Adeus ao cimento: veja alternativas mais sustentáveis de materiais de construção

Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção civil, segundo informações do Ministério do Meio Ambiente. Neste sentido, o cimento, como liga ou bloco, é um dos principais vilões do setor, visto que, além dos resíduos sólidos, a produção do material envolve a liberação de grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera.
Diante de tal situação, é cada vez mais necessária a diversificação dos materiais usados na hora de construir, o que tem levado pesquisadores, arquitetos e profissionais do setor a acelerarem a busca por alternativas mais sustentáveis, capazes de combinar menor impacto ambiental com eficiência e, em alguns casos, até com custos mais competitivos.
Leia Mais
Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
A seguir, confira algumas alternativas.
Bioconcreto
Biocimento sustentável feito a partir de micróbios
Laura Maria Gonzalez
O material é feito com a adição de um componente biológico — um tipo de bactéria — acrescentado na mistura. Dessa forma, o microrganismo consegue selar fissuras no concreto de modo autônomo. O bioconcreto ainda está sendo testado em construções ao redor do mundo, mas vem ganhando projeção e, em breve, deve ser algo bastante usado.
Terra e papelão
Pesquisadores da Universidade RMIT, da Austrália, criaram um composto que utiliza solo compactado, água e tubos de papelão reciclados. O material é ideal para a construção de casas baixas e pequenas construções, sendo que o papelão, funciona tanto como molde, quanto como estrutura. Segundo publicações internacionais, o composto tem uma pegada de carbono 80% menor do que o concreto tradicional com cimento.
Tijolos ecológicos
Este tijolo sustentável, chamado de K-Briq, gera menos de um décimo das emissões de carbono em sua fabricação quando comparado ao tijolo comum ou ao bloco de cimento
Divulgação
Alternativa aos blocos de concreto, os tijolos ecológicos estão cada vez mais ganhando espaço no mercado da construção civil e eles podem ser de diversos tipos: industrializados, como o Replast — feito de plástico retirado dos oceanos — e artesanais, como os de solo-cimento — que tem um processo de fabricação que não exige queima em forno à lenha, o que evita desmatamentos e não polui o ar.
Blocos de adobe
Muito comum no interior do Brasil (Minas Gerais, Goiás e Bahia), o bloco de adobe já era usado em construções milenares, como a da Muralha da China. A técnica consiste no molde de uma mistura de água, terra e fibras naturais (palha e esterco, por exemplo) que pode ser feito na própria obra.
Sistema de blocos Renco
Blocos recicláveis que facilitam o sistema construtivo são o novo material proposto pela Renco
Divulgação/Renco
Criado por uma startup norte-americana, o Renco é um sistema de blocos, com cerca de 3,5 kg cada, criado com materiais reciclados. Segundo a empresa, que dá nome ao sistema, ele foi alcançado após uma década de testes e certificação para uso de acordo com o Código Internacional de Construção (IBC). Sua principal vantagem é o fato dos novos tijolos sustentáveis serem montados como LEGO, sem a necessidade de cimento, argamassa ou cola.
Cimento reciclado
O cimento reciclado também é uma alternativa na hora de construir de forma mais sustentável. A técnica, desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Cambridge, consiste em esmagar o concreto velho para remoção de areia e pedras. Depois, o material passa por um aquecimento para a retirada de água, voltando a formar um clínquer (um cimento em fase básica de fabricação). Segundo os cientistas, a produção que utiliza concreto velho e fornos movidos a eletricidade que não possui emissões, permite a produção de cimento com emissões zero a nível comercial.
Urina e areia
Urina, areia e bactérias formam tijolo alternativo ao bloco de concreto
Divulgação
Desenvolvido de forma experimental na Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, o projeto combina urina humana, areia e bactérias em moldes em forma de tijolo. A bactéria desencadeia uma reação química que decompõe a ureia (encontrada na urina) enquanto produz carbonato de cálcio – o principal componente do cimento, fazendo praticamente o mesmo processo da formação das conchas.
🏡 Casa Vogue agora está no WhatsApp! Clique aqui e siga nosso canal

Revistas Newsletter

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima