Em um edifício modernista de 1954, projetado por Tarcísio Silva no coração de Belo Horizonte, MG, o arquiteto Zargos Rodrigues, sócio-fundador do Estúdio Zargos (@estudio.zargos), e sua esposa, Paula Dante, transformaram um compacto apartamento de 41m² em um refúgio urbano que mescla memória arquitetônica, arte e acolhimento.
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Destinado a hospedagens temporárias, o “Apartamento Carijós” foi concebido para oferecer uma experiência que vai além da estadia tradicional: um espaço de silêncio, introspecção e beleza, em contraste com o ritmo vibrante do centro da cidade.
FACHADA | O edifício de 1954, projetado por Tarcísio Silva no coração de Belo Horizonte, MG, é um exemplo do modernismo brasileiro
Paula Dante/Divulgação
“O objetivo era criar um lugar que acolhesse o hóspede e, ao mesmo tempo, resgatasse a história do prédio e do modernismo brasileiro”, afirma Zargos.
A reforma, sem alterações estruturais, manteve as características originais do edifício — como as janelas basculantes, que ocupam toda a parede da sala e garantem ventilação e iluminação naturais — e incorporou materiais que dialogam com sua época, entre eles tacos de peroba-do-campo e pastilhas cerâmicas. A transição entre esses revestimentos ganhou destaque com um acabamento em latão.
SALA DE ESTAR | Design e arte são protagonistas no projeto. No mobiliário, com muitas peças do acervo pessoal do arquiteto Zargos Rodrigues, estão sofá MP-41, de Percival Lafer; mesa de centro Noguchi; de Isamu Noguchi; e poltrona de design anônimo. Quadros em azulejaria do artista Alexandre Mancini, desenvolvidos especialmente para o espaço. A planta imbé Burle Marx se destaca no vaso Spindel, de Willy Guhl. Cortinas de linhão, da Uniflex. As paredes pintadas com tinta Branco Neve, da Suvinil, dão a neutralidade necessária para brilhar o décor
Studio Tertulia/Divulgação
O imóvel se distribui em um quarto, um ambiente social com cozinha integrada à sala e um banheiro. O conceito do décor nasceu do desejo de explorar a convivência entre diferentes tempos e estilos.
DETALHE | Neste canto, o aparador do acervo dos proprietários serve de base para objetos, como o vaso Anfora, de Domingos Tótora. Acima, quadro de Dolores Orange
Studio Tertulia/Divulgação
A paleta de cores reforça a convivência entre o passado e o presente. O azul cobalto, presente na azulejaria, evoca a tradição da cerâmica portuguesa e brasileira, enquanto os tons quentes das madeiras tropicais trazem aconchego.
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As marcenarias sob medida combinam lâmina natural de pau-ferro e MDF branco, com bancadas em Nanoglass, garantindo praticidade.
SALA DE JANTAR | A mesa de jantar assinada por Jorge Zalszupin recebeu cadeiras originalmente produzidas para o Hotel Del Rey, em Belo Horizonte, MG, assinadas por Luciano Santiago. Objetos de cerâmica d’O Ateliê de Cerâmica. Ao lado do aparador, espada-de-são-jorge em cachepô de trama de junco indígena
Studio Tertulia/Divulgação
Para a decoração, Zargos reuniu itens de design modernista e contemporâneo de seu acervo pessoal, fruto de anos de curadoria.
Na área social, destacam-se a mesa de Jorge Zalszupin, as cadeiras de Luciano Santiago — originalmente desenhadas para o Hotel Del Rey, também em Belo Horizonte —, o sofá MP-41, de Percival Lafer, a mesa Noguchi, e uma luminária de piso da Dominici. No quarto, sobressaem a cadeira de Giuseppe Scapinelli, o abajur de Celina Zilberberg e as peças têxteis autorais da Aveia Tapeçaria.
COZINHA | O painel de azulejos azuis do artista Alexandre Mancini é o destaque do espaço, envolto por armários clean, feito de MDF branco, e bancadas de Nanoglass. Para remeter ao conceito modernista do prédio, as pastilhas cerâmicas da Atlas foram aplicadas no piso, cuja transição com a parte de tacos de peroba-do-campo tem acabamento de latão. Misturador monocomando Vitalis, da Docol. Cuba de embutir Línea, da Franke
Studio Tertulia/Divulgação
A atmosfera é completada por obras de arte contemporâneas, como o quadro de Dolores Orange e a azulejaria de Alexandre Mancini — criados especialmente para o projeto. Um vaso de Domingos Tótora reforça a ligação do projeto com a produção artesanal e o design brasileiro.
SUÍTE | A marcenaria desenhada pelo escritório foi executada com MDF Branco Diamante e lâmina natural de pau-ferro. Cadeira assinada por Giuseppe Scapinelli. Abajur de Celina Zilberberg. Tecidos da roupa de cama da Aveia Tapeçaria. Cortinas de linhão, da Uniflex
Studio Tertulia/Divulgação
Paula, que também é cinegrafista e administradora do apartamento, destaca o vínculo entre estética e hospitalidade: “O Carijós acaba atraindo pessoas que vão a Belo Horizonte buscando mais do que um lugar para dormir – elas querem viver a cidade com calma e estética. Fizemos questão de criar um ambiente acolhedor, que fugisse do neutro e dialogasse com a época em que o prédio foi construído”.
RETRATO | O casal de proprietários, a cinegrafista Paula Dante e o arquiteto Zargos Rodrigues, que integra o Estúdio Zargos, responsável pelo projeto de reforma, estão na sala de estar do apartamento. À direita, luminária de piso da Dominici
Studio Tertulia/Divulgação
O imóvel ainda reúne livros sobre gastronomia mineira, arquitetura local e fotografia. “Existe uma harmonia entre cuidado humano e arquitetônico, e é isso que torna a experiência tão especial”, opina a proprietária.
