Jovem herdeira de uma fortuna milionária foi considerada incapaz e ficou internada em sua própria casa sob tutela de um amigo da família Um casarão antigo, datado do final do século 19, guarda uma das histórias mais sinistras da cidade de São Paulo. Ao longo de 40 anos, a Casa de Dona Yayá, no bairro do Bixiga, serviu de “manicômio particular” para uma mulher que não podia sair na rua até a sua morte, em 1961.
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Considerada “louca”, Sebastiana de Melo Freire, conhecida como Dona Yayá, era filha de um rico fazendeiro de Mogi das Cruzes, no interior paulista. Após o falecimento de seus pais e irmãos, herdou toda a fortuna da família. Em 1919, aos 32 anos, após recorrentes sinais de desequilíbrio emocional e uma tentativa de suicídio, a jovem foi internada em um hospital psiquiátrico.
Sebastiana de Melo Freire, conhecida como Dona Yayá, ficou décadas presa em sua própria casa
Wikimedia Commons
Julgada como alguém incapaz de administrar a sua fortuna por “sofrer das faculdades mentais”, seus bens passam a ser administrados por Manuel Joaquim de Albuquerque Lins, um amigo da família que já havia sido seu tutor antes da maioridade.
Construída no final do século 19, a casa é um símbolo da arquitetura eclética da região central paulistana
Acervo CPC/Kassio Massa/Divulgação
Sob a orientação médica para continuar o tratamento em casa e ficar isolada do cotidiano da cidade, o tutor comprou o imóvel na rua Major Diogo para recebê-la. A região era, à época, uma área de chácaras afastada do centro da capital, onde, até então, Dona Yayá havia morado, em um palacete na rua Sete de Abril.
Enclausurada em seu “sanatório particular”, ela viveu em quartos adaptados para que não pudesse abrir as janelas pelo lado de dentro e com portinholas por onde as refeições eram passadas. As portas ganharam visores para que os funcionários não precisassem lidar diretamente com Dona Yayá. Seu único acesso ao ar livre era um solário, construído apenas em 1952.
A casa funcionou como um sanatório particular onde Dona Yayá viveu reclusa até 1961, ano de sua morte
Acervo CPC/Kassio Massa/Divulgação
Dona Yayá viveu na casa entre 1921 e 1961, onde foi mantida reclusa nos aposentos reformados para sua segurança até o final da sua vida, aos 74 anos.
Segundo moradores da região, à época, Dona Yayá sofria de delírios, onde chorava compulsivamente, tinha surtos e tentava se ferir com objetos.
Por conta desse passado sombrio, com boatos de que a casa tinha um porão mal-assombrado e de pessoas que diziam ouvir os gritos da mulher e vê-la na janela, o local acabou se transformando em uma das mais famosas lendas urbanas da capital paulista. Tanto que a residência, hoje aberta ao público para visitação, é citada em roteiros que visitam casas “mal-assombradas” na cidade.
“Essa inusitada trajetória, associada a sua destacada posição social, foi alvo de especulações pela imprensa sensacionalista, rendendo alguns artigos no jornal O Parafuso sobre a possível relação entre a interdição e a apropriação de sua fortuna”, revela o Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (CPC-USP), que hoje ocupa o edifício.
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“A história de Dona Yayá instiga a curiosidade e a imaginação dos que dela ouvem falar: ela ora é apresentada como a ‘louca do Bixiga’, ora como vítima incompreendida pela moral da época em que viveu”, continua a instituição em seu site.
Sem filhos ou parentes próximos, após a morte de Dona Yayá, em 1961, o local passou a ser administrado pela USP, em 1969, e ficou fechado por décadas. Em 1991, por meio de seu CPC, a Universidade iniciou as obras de restauração da residência, que duraram até 1998.
Os afrescos e as pinturas originais da Casa de Dona Yayá foram preservados em alguns cômodos
Acervo CPC/Eduardo Costa/Divulgação
Construída por volta de 1888, a Casa de Dona Yayá passou por diversas reformas ao longo do anos e, hoje, é considerada um símbolo da arquitetura eclética de São Paulo e uma das últimas construções do cinturão de chácaras que contornava o centro da cidade no século 20. O local foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado em 1998 e pelo município em 2002.
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“Paredes de tijolos, pinturas murais e o próprio jardim permitem recuperar três momentos distintos dessa residência: o chalé de uma chácara rural, uma residência eclética aburguesada em área já urbanizada e, por último, o sanatório”, detalha o CPC.
Nos anos 1990, o Centro de Preservação Cultural da USP iniciou uma série de manutenções na Casa de Dona Yayá
Acervo CPC/Kassio Massa/Divulgação
Serviço
Endereço: Rua Major Diogo, 353 – São Paulo (SP)
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h | quartas-feiras, das 10h às 20h | domingos, das 10h às 13h.
