A decoração maximalista está de volta: veja como não se deixar intimidar por ela

Se você acredita que mais é realmente mais, a decoração maximalista pode ser o estilo de design de interiores ideal para você. “O design maximalista é um estilo e uma estética que adotam a mentalidade do mais é mais”, diz Megan Hopp, designer de interiores baseada em Nova York e fundadora do Megan Hopp Design. O oposto do minimalismo, os interiores maximalistas abraçam o uso ousado de cores, padrões e sobreposições para criar um espaço que celebra o excesso. No entanto, o maximalismo não significa simplesmente encher um cômodo de coisas e dar o trabalho por encerrado — ele é tão intencional e cuidadosamente pensado quanto qualquer outra tendência de design de interiores. Para entender melhor o design de interiores maximalista, a Architectural Digest conversou com Hopp e outros designers de interiores sobre esse visual divertido e extravagante.
O que é o design de interiores maximalista?
“Se você já ouviu falar em design minimalista, o maximalismo é o oposto”, explica Hopp. Interiores maximalistas costumam refletir os aspectos mais ricos da vida. É um estilo de design baseado na filosofia do mais é mais, que geralmente combina uma mistura eclética de padrões, cores, texturas e objetos. “O maximalismo aposta em decisões grandes e ousadas quando se trata de cor, padrão, textura, forma e volume”, diz Hopp à AD. É uma maneira divertida de reunir todas as suas coisas favoritas em um só ambiente e exibi-las de forma marcante e cheia de personalidade.
Um papel de parede ousado se destaca neste escritório maximalista projetado por Ashley DeLapp
Cortesia de Ashley DeLapp
Nos últimos anos, visionários como Kelly Wearstler, integrante do AD100 Hall of Fame, e o designer Martin Brudnizki, também do AD100, têm defendido o estilo e o colocado ainda mais em evidência no zeitgeist do design de interiores. No entanto, “o design maximalista existe há muito tempo — pense em Dorothy Draper e no Greenbriar Resort”, diz a designer de interiores Ashely DeLapp, de Charlotte. “Ele está profundamente ligado à estética do Hollywood Regency, com uma profusão de padrões, cores e texturas sobrepostas.”
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Ainda que um lar maximalista costume reunir muitos elementos, esse estilo de design não é desorganizado nem confuso. “Não deve ser confundido com um design excessivamente decorado, abarrotado ou visualmente cansativo”, observa Hopp. Se não for bem planejado, o maximalismo pode facilmente escorregar para a bagunça — o que é algo bem diferente. Mas não se preocupe: abaixo, Hopp e DeLapp compartilham dicas de design sobre como evitar isso.
Ideias de design de interiores maximalista
Para entender melhor o maximalismo — e se inspirar em algumas ideias de decoração — considere estes projetos para cada cômodo da casa.
Mergulhe o espaço em uma cor vibrante
Mergulhar o ambiente em uma única cor funciona muito bem em espaços maximalistas
Dustin Halleck
Uma maneira de colocar o conceito de “mais é mais” em prática é optar por uma paleta de cores ousada e vibrante. Diferentemente da contenção e do equilíbrio do minimalismo, na decoração maximalista cada parte do ambiente deve fazer parte da narrativa, explica Mark Schubert, fundador e designer principal do M2 Design Lab, em Chicago. “Aqui, o rosa intenso reveste as paredes e o teto; materiais luxuosos, como veludo e latão, adicionam profundidade; e uma iluminação marcante eleva o espaço a algo teatral, porém sofisticado”, diz Schubert.
Brinque com padrões e texturas
Padrões sobre padrões são um verdadeiro deleite para os olhos
Heather Talbert
Não importa para onde você olhe neste quarto de hóspedes, um padrão alegre certamente chamará sua atenção. “Há tanta brincadeira com padrões e cores que o olhar dança de um ponto a outro”, diz a designer principal Emily Winters Posselt, da Peabody’s Interiors, em Milwaukee, sobre o espaço maximalista. A designer combinou estampas menores em têxteis e cortinas com um papel de parede de padrão em grande escala, criando o contraste ideal. “Não há espaços neutros para o olhar descansar nem cores sólidas que sirvam de base para o ambiente”, acrescenta Posselt sobre sua decisão de construir padrão sobre padrão sobre padrão.
