Parecem cerâmicas, mas não são: as peças da coleção Eggshell são feitas de cascas de ovos descartadas, recolhidas de várias empresas nos Países Baixos. A criação com o material inusitado é fruto de pesquisas da designer holandesa Laura van de Wijdeven, do Atelier LVDW (@atelierlvdw), desde 2019.
A ideia surgiu quando ela foi convidada a participar de uma competição de designers de materiais, em Barcelona, Espanha, apoiada pela União Europeia, com o tema desperdício alimentar.
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“Eu estava trabalhando muito com gesso naquela época e pensei que cascas de ovos poderiam ser interessantes. Quando você tritura, vira um pó fino, parecido com o gesso. No final, consegui um resultado que parecia cerâmica, embora fosse muito frágil, mas visualmente tão interessante quanto e resolvi continuar o desenvolvimento”, conta Laura.
Após a experiência em Barcelona, a designer conseguiu financiamento do governo holandês para seguir com as suas pesquisas e fez parcerias com cientistas e empresas para melhorar a resistência, a textura e a coloração — adquirida com biochar, corante ecológico de carvão vegetal — dos produtos.
Os vasos feitos com cascas de ovos reaproveitadas podem alcançar até 50 cm de altura
Atelier LVDW/Divulgação
Para obter a matéria-prima, Laura firmou parcerias com empresas da indústria alimentícia holandesa — como fabricantes de saladas de ovos — que já acumulam grandes volumes de cascas e costumam destiná-las à agricultura, como corretivo de solo. A Holanda, que produz cerca de 10 bilhões de ovos por ano, está entre os maiores exportadores mundiais do alimento.
Com esse sistema de coleta, ela recebe as cascas já limpas e pasteurizadas, prontas para uso. Para produzir uma pequena flor em uma de suas esculturas, são necessárias cerca de 10 cascas.
Além de vasos e tigelas, a Eggshell Collection começa a se expandir para peças decorativas, como as esculturas florais
Atelier LVDW/Divulgação
A designer cuida sozinha de todas as etapas de produção da Eggshell Collection. “Primeiro, as cascas são trituradas, algumas mais finas, outras maiores, para ficarem visíveis na superfície. Depois, misturo com ligantes biodegradáveis, criando uma massa semelhante à argila, porém mais líquida e aplico em moldes, para secar. As peças maiores exigem mais cuidado, pois o material não pode ser espesso, com no máximo 1 cm, para não quebrar durante a secagem”, explica Laura.
O material utilizado é totalmente biodegradável e compostável em casa, livre de plásticos e aditivos sintéticos, e seca ao ar livre, sem necessidade de forno. Por isso, as peças podem ser descartadas diretamente no jardim, onde se decompõem naturalmente e ajudam a nutrir o solo.
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Para obter os tons naturais de cinza e preto, ela utiliza biochar, um carvão vegetal sustentável criado pela empresa estadunidense OurCarbon. Já para impermeabilizar o interior dos vasos, a holandesa aplica cera de abelha.
“Vivemos cada vez mais afastados da natureza, e gosto de trazer essa conexão de volta por meio do meu trabalho. Não quero que pareça algo ultramoderno, quero manter essa sensação suave, quase orgânica, que remete à própria casca do ovo”, ela diz.
A ideia surgiu quando ela foi convidada a participar de uma competição de designers de materiais, em Barcelona, Espanha, apoiada pela União Europeia, com o tema desperdício alimentar.
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“Eu estava trabalhando muito com gesso naquela época e pensei que cascas de ovos poderiam ser interessantes. Quando você tritura, vira um pó fino, parecido com o gesso. No final, consegui um resultado que parecia cerâmica, embora fosse muito frágil, mas visualmente tão interessante quanto e resolvi continuar o desenvolvimento”, conta Laura.
Após a experiência em Barcelona, a designer conseguiu financiamento do governo holandês para seguir com as suas pesquisas e fez parcerias com cientistas e empresas para melhorar a resistência, a textura e a coloração — adquirida com biochar, corante ecológico de carvão vegetal — dos produtos.
Os vasos feitos com cascas de ovos reaproveitadas podem alcançar até 50 cm de altura
Atelier LVDW/Divulgação
Para obter a matéria-prima, Laura firmou parcerias com empresas da indústria alimentícia holandesa — como fabricantes de saladas de ovos — que já acumulam grandes volumes de cascas e costumam destiná-las à agricultura, como corretivo de solo. A Holanda, que produz cerca de 10 bilhões de ovos por ano, está entre os maiores exportadores mundiais do alimento.
Com esse sistema de coleta, ela recebe as cascas já limpas e pasteurizadas, prontas para uso. Para produzir uma pequena flor em uma de suas esculturas, são necessárias cerca de 10 cascas.
Além de vasos e tigelas, a Eggshell Collection começa a se expandir para peças decorativas, como as esculturas florais
Atelier LVDW/Divulgação
A designer cuida sozinha de todas as etapas de produção da Eggshell Collection. “Primeiro, as cascas são trituradas, algumas mais finas, outras maiores, para ficarem visíveis na superfície. Depois, misturo com ligantes biodegradáveis, criando uma massa semelhante à argila, porém mais líquida e aplico em moldes, para secar. As peças maiores exigem mais cuidado, pois o material não pode ser espesso, com no máximo 1 cm, para não quebrar durante a secagem”, explica Laura.
O material utilizado é totalmente biodegradável e compostável em casa, livre de plásticos e aditivos sintéticos, e seca ao ar livre, sem necessidade de forno. Por isso, as peças podem ser descartadas diretamente no jardim, onde se decompõem naturalmente e ajudam a nutrir o solo.
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Para obter os tons naturais de cinza e preto, ela utiliza biochar, um carvão vegetal sustentável criado pela empresa estadunidense OurCarbon. Já para impermeabilizar o interior dos vasos, a holandesa aplica cera de abelha.
“Vivemos cada vez mais afastados da natureza, e gosto de trazer essa conexão de volta por meio do meu trabalho. Não quero que pareça algo ultramoderno, quero manter essa sensação suave, quase orgânica, que remete à própria casca do ovo”, ela diz.



