Projeto une estilo colonial, referências parisienses e aconchego de ‘casa de vó’

Uma residência construída a partir da memória e do desejo antigo de uma menina que cresceu sonhando com janelas imensas. Assim nasceu a chamada Casa Jardins, em Criciúma, SC, concebida para traduzir o imaginário afetivo da proprietária, que desde os 15 anos queria seu futuro lar com janelões de madeira. “Ela sempre descrevia sua morada com telhado aparente, grandes vãos, jardins e janelas que lembrassem as casas antigas”, conta a arquiteta Géssica Nunes (@arq.gessicanunes), responsável pelo projeto.
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Erguida do zero em um terreno no bairro Primeira Linha, a construção de 363 m² foi distribuída em dois pavimentos: no térreo concentram-se as áreas sociais, de lazer e serviço; no superior, ficam os quartos e o escritório da família.
Os proprietários, um casal e suas duas filhas pequenas, desejavam um lar vivo e acolhedor, preparado para almoços, jantares e encontros constantes com amigos. “Era fundamental que os ambientes conversassem entre si e que o lazer estivesse sempre integrado ao cotidiano”, afirma a arquiteta.
ÁREA EXTERNA | Ao lado do deque, o sofá Pucon, da Tidelli, forrado com tecido rosa da linha Performance, da Quaker Decor, foi composto com mesa lateral de mármore e pés de madeira e mesa de apoio metálica verde Monstera, da Tidelli Brasil, ambas adquiridas na Figo Casa Criciúma. Cheia de personalidade, a poltrona de madeira Samba, de Jeferson Branco, traz um charme ao ambiente, assim como a obra de arte na parede, assinada pela artista Luiza Burigo Volpato
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
A área externa é um capítulo à parte. A varanda inspira-se nos jardins europeus, mas recebe o toque de brasilidade da trepadeira sete-léguas, que cria sombra e emoldura o verde para o sofá rosa e o conjunto de mesa de jantar com cadeiras de alumínio. “Queríamos um jardim com bossa parisiense, mas com alma brasileira”, diz Géssica.
A piscina foi posicionada na face norte do terreno, garantindo sol pleno durante todo o dia e proximidade com a sala de estar, o espaço gourmet e o deque.
VARANDA | Nesta área, houve espaço para uma mesa de jantar com tampo de cumaru e cadeiras de alumínio da Deco Mobília. Centro de mesa Maui Bowl Imperial, da Tidelli, produzido com corda náutica verde, adquirido na Figo Casa Criciúma
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
A fachada do imóvel equilibra simetria, janelas amplas com vidros quadriculados e elementos coloniais reinterpretados com inspiração haussmanniana — estilo arquitetônico e urbanístico presente na transformação de Paris no século 19, sob a direção do Barão Georges-Eugène Haussmann, prefeito do Sena na época de Napoleão III. “Misturamos referências de forma sutil, criando uma bossa única entre o colonial e o parisiense”, comenta a arquiteta.
SALA DE ESTAR | A curadoria de mobiliário feita pela arquiteta Melina Castanhel, do Studio Emme, misturou peças afetivas herdadas da avó da moradora com móveis contemporâneos. O sofá Pomme, da Century, com tecido verde, não oculta o janelão ao fundo. Da mesma marca é o par de poltronas Elan, composto com as antigas mesas de centro de jacarandá e tampo de mármore branco da extinta Móveis Cimo. Vasos da linha Naturale, da Gardeno Vasos. Objetos decorativos e almofadas da Decor For Me
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
Nos interiores, a paleta de preto, branco e madeira cria unidade entre os cômodos. O efeito é reforçado pelo piso vinílico em espinha de peixe, aplicado da cozinha aos banheiros, evocando o charme europeu, sem perder o aconchego de uma “casa de vó”.
ESCADA | A poltrona Mole, de Sergio Rodrigues, juntamente com o banco Mocho, do mesmo autor, adquiridos na Figo Casa Criciúma, ficaram estrategicamente localizados perto da escada, fazendo um belo contraste entre o couro off-white e o guarda-corpo de metal. A estrutura, pintada na cor preta e degraus de mármore Pegasus, é um destaque no ambiente. Na parede branca, obra de arte de Camila Saavedra
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
No living, a escada é um elemento de destaque, com estrutura pintada de preto e degraus de mármore Pegasus. O diferencial ficou por conta do guarda-corpo detalhado em ferro preto, tendo como plano de fundo a parede branca, que o ressalta no ambiente.
SALA DE JANTAR | Dois móveis vindos da avó da moradora são os itens principais do ambiente. Para compor com a mesa e as cadeiras, foi escolhido o lustre com detalhes em quartzo. Para a cristaleira não ficar solta no ambiente e com intenção de destacá-la ainda mais, a peça foi emoldurada com a estante na cor branca, que recebeu mix de objetos antigos e novos vindos da Decor For Me
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
A história familiar está presente em toda a decoração. Parte do mobiliário herdado da avó da proprietária — com mais de 100 anos — tornou-se ponto de partida. Na sala de jantar, a mesa entalhada à mão, as cadeiras e a cristaleira formam um conjunto preservado. Para não ficar solta, a cristaleira foi valorizada por nichos que criam uma moldura moderna.
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Ainda no living, as mesas de centro em jacarandá e mármore, da antiga Móveis Cimo, conversam com a poltrona Mole e o banco Mocho, ambos de Sergio Rodrigues. “A ideia era abraçar esses móveis afetivos com uma marcenaria mais sóbria, permitindo que eles brilhassem”, explica a arquiteta.
COZINHA | Iluminada pela grande janela com visual para o jardim, a cozinha ganhou mobiliário fixo na cor preta, uma exigência da moradora. Como contraponto de cor, estão o quartzo branco para as bancadas e os puxadores clássicos, modelo Estrela Jador, em dourado. Para aquecer o ambiente, banquetas de madeira Arquelis, da Figo Casa Criciúma, e piso vinílico amadeirado com paginação espinha de peixe
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
A curadoria do mobiliário solto ficou a cargo da arquiteta Melina Castanhel, do Studio Emme (@studioemme.arq), a qual reforçou o diálogo entre história e contemporaneidade.
Um exemplo da seleção são as poltronas giratórias da área social, que permitem participação fluida entre sala de jantar, varanda e espaço gourmet, enquanto o sofá verde — desejo do casal — foi escolhido para não ocultar o janelão de ferro ao fundo.
SUÍTE CASAL | A cabeceira Maui, com tecido cinza, da Century, destaca-se sobre o fundo preto. O banco Iaiá, de Gustavo Bittencourt, de palha natural e estrutura metálica, foi usado como mesa lateral, abrigando fotografia de Tiago Moritz e objetos decorativos da Decor For Me, que também forneceu a roupa de cama
Wesley Teixeira/Divulgação | Produção: Gabi Almeida/Divulgação
A seleção de obras de arte também reforça o caráter afetivo do projeto: na escada, está o quadro em preto e branco de Camila Saavedra; na varanda, destaque para a explosão cromática da artista Luiza Volpato; e, na suíte, há uma fotografia de Tiago Moritz sobre o fundo preto da parede.

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