As cidades brasileiras nasceram de histórias muito diferentes: algumas se formaram de maneira espontânea, a partir de vilas coloniais ou comerciais, enquanto outras foram desenhadas com régua e compasso por engenheiros, arquitetos e urbanistas.
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O resultado é um país de impressionante diversidade urbanística — de capitais modernistas com traçados simbólicos a pequenas cidades amazônicas que mudam de formato conforme o nível dos rios. A seguir, conheça 11 municípios com formatos curiosos, que chamam atenção nas imagens de satélite.
1. Brasília – Distrito Federal
Imagem de Brasília capturada pelo satélite brasileiro CBERS4
Flickr/Coordenação-Geral de Observação da Terra/INPE/Creative Commons
Projetada pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa em 1957, Brasília foi concebida para ser a nova capital do Brasil, simbolizando o avanço e a modernidade do país promovidos pelo governo de Juscelino Kubitschek. A cidade é conhecida por seu formato de avião, no entanto, o próprio urbanista afirmara que o traçado lembrava mais uma borboleta. O desenho simbólico fez de Brasília um marco do urbanismo mundial e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
2. Maringá – Paraná
Imagem de Maringá, no Paraná, revela o traçado radial e arborizado inspirado nas cidades-jardim inglesas
O Silmarillion/Wikimedia Commons
O plano urbanístico de Maringá foi elaborado em 1943 pelo arquiteto e urbanista Jorge de Macedo Vieira, contratado pela Companhia de Terras Norte do Paraná. Inspirado no conceito inglês de cidade-jardim, ele desenhou uma malha com avenidas radiais, anéis viários e amplas áreas verdes. O resultado é um traçado que visto de cima lembra uma flor.
3. Naviraí – Mato Grosso do Sul
Do alto, Naviraí, no Mato Grosso do Sul, parece um sol: suas avenidas se irradiam da praça central, criando um formato único e simétrico
Júlio Fernando/Prefeitura de Naviraí/Divulgação
No sul de Mato Grosso do Sul, Naviraí se destaca pelo formato radial que lembra um sol ou uma teia de aranha. As ruas partem da praça central e se espalham em todas as direções, criando um padrão raro no interior brasileiro.
4. Paragominas – Pará
O centro urbano de Paragominas, no Pará, se destaca pelos dois hexágonos que organizam as ruas e avenidas da cidade planejada.
Google Maps/Reprodução
Fundada nos anos 1960, Paragominas foi uma das primeiras cidades planejadas da Amazônia. Seu centro é formado por dois hexágonos — um desenho único, criado para facilitar a circulação e a distribuição dos serviços urbanos.
5. Nova Iorque – Maranhão
Reconstruída após uma grande enchente, Nova Iorque, no Maranhão, tem quadras regulares e ruas retas, que formam um desenho geométrico no mapa
Google Maps/Reprodução
O município maranhense de Nova Iorque foi reconstruído após uma enchente que destruiu o povoado original às margens do rio Parnaíba em 1926. O novo traçado urbano, de ruas retas e quadras regulares, foi pensado para garantir melhor drenagem e expansão ordenada.
6. Guajará-Mirim – Rondônia
Imagem de satélite de Guajará-Mirim, em Rondônia, destaca o traçado em tabuleiro de xadrez criado nos anos 1920, com ruas largas e alinhadas
Google Earth/Reprodução
Fundada em 1928 como entreposto fluvial da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Guajará-Mirim adota o traçado em tabuleiro de xadrez, típico das cidades estadunidenses do início do século 20. As quadras retangulares e as ruas largas foram projetadas para organizar o crescimento da fronteira e continuam a definir a estrutura urbana até hoje.
7. Boa Vista – Roraima
Boa Vista, capital de Roraima, tem plano em forma de leque: avenidas radiais partem da Praça do Centro Cívico, formato inspirado nos eixos de Paris e Washington
Prefeitura de Boa Vista/Divulgação
Boa Vista foi planejada entre 1944 e 1946 pelo engenheiro civil Darcy Aleixo Derenusson, que redesenhou a antiga vila para transformá-la em capital do então Território Federal do Rio Branco. Inspirado nos planos de Paris, França, e de Washington, EUA, ele criou um traçado radial em forma de leque, com avenidas que partem da Praça do Centro Cívico. O projeto priorizou ventilação, amplitude e simetria — características que tornam até hoje Boa Vista uma das capitais mais organizadas do país.
