Casa Vogue 50: os arquitetos, designers de interiores e paisagistas mais influentes do Brasil em 2026

A lista Casa Vogue 50, marco comemorativo do cinquentenário da revista, chega à sua segunda edição. Novamente, elegemos os arquitetos, paisagistas e designers de interiores que, ao longo dos últimos 12 meses (e de todas as suas carreiras, na verdade), mais personalidade imprimiram à atividade que exercem. Os 50 mais influentes e criativos do Brasil hoje.
Em dezenas de páginas, este especial enaltece os profissionais de maior projeção nacional, sem hierarquia ou classificação. Só o devido reconhecimento àqueles que infundem estilo, alma e cultura aos espaços retratados e publicados aqui.
A ressaltar logo de cara: o rol traz 24 nomes novos em relação à primeira versão, do ano passado. Uma taxa de renovação de quase 50% num elenco como esse demonstra, acima de tudo, a pujança e a abrangência da atividade projetual no país. Se em 2024 dissemos que “muitos dos que ficaram de fora do recorte por um ou outro critério certamente figurarão na lista nas próximas edições”, aqui está a prova.
A inspiração é a célebre lista AD100, elaborada pela Architectural Digest, publicação global irmã da Casa Vogue no grupo Condé Nast. E os critérios da seleção, apoiada em aprofundada apuração e pesquisa, se mantêm os mesmos: originalidade no traço e na composição; emprego de design autoral e obras de arte que dialogam com nossa época; capacidade de traduzir, combinar e atualizar as heranças culturais que a arquitetura brasileira carrega; diversidade de origens geográficas e étnicas; prioridade para práticas ambiental, social e economicamente responsáveis; versatilidade de estilos, tipologias e soluções; quantidade e qualidade dos projetos atuais; relevância na opinião de colegas do ramo; longevidade no mercado.
Tudo embasando apaixonadas argumentações e defesas a fim de desembocar em 50 consensos dentro da nossa redação. Afinal, são os mesmos critérios que aplicamos o ano inteiro ao escolher os projetos que veiculamos. A julgar pela relação de profissionais a seguir, pelo menos, a arquitetura brasileira vai muito bem, obrigado!
Aflalo/Gasperini Arquitetos
Casa Vogue 50 | Aflalo/Gasperini Arquitetos
Bob Wolfenson (retrato), Pedro Mascaro (projeto)
Conceber arquitetura que dialogue com a cidade e as pessoas é um mantra no dia a dia do escritório. Fundado em 1962, assina obras emblemáticas da paisagem paulistana, como a Galeria Metrópole, na Avenida São Luís, e o edifício-sede da IBM, às margens da Avenida 23 de Maio. Os sócios atuais – Grazzieli Gomes Rocha, Roberto Aflalo Filho, José Luiz Lemos da Silva Neto e Luiz Felipe Aflalo Herman – honram o legado dos fundadores com os olhos voltados para o futuro. Em um ano de produções intensas, celebram um aumento significativo de projetos em outros estados, a gravação de uma série de streaming para 2026, além da finalização de empreendimentos como Salma Tower, que levou o prêmio Architizer, além do W Hotel, Beyond The Club e o condomínio Brisas Avaré.
Alex Hanazaki
Casa Vogue 50 | Alex Hanazaki
Yuri Seródio (retrato), Estúdio NY18 (projeto)
O talento para elaborar cenários que encantam pela distribuição equilibrada de volumes, a diversidade de espécies e o mix de tons e texturas fez de Alex Hanazaki um profissional reconhecido no Brasil e no exterior. Arquiteto e paisagista, ele trabalha em colaboração com os autores dos projetos arquitetônicos desde a etapa de conceituação, de modo a desenhar áreas externas customizadas para cada espaço e integradas ao ambiente construído. Em seu escritório, em São Paulo, nascem composições botânicas destinadas a casas, edifícios, restaurantes e hotéis. “Ainda não apareceu a oportunidade de conceber um parque público, mas sonho com isso. Um lugar onde a população tivesse acesso à arte, ao verde e ao bem-estar.”
Alexandre Salles
Casa Vogue 50 | Alexandre Salles
Salvador Cordaro (retrato), Vitor Guilherme (projeto)
Entre as diversas atividades de seu Estúdio Tarimba, em São Paulo, o arquiteto reserva um dia por semana para se dedicar ao design. “É o que mais me dá prazer no momento. Minhas criações são afrocentradas e baseadas em pesquisas de materiais brasileiros.” Entre os destaques recentes figura a cadeira Gil.ó: inspirada em tronos ancestrais, foi desenvolvida em colaboração com Pierre Colnet e Hadrien Lelong e reconhecida com o selo iF Design Award 2025. O restante da agenda profissional é tomado pela vida acadêmica, como coordenador dos cursos de Design de Interiores e Mobiliário do Istituto Europeo di Design (IED-SP), e por projetos artísticos, comerciais, corporativos e residenciais, como este apartamento paulistano.
Architects Office
Casa Vogue 50 | Architects Office
André Klotz (retrato e projeto)
Mais do que revelar uma assinatura estética, os projetos da equipe liderada pelo arquiteto francês Greg Bousquet se caracterizam por nascer de uma postura investigativa. “Procuramos manter o olhar atento ao território, às relações sociais e às dinâmicas do entorno, propondo soluções que conciliam precisão técnica, sensibilidade artística e compromisso ético.” Radicado em São Paulo, o escritório adota esse modelo de trabalho em diferentes escalas, do planejamento urbano aos interiores, como neste apartamento recifense. “O resultado é uma arquitetura viva, conectada ao lugar e às pessoas, capaz de se adaptar, evoluir e permanecer relevante ao longo do tempo.”
