A alguns passos do Terreirão do Samba, no coração da Pequena África, está prestes a nascer um dos equipamentos culturais mais ambiciosos do Rio de Janeiro: a Biblioteca dos Saberes. Concebida por Francis Kéré, vencedor do Prêmio Pritzker, a nova instituição promete funcionar como um grande centro de memória, encontro e aprendizado, articulando passado e futuro em uma região marcada pela força da cultura popular. O projeto integra a iniciativa Praça Onze Maravilha, responsável por uma série de intervenções urbanas que devem transformar o entorno do Sambódromo, com investimentos de cerca de R$ 1,75 bilhão.
A Biblioteca dos Saberes contará com teatro, anfiteatro, salas de estudo, cozinhas, áreas expositivas e acervos dedicados à memória
Kéré Architecture/Divulgação
A arquitetura proposta por Kéré combina monumentalidade e leveza, com pilotis, cobogós e jardins suspensos que conectam o edifício à paisagem do Rio. No centro da construção, uma torre circular de quatro andares aberta à luz natural simboliza a universalidade do conhecimento e se inspira tanto no manto Tupinambá quanto nas árvores da vida — referências que reforçam o diálogo entre ancestralidade, pertencimento e futuro. O programa inclui teatro, anfiteatro, salas de estudo, cozinhas, áreas expositivas e acervos dedicados à memória, às expressões populares e à biodiversidade.
Pilotis, cobogós e jardins suspensos integrarão a arquitetura do espaço
Kéré Architecture/Divulgação
Localizada ao lado do monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares e inserida na Pequena África, território fundamental para a formação cultural carioca, a Biblioteca dos Saberes reafirma o valor da cultura popular como patrimônio intelectual da cidade. Integrará iniciativas como o Museu de Imagens do Povo e adotará modelos de mediação cultural inspirados em experiências internacionais, como o V&A East Museum, de Londres. O espaço também é o principal legado da agenda Rio Capital Mundial do Livro, coordenando bibliotecas públicas e comunitárias e contribuindo para a democratização do acesso à leitura.
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Durante o lançamento do projeto, Francis Kéré destacou o desejo de criar um espaço de diálogo, reflexão e convivência. Para ele, a biblioteca deve funcionar como um grande terraço aberto à diversidade do Rio, conectando diferentes realidades e oferecendo um ambiente acolhedor para aprender, escutar e compartilhar saberes. “ Este é o cerne do projeto. Um local onde todos se sintam acolhidos”, afirmou o arquiteto durante o evento, que aconteceu na quadra da escola de samba Estácio de Sá, na Cidade Nova.
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Uma torre circular de quatro andares aberta à luz natural simboliza a universalidade do conhecimento
Kéré Architecture/Divulgação
Primeiro africano a conquistar o Pritzker, em 2022, Diébédo Francis Kéré, de 60 anos, nasceu em Gando, uma vila de Burkina Faso, e construiu sua trajetória combinando referências locais, sustentabilidade e participação comunitária. Seu interesse pela arquitetura surgiu ainda na infância, quando enfrentava o calor extremo de uma sala de aula mal ventilada. Depois de estudar carpintaria e se formar em Arquitetura na Alemanha, retornou ao seu povoado para erguer uma escola que viria a receber o Prêmio Aga Khan de Arquitetura de 2004. Hoje, é reconhecido mundialmente por projetos que unem técnica, cultura e impacto social.
A biblioteca deverá ser ambiente acolhedor para aprender, escutar e compartilhar saberes
Kéré Architecture/Divulgação
Em sua passagem pelo Rio, Kéré percorreu lugares simbólicos da cidade — do manto Tupinambá ao jardim de Burle Marx, do Edifício Capanema à Pedra do Sal — em encontros que reforçaram sua conexão com a história e a energia carioca. Essas vivências antecipam o espírito da Biblioteca dos Saberes: um espaço vivo, plural e aberto, dedicado à memória, à cultura e ao futuro coletivo.
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A arquitetura proposta por Kéré combina monumentalidade e leveza, com pilotis, cobogós e jardins suspensos que conectam o edifício à paisagem do Rio. No centro da construção, uma torre circular de quatro andares aberta à luz natural simboliza a universalidade do conhecimento e se inspira tanto no manto Tupinambá quanto nas árvores da vida — referências que reforçam o diálogo entre ancestralidade, pertencimento e futuro. O programa inclui teatro, anfiteatro, salas de estudo, cozinhas, áreas expositivas e acervos dedicados à memória, às expressões populares e à biodiversidade.
Pilotis, cobogós e jardins suspensos integrarão a arquitetura do espaço
Kéré Architecture/Divulgação
Localizada ao lado do monumento em homenagem a Zumbi dos Palmares e inserida na Pequena África, território fundamental para a formação cultural carioca, a Biblioteca dos Saberes reafirma o valor da cultura popular como patrimônio intelectual da cidade. Integrará iniciativas como o Museu de Imagens do Povo e adotará modelos de mediação cultural inspirados em experiências internacionais, como o V&A East Museum, de Londres. O espaço também é o principal legado da agenda Rio Capital Mundial do Livro, coordenando bibliotecas públicas e comunitárias e contribuindo para a democratização do acesso à leitura.
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Primeiro africano a conquistar o Pritzker, em 2022, Diébédo Francis Kéré, de 60 anos, nasceu em Gando, uma vila de Burkina Faso, e construiu sua trajetória combinando referências locais, sustentabilidade e participação comunitária. Seu interesse pela arquitetura surgiu ainda na infância, quando enfrentava o calor extremo de uma sala de aula mal ventilada. Depois de estudar carpintaria e se formar em Arquitetura na Alemanha, retornou ao seu povoado para erguer uma escola que viria a receber o Prêmio Aga Khan de Arquitetura de 2004. Hoje, é reconhecido mundialmente por projetos que unem técnica, cultura e impacto social.
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Em sua passagem pelo Rio, Kéré percorreu lugares simbólicos da cidade — do manto Tupinambá ao jardim de Burle Marx, do Edifício Capanema à Pedra do Sal — em encontros que reforçaram sua conexão com a história e a energia carioca. Essas vivências antecipam o espírito da Biblioteca dos Saberes: um espaço vivo, plural e aberto, dedicado à memória, à cultura e ao futuro coletivo.
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