As arpilleras são bordados feitos sobre juta ou serrapilheira, o mesmo material usado para ensacar grãos, que registram histórias de vida, resistência e lutas coletivas. Originadas no Chile, nos anos 1960, a prática nasceu como forma de expressar experiências do cotidiano, memórias e denúncias políticas. Com passar dos anos, espalhou-se para outros países da América Latina, como o Brasil, e para o cenário internacional, mantendo e atualizando a sua importância e seus significados.
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Como as arpilleras surgiram
A arpillera é uma técnica têxtil figurativa com origem chilena, especialmente de Isla Negra, no litoral do país. Já na década de 1960, Violeta Parra, cantora, compositora, artista plástica e ceramista chilena, se dedica a criação desses bordados, ampliando a divulgação e a repercussão da prática.
“A artista se torna a primeira mulher latino-americana a expor no Louvre [em Paris], levando a arpillera para um dos espaços artísticos mais renomados”, pontua Ralyanara Freire, antropóloga e artista visual. Enquanto os bordados de Isla Negra retratam, figurativamente, cenas do cotidiano, os bordados de Violeta trazia a intersecção entre o cotidiano e o político.
À esquerda, mulheres da Agrupación de Familiares Desaparecidos se manifestam na frente do Palacio de Gobierno durante a ditadura militar chilena. À direita, Violeta Parra, artista, arpillera, cantora e compositora chilena
Museo de la Memoria y los Derechos Humanos/Kena Lorenzini/Creative Commons; Domínio Público | Montagem: Casa e Jardim
Posteriormente, no contexto do golpe de estado de 11 de setembro de 1973, que instaura a ditadura militar no país, liderada por Augusto Pinochet, a arpillera se expande. “Grupos de mulheres conhecidos pelo próprio nome da prática, arpilleras, buscam denunciar, documentar, ou simplesmente elaborar as violações de direitos humanos que estavam sendo vivenciadas”, explica Isabella Rjeille, curadora do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP).
Pilares e a técnica das arpilleras
O bordado consiste na costura em camadas. “As linhas e tecidos são aplicados sobre uma base, e essa sobreposição é costurada com pontos simples ou ornamentadas com pontos mais complexos”, detalha Ralyanara.
No caso das peças de Isla Negra e de Violeta Parra, a sobreposição de tecidos era menor e havia maior dedicação a sobreposição das próprias linhas e das camadas do bordado. Muitos pontos, nesses casos, eram feitos em matizes, que consiste na mistura e preenchimento das linhas e cores.
Arpillera exposta no Museu da Memória do Chile mostra a tortura em meio ao contexto ditatorial do país
Espinha dorsal/Wikimedia Commons
O tecido de juta e serrapilheira são a base desse bordado, tanto que dão nome a prática e a quem o faz. Esses tecidos, oriundos de fibras vegetais, são de baixo custo. No contexto ditatorial chileno, os retalhos usados nesses trabalhos, muitas vezes, vinham das próprias roupas dos desaparecidos políticos.
Os materiais são importantes na manutenção de certos aspectos culturais e identitários relacionados à arpillera ao longo do tempo. “No meu doutorado, também relaciono outros materiais importantes, como as linhas, as tesouras e as agulhas”, diz Ralyanara.
As tesouras, por exemplo, carregam uma poética ao destacarem a forma do que se deseja evidenciar. Por outro lado, as agulhas evocam a costura de um tecido social rasgado, enquanto as linhas funcionam como elo entre os pontos — e também entre as mulheres e o ambiente onde as arpilleras são criadas.
Do Chile ao Brasil
No Chile, as arpilleras atuavam como forma simbólica de dar materialidade à ausência e driblar a censura. Os bordados, vistos como inofensivos, tornaram-se veículos potentes para difundir denúncias sobre as violações vividas durante a ditadura de Pinochet, que durou de 1973 até 1990.
Diante desse cenário, a prática se expandiu para o globo e inspirou outros grupos, sobretudo de mulheres, a adotar a arpillera como ferramenta de memória e educação popular. No território nacional, a prática chega com esse nome a partir de 2013.
Tratores famintos é uma obra de 2014 do Coletivo Nacional de Mulheres do MAB
Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)/Filipe Berndt/Divulgação
“As arpilleras sempre estiveram no Brasil. Ocorre que tecer, costurar e bordar recebem nomeações locais, engajamentos pessoais e coletivos, e influências estéticas centradas nas experiências e no ambiente”, salienta Ralyanara.
O reconhecimento oficial das arpilleras no Brasil se dá com a incorporação da prática pelas mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), de atuação nacional. O contato com as arpilleras chilenas foi viabilizado por Esther Vidal, cineasta e pesquisadora da técnica têxtil, que também atuava como ativista junto ao movimento.
