Se o poeta, filósofo e naturalista americano Henry David Thoreau (1817-1862) estivesse vivo hoje para pesquisar uma acomodação no Airbnb do tipo “cabana na natureza”, para reviver sua experiência de vida simples fora da cidade, registrada no livro-manifesto Walden ou A Vida nos Bosques, de 1854, certamente ficaria intrigado. Além da profusão de abrigos quase idênticos rodeados de verde, um aspecto curioso chamaria sua atenção: as cabanas, embora ainda isoladas, têm oferecido aos hóspedes cada vez mais comodidades típicas de uma vida urbana privilegiada, de pantufas macias, lençóis e travesseiros de alta qualidade a sais de banho, café da manhã entregue na porta, serviço de massagem e, veja só, banda larga.
Interior do último andar da Casa Macaco, projeto do Atelier Marko Brajovic imerso na Mata Atlântica de Paraty, RJ
Fran Parente
Sobre a arquitetura, basta uma rápida busca em aplicativos que conectam viajantes a acomodações de anfitriões locais para deparar com um mosaico de chalés no estilo Alpes Suíços, com jacuzzi na sala e paredes de vidro que exibem paisagens exuberantes. “Essa estética colonial do A-frame [telhado no formato da letra A] é um ícone importado, que se padronizou como um produto genérico”, avalia o arquiteto e designer Marko Brajovic, listado no Casa Vogue 50 e autor de projetos de construções ecológicas e biomiméticas no país (algumas disponíveis no Airbnb) que primam por pousar de forma leve em áreas de natureza preservada.
Trata-se de um mercado em expansão. “As cabanas são a nova pousada. Na pandemia, as pessoas queriam mais isolamento, e agora pedem toda a conveniência de um hotel”, diz Halmer Marques, CEO da Nomad Place, que aluga 12 chalés em Cunha e São Bento do Sapucaí, interior paulista, onde mantém 15 funcionários e um galpão de serviço para atender as demandas dos hóspedes. “Mais de 90% do meu público são casais jovens em alguma data especial, o que tem direcionado a decoração dos espaços para algo mais romântico, com banheiros maiores”, comenta. Além disso, boa parte de seus clientes adora uma rede social. “Muita gente viaja para criar conteúdo para postagens, então, me perguntam sobre a vista, querem saber se o lugar é instagramável”, ele conta.
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Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
Procuramos o Airbnb para comentar o assunto, mas só recebemos um resumo da pesquisa da empresa feita em abril em nove países, incluindo o Brasil, na qual 39% dos entrevistados mencionam “escapismo” como algo desejado para as férias. Interesse nesse tipo de hospedagem, porém, é o que não falta. Um estudo feito pela Booking.com em janeiro mostrou que 19% dos viajantes do país desejam se hospedar em chalés em 2025. Além disso, um terço dos turistas brasileiros pensa em acomodações de luxo na hora de decidir a viagem, e 98% deles querem viajar de forma mais sustentável este ano. “Temos uma nova definição de luxo ganhando força, que valoriza experiências autênticas, locais e sustentáveis em contato com a natureza, mas sem abrir mão do conforto e do bem-estar”, afirma Luiz Cegato, gerente de comunicação da companhia.
A cozinha rústica da Cabana Morro Acima, de 30 m², na fazenda Lano-Alto, em São Luiz do Paraitinga, SP
Peele Lemos
Será que existe, então, uma contradição entre a ideia de um abrigo na natureza e o conceito de luxo? “A cabana em si é algo luxuoso para mim, por permitir uma conexão profunda com o entorno”, opina Marko Brajovic. “Mas deve ser um abrigo essencial, com arquitetura e design que favoreçam essa relação. Quando a palavra luxo entra na história, ela traz conotações do nosso contexto sociocultural que aniquilam o sentido de ir para uma cabana, algo ontologicamente ligado ao movimento anarquista do Thoreau, de você se desconectar do sistema, desacelerar, reduzir o consumo e, assim, vivenciar uma transformação pessoal”, argumenta o arquiteto.
