Cama retrátil e tons claros transformam apê de 35 m² em refúgio para temporadas

Em um dos bairros mais pulsantes da capital paulista, a Vila Madalena, este estúdio de 35 m² se apresenta como contraponto: interior silencioso, formas essenciais e soluções que dissolvem a sensação de limites. Um refúgio urbano projetado para uma vida entre continentes, visto que proprietária mora em Nova York, nos Estados Unidos, e passa temporadas no Brasil.
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Entregue pela construtora sem acabamentos, o imóvel ganhou identidade com um projeto de interiores que buscou funcionalidade e sensação de respiro — mesmo com medidas módicas. “A moradora tinha receio de que tudo ficasse apertado. Nossa missão foi transformar isso em amplitude visual”, conta o arquiteto Rogerio Shinagawa, do escritório Shinagawa Arquitetura (@rshina).
SALA DE ESTAR | Cores claras, linhas retas e poucos elementos marcam o apê. A marcenaria de carvalho, com execução da Marcenaria Taniguchi, mimetiza as portas dos armários e do banheiro, enquanto o piso no mesmo padrão de madeira, da Indusparquet, reforça a sensação de unidade. Sobre ele, tapete da Casa Frato. Sofá da Clami, com almofada da Dpot Objeto
Caca Bratke/Divulgação
A premissa era desenhar um lar temporário que oferecesse descanso, fluidez e áreas de uso básico sem simular um apartamento tradicional — principalmente no que diz respeito à cozinha. A solução partiu de uma revisão do layout original.
SALA DE ESTAR | Os armários projetados pelo escritório, feitos de laca areia pela Marcenaria Taniguchi, camuflam a cama retrátil em seu interior. O nicho aberto de madeira carvalho funciona como mesa de cabeceira quando a cama está aberta
Caca Bratke/Divulgação
Evitar a compartimentação foi decisivo para ganhar centímetros valiosos. Em vez de dividir sala e quarto, a opção foi por uma cama retrátil embutida na marcenaria, que permite transformar o estúdio em um cômodo único e fluido.
DORMITÓRIO | A cama no tamanho queen, quando aberta, fica sobreposta ao sofá. Internamente, o escritório projetou prateleiras na marcenaria e um baú na cabeceira; execução da Marcenaria Taniguchi. Quadros de marchetaria de Danilo Branco, na Dpot Objeto. Objetos decorativos da loja Lili Wood
Caca Bratke/Divulgação
Durante o dia, o espaço se converte em área de estar e trabalho, enquanto à noite se transforma em dormitório completo. A funcionalidade atende à rotina da moradora, que desejava trabalhar ocasionalmente sem abdicar do conforto.
O banheiro estreito e mal posicionado comprometia a circulação e a funcionalidade dos demais ambientes. Ao ajustá-lo, Rogerio conseguiu ampliar o boxe, incluir um banco interno e criar uma bancada generosa.
SALA DE JANTAR | O banco integrado à marcenaria serve de assento e canto de leitura com vista para a cidade. Mesa e cadeira, ambas da loja ,ovo. Luminária pendente Dico 60, assinada por Mel Kawahara. Persianas fornecidas por Silvia Veiga
Caca Bratke/Divulgação
Essa reorganização também favoreceu o canto de apoio para refeições e a criação de armários. “Ao redesenhar o banheiro, ganhamos um apartamento mais equilibrado e prático”, afirma o arquiteto. Dessa forma, um banco também incorporado à marcenaria, com mesa e a cadeira, tem múltiplo uso.
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A decoração segue a mesma lógica de respiro. Cores claras, madeira carvalho e laca em tons de areia e azul compõem uma paleta suave, responsável por ampliar visualmente o imóvel.
COZINHA | Pensado de forma básica e funcional, o espaço tem bancada de Corian, executada pela Infinita Concept. Armários feitos de carvalho e laca azul pela Marcenaria Taniguchi
Caca Bratke/Divulgação
O piso, também em madeira carvalho, cria continuidade e reforça a sensação de unidade, enquanto o revestimento espelhado na entrada amplia a luz natural e dá profundidade. “As cores claras foram escolhidas para aumentar a sensação de espaço. A madeira traz aconchego e acolhimento”, explica Rogerio.
Sem exigência de cozinha completa, a área de alimentação foi pensada de forma básica e funcional. A bancada garante praticidade para refeições rápidas, enquanto os armários planejados otimizam o armazenamento sem pesar no visual.
BANHEIRO | Com a reconfiguração do ambiente, foi possível ampliar o boxe e incluir um banco interno, revestidos de porcelanato da linha Oh!take, da Portobello, enquanto a parede externa recebeu revestimento Horizontes Tulum, da mesma marca. Também foi possível criar uma bancada generosa, feita de Corian, da Infinita Concept, sobre estrutura de aço pintado de verde, com gaveta e prateleira ripada de madeira carvalho. No nicho de prateleiras, vaso da loja Lili Wood, desenho de Adriana Cavallaro e frascos da Dpot Objeto
Caca Bratke/Divulgação
No banheiro, agora com proporções generosas, o banco dentro do boxe favorece o relaxamento — um detalhe que conecta o projeto ao estilo de vida da proprietária em Nova York, habituada a espaços pequenos, porém confortáveis e cuidadosos.

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