Dê sustentação ao ambiente com um tapete maximalista
Um único item ousado pode abrir muitas portas para o maximalismo
Carolina Andrade
Um divertido tapete de patchwork (da Annie Selke) não apenas dá sustentação a esta sala de estar, como também define o tom e a paleta de cores de todo o ambiente. “[Ele] nos permitiu brincar com todas as cores possíveis”, diz Natalie Owens, fundadora do Stil James, em Halifax, Nova Escócia. Tecidos e têxteis macios e aconchegantes criam uma atmosfera acolhedora, enquanto o revestimento de madeira conduz o olhar por todo o cômodo.
Adote uma abordagem cuidadosa ao fazer sobreposições
Seja criterioso nas suas escolhas de sobreposição
Lauren Miller
“O design maximalista não se trata apenas de misturar vários estilos e torcer para que funcionem”, diz Sam Sacks, fundadora e diretora do estúdio Sam Sacks Design, em Toronto. Em vez disso, ela explica, trata-se de uma abordagem cuidadosa às sobreposições, como se vê nesta casa de fazenda georgiana do século XIX. O papel de parede Mythical Land, de Andrew Martin, dá sustentação ao hall de entrada, enquanto elementos inesperados, como um tapete geométrico, acrescentam toques de fantasia.
Escolha um papel de parede maximalista
Para um impulso rápido de bom humor com um toque maximalista, considere um papel de parede ousado
Stephen Karlisch
O papel de parede é uma das maneiras mais simples de transformar um ambiente comum em um espaço maximalista — mesmo em áreas pequenas, como banheiros. “O papel de parede marmorizado envolve todo o cômodo, criando uma atmosfera de movimento constante e riqueza visual”, diz Sarah Stacey, fundadora e designer principal do estúdio Sarah Stacey Interior Design. Além disso, cada detalhe na estética maximalista deve ter presença, como se vê aqui na mistura de elementos antigos e contemporâneos. Embora o ambiente esteja imerso em um padrão dinâmico, a paleta de cores de baixo contraste garante uma sensação de controle e harmonia.
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Ouse na iluminação
Só porque as cores são mais contidas não significa que o espaço não possa ser maximalista
Stephen Karlisch
Um ambiente com uma paleta de cores limitada ainda pode ser maximalista por meio de texturas e padrões. Nesta cozinha, o estofado estampado cria dinamismo, enquanto os tons de cobre e madeira trazem calor. O lustre de Murano em azul-cobalto serve como um ponto focal dramático, graças à sua cor vibrante e às proporções generosas. “O maximalismo se alimenta de cor, sobreposição e abundância — e este cômodo reúne os três elementos”, afirma a designer principal Stacey.
Monte prateleiras com colecionáveis cuidadosamente escolhidos
As estantes tornam a decoração maximalista fácil e versátil
Catherine Nguyen
As estantes trazem imediatamente uma sensação de camadas a um espaço maximalista, mas ainda assim devem ser organizadas de forma intencional, com objetos colecionáveis — e não com acúmulo de itens. “Os armários embutidos em turquesa vibrante dão sustentação ao ambiente e criam um contraste marcante com o papel de parede metálico inspirado em palmeiras”, diz Michelle Murphy, fundadora e designer principal do estúdio Demi Ryan, em Chapel Hill, sobre este escritório em tons de joia. “Objetos, esculturas, livros, obras de arte e lembranças pessoais sobrepostos ajudaram a transformar as prateleiras em uma galeria cuidadosamente curada”, acrescenta Murphy.
Combine armários coloridos com detalhes ornamentados
Armários em tom de azul e puxadores ornamentados definem esta cozinha projetada por Ashley DeLapp
Cortesia de Ashley DeLapp
Mais é mais, literalmente, nesta cozinha projetada por DeLapp. Os armários em tom de azul causam um impacto visual imediato. Embora o instinto possa ser combinar uma cor vibrante com detalhes mais minimalistas, para seguir a estética maximalista este ambiente aposta em puxadores ornamentados.