Initial plugin text
Fato é que, com tanta procura, já há arquitetos dedicando-se quase que exclusivamente a projetos do gênero. “Comecei na pandemia e já assinei mais de 450 obras, 80% delas para investidores de olho no Airbnb. Projetei mais de 60 cabanas em Urubici, SC, e tenho até em Roraima, Nova York, Turquia e Peru”, relata a arquiteta Naindry Rodrigues, de Florianópolis. Segundo ela, alguns clientes chegam a faturar 50 mil reais por acomodação em um mês. Para dar conta da demanda, Naindry criou uma solução de cabanas prontas, em que o cliente escolhe um dos modelos disponíveis, personaliza alguns detalhes e ela entrega tudo decorado e finalizado em três meses – graças a sistemas construtivos industrializados, como steel frame, wood frame e CLT (madeira laminada cruzada).
Implantada entre as árvores, a Cabana Arau, de Saymon Dall Alba, fica em Flores da Cunha, RS
Sabrina Gabana
Em Caxias do Sul, RS, Saymon Dall Alba é outro arquiteto especialista no tema, com mais de 50 projetos de cabanas no país, de Jericoacoara, CE, à Serra Gaúcha, incluindo Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. “Nesses locais, a cama e os chuveiros têm que ser maravilhosos, as louças devem ser lindas, precisa ter roupão de banho e todos esses itens que vendem uma ideia de luxo”, pontua. Porém, é importante que cada construção seja única. “Plantar mil cabaninhas uma do lado da outra não é muito legal. Além de não oferecer a privacidade que os viajantes desejam, esse copiar e colar que vemos por aí não funciona, porque cada local tem sua peculiaridade”, considera. Em sua visão, as pessoas querem uma experiência exclusiva, um misto de conforto e isolamento, sintetizado no termo glamping (camping com glamour), que virou hype na pandemia.
Para o empresário Facundo Guerra, fundador do Altar, que oferece cinco cabanas off-grid no interior paulista, o ponto principal é mesmo a privacidade, acompanhada da pausa no agito urbano. “Estamos tão conectados e dependentes das telas que precisamos de um reboot de vez em quando, uma experiência mais radical, e é isso que ofereço aos meus clientes”, diz ele, que ingressou nessa seara em 2019, depois de construir, para uso pessoal, uma cabana flutuante na Represa do Jaguari, em Joanópolis, SP (com tecnologia da construtora sysHaus), que viralizou no Airbnb. “Nesse mundo de crises, é difícil não adoecer. Essas construções têm a ver também com uma busca por saúde mental.”
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Uma das acomodações do Aventoriba Lodge, em Campos do Jordão, SP
Ismael Shimizu
De modo geral, cabanas no campo são hoje construídas por meio de sistemas industrializados, que facilitam o transporte de materiais e permitem uma obra mais limpa, rápida e sem desperdícios. “Assim, elas são mais sustentáveis e afinadas com a visão de um abrigo na natureza”, avalia o arquiteto Marcos Paulo Caldeira, que, com a sócia, Mila Strauss, comanda o escritório MM18, responsável pelo projeto arquitetônico da Capsu, empresa criada por Diogo Roberte (cofundador do PicPay). O empresário quer inovar no setor com um modelo de casa modular high-tech, 100% acessível, feita de madeira engenheirada e “airbnbzável”. “O cliente compra uma Capsu personalizada e recebe a casa onde quiser, pronta para uso, com talheres, taças de vinho, tudo”, afirma Roberte, que possui oito unidades prontas e espera entregar mais 40 nos próximos meses. Por ser modular, ela pode ser pensada como uma cabana compacta ou uma casa maior, que sirva de segunda residência ou até endereço principal de uma família.