Arthur Casas
Casa Vogue 50 | Arthur Casas
Bob Wolfenson (retrato), André Klotz (projeto)
A vontade de repensar o meio urbano e os modos de construir levou o arquiteto paulistano a fundar, neste ano, um instituto com seu nome. Por meio da organização, Arthur Casas quer estimular a pesquisa e a divulgação de caminhos sustentáveis e inovadores para a arquitetura. Isso envolve desde sistemas construtivos industrializados até formas mais generosas de planejar a relação entre edifício e paisagem ao redor. Nos prédios de sua autoria, destaca-se, entre outros atributos, a presença de vegetação na fachada. “Não se trata só de estética. As cidades brasileiras são duras, quentes, excessivamente mineralizadas. Se conseguirmos devolver um pouco de natureza para a população, é um avanço.” Para ele, edifícios, casas e objetos só fazem sentido se puderem melhorar a vida das pessoas.
Bel Lobo
Casa Vogue 50 | Bel Lobo
André Nazareth (retrato), Manuel Sá (projeto)
Encarar o cotidiano da profissão com bom humor e leveza faz parte da filosofia da carioca, fundadora, ao lado de Bob Neri, do escritório Be.Bo. Com personalidade solar e agregadora, a arquiteta desenvolve uma trajetória definida pelo trabalho colaborativo e pela diversidade de escalas e temas – ela e sua equipe desenham casas, lojas, hotéis, bibliotecas, hospitais e museus com a mesma empolgação. “Temos uma abordagem versátil, resiliente e entusiasmada. Essa combinação nos permite transitar com naturalidade entre diferentes contextos e desafios.” A expertise plural transparece no projeto do Museu das Amazônias, recém-inaugurado em Belém, feito em parceria com o Guá Arquitetura.
Benedito Abbud
Casa Vogue 50 | Benedito Abbud
Leonardo Valentim (retrato), Maíra Acayaba (projeto)
Para Benedito e Felipe Abbud, pai e filho paisagistas, a experiência dos usuários é o foco na hora de projetar. A dupla propõe espaços que despertam sensações por meio de estratégias como pensar na luz que vai atravessar a copa das árvores e o sombreamento que as plantas proporcionarão. “Vegetação, vazios e volumes dialogam e criam uma atmosfera singular em que as pessoas se reconhecem e se conectam”, acredita Benedito. Entre muitos projetos de casas e empreendimentos imobiliários que movimentam o estúdio, eles elegem um em especial neste ano: a transformação da Alameda Rio Claro, em São Paulo, em parceria com o escritório Levisky Arquitetos. “O desafio foi tomar uma rua ordinária, frequentemente negligenciada, e torná-la um convite à permanência, mais arborizada, mais tranquila e mais bonita”, conclui Felipe.
Bloco Arquitetos
Casa Vogue 50 | Bloco Arquitetos
Victor Machado (retrato), Joana França (projeto)
Comandado por Daniel Mangabeira, Henrique Coutinho e Matheus Seco, o escritório trabalha sob a influência da arquitetura moderna brasileira, principalmente das construções de Brasília, sua cidade-base, entre os anos 1960 e 80. Mas o fazem buscando desenvolver um olhar crítico sobre esse legado. Com uma equipe composta de profissionais com formações diversas, a sede fica no célebre Edifício Morro Vermelho – de autoria do arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé –, na região central da capital federal, de onde saem criações de diferentes escalas, a exemplo da exposição (Re)Invenção, que ocupou o pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza em 2025, e da Casa Itapororoca, primeiro projeto da equipe em Trancoso, sul da Bahia, erguido com estrutura de madeira laminada colada.
Cecília Lemos
Casa Vogue 50 | Cecília Lemos
Paulo Higor Nunes (retrato), Walter Dias (projeto)
O Movimento Armorial de Pernambuco, em que cultura erudita e popular se misturam, e a influência moura reverberam fortemente na produção da arquiteta, estabelecida no Recife. “As diferentes paginações de pisos, arcos, treliças, tudo isso me encanta. Também me inspiro na natureza, nas artes manuais e na arquitetura brasileira, especialmente nas obras que unem simplicidade e sofisticação.” Esse arcabouço de referências resulta em projetos vibrantes e de alma maximalista, que se destacam pela riqueza de detalhes, cores e texturas, e que levaram a profissional a ganhar projeção pelo Brasil e também no exterior. “Dois mil e vinte e cinco foi um ano que consolidou minha linguagem e ampliou os horizontes do meu trabalho.”
Cité Arquitetura
Casa Vogue 50 | Cité Arquitetura
Fabio Seixo (retrato), Pedro Mascaro (projeto)
A produção do Cité Arquitetura transita entre diferentes escalas – do design de produtos a grandes empreendimentos, como prédios (na foto, o Edifício Atobá, no Rio) e shopping centers. Seja qual for a dimensão, o escritório, liderado pelo arquiteto Celso Rayol e sediado no Rio de Janeiro, tem como princípio equilibrar técnica e uma boa dose de poesia, materializada em detalhes que garantem personalidade. “Temos um olhar expandido, que vem da arte e atravessa a arquitetura. Música, cinema, viagens e moda compõem nossa base criativa”, explica Celso. Nesse repertório vasto também há lugar para referências aos povos originários e ao artesanato popular, por exemplo. “Nosso interesse está em valorizar o país não como uma caricatura, mas com consciência e reconhecimento.”