8. Palmas – Tocantins
Palmas, capital do Tocantins, foi planejada em 1989 com ruas amplas e quadras regulares. O desenho geométrico é obra dos arquitetos Luiz Fernando Cruvinel Teixeira e Walfredo Antunes de Oliveira Filho
Google Maps/Reprodução
Inaugurada em 1989 como capital do recém-criado estado do Tocantins, Palmas foi planejada do zero para ser um polo de integração e desenvolvimento na região. O plano urbanístico foi elaborado com ruas amplas e quadras regulares, inspirado em modelos modernos de cidades administrativas. Cada setor tem função bem definida — moradia, comércio e áreas verdes — formando um traçado geométrico único em cada um dos “quadrados” que compõem o município.
9. Anamã – Amazonas
Durante a cheia do rio Solimões, as ruas de Anamã, no Amazonas, se transformam em canais navegáveis
Diego Peres/Prefeitura de Anamã/Divulgação
Conhecida como “a cidade que flutua”, Anamã muda de forma conforme o nível das águas do rio Solimões. Durante a cheia, suas ruas se transformam em canais e as casas, erguidas sobre palafitas, parecem ilhas. O traçado urbano acompanha o ritmo do rio e faz da cidade um dos exemplos mais singulares de adaptação às condições naturais da Amazônia.
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10. Belo Horizonte – Minas Gerais
O centro de Belo Horizonte, visto de cima, forma um losango, resultado do plano de Aarão Reis com ruas ortogonais e avenidas diagonais
Google Earth/Reprodução
Projetada entre 1894 e 1897 pelo engenheiro Aarão Reis, Belo Horizonte foi a primeira capital planejada da República. Seu traçado combina quadriculado ortogonal com avenidas diagonais e uma avenida de contorno que delimita o perímetro urbano original. O formato, visto de cima, lembra um losango.
11. Aracaju – Sergipe
Aracaju, em Sergipe, foi planejada em 1855 com traçado em tabuleiro de xadrez
Google Earth/Reprodução
Criada em 1855, Aracaju foi a primeira cidade brasileira planejada inteiramente para ser capital de um estado. Seu traçado segue um padrão em tabuleiro de xadrez, com ruas perpendiculares e quarteirões regulares, pensado para facilitar a drenagem e a ventilação natural. Essa malha reticulada permanece como uma das marcas visuais mais reconhecíveis do município até hoje.
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O resultado é um país de impressionante diversidade urbanística — de capitais modernistas com traçados simbólicos a pequenas cidades amazônicas que mudam de formato conforme o nível dos rios. A seguir, conheça 11 municípios com formatos curiosos, que chamam atenção nas imagens de satélite.
1. Brasília – Distrito Federal
Imagem de Brasília capturada pelo satélite brasileiro CBERS4
Flickr/Coordenação-Geral de Observação da Terra/INPE/Creative Commons
Projetada pelo arquiteto e urbanista Lúcio Costa em 1957, Brasília foi concebida para ser a nova capital do Brasil, simbolizando o avanço e a modernidade do país promovidos pelo governo de Juscelino Kubitschek. A cidade é conhecida por seu formato de avião, no entanto, o próprio urbanista afirmara que o traçado lembrava mais uma borboleta. O desenho simbólico fez de Brasília um marco do urbanismo mundial e Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco.
2. Maringá – Paraná
Imagem de Maringá, no Paraná, revela o traçado radial e arborizado inspirado nas cidades-jardim inglesas
O Silmarillion/Wikimedia Commons
O plano urbanístico de Maringá foi elaborado em 1943 pelo arquiteto e urbanista Jorge de Macedo Vieira, contratado pela Companhia de Terras Norte do Paraná. Inspirado no conceito inglês de cidade-jardim, ele desenhou uma malha com avenidas radiais, anéis viários e amplas áreas verdes. O resultado é um traçado que visto de cima lembra uma flor.
3. Naviraí – Mato Grosso do Sul
Do alto, Naviraí, no Mato Grosso do Sul, parece um sol: suas avenidas se irradiam da praça central, criando um formato único e simétrico
Júlio Fernando/Prefeitura de Naviraí/Divulgação
No sul de Mato Grosso do Sul, Naviraí se destaca pelo formato radial que lembra um sol ou uma teia de aranha. As ruas partem da praça central e se espalham em todas as direções, criando um padrão raro no interior brasileiro.
4. Paragominas – Pará
O centro urbano de Paragominas, no Pará, se destaca pelos dois hexágonos que organizam as ruas e avenidas da cidade planejada.
