Casa mistura concreto, madeira, travertino e plantas para família amante de arte

Localizada em condomínio fechado no Jardim Olhos D’Água, em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, a “Casa Buenos Aires” traduz o estilo de vida contemporâneo e afetivo da família Benedini. O projeto, assinado pela arquiteta Mariane Rios, do Estúdio Mariane Rios (@estudiomarianerios), combina arquitetura essencialista a uma ambientação calorosa e repleta de significados pessoais.
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“Queríamos uma casa prática, funcional e acolhedora, que nos atendesse por muitos anos e em todos os momentos da vida”, conta Karina Benedini, que divide o lar com o marido Henrique e o filho Antônio, de 9 anos.
FACHADA | A estrutura da casa tem sobreposição de dois volumes. O andar superior é revestido de ripas de concreto na cor Cinza Concreto, 10 x 120 cm, da Pisatto. Brises de muxarabi feitos de alumínio com acabamento amadeirado e esquadrias no mesmo material com acabamento de aço inox, da Espadari. Maranta-charuto, filodendro ondulato, guaimbê, helicônia rostrata, jasmim-manga, bambu-metake, alecrim e palmeira jerivá compõem o projeto paisagístico de Mônica Costa
Estúdio NY18/Divulgação
Projetada do zero em um terreno de esquina com duas frentes, a residência de 535 m² se estrutura a partir da sobreposição de dois volumes. O pavimento superior, marcado por ripas de concreto, repousa sobre a base térrea em tons de cinza, que combina pintura e chapas metálicas.
O contraste entre leveza e densidade define a linguagem visual da construção, complementada pelos painéis deslizantes de muxarabi, que promovem privacidade, ventilação e um jogo de luz e sombra ao longo do dia.
HALL DE ENTRADA | Ao entrar pela porta feita de chapa de aço com pintura eletrostática por Matheus Furlan, o espaço, semelhante a uma galeria de arte, é repleto de obras, como o quadro maior assinado pelo artista Finok. A madeira está presente no aparador, executado com lâmina natural de carvalho pela marcenaria Tamubi, e no forro Breeze Tauari Natural, da Estilo Parquet. Na parede, com textura Silk, na cor 823, da Decorcril, está a luminária Oop’s, de Ingo Maurer. Banco longo André, de Fernando Mendes, na Design Brasil. Piso de mármore travertino romano bruto, da Sigramar
Estúdio NY18/Divulgação
“A arquitetura se comunica com a rotina dos moradores. É um lar vivo, que convida à convivência e cria diferentes atmosferas conforme a luz natural se transforma”, diz Mariane.
A materialidade do projeto é marcada por ripas de concreto e chapas metálicas na fachada, travertino e carvalho natural nos interiores, cumaru na área íntima e pedra madeira no muro da piscina. O conjunto cria uma atmosfera de equilíbrio entre o urbano e o natural.
HALL DE ENTRADA | Na continuação do ambiente, a parede curva forma um eixo de circulação e, ao mesmo tempo, funciona como suporte para a escultura de cerâmica e lã assinada por Mariana Whately
Estúdio NY18/Divulgação
O hall de entrada revela o apreço da família pelas artes: o espaço foi pensado como uma galeria, com trabalhos de Finok, Inos Corradin, André Mogle e Antônio Cassiano Meirelles, entre outros. Para acompanhar o conjunto, Mariane desenhou um aparador modular de 5,5 metros, que cria ritmo visual diante das obras.
Na sequência, a parede curva que conduz às áreas sociais atua como eixo de circulação e, ao mesmo tempo, suporte para artes e mobiliários.
SALA DE JANTAR | O painel com portas embutidas, executado com lâmina natural de carvalho pela Marcenaria Esmage, oculta a cozinha quando necessário. Mesa de jantar Bank, de Jader Almeida, com cadeiras Cantu, de Sergio Rodrigues, na Design Brasil. Carrinho-bar Estrado, de Gustavo Bittencourt. Luminárias pendentes Simbiosi, de Davide Groppi, na Fas Iluminação
Estúdio NY18/Divulgação
A área social foi idealizada em planta livre, com fluidez total entre living, sala de jantar e cozinha, esta última pensada como o coração da casa. “Queríamos que ela fosse o centro de tudo, pois amamos cozinhar e receber cozinhando”, relata Karina.
COZINHA | O mármore travertino romano bruto, da Sigramar, sobe do piso para a estrutura da ilha, que ganhou tampo de Corian Neutral Concrete, da Produto A Superfícies. Painel de lâmina natural de carvalho, com portas mimetizadas, executado pela marcenaria Esmage, enquanto os armários cinza são da Florense. Banquetas Duda, de Aristeu Pires. Iluminação da Lucenera. Sobre a bancada, conjunto de cerâmicas da Sala 15 — a peça maior, com trio de pés, é de Renata Cook Cerâmicas
Estúdio NY18/Divulgação
A arquiteta criou, então, uma cozinha híbrida, com ilha central voltada para o jardim e uma parede contínua em lâmina de carvalho natural que esconde o louceiro e a despensa.