Clara Nahas
Casa Vogue 50 | Clara Nahas
Vestigare Agency (retrato), Felco (projeto)
“Acredito muito no poder da criatividade e da espontaneidade ao projetar”, defende a arquiteta, adepta do uso de cores sem restrições e de materiais que fogem do óbvio. Sua expressividade a conecta com milhares de pessoas nas redes sociais, onde compartilha vídeos em que traduz temas desafiadores de forma acessível. Clara elege 2025 como o ano mais importante de sua carreira. “Sempre trabalhei com interiores residenciais criativos, mas pude consolidar minha linguagem. Concretizei vários projetos e estou montando meu primeiro escritório físico.”
Dado Castello Branco
Casa Vogue 50 | Dado Castello Branco
Danilo Vieira (retrato), Fernando Guerra (projeto)
Com 32 anos de trajetória, o arquiteto paulistano tem bem claros os pilares de seu trabalho: valorização da arte e dos espaços de convívio, iluminação natural e integração entre interior e exterior – de preferência, diante de um horizonte sem obstáculos. Dono de um perfil elegante e detalhista, considera o conforto outro ponto fundamental. “Virou uma característica de que os moradores precisam muito no momento. Sair do mundo virtual e encontrar um bom tecido, luz gostosa, paisagem, água e passarinhos por perto.” Entre os desejos para o futuro, sonha projetar uma pousada à beira-mar. “Adoraria e ainda vou fazer”, profetiza.
David Bastos
Casa Vogue 50 | David Bastos
Fran Parente (retrato), Habitado Projeto (projeto)
São mais de 45 anos de carreira e 1,5 mil obras, que vão de casas e apartamentos a masterplans e empreendimentos de grande porte. Com escritórios em Salvador e São Paulo, o arquiteto é reconhecido pelo traço atemporal e por espaços que esbanjam beleza e bem-estar. Não à toa, é um dos mais requisitados quando o assunto é casa de praia. “Meu trabalho tem como base uma arquitetura que permanece relevante ao longo do tempo. Valorizo áreas livres e bem conectadas, com circulação fluida e ventilação natural, que proporcionam conforto e leveza no dia a dia.” Os projetos assinados por David são resultado de inspirações oriundas de vários universos, como arte, moda, fotografia e o próprio comportamento das pessoas. “Tudo isso influencia a forma como percebo os ambientes e suas relações.”
Fernanda Marques
Casa Vogue 50 | Fernanda Marques
Victor Affaro (retrato), Fran Parente (projeto)
Uma das arquitetas mais respeitadas de São Paulo, Fernanda Marques parte da premissa de que a arquitetura só tem sentido quando estética e função são capazes de melhorar a vida das pessoas. “Por isso, crio projetos a partir do uso real, mapeando a rotina dos clientes, fluxos e necessidades de cada um.” A sustentabilidade é outra questão fundamental, e esse cuidado trouxe a certificação Acqua – relevante no mercado – para uma de suas obras de 2025. O reconhecimento também veio em forma de premiações internacionais, que prestigiaram criações em diversas escalas – ela é ótima designer de móveis. Outro avanço foi a inserção da inteligência artificial em alguns processos internos. “O que muitos veem como futuro, já é nosso presente no escritório.”
FGMF
Casa Vogue 50 | FGMF
Victor Lucena (retrato), Fran Parente (projeto)
Amigos desde a faculdade, os arquitetos Rodrigo Marcondes Ferraz, Fernando Forte e Lourenço Gimenes decidiram abrir um escritório juntos devido à afinidade de visões a respeito da profissão que descobriram ao longo do curso. De lá para cá, passaram-se mais de 25 anos e o FGMF se firmou no cenário brasileiro permanecendo fiel à proposta inicial dos sócios: atuar em todas as escalas sem abrir mão da qualidade arquitetônica e do espírito investigativo. A maturidade e a versatilidade do trio paulistano ficam evidentes em obras como o showroom Casa Bontempo, o Edifício Valente, ambos em São Paulo, e a Pousada Auka Boipeba, na Bahia. “Buscamos fazer projetos que conversem com o entorno e transformem o contexto de forma positiva”, pontua Fernando.
Gabriela Rosa
Casa Vogue 50 | Gabriel Rosa
Helton Nóbrega (retrato), Vitor Guilherme (projeto)
Moda, arte e música guiam o processo criativo do profissional de São Paulo. “Acredito que a arquitetura trata de como o corpo se sente. Por isso, trago camadas de ancestralidade, identidade e memória aos meus projetos.” Além de se destacar em uma mostra de decoração e atrair novos clientes, em 2025 passou a criar peças de mobiliário para marcas do setor e expandiu as fronteiras de seu trabalho. Gabriel vem se desenvolvendo como comunicador nas redes sociais e em eventos, abrindo espaço para diálogos importantes no universo da arquitetura e interiores. “O mais importante é que passei a inspirar jovens criadores, especialmente negros, mostrando que é possível ocupar o mercado com sensibilidade, memória, consciência e sofisticação, sem abrir mão de quem se é.”
Gabriela de Matos
Casa Vogue 50 | Gabriela de Matos
Bruñel Galhego (retrato e projeto)
Após conquistar um prêmio inédito para o país, o Leão de Ouro de melhor representação nacional na Bienal deArquitetura de Veneza de 2023, como uma das curadoras do pavilhão brasileiro, a arquiteta Gabriela de Matos viu sua trajetória internacional se expandir e consolidar. Foi convidada para eventos globais do segmento e, neste ano, participou de uma residência artística na Cité des Arts, em Paris. Em seu doutorado na TU Eindhoven, na Holanda, ela desenvolve uma pesquisa sobre as relações entre o terreiro e o modernismo, na qual ressalta a inventividade da arquitetura afro-brasileira. Entre os projetos realizados no Brasil, destacam-se as expografias das mostras Formas das Águas, no MAM Rio, e Zanele Muholi: Beleza Valente, no IMS Paulista.