A natureza é o luxo
Cabana projetada por Naindry Rodrigues em Urubici, SC, inspirada nos iglus da Finlândia
Julia Dala Rosa @dicadehoteis
O assunto é pulsante e há quem queira um mergulho mais fundo – como detectou o Relatório de Tendências do Pinterest para o meio do ano, no qual termos como “detox digital” e “refúgio na natureza” aparecem em alta. Em Campos do Jordão, SP, o Aventoriba Lodge oferece cabanas de luxo dentro do Horto Florestal. “São construções de quase 100 anos reformadas, casas de funcionários do parque estadual que têm uma história. Hoje, hospedam famílias com crianças, casais e esportistas, com direito a experiências indicadas por um concierge, que incluem as trilhas no entorno, passeios a cavalo e excelentes opções gastronômicas”, conta Adolpho Julio Carvalho, sócio no negócio com o arquiteto Aref Farkouh (também sócio do Hotel Toriba, na mesma cidade), cujo acervo de obras de arte decora as hospedagens, junto de mobiliário feito por artesãos locais.
Já para os mais ousados, a fazenda Lano-Alto, em São Luiz do Paraitinga, SP, oferece duas cabanas de madeira sem energia elétrica, com acesso por trilha de mata fechada e sem sinal de internet, em que o luxo é estar realmente imerso na natureza. “Para a experiência valer a pena, tem que ter um mínimo de desconforto e de abertura para o novo. Você se desconecta do mundo e se reconecta consigo mesmo, com o tempo presente”, reflete Yentl Delanhesi, produtora rural e fundadora da marca (ao lado do marido e construtor das casas, Peèle Lemos) que oferece queijos e iogurtes feitos sem pressa, a partir de leite cru de vacas Jersey criadas em sistema regenerativo, além de diversos produtos artesanais sazonais, em pequena escala. “Recebemos muitos casais e algumas mulheres sozinhas, e sempre explicamos bem a proposta antes da reserva para evitar surpresas”, diz ela, que organiza a despensa da cabana com produtos locais para as refeições dos hóspedes durante a estadia. “Não pagaria por uma cabana de luxo sem esse contexto mais autêntico, esse convite para vivenciar o tempo da natureza. Havia borboletas no café da manhã e eu tive presença para contemplá-las, isso não tem preço”, lembra a hóspede e economista Julia Gallant. Que as cabanas (cada uma do seu jeito) possam ser o abrigo dessa apreciação da vida.
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*Matéria originalmente publicada na edição de julho/2025 da Casa Vogue (CV 474), disponível em versão impressa, na nossa loja virtual e para assinantes no app Globo Mais.
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Interior do último andar da Casa Macaco, projeto do Atelier Marko Brajovic imerso na Mata Atlântica de Paraty, RJ
Fran Parente
Sobre a arquitetura, basta uma rápida busca em aplicativos que conectam viajantes a acomodações de anfitriões locais para deparar com um mosaico de chalés no estilo Alpes Suíços, com jacuzzi na sala e paredes de vidro que exibem paisagens exuberantes. “Essa estética colonial do A-frame [telhado no formato da letra A] é um ícone importado, que se padronizou como um produto genérico”, avalia o arquiteto e designer Marko Brajovic, listado no Casa Vogue 50 e autor de projetos de construções ecológicas e biomiméticas no país (algumas disponíveis no Airbnb) que primam por pousar de forma leve em áreas de natureza preservada.
Trata-se de um mercado em expansão. “As cabanas são a nova pousada. Na pandemia, as pessoas queriam mais isolamento, e agora pedem toda a conveniência de um hotel”, diz Halmer Marques, CEO da Nomad Place, que aluga 12 chalés em Cunha e São Bento do Sapucaí, interior paulista, onde mantém 15 funcionários e um galpão de serviço para atender as demandas dos hóspedes. “Mais de 90% do meu público são casais jovens em alguma data especial, o que tem direcionado a decoração dos espaços para algo mais romântico, com banheiros maiores”, comenta. Além disso, boa parte de seus clientes adora uma rede social. “Muita gente viaja para criar conteúdo para postagens, então, me perguntam sobre a vista, querem saber se o lugar é instagramável”, ele conta.
