A reforma do imóvel de 94 m² preservou alguns itens originais da arquitetura paulistana dos anos 1950, que se aliam a peças de design contemporâneo e objetos garimpados As paredes guardam histórias, o piso conserva passos antigos e cada objeto revela lembranças e afetos. Assim é o apartamento de 94 m² em Higienópolis, em São Paulo (SP), reformado pela arquiteta Carolina Munhoz (@carolinamunhoz_) para sua própria irmã e cunhado – um casal de designers apaixonados por objetos garimpados, memórias de viagens e peças de família.
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Ao encontrar o edifício, datado de 1954, foi amor à primeira visita. “Desde o começo, a escolha do prédio foi determinante. Ele já tinha história, personalidade e aquele ‘perfume’ vintage que tanto encantava os moradores”, conta Carolina.
SALA DE ESTAR | O sofá dos anos 1960 garimpado na loja Celina Decorações convive com quadros de artistas brasileiros e a luminária, também fruto de garimpo. Manta de Patterns & Colors. O piso original de tacos de madeira foi mantido e restaurado pela empresa Assoalhos Paiva
Renato Navarro/Divulgação
A arquiteta participou de todo o processo: das visitas aos primeiros esboços, e fez questão de respeitar a essência modernista do imóvel, por isso manteve piso de tacos de madeira, portas e janelas.
INTEGRAÇÃO | Deste ângulo é possível perceber os ambientes integrados, tendo o corredor ao centro, onde está no quadro de Mika Takahashi no hall íntimo
Renato Navarro/Divulgação
A proposta da reforma era clara: transformar o antigo apartamento em um cenário fluido e integrado, sem abrir mão de suas raízes. Para isso, Carolina promoveu a integração da área social, composta por hall, salas de estar e jantar e cozinha – hoje, o coração da casa. Além disso, ela reconfigurou toda a área íntima, criando uma suíte com closet – inexistente na planta original.
“O maior desafio foi lidar com a documentação estrutural inexistente, o que nos exigiu adaptações em meio às obras. Mas isso também trouxe surpresas que enriqueceram o projeto”, lembra.
A linguagem escolhida mistura tons de verde e terracota, madeira natural, ladrilhos hidráulicos e granilite. Elementos simples, que dialogam com a tradição das casas paulistanas, mas ganham novo fôlego ao lado de peças de design contemporâneo e itens de afeto.
SALA DE JANTAR | Entre as peças garimpadas, está a mesa de jantar assinada por Michel Arnoult, iluminada pelo pendente “Nuno 1”, de Noemi Saga. À esquerda, o hall foi pintado com a cor Cacto, da Suvinil. Delimitando a cozinha, a bancada de granilite, da Casa Franceza, dialoga com o ar modernista do apê. Banquetas “Caique”, do Estúdio Felipe Madeira, feita de madeira jequitibá-rosa
Renato Navarro/Divulgação
Na sala, destaca-se o contraste do pilar de concreto aparente com as prateleiras de madeira, que exibem livros, quadros e bonecos colecionados ao longo dos anos. O sofá dos anos 1960 e a mesa de jantar assinada por Michel Arnoult convivem com obras de arte de artistas independentes brasileiros, como Mika Takahashi, Catarina Bessell, Diogo Akio, Titi Freak, Rodrigo Branco e Alex Sena.
COZINHA | A marcenaria verde e amadeirada, executada pela Woodcoffee, contrasta com o piso de ladrilho hidráulico, da Dalle Piage, na cor terracota, a mesma usada nos rejuntes da cerâmica básica das paredes. Bancadas de granilite, da Casa Franceza. Luminárias da Reka Iluminação
Renato Navarro/Divulgação
LAVANDERIA | Janelas e portas originais foram mantidos no ambiente, com tanque esculpido sob medida, pela VMG Marmoraria, para otimizar melhor o espaço e caber uma máquina de lavar. No piso, ladrilho hidráulico da Dalle Piage é o mesmo da cozinha
Renato Navarro/Divulgação
Na cozinha, a bancada de granilite e o piso de ladrilho hidráulico terracota reforçam o clima acolhedor e funcional.
A iluminação natural, já generosa, foi potencializada pela integração dos espaços e pelo projeto de luz indireta, complementado por luminárias garimpadas, com destaque para a peça da artista Noemi Saga, amiga do casal, sobre a mesa de jantar.
SUÍTE | O ambiente é composto por cama baixa “Akio”, de madeira, assinada por Igor Anabuki, que ganhou companhia do quadro de tapeçaria feito pela designer e artista têxtil Beta Balbi
Renato Navarro/Divulgação
O banheiro da suíte também carrega um símbolo afetivo: a banheira original do apartamento, em tom verde, que se tornou o ponto de partida para a concepção do ambiente. “Eles nem pensavam em ter banheira, mas, ao verem a peça, se apaixonaram. Foi um resgate importante e faz parte dessa história”, destaca Carolina.
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BANHEIRO | A banheira verde existente encantou os moradores e foi o ponto para a concepção do banheiro da suíte. Em sua estrutura foi aplicado ladrilho hidráulico em tonalidade parecida, da Dalle Piagge, que se estende ao piso. Sob a bancada de granilite, da Casa Franceza, a marcenaria branca foi executada pela Woodcoffee. Metais da Deca
Renato Navarro/Divulgação
Para além da estética, o projeto se estrutura em torno da memória. “A casa deles é um museu das próprias histórias, um espaço de convivência, de afeto e de identidade. Conseguimos valorizar o que eles mais prezavam – as peças garimpadas e os objetos que contam suas vidas”, conclui a arquiteta.
