Arquitetura de condomínio de férias em Rio Quente é inspirada na cultura goiana

Alma brasileira. É assim que se define o InCasa Private Residence Club, novo empreendimento do grupo Aviva no complexo Rio Quente Resorts, em Goiás. Trata-se de um condomínio fechado com 40 casas turísticas de uso compartilhado, operando no sistema time share, cuja arquitetura foi pensada para homenagear o Cerrado e a cultura da região.
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O projeto, desenvolvido por Raquel Santos, coordenadora de projetos de arquitetura da Aviva, em parceria com o escritório a. arquitetos, de Carlos Eduardo Duarte e Túlio Zanatta, e paisagismo de Benedito Abbud, teve como conceito integrar os ambientes internos à paisagem natural da Serra de Caldas Novas.
Vista aérea do InCasa Private Residence Club, com residências distribuídas em platôs que respeitam a topografia original. O paisagismo inclui jerivás, ipês e grama amendoim, emoldurado pela serra e vegetação nativa do Cerrado
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Assim, os três modelos de imóveis — de 183 m², 256 m² e 298 m² — têm conexão dos cômodos sociais e íntimos ao jardim dos fundos, e ampla vista para a natureza ao redor. “Abrimos todas as esquadrias. A ideia é que o externo invada o interno, com sensação de imersão em todos os ambientes”, diz Raquel.
Os caminhos entre as casas do clube valoriza o paisagismo com espécies como angico-branco, espada-de-são-jorge e ave-do-paraíso. A arquitetura respeitou o relevo e criou áreas de circulação fluida
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Os volumes arquitetônicos são marcados por pé-direito elevado, linhas retas e horizontais, concreto e materiais que remetem à rusticidade, como madeira, bambu, pedra e texturas naturais. As residências também contam com elementos vazados e grandes aberturas para garantir iluminação natural e ventilação cruzada.
Em todas as casas, os quartos térreos se abrem diretamente para o jardim, composto por espécies como zamia, espada-de-são-jorge e grama amendoim, reforçando a conexão entre interior e exterior
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
“Pedras e concreto são uma releitura da resistência do Cerrado, que pega fogo e floresce de novo. O concreto traz conforto térmico, acústico e envelhece com dignidade, assim como as árvores tortuosas do bioma”, afirma a arquiteta.
Área externa de uma das casas térreas. A sala de jantar, a cozinha e sala de estar podem ser integradas ao jardim por meio das aberturas de vidro e bambu. A jacuzzi e os móveis são comuns em todas as residências do clube
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Na decoração das casas, destacam-se cores neutras e terrosas, bem como design nacional, a exemplo de móveis assinados por Paulo Alves. Fibras naturais e artesanato brasileiro também estão presentes — no living, cada residência ganhou uma tapeçaria da artista Maísa Flora, a qual simula a topografia do terreno do empreendimento.
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Inclusive, o condomínio foi projetado conforme o desenho natural do solo. “A implantação respeita a topografia original. Trabalhamos com estrutura de platô, aproveitando os níveis naturais do terreno para criar caminhos, o que também permite que a água da chuva siga seu curso”, comenta Raquel.
A sala de uma das casas térreas, integrada ao jardim e com a cozinha ao fundo, é mobiliada com o sofá Ruy, de Sérgio Batist, na Uultis, e tapeçaria de Maísa Flora
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Todas as residências são equipadas com jacuzzi, lavanderia, cozinha com eletrodomésticos embutidos, adega e máquina de café espresso. Nos três modelos de imóveis, entre os cômodos em comum, estão suítes master, lavabo, sala de jantar e sala de TV. A variação está na quantidade de pavimentos (térreo ou sobrado), nos dormitórios (de dois a quatro), e na presença de jardins de inverno e até jardim vertical no banheiro máster.
O banheiro da suíte máster com claraboia e jardim vertical dentro do boxe é um ambiente especial nas residências de dois pavimentos do clube
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Tempo compartilhado
Em julho deste, foram entregues 20 residências do InCasa Private Residence Club, e a outra metade está prevista para ser concluída em 2027, com estruturas complementares no complexo, como quadras de beach tennis e espaço pet.
Casa térrea com fachada em pedra natural e concreto branco, marcada por linhas horizontais. O paisagismo inclui espécies como fórmio, barba-de-bode, grama amendoim e singônio, reforçando a integração entre arquitetura e Cerrado
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
O clube de férias adota o modelo de time share, no qual cada residência é compartilhada por diferentes proprietários que adquirem o direito de uso por semanas específicas ao longo do ano. Com gestão hoteleira da Aviva, o sistema garante acesso a todas as comodidades do empreendimento, como piscinas, spa e restaurante.
Ao lado de uma das piscinas, as cabanas privativas com estrutura em concreto, bambu e madeira seguem a mesma horizontalidade das residências do clube, reforçando a linguagem arquitetônica integrada. O entorno é composto por espécies como areca de locuba, russélia e espada-de-são-jorge, que valorizam a imersão no Cerrado
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Atualmente, já está em pleno funcionamento o Club House, a estrutura central de convivência e serviços do condomínio. Essa parte segue a mesma linguagem arquitetônica das residências, com estrutura aberta, uso de materiais naturais e paisagismo integrado.
Lobby do Club House com ambientação que combina pedra, madeira e vegetação tropical, incluindo espécies como dracena arbórea, pleomele variegata e lança-de-são-jorge. O espaço é mobiliado com o aparador Tupã, da Uultis Design, o quadro Q10218Z da artista Sheila Amerssonis, a poltrona Gilberto e a mesa cogumelo Ø50, ambas do Estúdio Paulo Alves, além da mesa de centro Brut, da Amazonia, e almofadas Bordana, bordadas manualmente pela cooperativa do Cerrado Goiano
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
O espaço comum reúne quatro piscinas, spa com sauna, sala de exercícios, horta e empório gourmet. A decoração dos ambientes sociais mantém a coerência estética das casas, reforçando a proposta de unidade visual do projeto.
“O lobby foi pensado para enquadrar as vistas, com iluminação e ventilação naturais. É um cenário que remete à casa colonial goiana, com janelas namoradeiras para contemplar a paisagem”, coloca Raquel.
O pátio interno do Club House tem jardim vertical e árvores nativas em canteiros integrados ao piso. Nos canteiros, camarão-vermelho, barba-de-bode, e singônio verde claro. O espaço é mobiliado com a chaise Atoa, do Estúdio Paulo Alves
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Outro destaque fica no restaurante central, chamado Raízes: um painel de madeira que representa a topografia do terreno de forma abstrata. “A ideia era transformar o relevo em cenário, usando formas e texturas que remetem as vias naturais”, completa a profissional.
O restaurante Raízes é mobiliado com cadeiras modelos Arinos, Leblon e Papileia, todas da Estar Móveis. O painel de madeira, ao fundo, simula a topografia do terreno do clube de férias
Mak Cézar/Aviva/Divulgação
Em todo o complexo, o paisagismo conta com mais de 40 espécies, entre nativas e adaptadas ao clima da região, como ipê-amarelo, jerivá, flor-do-cerrado, tataré e camarão-vermelho, além de plantas ornamentais como dracena tricolor, russélia, espada-de-são-jorge e yucca. A composição vegetal busca criar áreas sombreadas, preservar a biodiversidade e oferecer um conjunto visualmente integrado ao entorno natural.

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