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Vai construir ou reformar? Seleção Archa + Casa Vogue ajuda você a encontrar o melhor arquiteto para seu projeto
Procuramos o Airbnb para comentar o assunto, mas só recebemos um resumo da pesquisa da empresa feita em abril em nove países, incluindo o Brasil, na qual 39% dos entrevistados mencionam “escapismo” como algo desejado para as férias. Interesse nesse tipo de hospedagem, porém, é o que não falta. Um estudo feito pela Booking.com em janeiro mostrou que 19% dos viajantes do país desejam se hospedar em chalés em 2025. Além disso, um terço dos turistas brasileiros pensa em acomodações de luxo na hora de decidir a viagem, e 98% deles querem viajar de forma mais sustentável este ano. “Temos uma nova definição de luxo ganhando força, que valoriza experiências autênticas, locais e sustentáveis em contato com a natureza, mas sem abrir mão do conforto e do bem-estar”, afirma Luiz Cegato, gerente de comunicação da companhia.
A cozinha rústica da Cabana Morro Acima, de 30 m², na fazenda Lano-Alto, em São Luiz do Paraitinga, SP
Peele Lemos
Será que existe, então, uma contradição entre a ideia de um abrigo na natureza e o conceito de luxo? “A cabana em si é algo luxuoso para mim, por permitir uma conexão profunda com o entorno”, opina Marko Brajovic. “Mas deve ser um abrigo essencial, com arquitetura e design que favoreçam essa relação. Quando a palavra luxo entra na história, ela traz conotações do nosso contexto sociocultural que aniquilam o sentido de ir para uma cabana, algo ontologicamente ligado ao movimento anarquista do Thoreau, de você se desconectar do sistema, desacelerar, reduzir o consumo e, assim, vivenciar uma transformação pessoal”, argumenta o arquiteto.
Initial plugin text
Fato é que, com tanta procura, já há arquitetos dedicando-se quase que exclusivamente a projetos do gênero. “Comecei na pandemia e já assinei mais de 450 obras, 80% delas para investidores de olho no Airbnb. Projetei mais de 60 cabanas em Urubici, SC, e tenho até em Roraima, Nova York, Turquia e Peru”, relata a arquiteta Naindry Rodrigues, de Florianópolis. Segundo ela, alguns clientes chegam a faturar 50 mil reais por acomodação em um mês. Para dar conta da demanda, Naindry criou uma solução de cabanas prontas, em que o cliente escolhe um dos modelos disponíveis, personaliza alguns detalhes e ela entrega tudo decorado e finalizado em três meses – graças a sistemas construtivos industrializados, como steel frame, wood frame e CLT (madeira laminada cruzada).
Implantada entre as árvores, a Cabana Arau, de Saymon Dall Alba, fica em Flores da Cunha, RS
Sabrina Gabana
Em Caxias do Sul, RS, Saymon Dall Alba é outro arquiteto especialista no tema, com mais de 50 projetos de cabanas no país, de Jericoacoara, CE, à Serra Gaúcha, incluindo Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. “Nesses locais, a cama e os chuveiros têm que ser maravilhosos, as louças devem ser lindas, precisa ter roupão de banho e todos esses itens que vendem uma ideia de luxo”, pontua. Porém, é importante que cada construção seja única. “Plantar mil cabaninhas uma do lado da outra não é muito legal. Além de não oferecer a privacidade que os viajantes desejam, esse copiar e colar que vemos por aí não funciona, porque cada local tem sua peculiaridade”, considera. Em sua visão, as pessoas querem uma experiência exclusiva, um misto de conforto e isolamento, sintetizado no termo glamping (camping com glamour), que virou hype na pandemia.
