UNESCO lança museu virtual de arte roubada projetado pelo arquiteto Francis Kéré

A UNESCO acaba de lançar o Museu Virtual de Objetos Culturais Roubados, iniciativa que reúne 600 peças desaparecidas ou saqueadas de mais de 50 países para conscientizar sobre o comércio ilícito de bens culturais. O projeto foi financiado pelo Reino da Arábia Saudita, e os objetos foram catalogados a partir de um banco de dados da Interpol.
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Entre os itens em destaque estão uma estátua de Buda em bronze da Dinastia Ming (1368-1644), um pingente de ouro sírio levado de Palmira, antiga cidade semita, e um fóssil de trilobita (artrópode) repatriado ao Marrocos pela alfândega chilena no ano passado.
O Museu Virtual da UNESCO foi projetado com uma paleta de cores naturais. Em seu interior, estão expostos objetos desaparecidos ou roubados de diferentes países, reunidos para conscientizar sobre o comércio ilícito de bens culturais
UNESCO/Divulgação
O desenho arquitetônico do museu, que pode ser visitado pelo site da UNESCO, é assinado pelo arquiteto burquinense-alemão Diébédo Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker em 2022.
O complexo foi concebido com uma paleta de cores naturais. Logo no começo, os internautas encontram um globo terrestre sobre uma colina verde — em seu interior há um anfiteatro com auditório semicircular e iluminação, que conduz ao Salão do Retorno e da Restituição, espaço dedicado à exibição de artefatos antes desaparecidos e posteriormente recuperados.
Na exposição, objetos como estátuas e máscaras aparecem flutuando sobre pedestais cilíndricos em uma das salas virtuais, criando um efeito imersivo que reforça a ideia de suspensão e deslocamento desses bens culturais em relação ao seu contexto original
UNESCO/Divulgação
No centro do anfiteatro, uma estrutura em espiral abriga a Galeria de Objetos Culturais Roubados, idealizada como uma rampa abstrata que se desdobra em áreas dedicadas a diferentes regiões do mundo. Os visitantes podem apreciar conjuntos de artefatos ou explorar zonas regionais, projetadas como salas com janelas em arco e claraboias circulares.
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Nos espaços da galeria, objetos como estátuas e máscaras flutuam sobre pedestais cilíndricos, enquanto outras peças são penduradas em divisórias retangulares. Com um clique do mouse ou um toque na tela, os internautas podem subir uma passarela suavemente inclinada para observar os itens em exposição.
No centro do anfiteatro, uma estrutura em espiral dá forma a uma das galerias, projetada como uma rampa abstrata que se desdobra em áreas dedicadas a diferentes regiões do mundo
UNESCO/Divulgação
Segundo o arquiteto, o conceito por trás do design do Museu Virtual da UNESCO é baseado em uma árvore, especificamente o baobá, fundamental para a vida de muitas comunidades africanas.
A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, ressaltou que o projeto busca oferecer uma experiência inédita, em que cada obra é apresentada como uma imersão em seu universo cultural. “Embora esta exposição virtual não compense a ausência física dessas peças, restabelece o acesso fundamental a elas e fortalece a defesa de seu retorno”, declarou.

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