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Ao encontrar o edifício, datado de 1954, foi amor à primeira visita. “Desde o começo, a escolha do prédio foi determinante. Ele já tinha história, personalidade e aquele ‘perfume’ vintage que tanto encantava os moradores”, conta Carolina.
SALA DE ESTAR | O sofá dos anos 1960 garimpado na loja Celina Decorações convive com quadros de artistas brasileiros e a luminária, também fruto de garimpo. Manta de Patterns & Colors. O piso original de tacos de madeira foi mantido e restaurado pela empresa Assoalhos Paiva
Renato Navarro/Divulgação
A arquiteta participou de todo o processo: das visitas aos primeiros esboços, e fez questão de respeitar a essência modernista do imóvel, por isso manteve piso de tacos de madeira, portas e janelas.
INTEGRAÇÃO | Deste ângulo é possível perceber os ambientes integrados, tendo o corredor ao centro, onde está no quadro de Mika Takahashi no hall íntimo
Renato Navarro/Divulgação
A proposta da reforma era clara: transformar o antigo apartamento em um cenário fluido e integrado, sem abrir mão de suas raízes. Para isso, Carolina promoveu a integração da área social, composta por hall, salas de estar e jantar e cozinha – hoje, o coração da casa. Além disso, ela reconfigurou toda a área íntima, criando uma suíte com closet – inexistente na planta original.
“O maior desafio foi lidar com a documentação estrutural inexistente, o que nos exigiu adaptações em meio às obras. Mas isso também trouxe surpresas que enriqueceram o projeto”, lembra.
A linguagem escolhida mistura tons de verde e terracota, madeira natural, ladrilhos hidráulicos e granilite. Elementos simples, que dialogam com a tradição das casas paulistanas, mas ganham novo fôlego ao lado de peças de design contemporâneo e itens de afeto.
SALA DE JANTAR | Entre as peças garimpadas, está a mesa de jantar assinada por Michel Arnoult, iluminada pelo pendente “Nuno 1”, de Noemi Saga. À esquerda, o hall foi pintado com a cor Cacto, da Suvinil. Delimitando a cozinha, a bancada de granilite, da Casa Franceza, dialoga com o ar modernista do apê. Banquetas “Caique”, do Estúdio Felipe Madeira, feita de madeira jequitibá-rosa
Renato Navarro/Divulgação
Na sala, destaca-se o contraste do pilar de concreto aparente com as prateleiras de madeira, que exibem livros, quadros e bonecos colecionados ao longo dos anos. O sofá dos anos 1960 e a mesa de jantar assinada por Michel Arnoult convivem com obras de arte de artistas independentes brasileiros, como Mika Takahashi, Catarina Bessell, Diogo Akio, Titi Freak, Rodrigo Branco e Alex Sena.
COZINHA | A marcenaria verde e amadeirada, executada pela Woodcoffee, contrasta com o piso de ladrilho hidráulico, da Dalle Piage, na cor terracota, a mesma usada nos rejuntes da cerâmica básica das paredes. Bancadas de granilite, da Casa Franceza. Luminárias da Reka Iluminação
Renato Navarro/Divulgação
LAVANDERIA | Janelas e portas originais foram mantidos no ambiente, com tanque esculpido sob medida, pela VMG Marmoraria, para otimizar melhor o espaço e caber uma máquina de lavar. No piso, ladrilho hidráulico da Dalle Piage é o mesmo da cozinha
Renato Navarro/Divulgação
Na cozinha, a bancada de granilite e o piso de ladrilho hidráulico terracota reforçam o clima acolhedor e funcional.
A iluminação natural, já generosa, foi potencializada pela integração dos espaços e pelo projeto de luz indireta, complementado por luminárias garimpadas, com destaque para a peça da artista Noemi Saga, amiga do casal, sobre a mesa de jantar.
SUÍTE | O ambiente é composto por cama baixa “Akio”, de madeira, assinada por Igor Anabuki, que ganhou companhia do quadro de tapeçaria feito pela designer e artista têxtil Beta Balbi
Renato Navarro/Divulgação
O banheiro da suíte também carrega um símbolo afetivo: a banheira original do apartamento, em tom verde, que se tornou o ponto de partida para a concepção do ambiente. “Eles nem pensavam em ter banheira, mas, ao verem a peça, se apaixonaram. Foi um resgate importante e faz parte dessa história”, destaca Carolina.
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BANHEIRO | A banheira verde existente encantou os moradores e foi o ponto para a concepção do banheiro da suíte. Em sua estrutura foi aplicado ladrilho hidráulico em tonalidade parecida, da Dalle Piagge, que se estende ao piso. Sob a bancada de granilite, da Casa Franceza, a marcenaria branca foi executada pela Woodcoffee. Metais da Deca
Renato Navarro/Divulgação
Para além da estética, o projeto se estrutura em torno da memória. “A casa deles é um museu das próprias histórias, um espaço de convivência, de afeto e de identidade. Conseguimos valorizar o que eles mais prezavam – as peças garimpadas e os objetos que contam suas vidas”, conclui a arquiteta.