Cientistas chineses criam suculentas que brilham no escuro e podem ser recarregadas

Um estudo publicado no periódico científico Matter descreve como pesquisadores criaram plantas suculentas que brilham no escuro e se recarregam com a luz, abrindo caminho para novas formas de iluminação sustentável.
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Para isso, a equipe da Universidade Agrícola do Sul da China, em Guangzhou, injetou aluminato de estrôncio em exemplares da espécie Echeveria mebina. O composto é fosforescente — absorve energia luminosa e a libera gradualmente — e é o mesmo material usado nas populares estrelas adesivas que brilham no teto dos quartos infantis.
Até então, experiências com plantas luminescentes vinham principalmente da engenharia genética, utilizando genes bioluminescentes presentes em organismos como o fitoplâncton. O problema é que essa técnica gera apenas tons esverdeados e de baixa intensidade. Outras tentativas, como a injeção de partículas emissoras de luz nas folhas, também resultavam em brilhos fracos e passageiros.
Os pesquisadores chineses apontam que as suculentas luminescentes poderão servir como peças decorativas ou luzes noturnas ornamentais
Liu et al./Matter/Divulgação
No novo estudo, os cientistas chegaram a um ponto de equilíbrio ao usar partículas de fósforo com 6 a 8 micrômetros de diâmetro, aproximadamente o tamanho de um glóbulo vermelho humano. Partículas menores iluminavam pouco; já as maiores não conseguiam se espalhar pelos tecidos da planta.
As suculentas produziram um brilho comparável ao de uma vela ou luminária noturna, que diminuía ao longo do tempo, mas permanecia visível por até duas horas. Bastavam alguns minutos de sol ou de luz LED para recarregá-las. O custo estimado no momento por planta é de US$ 1,40 (cerca de R$ 7,60, na atual cotação), e o processo leva apenas 10 minutos.
Em um teste em escala maior, os pesquisadores montaram uma parede com 56 plantas luminescentes, capaz de iluminar objetos próximos e até permitir a leitura no escuro. Segundo os autores, o próximo passo é expandir a técnica para outras espécies, consolidando uma alternativa de iluminação de baixo carbono.

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