Charuteira: conheça a falsa couve, espécie tóxica para seres humanos

A charuteira, também conhecida como falsa couve, corresponde à espécie Nicotiana glauca. Extremamente tóxica para seres humanos, ela se assemelha visualmente a couve que consumimos na alimentação, a Brassica oleracea var. acephala. Ambas possuem estrutura e folhas semelhantes, com diferenças sutis na espessura e na cor.
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“A couve verdadeira possui nervuras bem marcadas e uma textura mais firme e serosa. Já a falsa couve tem folhas lisas, sem as nervuras características, e uma textura mais delicada. Essa é, visual e fisicamente, a diferença mais evidente entre as duas”, explica o engenheiro agrônomo Eduardo Funari.
A Nicotiana glauca é tóxica por conter alcalóides — compostos orgânicos com nitrogênio na composição — como a anabasina, que se assemelha químicamente a nicotina, podendo causar intoxicações graves ou fatais quando ingerida.
Nativa da Argentina e da Bolívia, a charuteira é comum em áreas rurais e à beira de estradas em todo o Brasil. Trata-se de um arbusto, que pode alcançar de três a cinco metros de altura, com caule amadurecido e ramos duros.
Para evitar a intoxicação com a falsa couve, consuma apenas folhas que você conhece a procedência
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A charuteira pode ter um papel ecológico em áreas degradadas, atuando como espécie pioneira na recuperação do solo, pois cresce rapidamente e ajuda a recobrir áreas erodidas. Mas, é uma considerada espécie exótica e invasora, que se reproduz com muita facilidade e tem um comportamento bastante agressivo, podendo alterar o ecossistema onde é introduzida.
“Ela pode modificar a fertilidade do solo, afetando insetos, aves e outros organismos locais. Suas sementes se espalham facilmente, aumentando o risco de invasão em áreas naturais ou urbanas próximas. Todas as partes da planta contém alcalóides tóxicos, representando risco para animais domésticos e silvestres”, explica o engenheiro agrônomo Lucas Belaz.
A falsa couve tem folhas mais finas, textura aveludada e coloração verde acinzentada
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A ingestão da planta por animais e humanos pode provocar náuseas, vômitos, fraqueza muscular, dificuldade respiratória e, em casos mais sérios, até parada respiratória. “Para evitar a ingestão, é recomendável manter as hortas bem organizadas e identificadas, evitando o crescimento de plantas espontâneas próximas a espécies cultivadas”, afirma Lucas.
No paisagismo, o uso de plantas exóticas, como a falsa couve deve ser evitado, a fim de manter o equilíbrio ecológico e valorizar a flora nativa. “Ao optar por espécies nativas, promovemos um paisagismo mais sustentável, que beneficia não apenas o ser humano, mas também os animais e todo o meio ambiente, contribuindo para a preservação das espécies brasileiras”, diz Eduardo.
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Em casos de ingestão da charuteira, a indicação é procurar imediatamente atendimento médico: quanto mais rápido o tratamento, maiores são as chances de evitar complicações graves da intoxicação.

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