para controlar o fluxo das marés no canal.
O governo também concluiu obras de drenagem profunda para evitar alagamentos, como nos trechos de interseção entre as avenidas Dr. Freitas, Brigadeiro Protásio, Boulevard e Duque de Caxias, no bairro do Marco, que recebeu mais de três quilômetros de tubulações para escoamento das águas da chuva.
O Parque Linear Nova Tamandaré tem áreas de lazer, paisagismo e sistema de coleta de esgoto
Edivaldo Sodré/Agência Pará/Divulgação
Outro ponto histórico da cidade a receber saneamento básico é o tradicional Mercado Ver-o-Peso. É a primeira vez, em quase 400 anos de funcionamento, que o centro comercial tem um sistema de coleta e tratamento de esgoto. Além disso, os boxes e barracas do espaço foram revitalizados.
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De acordo com o governo do Pará, todas as intervenções de saneamento básico vão beneficiar diretamente mais de 500 mil pessoas, reduzindo alagamentos históricos, ampliando a rede de esgoto e revitalizando espaços de convívio urbanos.
Depois de 390 anos de funcionamento, o mercado Ver-o-Peso recebe sistema de coleta e tratamento adequado do esgoto
Igor Mota/Agência Pará/Divulgação
Mobilidade urbana
Um dos legados da COP30 são os investimentos em obras de pavimentação asfáltica, que, segundo informações da Agência Pará, beneficiará 32 bairros e distritos da capital paraense e abrangerá mais de 120 km de vias.
Além disso, oito ruas estratégicas da cidade estão sendo modernizadas. Uma delas é a Avenida Duque de Caxias, uma das mais importantes de Belém, que cruza dois bairros e conecta o centro da cidade ao Aeroporto Internacional de Belém, ao Hangar – Centro de Convenções e Feiras da Amazônia e ao Parque da Cidade (sendo os dois últimos os locais que concentram a conferência).
Mais de 120 km de ruas de Belém estão sendo asfaltadas para receber a COP30
Secretaria de Estado de Obras Públicas/Divulgação
Entre as ações previstas estão, ainda, faixas inteligentes para pedestres, monitoramento por vídeo, novas paradas de ônibus, ampliação de calçadas e implantação de ciclovias.
Os projetos incluem também a abertura de novas ruas, a ampliação de vias e quatro novos viadutos para melhorar a circulação dentro da capital e na região metropolitana. A Rua da Marinha, localizada no “Polígono da COP”, passa de duas para seis faixas e ganha uma ciclofaixa e calçada com acessibilidade. A obra beneficia a população de seis bairros, diminuindo o tempo de viagem.
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Com 14 km de extensão, a nova Avenida Liberdade oferece uma alternativa à BR-316 para a região metropolitana, interligando as cidades de Marituba e Ananindeua a Belém.
Visto como modelo de transporte público eficiente e ecológico, o BRT Metropolitano, na Rodovia BR-316, é outra das apostas do governo do Pará para facilitar o deslocamento dentro da região metropolitana de Belém. Com 8 km de extensão, o sistema integrado contará com 265 novos ônibus com ar-condicionado e Wi-Fi — 40 elétricos e 225 de baixa emissão de carbono.
O sistema BRT Metropolitano, em Belém, ganhou 265 novos ônibus climatizados e integrados
Dayane Baía/Agência Pará/Divulgação
O BRT Metropolitano atenderá aos municípios de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara do Pará e Santa Izabel do Pará, beneficiando cerca de 2 milhões de pessoas, informa o governo. O sistema contará com corredores de ônibus e túneis exclusivos, além de terminais integrados e passarelas, reduzindo o tempo de trajeto.
Mais um marco importante, o novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci modernizou o acesso às ilhas de Belém, garantindo maior eficiência e seguranças nas viagens fluviais da região. Com 650 m², o terminal dispõe de guichês de passagens, banheiros, lojas e restaurantes. Uma passarela coberta e cinco flutuantes garantem agilidade no embarque e desembarque de passageiros.
O novo Terminal Hidroviário Turístico de Icoaraci melhora o transporte fluvial na região metropolitana de Belém
Marco Santos/Agência Pará/Divulgação
Mercado de São Brás
Recém-inaugurado, o Mercado de São Brás promete ser um grande legado para a cidade de Belém. O edifício, projetado em 1911 pelo arquiteto italiano Filinto Santoro, foi totalmente revitalizado — ganhou ar-condicionado e acessibilidade — sem perder as características arquitetônicas originais.
O Mercado de São Brás, de 1911, foi totalmente revitalizado para a COP30
Edivaldo Sodré/Agência Pará/Divulgação
O novo espaço abriga um moderno polo gastronômico com bares, restaurantes e quiosques, além de lojas e serviços. São mais de 80 empreendimentos, divididos em dois pavilhões térreos de 630 m², um subsolo com lojas e estacionamento, e dois mezaninos — o primeiro abriga 14 lojas, enquanto o segundo conta com quatro restaurantes com acesso a terraços e vista panorâmica.
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Na área externa do complexo, a tradicional Feira de São Brás reúne 195 barracas de alimentação, lanches, hortifrúti, carnes e pescados.