Google Maps/Reprodução
Fundada nos anos 1960, Paragominas foi uma das primeiras cidades planejadas da Amazônia. Seu centro é formado por dois hexágonos — um desenho único, criado para facilitar a circulação e a distribuição dos serviços urbanos.
5. Nova Iorque – Maranhão
Reconstruída após uma grande enchente, Nova Iorque, no Maranhão, tem quadras regulares e ruas retas, que formam um desenho geométrico no mapa
Google Maps/Reprodução
O município maranhense de Nova Iorque foi reconstruído após uma enchente que destruiu o povoado original às margens do rio Parnaíba em 1926. O novo traçado urbano, de ruas retas e quadras regulares, foi pensado para garantir melhor drenagem e expansão ordenada.
6. Guajará-Mirim – Rondônia
Imagem de satélite de Guajará-Mirim, em Rondônia, destaca o traçado em tabuleiro de xadrez criado nos anos 1920, com ruas largas e alinhadas
Google Earth/Reprodução
Fundada em 1928 como entreposto fluvial da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, Guajará-Mirim adota o traçado em tabuleiro de xadrez, típico das cidades estadunidenses do início do século 20. As quadras retangulares e as ruas largas foram projetadas para organizar o crescimento da fronteira e continuam a definir a estrutura urbana até hoje.
7. Boa Vista – Roraima
Boa Vista, capital de Roraima, tem plano em forma de leque: avenidas radiais partem da Praça do Centro Cívico, formato inspirado nos eixos de Paris e Washington
Prefeitura de Boa Vista/Divulgação
Boa Vista foi planejada entre 1944 e 1946 pelo engenheiro civil Darcy Aleixo Derenusson, que redesenhou a antiga vila para transformá-la em capital do então Território Federal do Rio Branco. Inspirado nos planos de Paris, França, e de Washington, EUA, ele criou um traçado radial em forma de leque, com avenidas que partem da Praça do Centro Cívico. O projeto priorizou ventilação, amplitude e simetria — características que tornam até hoje Boa Vista uma das capitais mais organizadas do país.
8. Palmas – Tocantins
Palmas, capital do Tocantins, foi planejada em 1989 com ruas amplas e quadras regulares. O desenho geométrico é obra dos arquitetos Luiz Fernando Cruvinel Teixeira e Walfredo Antunes de Oliveira Filho
Google Maps/Reprodução
Inaugurada em 1989 como capital do recém-criado estado do Tocantins, Palmas foi planejada do zero para ser um polo de integração e desenvolvimento na região. O plano urbanístico foi elaborado com ruas amplas e quadras regulares, inspirado em modelos modernos de cidades administrativas. Cada setor tem função bem definida — moradia, comércio e áreas verdes — formando um traçado geométrico único em cada um dos “quadrados” que compõem o município.
9. Anamã – Amazonas
Durante a cheia do rio Solimões, as ruas de Anamã, no Amazonas, se transformam em canais navegáveis
Diego Peres/Prefeitura de Anamã/Divulgação
Conhecida como “a cidade que flutua”, Anamã muda de forma conforme o nível das águas do rio Solimões. Durante a cheia, suas ruas se transformam em canais e as casas, erguidas sobre palafitas, parecem ilhas. O traçado urbano acompanha o ritmo do rio e faz da cidade um dos exemplos mais singulares de adaptação às condições naturais da Amazônia.
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10. Belo Horizonte – Minas Gerais
O centro de Belo Horizonte, visto de cima, forma um losango, resultado do plano de Aarão Reis com ruas ortogonais e avenidas diagonais
Google Earth/Reprodução
Projetada entre 1894 e 1897 pelo engenheiro Aarão Reis, Belo Horizonte foi a primeira capital planejada da República. Seu traçado combina quadriculado ortogonal com avenidas diagonais e uma avenida de contorno que delimita o perímetro urbano original. O formato, visto de cima, lembra um losango.
11. Aracaju – Sergipe
Aracaju, em Sergipe, foi planejada em 1855 com traçado em tabuleiro de xadrez
Google Earth/Reprodução
Criada em 1855, Aracaju foi a primeira cidade brasileira planejada inteiramente para ser capital de um estado. Seu traçado segue um padrão em tabuleiro de xadrez, com ruas perpendiculares e quarteirões regulares, pensado para facilitar a drenagem e a ventilação natural. Essa malha reticulada permanece como uma das marcas visuais mais reconhecíveis do município até hoje.