O mobiliário e os revestimentos do projeto seguem uma paleta neutra, marcada pelo mármore travertino romano bruto no piso e pelo forro de madeira que aquece os ambientes sociais.
LAVABO | O cômodo minimalista tem cuba de piso executada de mármore travertino romano bruto, com acabamento arranhado rústico, pela Casa Nova Marmoraria. Monocomando de parede Loop, no acabamento Matt White, e toalheiro Rainbow, no mesmo acabamento, ambos da Doka Bath Works. Nas paredes, textura Chapisco, na cor 823, da Decorcril. Porta de chapa de aço com pintura eletrostática realizada por Matheus Furlan
Estúdio NY18/Divulgação
No living, o destaque é o sofá em tom de marrom, que guiou a escolha dos tecidos e texturas dos demais itens. A composição ainda ganhou luminárias assinadas, como os pendentes Simbiosi, de Davide Groppi, sobre a mesa de jantar, e a escultural Oop’s, de Ingo Maurer, no hall.
“O projeto tem base neutra, mas muita personalidade. Cada peça foi escolhida para criar unidade entre arte, iluminação e mobiliário”, observa Mariane.
ESCADA | Os degraus de mármore travertino romano bruto, da Sigramar, ganhou companhia da parede revestida de painel de lâmina natural de carvalho pela marcenaria Esmage. Abaixo sobre o aparador, escultura Equilibrista, de Inos Corradin. Na parede, quadros de André Mogle (maior) e Antônio Cassiano Meirelles (menor), e máscara comprada em viagem pelos moradores
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Entre as peças de maior valor afetivo, destaca-se o garrafão verde de vinho, herdado do avô de Karina, colocado na sala de estar, e uma escultura de cachorro que pertenceu à mãe de Henrique, localizada no escritório.
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“O garrafão tem cerca de 100 anos e era usado na vinícola do meu avô”, lembra a moradora. Esses objetos, assim como as obras de arte distribuídas pela casa, reforçam a narrativa afetiva do projeto.
ESCRITÓRIO | Mesa suspensa com acabamento em laca executada pela marcenaria Esmage fica bem à frente da janela com esquadrias de alumínio, com acabamento em aço inox, e muxarabi no mesmo material, com acabamento amadeirado, ambos da Espadari. Cadeira Zanine I, de Zanine Caldas, na Augusta Design. Luminária de mesa Desk T, de Fernando Prado para Lumini. Cortina de linho misto, da Calê. Escultura de cachorro em madeira do acervo da família
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No pavimento superior, os painéis de muxarabi também se repetem, percorrendo toda a lateral e integrando os dormitórios, a brinquedoteca do filho e a sala íntima, onde também está o home office com bancada suspensa bem em frente à janela.
SUÍTE CASAL | A cabeceira solta das paredes, com desenho do escritório, foi executada com lâmina natural de carvalho e tecido pela marcenaria Esmage. A luz natural é filtrada pelo muxarabi de alumínio, com acabamento amadeirado, da Espadari, e pelas cortinas de linho misto, da Calê. Arandela Frogo Glass, de Gustavo Di Menno para Dimlux. Atrás da cama, armários da Florense
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A suíte principal tem a incidência solar filtrada pelos brises e uma cabeceira desenhada sob medida. Revestida em tecido, a peça solta das paredes tem recortes assimétricos, iluminação indireta e tomadas embutidas. “Queríamos um quarto que fosse calmo, mas com identidade. A cabeceira traz essa mistura entre design e conforto”, diz Mariane.
BRINQUEDOTECA | A marcenaria com lâmina natural de carvalho e suportes coloridos traz um toque lúdico e ajuda na organização, com execução da marcenaria Tamubi, que também realizou a mesa de design autoral da arquiteta Mariane Rios, com pés de inox, da Gasparinox. Cadeiras Spaghetti, de Fernando Jaeger para FJ Pronto pra Levar!
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O pequeno Antônio tem na brinquedoteca, também chamada de “ateliê”, um espaço multifuncional dedicado à arte, música e brincadeiras. O cômodo conta com estante sob medida e uma mesa com porta-lápis integrado, além de um painel de pinos e cordas para expor seus desenhos — uma proposta lúdica e dinâmica que estimula a criatividade.
BRINQUEDOTECA | O expositor de desenhos, com design da arquiteta, foi executado pela marcenaria Tamubi e Gasparinox. Piso de madeira cumaru, da Estilo Parquet. Iluminação da Lucenera
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“Esse projeto reflete o que acreditamos: arquitetura como experiência, que dialoga com o cotidiano e desperta emoções. É uma casa feita para viver, contemplar e receber”, fala a profissional.

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