Casa brutalista de arquiteto aposta em integração para família curtir e trabalhar

A construção de 413 m², no bairro São Bento, em Belo Horizonte, Minas Gerais, chama a atenção pela imponência do concreto e pelas referências ao brutalismo brasileiro. Pertecente a um casal de arquitetos, responsáveis pelo projeto, a casa foi concebida do zero para unir vida pessoal e profissional.
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“Meu escritório fica no segundo pavimento, o que é muito prático para o dia a dia e me permite participar da rotina da casa e da família o tempo todo”, conta Frederico Bicalho, do escritório homônimo (@fredericobicalhoarquitetura), que divide o lar com a esposa, Luciana Araujo, e o filho pequeno, Antônio.
FACHADA | Inspirada no modernismo e brutalismo brasileiros, a casa de três andares foi construída com concreto aparente, moldado em formas de ripas de madeira. No térreo, a garagem é fechada por portão de chapa metálica, da BH Portões. No demais pisos, as esquadrias de alumínio, da Alutech, emolduram as grandes aberturas que trazem conexão entre interior e exterior. Paisagismo assinado por Kat Rosa
Jomar Bragança/Divulgação
Implantada em um terreno de forte aclive, a construção nasceu de soluções precisas para vencer a topografia e garantir privacidade em meio às casas vizinhas. “Para alcançar nosso objetivo, foi preciso garantir as principais visadas do entorno e integrar com a área externa, ao mesmo tempo garantindo privacidade”, explica o arquiteto.
VISÃO AÉREA | A casa se destaca na rua, com sua arquitetura brutalista e grandes vãos que traçam uma conexão da construção com o entorno
Jomar Bragança/Divulgação
A resposta foi um partido que apoia a edificação nas divisas laterais, liberando aberturas generosas para o horizonte e para os fundos do lote.
“A casa deveria ser prática, de fácil manutenção, com integração máxima entre os ambientes, além de bastante iluminada, com visadas para a paisagem, valorizando a conexão entre o interior e a área externa”, diz Frederico.
FUNDOS | A edificação se apoia nas divisas laterais, liberando grandes aberturas para o horizonte e os fundos do lote, onde se destaca o paisagismo de Kat Rosa.
Jomar Bragança/Divulgação
O concreto aparente, moldado em formas de ripas de madeira, é o protagonista absoluto e confere unidade estética e caráter atemporal ao projeto.
“A escolha do concreto foi natural desde o início, não apenas como estrutura, mas como linguagem. Brutal em sua essência, ele se revela em cheios e vazios, em planos que protegem e se abrem para o céu e para as montanhas”, fala o arquiteto.
ÁREA EXTERNA | Grandes vãos e aberturas se abrem para o céu, a cidade e as montanhas, enquanto o deque de madeira demarca a divisão entre área externa e interna do grande espaço integrado
Jomar Bragança/Divulgação
No terceiro pavimento, onde se concentram os cômodos de convivência, a integração entre interior e exterior é total. Uma porta de correr pode ser recolhida completamente e, com isso, transforma sala, cozinha e varanda com piscina em uma grande área contínua.
PISCINA | Na área externa anexa ao living, a piscina é envolta pelo paisagismo de Kat Rosa. No centro, par de poltronas Butterfly de lona
Jomar Bragança/Divulgação
Aos finais de semana, é ali que a família recebe amigos para almoços e jantares. O pequeno Antônio, de 2 anos, também usufrui dessa fluidez espacial.
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“A integração entre os ambientes permite que ele transite entre os jardins e os cômodos como se estivesse em um grande parque”, comenta Frederico.
SALA DE ESTAR E JANTAR | No primeiro plano, a sala de estar tem sofá de tecido bouclé, da Movelaria Olga, composto com mesa de centro em serralheria e pufe de couro da Franccino sobre tapete da Botteh. À frente, a sala de jantar é formada por mesa da Movelaria Olga e cadeiras da Tok&Stok. Armários de laminado melamínico metalizado, com execução da AMR Marcenaria. Quadros do arquiteto Frederico Bicalho. Iluminação da Interpam
Jomar Bragança/Divulgação
Na decoração, a frieza do concreto é suavizada por materiais naturais e texturas. Quartzitos, granitos, metais e madeiras se equilibram em composições que aliam sofisticação e simplicidade.
“O que seria simples se torna nobre. Um material valoriza o outro, criando harmonia visual e tátil”, descreve o profissional.
ESCADA | O corrimão de metal, executado pela Arte Serralheria, ilumina o caminho. Acima, marcenaria realizada com laminado melamínico metalizado pela AMR Marcenaria
Jomar Bragança/Divulgação
O mobiliário todo novo também é baseado em materiais naturais e texturas, como couro, bouclé, algodão, linho e madeira, que reforçam a atmosfera calorosa, sem abdicar da linguagem contemporânea.
SUÍTE | O ambiente, composto por cama de couro feita sob encomenda, abre-se para o jardim assinado pela paisagista Kat Rosa, onde estão as poltronas Loop Chair, de Willy Guhl. Quadros acima da cabeceira de Humberto Serpa. Roupa de cama e cortinas de Ana Luiza Decorações
Jomar Bragança/Divulgação
Ambientes como a suíte máster revelam o equilíbrio entre força e acolhimento: a cabeceira da cama de couro no tom café se une ao granito preto levigado da bancada do banheiro aberto, visualmente permeável por esquadrias de vidro.
SUÍTE | Envolto pelas esquadrias de alumínio e vidro, da Alutech, o banheiro visualmente permeável tem pia esculpida em granito preto levigado, da Stone Raja, e gabinete em MDF preto executado pela AMR Marcenaria. Banheira de imersão da SPAs Versati
Jomar Bragança/Divulgação
No home office, a mesa de quartzito azulado ganha protagonismo em meio ao concreto e à vista para o (belo) horizonte.
ESCRITÓRIO | Localizado no segundo piso, o home office de Frederico Bicalho mantém o concreto aparente, enquanto a mesa de trabalho feita de quartzito azulado, da Stone Raja, ganha destaque com vista para o horizonte através das esquadrias de alumínio da Alutech. Um clássico do design, as cadeiras de palhinha Cesca, design de Marcel Breuer, trazem aconchego ao ambiente, assim como o sofá de couro caramelo, da Salva, com mesa lateral Saarinen. Quadros de autoria do próprio arquiteto. Iluminação da Interpam
Jomar Bragança/Divulgação
Além da arquitetura, a casa reflete o olhar artístico dos moradores. Muitas das obras de arte que compõem os ambientes são de Frederico, acompanhadas de criações do arquiteto mineiro Humberto Serpa.
“A casa é feita de muitas escolhas, grandes e pequenas. É a síntese do que acredito, projetada com intenção e emoção. Não é apenas minha casa. É o nosso lar”, ele resume.

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