“As mulheres do MAB visitaram uma exposição sobre o tema no Memorial da Resistência [em São Paulo] em 2013, depois visitaram uma oficina de arpilleras na Argentina e, ao voltarem, organizaram oficinas próprias para a realização de arpilleras em diferentes estados”, conta Isabella.
O preço da luz é um roubo (2014) é uma obra de autoria do coletivo Mulheres Atingidas da região de Itaituba, no Pará
Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)/Filipe Berndt/Divulgação
As arpilleras das mulheres atingidas por barragens
As integrantes do MAB abordam temas como violência doméstica, ruptura de vínculos entre terra e comunidade, violência contra crianças e adolescentes, falta de acesso à água potável e energia elétrica, além dos impactos das barragens e da poluição de rios na pesca e subsistência das famílias, entre outras violações aos direitos humanos e ambientais.
A produção do MAB tem autoria e construção coletiva: são as mulheres atingidas de cada região que decidem juntas o que será representado e como será disposto no tecido, além de assinarem as peças. Essa dinâmica revela uma dimensão das arpilleras que ultrapassa o objeto em si.
“A arpillera não encerra no objeto. Ela é o que acontece antes e depois. É o processo de juntar um coletivo de mulheres que sofreram uma situação, por exemplo, de deslocamento forçado e de violação de direitos humanos para produzir a arpillera, mas também compartilhar aquilo vivido e aprendizados coletivos”, salienta Isabella.
A obra A Dupla Violação do Trabalho das Atingidas denuncia a realidade vivenciada por mulheres atingidas, que, para além da questão do deslocamento forçado, lidam com outras problemáticas, como o abuso sexual
Coleção do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)/Filipe Berndt/Divulgação
Assim, as arpilleras se tornaram um lugar de escuta e acolhida. “Nelas são depositadas as denúncias, os lamentos, as dores, e as perspectivas de futuro comunitário e viver bem”, complementa a antropóloga.
Entre março e agosto de 2025, o MASP apresentou a exposição Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos, reunindo 34 arpilleras produzidas coletivamente por partcipantes do MAB. “É uma validação importante: as arpilleras mostram que arte não é apenas pintura ou escultura de grandes mestres europeus, mas também o bordado coletivo de brasileiras que registram suas próprias histórias e lutas”, diz Isabella.
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“Trazer essa exposição foi uma forma potente de reafirmar a memória desse movimento de luta por meio da produção, pela elaboração artística e intelectual de mulheres brasileiras, em diálogo com mulheres de outras regiões da América Latina”, complementa Glaucea Helena de Britto, curadora assistente do MASP.
Bordado, memória e política que permanecem no presente
As arpilleras nunca deixaram de compor as práticas têxteis. “Elas estão sempre sendo pensadas e atualizadas”, diz Ralyanara.
Pilar Ordenes González, nascida em Santiago, capital chilena, chegou ao Brasil em setembro de 1977 e começou a se aprofundar nas arpilleras em 2017. “Tinha conhecimento das arpilleras desde jovem, mas foi nesse ano em que fui convidada por uma amiga para fazer uma arpillera em homenagem ao centenário do nascimento de Violeta Parra”, ela relembra.
Reunião do coletivo Mujeres Arpilleristas fundado em 2017 e que desde então borda peças com temáticas sociais e políticas
Cedida por Pilar Ordenes González/Reprodução
Nesse contexto, foi fundado o coletivo Mujeres Arpilleristas, bordando nuestra historia, do qual Pilar participa até hoje. “As arpilleras fazem parte de nossa história e tiveram papel fundamental na época da ditadura no Chile para elucidar o que se passava no país. Hoje, continuam sendo instrumento importante para protestar, revindicar e contar a história de uma forma fácil de entender”, destaca Pilar.
Arpilleras produzidas pelo grupo Mujeres Arpilleristas, que reúne mulheres brasileiras, luso-brasileira e chilenas. Na esquerda, obra Poema de Gabriela Mistral, La Ronda, de Pilar González e Maritza Figueroa. No canto superior direito, a obra Mulheres Pioneiras e Inspiradoras – Eloísa Diaz, primeira médica chilena e sulamericana. No canto inferior direito, a arpillera Décimas de Violeta Parra, de Gioconda Elgueta e Tatiana Vilches
Cedida por Pilar Ordenes González/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
A iniciativa do coletivo surgiu por meio de Ines Fuentes Gonzáles, como forma de homenagear Violeta Parra. Desde então, o grupo segue ativo, reunindo-se para criar arpilleras com temas diversos — das músicas da cantora chilena aos direitos humanos, passando pela educação durante a pandemia e os 50 anos do golpe militar no Chile.