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Destinado a hospedagens temporárias, o “Apartamento Carijós” foi concebido para oferecer uma experiência que vai além da estadia tradicional: um espaço de silêncio, introspecção e beleza, em contraste com o ritmo vibrante do centro da cidade.
FACHADA | O edifício de 1954, projetado por Tarcísio Silva no coração de Belo Horizonte, MG, é um exemplo do modernismo brasileiro
Paula Dante/Divulgação
“O objetivo era criar um lugar que acolhesse o hóspede e, ao mesmo tempo, resgatasse a história do prédio e do modernismo brasileiro”, afirma Zargos.
A reforma, sem alterações estruturais, manteve as características originais do edifício — como as janelas basculantes, que ocupam toda a parede da sala e garantem ventilação e iluminação naturais — e incorporou materiais que dialogam com sua época, entre eles tacos de peroba-do-campo e pastilhas cerâmicas. A transição entre esses revestimentos ganhou destaque com um acabamento em latão.
SALA DE ESTAR | Design e arte são protagonistas no projeto. No mobiliário, com muitas peças do acervo pessoal do arquiteto Zargos Rodrigues, estão sofá MP-41, de Percival Lafer; mesa de centro Noguchi; de Isamu Noguchi; e poltrona de design anônimo. Quadros em azulejaria do artista Alexandre Mancini, desenvolvidos especialmente para o espaço. A planta imbé Burle Marx se destaca no vaso Spindel, de Willy Guhl. Cortinas de linhão, da Uniflex. As paredes pintadas com tinta Branco Neve, da Suvinil, dão a neutralidade necessária para brilhar o décor
Studio Tertulia/Divulgação
O imóvel se distribui em um quarto, um ambiente social com cozinha integrada à sala e um banheiro. O conceito do décor nasceu do desejo de explorar a convivência entre diferentes tempos e estilos.
DETALHE | Neste canto, o aparador do acervo dos proprietários serve de base para objetos, como o vaso Anfora, de Domingos Tótora. Acima, quadro de Dolores Orange
Studio Tertulia/Divulgação
A paleta de cores reforça a convivência entre o passado e o presente. O azul cobalto, presente na azulejaria, evoca a tradição da cerâmica portuguesa e brasileira, enquanto os tons quentes das madeiras tropicais trazem aconchego.
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As marcenarias sob medida combinam lâmina natural de pau-ferro e MDF branco, com bancadas em Nanoglass, garantindo praticidade.
SALA DE JANTAR | A mesa de jantar assinada por Jorge Zalszupin recebeu cadeiras originalmente produzidas para o Hotel Del Rey, em Belo Horizonte, MG, assinadas por Luciano Santiago. Objetos de cerâmica d’O Ateliê de Cerâmica. Ao lado do aparador, espada-de-são-jorge em cachepô de trama de junco indígena
Studio Tertulia/Divulgação
Para a decoração, Zargos reuniu itens de design modernista e contemporâneo de seu acervo pessoal, fruto de anos de curadoria.
Na área social, destacam-se a mesa de Jorge Zalszupin, as cadeiras de Luciano Santiago — originalmente desenhadas para o Hotel Del Rey, também em Belo Horizonte —, o sofá MP-41, de Percival Lafer, a mesa Noguchi, e uma luminária de piso da Dominici. No quarto, sobressaem a cadeira de Giuseppe Scapinelli, o abajur de Celina Zilberberg e as peças têxteis autorais da Aveia Tapeçaria.
COZINHA | O painel de azulejos azuis do artista Alexandre Mancini é o destaque do espaço, envolto por armários clean, feito de MDF branco, e bancadas de Nanoglass. Para remeter ao conceito modernista do prédio, as pastilhas cerâmicas da Atlas foram aplicadas no piso, cuja transição com a parte de tacos de peroba-do-campo tem acabamento de latão. Misturador monocomando Vitalis, da Docol. Cuba de embutir Línea, da Franke
Studio Tertulia/Divulgação
A atmosfera é completada por obras de arte contemporâneas, como o quadro de Dolores Orange e a azulejaria de Alexandre Mancini — criados especialmente para o projeto. Um vaso de Domingos Tótora reforça a ligação do projeto com a produção artesanal e o design brasileiro.
SUÍTE | A marcenaria desenhada pelo escritório foi executada com MDF Branco Diamante e lâmina natural de pau-ferro. Cadeira assinada por Giuseppe Scapinelli. Abajur de Celina Zilberberg. Tecidos da roupa de cama da Aveia Tapeçaria. Cortinas de linhão, da Uniflex
Studio Tertulia/Divulgação
Paula, que também é cinegrafista e administradora do apartamento, destaca o vínculo entre estética e hospitalidade: “O Carijós acaba atraindo pessoas que vão a Belo Horizonte buscando mais do que um lugar para dormir – elas querem viver a cidade com calma e estética. Fizemos questão de criar um ambiente acolhedor, que fugisse do neutro e dialogasse com a época em que o prédio foi construído”.
RETRATO | O casal de proprietários, a cinegrafista Paula Dante e o arquiteto Zargos Rodrigues, que integra o Estúdio Zargos, responsável pelo projeto de reforma, estão na sala de estar do apartamento. À direita, luminária de piso da Dominici
Studio Tertulia/Divulgação
O imóvel ainda reúne livros sobre gastronomia mineira, arquitetura local e fotografia. “Existe uma harmonia entre cuidado humano e arquitetônico, e é isso que torna a experiência tão especial”, opina a proprietária.