Ingresso: entrada gratuita.
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Considerada “louca”, Sebastiana de Melo Freire, conhecida como Dona Yayá, era filha de um rico fazendeiro de Mogi das Cruzes, no interior paulista. Após o falecimento de seus pais e irmãos, herdou toda a fortuna da família. Em 1919, aos 32 anos, após recorrentes sinais de desequilíbrio emocional e uma tentativa de suicídio, a jovem foi internada em um hospital psiquiátrico.
Sebastiana de Melo Freire, conhecida como Dona Yayá, ficou décadas presa em sua própria casa
Wikimedia Commons
Julgada como alguém incapaz de administrar a sua fortuna por “sofrer das faculdades mentais”, seus bens passam a ser administrados por Manuel Joaquim de Albuquerque Lins, um amigo da família que já havia sido seu tutor antes da maioridade.
Construída no final do século 19, a casa é um símbolo da arquitetura eclética da região central paulistana
Acervo CPC/Kassio Massa/Divulgação
Sob a orientação médica para continuar o tratamento em casa e ficar isolada do cotidiano da cidade, o tutor comprou o imóvel na rua Major Diogo para recebê-la. A região era, à época, uma área de chácaras afastada do centro da capital, onde, até então, Dona Yayá havia morado, em um palacete na rua Sete de Abril.
Enclausurada em seu “sanatório particular”, ela viveu em quartos adaptados para que não pudesse abrir as janelas pelo lado de dentro e com portinholas por onde as refeições eram passadas. As portas ganharam visores para que os funcionários não precisassem lidar diretamente com Dona Yayá. Seu único acesso ao ar livre era um solário, construído apenas em 1952.
A casa funcionou como um sanatório particular onde Dona Yayá viveu reclusa até 1961, ano de sua morte
Acervo CPC/Kassio Massa/Divulgação
Dona Yayá viveu na casa entre 1921 e 1961, onde foi mantida reclusa nos aposentos reformados para sua segurança até o final da sua vida, aos 74 anos.
Segundo moradores da região, à época, Dona Yayá sofria de delírios, onde chorava compulsivamente, tinha surtos e tentava se ferir com objetos.
Por conta desse passado sombrio, com boatos de que a casa tinha um porão mal-assombrado e de pessoas que diziam ouvir os gritos da mulher e vê-la na janela, o local acabou se transformando em uma das mais famosas lendas urbanas da capital paulista. Tanto que a residência, hoje aberta ao público para visitação, é citada em roteiros que visitam casas “mal-assombradas” na cidade.
“Essa inusitada trajetória, associada a sua destacada posição social, foi alvo de especulações pela imprensa sensacionalista, rendendo alguns artigos no jornal O Parafuso sobre a possível relação entre a interdição e a apropriação de sua fortuna”, revela o Centro de Preservação Cultural da Universidade de São Paulo (CPC-USP), que hoje ocupa o edifício.
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“A história de Dona Yayá instiga a curiosidade e a imaginação dos que dela ouvem falar: ela ora é apresentada como a ‘louca do Bixiga’, ora como vítima incompreendida pela moral da época em que viveu”, continua a instituição em seu site.
Sem filhos ou parentes próximos, após a morte de Dona Yayá, em 1961, o local passou a ser administrado pela USP, em 1969, e ficou fechado por décadas. Em 1991, por meio de seu CPC, a Universidade iniciou as obras de restauração da residência, que duraram até 1998.
Os afrescos e as pinturas originais da Casa de Dona Yayá foram preservados em alguns cômodos
Acervo CPC/Eduardo Costa/Divulgação
Construída por volta de 1888, a Casa de Dona Yayá passou por diversas reformas ao longo do anos e, hoje, é considerada um símbolo da arquitetura eclética de São Paulo e uma das últimas construções do cinturão de chácaras que contornava o centro da cidade no século 20. O local foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado em 1998 e pelo município em 2002.
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“Paredes de tijolos, pinturas murais e o próprio jardim permitem recuperar três momentos distintos dessa residência: o chalé de uma chácara rural, uma residência eclética aburguesada em área já urbanizada e, por último, o sanatório”, detalha o CPC.
Nos anos 1990, o Centro de Preservação Cultural da USP iniciou uma série de manutenções na Casa de Dona Yayá
Acervo CPC/Kassio Massa/Divulgação
Serviço
Endereço: Rua Major Diogo, 353 – São Paulo (SP)
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 18h | quartas-feiras, das 10h às 20h | domingos, das 10h às 13h.
Ingresso: entrada gratuita.