Guá Arquitetura
Casa Vogue 50 | Guá Arquitetura
Tereza Maciel (retrato), Cacá Bratke (projeto)
Luís Guedes e Pablo do Vale não andam sós: o espírito coletivo que caracteriza as comunidades amazônicas move o trabalho da dupla à frente do Guá Arquitetura. Com sede em Belém, o estúdio adota práticas colaborativas, como no projeto Pallas, do qual nascem peças de mobiliário produzidas por mestres carpinteiros locais, e na Casa do Pará, mostra coletiva organizada por eles na Semana Criativa deTiradentes. “O Norte é muito mais do que floresta e biodiversidade: nossa maior riqueza é humana e cultural. Carregamos saberes e tecnologias ancestrais que podem inspirar caminhos mais conscientes no presente e no futuro”, acredita o duo.
Guilherme Von Goedert Torrês
Casa Vogue 50 | Guilherme Von Goedert Torrês
Tropicália Studio (retrato), MCA Estúdio (projeto)
Um projeto do Studio Guilherme Torrês nunca é igual ao outro. “Sigo a linha de não repetir fórmulas, porque cada trabalho se torna um desafio, e adoro colocar minha cabeça para pensar”, diz o paranaense. Em seu processo criativo, a história dos ambientes e a composição do moodboard de acabamentos sempre serão inéditas e exclusivas. Além disso, para acentuar o caráter autoral, o profissional costuma incluir na curadoria de mobiliário as peças que assina como designer. Essa reinvenção contínua dá origem a espaços surpreendentes em casas, apartamentos, escritórios, lojas, hotéis e edifícios. “Minha obra preferida é a que estiver na minha mesa no momento. Tenho igual carinho por todas.”
Gustavo Penna
Casa Vogue 50 | Gustavo Penna
Daniel Mansur (retrato), Pedro Mascaro (projeto)
“Eu me inspiro nas coisas simples. A luz batendo num muro, o jeito como uma sombra se move ao longo do dia, as montanhas de Minas Gerais, a nossa arquitetura natural, que ensina proporção e escala desde a origem.” Com essa visão poética sobre a profissão, o arquiteto mineiro lidera um escritório com mais de 30 profissionais focados em projetos de média e grande complexidade, muitos deles voltados para a área de educação e cultura da região. Em 2025, um dos destaques foi a entrega do Memorial de Brumadinho, em homenagem às 272 vítimas do rompimento da barragem Mina Córrego do Feijão, em 2019. “É um lugar de resistência, que guarda e eleva a dimensão da dor e da luta. Ver as pessoas caminhando ali, encontrando no silêncio a memória, imperecível, é o que mais me emociona.”
Hana Eto Gall
Casa Vogue 50 | Hana Eto Gall
Nagib Salim (retrato), Joana França (projeto)
Vinda de uma família de agricultores e criada entre as cores e os aromas de uma floricultura, a arquiteta e paisagista desenvolveu desde cedo sensibilidade para lidar com plantas e os ciclos da natureza. Considerada uma das novas vozes do paisagismo brasileiro, assina projetos que unem ecologia, beleza e impacto social. Por estar baseada em Manaus, suas paisagens contemporâneas são enraizadas na Amazônia. Em seu trabalho, Hana busca valorizar espécies nativas e transformar espaços em ambientes vivos e regenerativos, que devolvem vida às cidades e inspiram novas formas de convivência. “Minhas maiores inspirações vêm do território amazônico, das florestas e da sabedoria ancestral que entende a natureza não como cenário, mas como parte viva da nossa existência.”
João Gabriel
Casa Vogue 50 | João Gabriel
Tino (retrato), Gabriela Daltro (projeto)
Para o jovem baiano, o principal objetivo de sua carreira é descentralizar a arquitetura nacional. “É preciso olhar além dos grandes centros e reconhecer o valor estético, técnico e cultural do que é produzido no interior do Brasil.” Com essa visão, comanda o escritório JG+ Arquitetos, de onde saem projetos marcados pelo uso de cores, texturas, cerâmicas, madeira e elementos que traduzem a cultura brasileira. À frente também da Sala Preta Mentoria, atua na formação e no impulsionamento de novos profissionais negros em todo o país, contribuindo para um mercado mais inclusivo. O reconhecimento de sua voz na defesa da equidade racial na profissão se faz sentir cada vez mais forte: João Gabriel realiza palestras sobre o tema pelo Brasil, a convite de empresas e dos Conselhos de Arquitetura e Urbanismo estaduais.
João Panaggio
Casa Vogue 50 | João Panaggio
Denilson Machado (retrato e projeto)
O modernismo brasileiro é a grande inspiração do arquiteto carioca, que interpreta esse importante movimento à sua maneira. Com toques de tropicalidade, assina ambientes de atmosfera delicada e linhas minimalistas, banhados de luz natural. Para ele, claraboias e aberturas zenitais são essenciais nos projetos que desenvolve. Madeiras escuras, como nogueira e pau-ferro, combinadas com texturas de pedras e tecidos, completam o repertório. “Brincar com luz e sombra é um dos principais norteadores das minhas composições arquitetônicas, além da arte e do design.” Em 2025, João expandiu seu escritório para terras paulistas em busca de um novo público.