“Fazer arpilleras é uma experiência única: é um momento de troca de experiências, de falar e contar sobre nossas vidas, ensinar e aprender técnicas novas. Muitas vezes, terminamos cantando e rindo, é um momento de união”, finaliza Pilar.
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Como as arpilleras surgiram
A arpillera é uma técnica têxtil figurativa com origem chilena, especialmente de Isla Negra, no litoral do país. Já na década de 1960, Violeta Parra, cantora, compositora, artista plástica e ceramista chilena, se dedica a criação desses bordados, ampliando a divulgação e a repercussão da prática.
“A artista se torna a primeira mulher latino-americana a expor no Louvre [em Paris], levando a arpillera para um dos espaços artísticos mais renomados”, pontua Ralyanara Freire, antropóloga e artista visual. Enquanto os bordados de Isla Negra retratam, figurativamente, cenas do cotidiano, os bordados de Violeta trazia a intersecção entre o cotidiano e o político.
À esquerda, mulheres da Agrupación de Familiares Desaparecidos se manifestam na frente do Palacio de Gobierno durante a ditadura militar chilena. À direita, Violeta Parra, artista, arpillera, cantora e compositora chilena
Museo de la Memoria y los Derechos Humanos/Kena Lorenzini/Creative Commons; Domínio Público | Montagem: Casa e Jardim
Posteriormente, no contexto do golpe de estado de 11 de setembro de 1973, que instaura a ditadura militar no país, liderada por Augusto Pinochet, a arpillera se expande. “Grupos de mulheres conhecidos pelo próprio nome da prática, arpilleras, buscam denunciar, documentar, ou simplesmente elaborar as violações de direitos humanos que estavam sendo vivenciadas”, explica Isabella Rjeille, curadora do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP).
Pilares e a técnica das arpilleras
O bordado consiste na costura em camadas. “As linhas e tecidos são aplicados sobre uma base, e essa sobreposição é costurada com pontos simples ou ornamentadas com pontos mais complexos”, detalha Ralyanara.
No caso das peças de Isla Negra e de Violeta Parra, a sobreposição de tecidos era menor e havia maior dedicação a sobreposição das próprias linhas e das camadas do bordado. Muitos pontos, nesses casos, eram feitos em matizes, que consiste na mistura e preenchimento das linhas e cores.
Arpillera exposta no Museu da Memória do Chile mostra a tortura em meio ao contexto ditatorial do país
Espinha dorsal/Wikimedia Commons
O tecido de juta e serrapilheira são a base desse bordado, tanto que dão nome a prática e a quem o faz. Esses tecidos, oriundos de fibras vegetais, são de baixo custo. No contexto ditatorial chileno, os retalhos usados nesses trabalhos, muitas vezes, vinham das próprias roupas dos desaparecidos políticos.
Os materiais são importantes na manutenção de certos aspectos culturais e identitários relacionados à arpillera ao longo do tempo. “No meu doutorado, também relaciono outros materiais importantes, como as linhas, as tesouras e as agulhas”, diz Ralyanara.
As tesouras, por exemplo, carregam uma poética ao destacarem a forma do que se deseja evidenciar. Por outro lado, as agulhas evocam a costura de um tecido social rasgado, enquanto as linhas funcionam como elo entre os pontos — e também entre as mulheres e o ambiente onde as arpilleras são criadas.
Do Chile ao Brasil
No Chile, as arpilleras atuavam como forma simbólica de dar materialidade à ausência e driblar a censura. Os bordados, vistos como inofensivos, tornaram-se veículos potentes para difundir denúncias sobre as violações vividas durante a ditadura de Pinochet, que durou de 1973 até 1990.
Diante desse cenário, a prática se expandiu para o globo e inspirou outros grupos, sobretudo de mulheres, a adotar a arpillera como ferramenta de memória e educação popular. No território nacional, a prática chega com esse nome a partir de 2013.
Tratores famintos é uma obra de 2014 do Coletivo Nacional de Mulheres do MAB
Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)/Filipe Berndt/Divulgação
“As arpilleras sempre estiveram no Brasil. Ocorre que tecer, costurar e bordar recebem nomeações locais, engajamentos pessoais e coletivos, e influências estéticas centradas nas experiências e no ambiente”, salienta Ralyanara.
O reconhecimento oficial das arpilleras no Brasil se dá com a incorporação da prática pelas mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), de atuação nacional. O contato com as arpilleras chilenas foi viabilizado por Esther Vidal, cineasta e pesquisadora da técnica têxtil, que também atuava como ativista junto ao movimento.
“As mulheres do MAB visitaram uma exposição sobre o tema no Memorial da Resistência [em São Paulo] em 2013, depois visitaram uma oficina de arpilleras na Argentina e, ao voltarem, organizaram oficinas próprias para a realização de arpilleras em diferentes estados”, conta Isabella.