Porto Futuro II
O Porto Futuro II, às margens do Rio Guamá, é outra das obras que ficarão como herança da COP30 para Belém. O projeto envolve cinco galpões históricos, datados do início do século 20 e cedidos pela Companhia Docas do Pará (CDP) ao governo do estado, que foram restaurados, dando origem a um novo complexo turístico e cultural na cidade.
O Museu das Amazônias (MAZ), no Porto Futuro II, será um dos legados da COP30 para Belém do Pará
Manuel Sá/Divulgação
O local conta com o Museu das Amazônias (MAZ), no Armazém 4A, que pretende revelar as diversas “amazônias” existentes nos nove estados brasileiros e oito países que envolvem o bioma; o Centro Gastronômico, no Armazém 4, voltado à valorização da culinária paraense; e o espaço da Caixa Cultural, o primeiro da região Norte, dedicado a exposições e iniciativas culturais.
A fachada do novo Museu das Amazônias (MAZ), inaugurado em Belém do Pará
Manuel Sá/Divulgação
O Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, nos Armazéns 5 e 6, é considerado o maior polo de bioeconomia da América Latina e o único parque tecnológico do mundo voltado à bioeconomia florestal, que integra ciência, inovação e saberes tradicionais para valorizar a biodiversidade amazônica e convertê-la em oportunidades sustentáveis.
Dentro deste espaço, um Centro de Economia Criativa será destinado à capacitação e à formação de novos negócios para artesãos e empreendedores. “O espaço está aberto a comunidades tradicionais e empreendedores com ideias e projetos de negócios que valorizam a floresta viva, oferecendo suporte técnico e estrutura para torná-los prósperos”, indica a nota do governo.
Área do Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, que integra o Porto Futuro II, em Belém
Bruno Cecim/Agência Pará/Divulgação
Além disso, o complexo traz quiosques, espaços de convivência, playground e fonte de água interativa. Os sete guindastes presentes na região também foram restaurados para marcar a história das docas. O maior deles servirá de mirante para o público após a COP30. Os paralelepípedos da época em que o porto foi construído também foram revitalizados.
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“Isso simboliza o nosso compromisso com o progresso, valorizando nossas memórias. O Pará está cumprindo seu ‘dever de casa’ ao investir em novos setores econômicos que impactarão positivamente os indicadores sociais do estado”, destacou Ursula Vidal, da Secretaria de Estado da Cultura e Turismo (Secult), ao site do governo estadual.
O Museu das Amazônias (MAZ) ocupa um antigo galpão revitalizado do porto de Belém
Manuel Sá/Divulgação
Parque da Cidade
Inaugurado em junho, o Parque da Cidade será o coração da COP30 — sede das plenárias, das exposições e de áreas de convivência entre governos, empresas e sociedade civil. Mas, depois da conferência, será uma área voltada à população com 14 ambientes para práticas esportivas e recreativas.
O Parque da Cidade, em Belém, tem uma área em uma área quase cinco vezes maior que o Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão)
Raphael Luz/Agência Paraná/Divulgação
No espaço de 500 mil m², implantado na área do antigo aeroporto da cidade, há ciclovia, pista de skate, pista de corrida, academia ao ar livre, quadras, mesas de pingue-pongue, playgrounds, parque aquático e espelho d’água que auxilia na drenagem e regulação do clima. O local também conta com trilhas ecológicas e trajetos integrados ao Bosque das Seringueiras.
O playground do Parque da Cidade será de uso público após o fim da COP30
Alexandre Costa/Agência Pará/Divulgação
O parque ficou ao aberto ao público até agosto e recebeu uma colônia de férias pública que atendeu 10 mil crianças, adolescentes e idosos. Fechada desde então para o evento, será reaberto à população após a COP30. “Em menos de dois meses de funcionamento, ultrapassou 670 mil visitantes, consolidando-se como um novo polo de lazer e convivência em Belém”, fala a nota.
A quadra poliesportiva conta com cobertura de telha termoacústica, mais sustentável
Alexandre Costa/Agência Pará/Divulgação
“Ao longo do desenvolvimento do projeto do Parque da Cidade, tivemos a preocupação de incorporar práticas e soluções alinhadas aos princípios da sustentabilidade. Foi nesse contexto que buscamos alternativas capazes de agregar valor ambiental ao parque, sem abdicar da funcionalidade e da estética”, ressaltou Bruno Chagas, secretário adjunto de Cultura, ao site do governo do Pará.
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O piso do playground infantil, por exemplo, é feito a partir da reciclagem de pneus. A quadra poliesportiva conta com cobertura de telha termoacústica, reduzindo a necessidade de climatização artificial e o consumo de energia elétrica.
Vila COP30
O local, também chamado de Vila Líderes, foi construído pelo governo estadual para hospedar líderes, chefes de Estado e representantes internacionais das 190 nações que participarão do evento. Localizado próximo ao Parque da Cidade, o espaço conta com 405 quartos e seis blocos.
A Vila COP30 fica próxima ao Parque da Cidade e terá 405 quartos para servir de hospedagem
Governo do Estado do Pará/Divulgação
“Após o evento, o empreendimento será convertido em sede administrativa de órgãos estaduais, garantindo uso permanente ao investimento público”, aponta a nota.
A mudança futura será facilitada pela técnica construtiva empregada na construção. O steel frame, considerado sustentável e inovador, utiliza estruturas metálicas que podem ser facilmente remanejadas em novas configurações.