Juliana Lima Vasconcellos
Casa Vogue 50 | Juliana Lima Vasconcellos
Studio Tertúlia (retrato), Luiza Ananias (projeto)
Os últimos tempos foram repletos de grandes momentos para a arquiteta e designer mineira. Em dezembro de 2024, lançou a marca de design Vasconcellos Studio. Três meses depois, inaugurou sua galeria, em São Paulo, a fim de abrigar suas criações e receber exposições temporárias. “O diálogo com as artes visuais faz parte da minha trajetória e enriquece a compreensão do mobiliário”, conta. Logo em seguida, em abril, assinou a instalação Source of Pleasure, para a marca de café Lavazza, na Semana de Design de Milão. Tudo sem deixar de lado os projetos comerciais e residenciais. “Meu interesse é investigar como matéria, luz e forma podem gerar impacto emocional e ampliar a percepção do espaço.”
Leo Romano
Casa Vogue 50 | Leo Romano
Ricardo Fernandes (retrato), Joana França (projeto)
A busca por uma arquitetura autêntica, com alma e identidade brasileiras, está na essência dos projetos assinados pelo goiano. “Meu trabalho é expressivo e escultural, mas também sensível e humano. Quero que as casas despertem emoções, transformem o cotidiano e ofereçam aos moradores momentos de felicidade”, afirma Leo, com propriedade. Enquanto celebra 30 anos de carreira e a expansão internacional de seu escritório, com obras importantes em Miami, afirma estar numa fase de grande efervescência criativa: “Desejo me aproximar ainda mais da linguagem artística, do gesto singular, da forma com propósito. Vejo o habitar como uma experiência poética”.
Lucas Jimeno Dualde
Casa Vogue 50 | Lucas Jimeno Dualde
Ruy Teixeira (retrato), André Klotz (projeto)
Radicado em São Paulo há 13 anos, o designer espanhol recorre a memórias de infância para explicar sua escolha profissional: “Cresci atento aos espaços que minha família habitava. Eles moldaram a forma como eu percebia o tempo, a convivência e o cotidiano. Desde cedo, senti a necessidade de carregar essa relação comigo”. Desenhar ambientes, móveis e expografias, para ele, se tornou modo de vida. Em seu trabalho, a influência da arquitetura brasileira está presente no equilíbrio entre o bruto e o acolhedor, entre o aconchego dos interiores e a exuberância da paisagem. O olhar de criança, capaz de se surpreender, segue alerta. “O que é genuíno pode florescer em qualquer hora e lugar.”
Marcelo Rosenbaum
Casa Vogue 50 | Marcelo Rosenbaum
Franco Amendola (retrato), Leonardo Finotti (projeto)
“Minha prática não se limita a elaborar projetos, mas a criar espaços que nascem de relações entre pessoas, territórios e memórias.” Com uma carreira baseada na ideia de que arquitetura e design são ferramentas de transformação social, o designer autodidata se dedica a duas frentes: o escritório Rosenbaum e o Instituto A Gente Transforma. É dessa organização que nasceu a obra da Aldeia Sagrada Yawanawa, no Acre, entregue em janeiro de 2025, onde foram erguidos três novos edifícios – entre eles, o que abriga a Universidade dos Saberes Ancestrais. “Nesse trabalho, três esferas se complementam: técnica, arquitetura e experiência empírica, introduzindo uma nova forma de construir pautada em uma ecologia de saberes.”
Marcelo Salum
Casa Vogue 50 | Marcelo Salum
Irenca Savordelli (retrato), Arq.verso (projeto)
Apaixonado por misturas, o catarinense mergulha nas infinitas possibilidades de orquestrar cores, formas, texturas e estilos a cada projeto que inicia. “Amo fazer composições inusitadas juntando elementos que dialoguem e contrastem. É nesse espectro que me realizo profissionalmente.” O olhar eclético vem de seu repertório afetivo, com referências à música, literatura, moda, além do Carnaval e das lembranças da infância, que incluem novelas e até o programa da Xuxa. “Busco inspiração em tudo o que alimenta as minhas emoções.” O estilo marcante do arquiteto se destaca em mostras de decoração, atraindo admiradores por todo o Brasil, o que possibilitou o crescimento de seu escritório para além das fronteiras de Santa Catarina.
Marilia Pellegrini
Casa Vogue 50 | Marilia Pellegrini
Ruy Teixeira (retrato e projeto)
Para a arquiteta, cada obra é um grande bordado, independentemente da escala. Com 25 anos de carreira, ela aposta na habilidade de captar os detalhes dos sonhos compartilhados pelos clientes e traduzi-los em espaços acolhedores e com personalidade. “Nenhum projeto que fazemos no escritório é igual ao outro, mas há algo em comum entre eles: o equilíbrio.” Inspiração máxima no trabalho da profissional, a natureza está sempre presente em suas criações, em forma de materiais, técnicas ancestrais ou no paisagismo, a exemplo do Mirante do Gavião, na Amazônia. O hotel de luxo, às margens do Rio Negro, passou por um retrofit recém-entregue – e Marilia conta que vem mais por aí.
Marina Linhares
Casa Vogue 50 | Marina Linhares
Romulo Fialdini (retrato), Evelyn Müller (projeto)
Mestra em idealizar casas plenas de aconchego, a designer de interiores sempre começa seus projetos sob uma atmosfera de motivação renovada. “A cada dia, descubro um prazer ainda maior em criar lares.” Pensados para acomodar as mudanças da vida, os espaços ganham um caráter atemporal. “Busco desenvolver ambientes que continuem a fazer sentido anos depois de prontos, tanto do ponto de vista estético quanto no uso cotidiano.” Recentemente, a profissional estendeu seu campo de atuação ao setor hoteleiro – assina o Clara Arte, em Inhotim, MG, o Clara Resort Ibiúna, SP, e a direção criativa do Oiá, nos Lençóis Maranhenses. “Uma experiência também deliciosa.”