O preço da luz é um roubo (2014) é uma obra de autoria do coletivo Mulheres Atingidas da região de Itaituba, no Pará
Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)/Filipe Berndt/Divulgação
As arpilleras das mulheres atingidas por barragens
As integrantes do MAB abordam temas como violência doméstica, ruptura de vínculos entre terra e comunidade, violência contra crianças e adolescentes, falta de acesso à água potável e energia elétrica, além dos impactos das barragens e da poluição de rios na pesca e subsistência das famílias, entre outras violações aos direitos humanos e ambientais.
A produção do MAB tem autoria e construção coletiva: são as mulheres atingidas de cada região que decidem juntas o que será representado e como será disposto no tecido, além de assinarem as peças. Essa dinâmica revela uma dimensão das arpilleras que ultrapassa o objeto em si.
“A arpillera não encerra no objeto. Ela é o que acontece antes e depois. É o processo de juntar um coletivo de mulheres que sofreram uma situação, por exemplo, de deslocamento forçado e de violação de direitos humanos para produzir a arpillera, mas também compartilhar aquilo vivido e aprendizados coletivos”, salienta Isabella.
A obra A Dupla Violação do Trabalho das Atingidas denuncia a realidade vivenciada por mulheres atingidas, que, para além da questão do deslocamento forçado, lidam com outras problemáticas, como o abuso sexual
Coleção do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)/Filipe Berndt/Divulgação
Assim, as arpilleras se tornaram um lugar de escuta e acolhida. “Nelas são depositadas as denúncias, os lamentos, as dores, e as perspectivas de futuro comunitário e viver bem”, complementa a antropóloga.
Entre março e agosto de 2025, o MASP apresentou a exposição Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos, reunindo 34 arpilleras produzidas coletivamente por partcipantes do MAB. “É uma validação importante: as arpilleras mostram que arte não é apenas pintura ou escultura de grandes mestres europeus, mas também o bordado coletivo de brasileiras que registram suas próprias histórias e lutas”, diz Isabella.
Leia mais
“Trazer essa exposição foi uma forma potente de reafirmar a memória desse movimento de luta por meio da produção, pela elaboração artística e intelectual de mulheres brasileiras, em diálogo com mulheres de outras regiões da América Latina”, complementa Glaucea Helena de Britto, curadora assistente do MASP.
Bordado, memória e política que permanecem no presente
As arpilleras nunca deixaram de compor as práticas têxteis. “Elas estão sempre sendo pensadas e atualizadas”, diz Ralyanara.
Pilar Ordenes González, nascida em Santiago, capital chilena, chegou ao Brasil em setembro de 1977 e começou a se aprofundar nas arpilleras em 2017. “Tinha conhecimento das arpilleras desde jovem, mas foi nesse ano em que fui convidada por uma amiga para fazer uma arpillera em homenagem ao centenário do nascimento de Violeta Parra”, ela relembra.
Reunião do coletivo Mujeres Arpilleristas fundado em 2017 e que desde então borda peças com temáticas sociais e políticas
Cedida por Pilar Ordenes González/Reprodução
Nesse contexto, foi fundado o coletivo Mujeres Arpilleristas, bordando nuestra historia, do qual Pilar participa até hoje. “As arpilleras fazem parte de nossa história e tiveram papel fundamental na época da ditadura no Chile para elucidar o que se passava no país. Hoje, continuam sendo instrumento importante para protestar, revindicar e contar a história de uma forma fácil de entender”, destaca Pilar.
Arpilleras produzidas pelo grupo Mujeres Arpilleristas, que reúne mulheres brasileiras, luso-brasileira e chilenas. Na esquerda, obra Poema de Gabriela Mistral, La Ronda, de Pilar González e Maritza Figueroa. No canto superior direito, a obra Mulheres Pioneiras e Inspiradoras – Eloísa Diaz, primeira médica chilena e sulamericana. No canto inferior direito, a arpillera Décimas de Violeta Parra, de Gioconda Elgueta e Tatiana Vilches
Cedida por Pilar Ordenes González/Reprodução | Montagem: Casa e Jardim
A iniciativa do coletivo surgiu por meio de Ines Fuentes Gonzáles, como forma de homenagear Violeta Parra. Desde então, o grupo segue ativo, reunindo-se para criar arpilleras com temas diversos — das músicas da cantora chilena aos direitos humanos, passando pela educação durante a pandemia e os 50 anos do golpe militar no Chile.
“Fazer arpilleras é uma experiência única: é um momento de troca de experiências, de falar e contar sobre nossas vidas, ensinar e aprender técnicas novas. Muitas vezes, terminamos cantando e rindo, é um momento de união”, finaliza Pilar.