Para o empresário Facundo Guerra, fundador do Altar, que oferece cinco cabanas off-grid no interior paulista, o ponto principal é mesmo a privacidade, acompanhada da pausa no agito urbano. “Estamos tão conectados e dependentes das telas que precisamos de um reboot de vez em quando, uma experiência mais radical, e é isso que ofereço aos meus clientes”, diz ele, que ingressou nessa seara em 2019, depois de construir, para uso pessoal, uma cabana flutuante na Represa do Jaguari, em Joanópolis, SP (com tecnologia da construtora sysHaus), que viralizou no Airbnb. “Nesse mundo de crises, é difícil não adoecer. Essas construções têm a ver também com uma busca por saúde mental.”
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Uma das acomodações do Aventoriba Lodge, em Campos do Jordão, SP
Ismael Shimizu
De modo geral, cabanas no campo são hoje construídas por meio de sistemas industrializados, que facilitam o transporte de materiais e permitem uma obra mais limpa, rápida e sem desperdícios. “Assim, elas são mais sustentáveis e afinadas com a visão de um abrigo na natureza”, avalia o arquiteto Marcos Paulo Caldeira, que, com a sócia, Mila Strauss, comanda o escritório MM18, responsável pelo projeto arquitetônico da Capsu, empresa criada por Diogo Roberte (cofundador do PicPay). O empresário quer inovar no setor com um modelo de casa modular high-tech, 100% acessível, feita de madeira engenheirada e “airbnbzável”. “O cliente compra uma Capsu personalizada e recebe a casa onde quiser, pronta para uso, com talheres, taças de vinho, tudo”, afirma Roberte, que possui oito unidades prontas e espera entregar mais 40 nos próximos meses. Por ser modular, ela pode ser pensada como uma cabana compacta ou uma casa maior, que sirva de segunda residência ou até endereço principal de uma família.
A natureza é o luxo
Cabana projetada por Naindry Rodrigues em Urubici, SC, inspirada nos iglus da Finlândia
Julia Dala Rosa @dicadehoteis
O assunto é pulsante e há quem queira um mergulho mais fundo – como detectou o Relatório de Tendências do Pinterest para o meio do ano, no qual termos como “detox digital” e “refúgio na natureza” aparecem em alta. Em Campos do Jordão, SP, o Aventoriba Lodge oferece cabanas de luxo dentro do Horto Florestal. “São construções de quase 100 anos reformadas, casas de funcionários do parque estadual que têm uma história. Hoje, hospedam famílias com crianças, casais e esportistas, com direito a experiências indicadas por um concierge, que incluem as trilhas no entorno, passeios a cavalo e excelentes opções gastronômicas”, conta Adolpho Julio Carvalho, sócio no negócio com o arquiteto Aref Farkouh (também sócio do Hotel Toriba, na mesma cidade), cujo acervo de obras de arte decora as hospedagens, junto de mobiliário feito por artesãos locais.
Já para os mais ousados, a fazenda Lano-Alto, em São Luiz do Paraitinga, SP, oferece duas cabanas de madeira sem energia elétrica, com acesso por trilha de mata fechada e sem sinal de internet, em que o luxo é estar realmente imerso na natureza. “Para a experiência valer a pena, tem que ter um mínimo de desconforto e de abertura para o novo. Você se desconecta do mundo e se reconecta consigo mesmo, com o tempo presente”, reflete Yentl Delanhesi, produtora rural e fundadora da marca (ao lado do marido e construtor das casas, Peèle Lemos) que oferece queijos e iogurtes feitos sem pressa, a partir de leite cru de vacas Jersey criadas em sistema regenerativo, além de diversos produtos artesanais sazonais, em pequena escala. “Recebemos muitos casais e algumas mulheres sozinhas, e sempre explicamos bem a proposta antes da reserva para evitar surpresas”, diz ela, que organiza a despensa da cabana com produtos locais para as refeições dos hóspedes durante a estadia. “Não pagaria por uma cabana de luxo sem esse contexto mais autêntico, esse convite para vivenciar o tempo da natureza. Havia borboletas no café da manhã e eu tive presença para contemplá-las, isso não tem preço”, lembra a hóspede e economista Julia Gallant. Que as cabanas (cada uma do seu jeito) possam ser o abrigo dessa apreciação da vida.
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