Marko Brajovic
Casa Vogue 50 | Marko Brajovic
Francis Berl (retrato), Eduardo Ohara (projeto)
Imaginar possibilidades de futuro é um exercício diário para o arquiteto croata naturalizado brasileiro. Seus desejos incluem transformar São Paulo, metrópole que o acolheu, numa cidade-floresta. No presente, atua por meio do Atelier Marko Brajovic, em projetos de espaços públicos e comerciais, casas, hotéis e expografias, nos quais associa conhecimentos de biomimética a técnicas vernaculares, como no templo Ayuru, na Aldeia Rizoma, em Paraty, RJ, e na iniciativa Escolas Comunitárias do Rio Negro, que já entregou 13 unidades de ensino a populações ribeirinhas de Novo Airão, AM. Marko se destacou também na mostra Habitar a Floresta, realizada durante a COP30, em Belém.
Maurício Arruda
Casa Vogue 50 | Maurício Arruda
Maura Mello (retrato e projeto)
Nos projetos que assina e em sua loja, a Mau, o arquiteto e comunicador interpreta o Brasil de um modo intenso e diverso. Cores vivas, estampas e texturas naturais são elementos marcantes na sua produção, carregada de um olhar cuidadoso para arte popular brasileira, peças de garimpo e design contemporâneo. Essa tríade o guiou em uma extensa pesquisa que resultou na criação de uma casa 100% brasileira para uma mostra de decoração recente, que o profissional elegeu como uma de suas principais realizações dos últimos tempos. Maurício também comanda o escritório Todos Arquitetura, ao lado do sócio, Fábio Mota.
Melina Romano
Casa Vogue 50 | Melina Romano
Leca Novo (retrato), divulgação (projeto)
A busca por uma linguagem que una arte, design e arquitetura de forma afetiva e sensorial é o que move essa paulistana. Em seus projetos – seja espaço, objeto ou curadoria –, ela procura criar experiências capazes de despertar a sensação de pertencimento, acolhimento e reflexão em um diálogo entre o moderno e o contemporâneo. Articuladora entre os criativos, inaugurou recentemente o LAB MR, galeria e laboratório de pesquisa que reúne artistas e designers para exposições e conversas sobre temas diversos. Junto aos sócios, Victor Parra, Gabriel Mazaro e Marina Babka, também lidera um estúdio que integra trabalhos de mobiliário e arquitetura. “Cada projeto traz descobertas, materiais novos e caminhos que aprimoraram nosso olhar.”
Memola Estúdio
Casa Vogue 50 | Memola Estúdio
Fran Parente (retrato), Leila Viegas (projeto)
Há um quê de afetividade nas obras assinadas pelo escritório, liderado pela arquiteta colombiana radicada no Brasil Veronica Molina. Olhar para suas próprias memórias, como vivências da infância e viagens, inspira o trabalho da profissional, permeado pela mescla de elementos vintage e contemporâneos. Combinações inesperadas de materiais e cores resultam em espaços calorosos. “Procuro trabalhar com ousadia para sair constantemente da zona de conforto, propor ideias diferentes e fazer misturas que funcionam como colagens improváveis.” Ao lado de sua talentosa equipe, desenvolve projetos residenciais e comerciais, com destaque para restaurantes conhecidos em São Paulo, como a Casa Baruk.
Nildo José
Casa Vogue 50 | Nildo José
Erisney Ribeiro (retrato), MCA Estúdio (projeto)
Em 2025, o escritório NJ + completo u um a década. “Percebo meu trabalho em constante amadurecimento. Vivo a arquitetura em viagens, livros, revistas, filmes e, assim, refino meu repertório continuamente”, compartilha Nildo. Morando em São Paulo, sem perder a conexão amorosa com sua terral natal, a Bahia, ele se propõe a criar projetos enraizados na identidade brasileira, com base numa compreensão livre de estereótipos da nossa cultura. O olhar para o que é autêntico direciona a escolha de materiais, cores, mobiliário, objetos e obras de arte. Tais elementos se unem a convicções bem fundamentadas a respeito do que deve ser um ambiente leve e equilibrado. “Faço casas para que os moradores se sintam bem.”
Patricia Anastassiadis
Casa Vogue 50 | Patricia Anastassiadis
Victor Affaro (retrato), George Fakaros (projeto)
Nome de alcance internacional, a arquiteta paulistana exercita seu olhar sensível e humano em projetos de todas as escalas, de planos diretores a objetos. Atualmente, confessa ter um apreço especial pelas propostas de retrofit, em que consegue mergulhar na história das construções e das comunidades, envolver artistas e artesãos locais, resgatar elementos do passado e colocar os edifícios numa perspectiva de futuro. Foi assim com a revitalização do hotel Patmos Aktis, na Grécia, terra natal de seu pai – empreitada repleta de memórias afetivas. Além de comandar o escritório Anastassiadis, é diretora criativa da Artefacto, marca para quem desenvolve coleções de mobiliário desde 2018.
Paula Neder
Casa Vogue 50 | Paula Neder
Salvador Cordaro (retrato), Denilson Machado (projeto)
Os processos colaborativoseo frescor de uma equipe jovem são a força motriz no trabalho da carioca. “Pesquisar novos recursos e descobrir artistas e artesãos são ações essenciais, que definem a maneira como quero atuar, sempre conectada com o presente e o futuro.” Com sensibilidade criativa aguçada, não quer ser rotulada por um único estilo e, por isso, parte de uma escuta atenta ao iniciar cada proposta. A arquiteta também atua como coordenadora da ONG Caçamba Solidária, que reforma casas de famílias em situação vulnerável por meio de doações e materiais reaproveitados de obras.