Sobreponha detalhes mais neutros
Os maximalistas acreditam que mais é realmente mais, como fica evidente nesta sala de jantar projetada por Ashley DeLapp
Cortesia de Ashley DeLapp
Nem toda escolha precisa ser chamativa para causar impacto em um projeto maximalista. Nesta sala de jantar projetada por DeLapp, linhas e padrões geométricos conduzem o olhar por todo o ambiente. Móveis mais sutis, como a mesa de jantar laqueada em branco e as cadeiras translúcidas, são o toque final perfeito para garantir que o espaço permaneça vibrante, mas sem parecer sobrecarregado. As cadeiras transparentes permitem que os armários amarelos e o papel de parede em preto e branco continuem sendo os pontos focais.
Opte por padrões neutros para transmitir serenidade
Esta sala de estar projetada por Megan Hopp prova que o maximalismo pode ser tranquilo e sereno quando bem executado
Cortesia de Megan Hopp
A decoração maximalista também pode ser alcançada com uma paleta de cores mais neutra. Basta optar por padrões em tons claros e usar menos contraste — como nesta sala de estar serena projetada por Hopp.
Encontre equilíbrio para um visual eclético, mas sem excessos
Um quarto maximalista de Megan Hopp brinca com padrões e texturas
Cortesia de Megan Hopp
O cômodo onde você começa e termina o dia é o cenário perfeito para um projeto de design maximalista que desperte alegria. Para evitar que o ambiente pareça sobrecarregado, escolha têxteis e móveis com padrões em grande escala. Por exemplo, neste quarto projetado por Hopp, o papel de parede listrado, a mesa de cabeceira de alto contraste e o abajur xadrez provam que apenas algumas camadas bem escolhidas já podem causar um impacto visual marcante.
História do design de interiores maximalista
Quando se trata de decoração, o maximalismo é apenas outra forma de descrever um fenômeno que existe há séculos: a arte de exibir as coisas que amamos. “O maximalismo remonta à era vitoriana, quando as pessoas realmente buscavam causar uma impressão em suas casas, em contraste com um estilo de design de interiores mais contido e conservador”, explica Hopp. Ao pensar em casas senhoriais ou nos interiores de Versalhes, é provável que você esteja imaginando uma forma inicial de maximalismo — repleta de decorações ornamentadas e adornos aplicados simplesmente pelo prazer de enfeitar.
Projetado por Ashley DeLapp, este quarto apresenta uma rica paleta de materiais e prova que o design maximalista pode ser tranquilo mesmo em ambientes de descanso
Cortesia de Ashley DeLapp
Ao longo dos anos, essa ideia também surgiu em outros estilos de interiores. O Art Déco, no início do século XX, é um dos exemplos mais citados, assim como a estética Hollywood Regency, que floresceu aproximadamente no mesmo período. Ao pensar no maximalismo como uma estética enraizada no excesso, é possível perceber os ideais desse estilo durante a Era Dourada (Gilded Age) e até mesmo já no período barroco. E, como acontece com muitos estilos de interiores, as ideias do maximalismo não se limitam às casas e à arquitetura — elas se manifestam em diversas formas de arte, como a música e as artes visuais.
No entanto, embora as interpretações originais do estilo maximalista estivessem ligadas à exibição de riqueza, Hopp afirma que isso já não é mais o caso. “Li que o maximalismo na moda americana surgiu no fim da Segunda Guerra Mundial, como uma transição para um período de celebração; as mulheres passaram a usar estilos e cores exagerados como uma forma de expressar alegria”, explica ela. “Esse conceito faz sentido para mim em um contexto moderno do maximalismo de interiores, em que o objetivo é menos criar algo impressionante e invejável e mais algo simplesmente divertido, destemido e que traga prazer de estar.”
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Uma sala de jantar maximalista em rosa, projetada por Megan Hopp
Cortesia de Megan Hopp
Embora o maximalismo da era vitoriana fosse frequentemente alcançado por meio de elementos decorativos e objetos inacessíveis para a maioria das pessoas — como lustres adornados com joias ou móveis esculpidos à mão —, nada disso é indispensável nas interpretações modernas do estilo. Hoje, amplamente definido por cores mais vibrantes e padrões ousados, o princípio do maximalismo é muito mais fácil de incorporar, independentemente de status ou classe social, tornando o visual mais acessível e prazeroso.
Elementos e características definidoras do design de interiores maximalista
Não faltam cores, padrões ou texturas neste canto de jantar projetado por Ashley DeLapp
Cortesia de Ashley DeLapp
Como diz Hopp, “nada é realmente maximalista se a paleta for neutra; cores vibrantes e marcantes são absolutamente indispensáveis.” Talvez o elemento mais importante — e, sem dúvida, o mais divertido — sejam as cores ousadas e a escala intensa dos ambientes. “O design maximalista deve provocar uma reação de surpresa, aquele uau, e isso geralmente acontece porque há algo que você simplesmente nunca imaginaria”, afirma Hopp, acrescentando que a escala costuma ser o fator mais comum para causar esse efeito de encantamento.
Não é uma lista obrigatória, mas considere estes elementos de design ao planejar um ambiente maximalista:
Cores ousadas
Papéis de parede vibrantes
Mistura de padrões com motivos contrastantes, como estampas animais, formas geométricas ou florais
Detalhes ornamentados, como lustres
Tecidos sobrepostos
Peças de destaque (statement pieces)
É claro que também é importante lembrar o que o maximalismo não é: simples, discreto ou contido. “Um design maximalista nunca incluiria um sofá cinza básico”, diz Hopp. “Em vez disso, escolheria algo muito vibrante, estampado ou com um formato interessante.”
Um divertido tapete de patchwork (da Annie Selke) não apenas dá sustentação a esta sala de estar, como também define o tom e a paleta de cores de todo o ambiente. “[Ele] nos permitiu brincar com todas as cores possíveis”, diz Natalie Owens, fundadora do estúdio Stil James, em Halifax, Nova Escócia. Tecidos e têxteis macios e aconchegantes criam uma atmosfera acolhedora, enquanto o revestimento de madeira conduz o olhar por todo o cômodo.
Como trazer o design de interiores maximalista para sua casa
Designers e decoradores maximalistas certamente têm mais liberdade quanto ao que pode ser incorporado em um ambiente — especialmente em comparação aos estilos minimalista ou modernista de meados do século —, mas a curadoria ainda é extremamente importante. “Se você está pensando em experimentar o visual maximalista, comece devagar”, aconselha DeLapp. “O estilo pode rapidamente se tornar excessivo se não for bem editado.” Ao seguir um ritmo mais controlado, você evita que o ousado e artístico se transforme em algo desordenado e confuso. “Escolha alguns padrões de que goste e misture-os em almofadas, tapetes e papéis de parede”, sugere DeLapp. Ela também recomenda selecionar alguns móveis vintage e personalizá-los com uma laca colorida e vibrante. Encontrar maneiras de destacar o que você ama, como uma coleção de objetos ou obras de arte, é outra forma de incorporar o estilo à sua casa. “Essas são maneiras simples de começar, e encontrar peças únicas ao longo do caminho só acrescenta um toque ainda mais pessoal”, afirma.
Como criar um interior maximalista
“Usar papéis de parede com padrões ousados e vibrantes, móveis com acabamento brilhante e uma variedade de acessórios é essencial para alcançar esse visual em casa”, diz DeLapp. Ainda assim, como explica Hopp, se você está pensando em adotar o maximalismo, precisa estar pronto para se comprometer. “Seja corajoso”, ela diz. “Não dá para colocar só um pézinho quando se trata de design maximalista.” Na verdade, sempre que ela trabalha com um cliente interessado no estilo e percebe hesitação — medo de ousar demais ou achar as escolhas exageradas —, costuma aconselhar a seguir por um caminho mais conservador. “O maximalismo de dieta não funciona”, afirma. “Então, se você quer verde no seu espaço, pinte de verde — não verde acinzentado, mas verde mesmo. E já que está nisso, deixe o acabamento brilhante e pinte também os rodapés e o teto!”
*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest Estados Unidos
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