Paulo Azevedo
Casa Vogue 50 | Paulo Azevedo
Eudes de Santana (retrato), Fran Parente (projeto)
Paredes com cores, sobreposições de texturas, objetos garimpados em antiquários e uma dose de drama: os ambientes assinados pelo arquiteto seguem a lógica de que quanto mais, melhor. “Gosto do maximalismo porque o estilo reflete a complexidade da existência humana. Sem essas camadas, a arquitetura seria um tédio.” Nascido em Ribeirão Preto, SP, e instalado em São Paulo há 20 anos, ele afirma que a obsessão pela beleza o acompanha desde a infância. Com o tempo, percebeu tratar-se de uma vocação. A concepção de espaços que misturam épocas, origens e referências acontece com desenvoltura, sem receio de ousar. “A criatividade não tem regras: é um parque de diversões onde as possibilidades são infinitas.”
Perkins&Will
Casa Vogue 50 | Perkins&Will
Wesley Diego Emes (retrato), Fran Parente (projeto)
Os sócios Douglas Tolaine, Fernando Vidal e Lara Kaiser comandam o vigoroso braço paulistano do escritório, que possui 28 sedes ao redor do mundo.Oferecem ao mercado soluções completas e, por isso, cada obra é tratada a partir de uma visão multidisciplinar. São adeptos de uma arquitetura contemporânea e atemporal pensada para o clima tropical, que valoriza a entrada de luz natural e o controle de temperatura passivo. Apesar da forte atuação em São Paulo, cerca de 30% da demanda vem de outros estados, além das parcerias feitas no exterior. Entre os mais recentes projetos de grande porte que preenchem o portfólio da empresa, destacam-se torres corporativas, o Terminal BTG Pactual, no Aeroporto de Guarulhos, e o novo Hospital Infantil Sabará, que deve ser concluído em 2026.
Rodrigo Ohtake
Casa Vogue 50 | Rodrigo Ohtake
Emmanuel Lenain (retrato), Manuel Sá (projeto)
O estúdio Ohtake surgiu em 2022 pela fusão do escritório do arquiteto Rodrigo Ohtake com o de seu pai, Ruy Ohtake (1938-2021). Essa configuração possibilitou que Rodrigo fizesse perdurar o legado familiar – como na reforma recém-concluída desta casa paulistana, projeto de Ruy dos anos 1970 – e, ao mesmo tempo, seguisse explorando caminhos próprios. Um deles é desafiar o limite dos materiais no design de mobiliário. “Quero fazer o que nunca foi visto antes e, para isso, é preciso incentivar os fabricantes adesenvolveremnovastecnologias.” Simultaneamente, ele e sua equipe criam desde interiores residenciais até parques públicos. “Espaços de encontro abertos e de qualidade mudam a vida da população. Sinto orgulho desse tipo de obra.”
Romário Rodrigues
Casa Vogue 50 | Romário Rodrigues
Renan Oliveira (retrato), Denilson Machado (projeto)
Sem medo de misturar épocas, estilos e materiais, o profissional transita entre clássico e contemporâneo de maneira fluida. Mas há uma ressalva: “Tudo precisa conversar harmoniosamente”. A expertise de fazer escolhas assertivas vem da habilidade de perceber como os clientes vão viver no espaço em questão, e de sua pesquisa acurada sobre design brasileiro contemporâneo, antiguidades e objetos de arte. Natural de Fortaleza, o arquiteto também atua em outras capitais, como São Paulo e Recife, além de ter expandido recentemente para os Estados Unidos e Portugal. “Somos mais de 50 profissionais. Ver esse time crescendo, aprendendo e criando junto é uma das minhas maiores realizações.”
Sig Bergamin e Murilo Lomas
Casa Vogue 50 | Sig Bergamin e Murilo Lomas
Romulo Fialdini (retrato), Fran Parente (projeto)
Com sensibilidades diferentes, mas perfeitamente equilibradas, os arquitetos compartilham os momentos de criação de forma contínua e orgânica, sem que exista uma divisão rígida de tarefas. “O olhar do Sig traz repertório, intuição e uma liberdade estética muito particular; o meu chega com frescor, precisão e uma leitura contemporânea dos jeitos de viver. Um expande o campo do outro, e essa troca fortalece cada projeto”, diz Murilo. Juntos, eles desenham ambientes com história, cor e humor, onde obras de arte dos maiores nomes da cena mundial podem dividir espaço com objetos comprados em mercados de pulgas. Esse talento para as misturas inesperadas faz do escritório um dos mais reconhecidos do país.
Sol Camacho
Casa Vogue 50 | Sol Camacho
Daniela Toviansky (retrato), Yghor Boy (projeto)
Nascida na Cidade do México, a arquiteta se mudou para São Paulo em 2011. Diz que imaginou passar apenas dois anos no Brasil, mas já está há 14. Nesse período, foi diretora cultural do Instituto Bardi/Casa de Vidro, fez o projeto de revitalização do Estádio do Pacaembu e se tornou professora na Escola da Cidade. Estabelecida na capital paulista, restaurou um antigo prédio comercial, vazio havia dez anos, para morar e instalar seu escritório, o ateliê Raddar. “Temos inúmeras estruturas ociosas na cidade, e a arquitetura é capaz de transformá-las de maneiras incríveis.” Sol também se dedica à criação de exposições e publicações – considera fundamental produzir pensamento crítico sobre seu ofício.
Stemmer Rodrigues
Casa Vogue 50 | Stemmer Rodrigues
Gabriel Konrath (retrato e projeto)
Com forte atuação no Sul do Brasil, o escritório gaúcho interpreta o brutalismo sob uma lente tropical, em que o concreto ganha leveza, acompanhado de vegetação e luz natural. Tais elementos marcam as obras da equipe liderada por Roberto Stemmer, Ingrid Stemmer e Paulo Henrique Rodrigues, arquitetos com mais de três décadas de carreira e que também estão à frente de uma incorporadora. Além de terem sido representantes brasileiros na MIPIM – principal feira imobiliária do mundo, que acontece em Cannes, na França –, em 2025, fortaleceram a presença em Santa Catarina, especialmente na região litorânea, expandiram para São Paulo e lançaram o Condomínio Três, em Porto Alegre, com projeto e incorporação coordenados pelo estúdio.
Studio MK27
Casa Vogue 50 | Studio MK27
Victor Affaro (retrato), Fran Parente (projeto)
Nos projetos do escritório fundado pelo arquiteto Marcio Kogan, a integridade visual e a sensação de continuidade não surgem à toa. Existem porque arquitetura e interiores são pensados em conjunto, de modo que cada detalhe converse com o todo. A criação acontece num processo coletivo, baseado em trocas de ideias e revisões constantes. “Essa dinâmica preserva a qualidade, mas exige generosidade e senso de humor”, revela Kogan. Movido pelo prazer de desenhar, o time concebe praticamente todos os elementos que irão compor casas, edifícios, hotéis e ambientes comerciais. “Transitamos para o design de mobiliário e objetos quase sem perceber.” Assim nasceram as colaborações com a italiana Minotti, entre outras marcas.
Studio Roca
Casa Vogue 50 | Studio Roca
Erisney Ribeiro (retrato), MCA Estúdio (projeto)
Antes de começar um trabalho, os arquitetos Caio e Carlos Carvalho dedicam tempo a entender quem é o morador – o que deseja, como vive e com o que sonha. “Temos nossa identidade, claro, uma estética contemporânea, afetiva e sofisticada, porém ela nunca se sobrepõe à singularidade de quem nos contrata”, defende Caio. Com escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, a dupla carioca avalia que seu ponto forte está justamente nessa combinação de personalidade autoral e sensibilidade para entender o outro. No último ano, a premissa foi colocada em prática num projeto especial: a casa da cantora Anitta. Em paralelo, os dois desenvolvem mobiliário para grandes marcas. “Design e arquitetura se alimentam e se fortalecem mutuamente.”
Suite Arquitetos
Casa Vogue 50 | Suite Arquitetos
Henrique Padilha (retrato), Fran Parente (projeto)
Liderado por Carolina Mauro, Daniela Frugiuele, Filipe Troncon e Luiza Monari, o escritório transita entre projetos de arquitetura e interiores e de mobiliário. Arte e natureza são as principais inspirações, principalmente os fenômenos naturais e as diversas culturas do mundo, nas quais os arquitetos costumam mergulhar durante viagens. Em 2025, o Suite Arquitetos completou 18 anos e chegou à maioridade com produçõesintensas – destaque para novas coleções de design-arte, que impulsionaram parcerias nessa área para 2026, além de um livro, com lançamento previsto para o segundo semestre.
Triptyque
Casa Vogue 50 | Tryptique
Thomas Smith (retrato), Manuel Sá (projeto)
Nascido há 25 anos, o estúdio franco-brasileiro dirigido por Guillaume Sibaud e Olivier Raffaëlli orienta seu trabalho pelo conceito de “natureza-cultura”, questionando a oposição entre mundo natural e criação humana, propondo a integração de ambos. A ideia vem tanto das vanguardas europeias do séc. 20 quanto do movimento antropofágico no Brasil. Equipes em Paris e São Paulo elaboram projetos tão diversos quanto um edifício para a Vila Olímpica de 2024, o empreendimento Fasano Residences e uma coleção de mobiliário recém-lançada pela Breton.
UNA Barbara e Valentim
Casa Vogue 50 | UNA Barbara e Valentim
Ruy Teixeira (retrato), Joana França (projeto)
O momento mais significativo de 2025 para o escritório foi a conquista do Holcim Foundation Awards, com o projeto do Sesc Parque Dom Pedro II, em São Paulo, previsto para ser inaugurado em 2026. “Esse reconhecimento, por si só relevante, ganha outra dimensão ao destacar a importância de uma arquitetura capaz de articular sustentabilidade, impacto social e inovação”, reflete Fabio Valentim, sócio de Fernanda Barbara. Considerada um norte, a responsabilidade ambiental, para a dupla de arquitetos, não se limita à seleção de materiais ou à eficiência energética. “Ela atravessa o processo como postura integral. Por isso, refletimos sobre o impacto de cada decisão. Esse olhar ampliado, que parte sempre do contexto, orienta grande parte das escolhas que fazemos”, acrescenta Fernanda. Como exemplo, a casa da imagem acima, no litoral sul da Bahia, incorpora um sistema modular desenvolvido pelo UNA com madeira engenheirada.
Vitor Penha
Casa Vogue 50 | Vitor Penha
Rafael Castro (retrato), Ruy Teixeira (projeto)
Quem vai ao badalado Z Deli Restaurante, em São Paulo, encontra uma síntese do trabalho do arquiteto no escritório Belezas Imperfeitas: revelar a memória da construção, priorizar materiais de reúso e incorporar poesia ao cotidiano. Desse modo, segundo ele, nascem projetos sustentáveis, cheios de identidade e que atravessam o tempo. O mesmo princípio se revela nas paredes descascadas e no mobiliário vintage desta casa paulistana. “A magia acontece quando você combina peças com história e uma execução muito bem-feita.” Em todas as frentes em que atua – é também sócio da incorporadora Somauma e criador do curso Ouvir a Luz –, Vitor acredita na importância de manter-se aberto, curioso e sensível.
🏡 Casa Vogue agora está no WhatsApp! Clique aqui e siga nosso canal

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima