A planta que floresce no período frio do ano virou sinônimo de alegria e resistência com suas belas flores cor-de-laranja De belas flores cor-de-laranja, o cipó-de-são-joão (Pyrostegia venusta) é uma planta nativa da América do Sul, pertencente à família Bignoniaceae – a mesma dos ipês –, conhecida por reunir espécies de grande valor ornamental.
“No Brasil, ela aparece em praticamente todo o território nacional, sendo especialmente comum nas áreas abertas, como o cerrado e nas bordas das matas, sempre onde há muita luz”, conta Alexandre Gibau de Lima (@viridarium.artis), botânico da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
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Uma das características que tornam o cipó-de-são-joão especial é que ele floresce intensamente no outono e no inverno. “Ele transforma as paisagens com um verdadeiro espetáculo de cores em uma época onde a maioria das plantas não dá flores”, diz Alexandre.
Trata-se de uma trepadeira de crescimento vigoroso e rápido, com folhagem perene, composta de folhas de coloração verde intensa e a presença de gavinhas (estruturas finas e flexíveis, que ajudam a planta a se fixar em suportes para o crescimento vertical).
Uma das características do cipó-de-são-joão são as delicadas flores tubulares alaranjadas
JamesR/Wikimedia Commons
Uma de suas principais características são as delicadas flores tubulares alaranjadas, dispostas em cachos densos. “Os frutos são longos, secos e liberam sementes leves, dispersadas pelo vento. A floração é intensa, principalmente nos meses mais secos do ano”, destaca o botânico.
Alexandre conta que, por florescer no outono e inverno, mesma época das Festas Juninas em diversas regiões do país, o cipó-de-são-joão se tornou símbolo de celebração e resistência. É também associado à alegria popular e à força da natureza tropical.
“Tradicionalmente, ele é usado na decoração das Festas Juninas no Brasil, por isso o nome popular ‘cipó-de-são-joão'”, explica a arquiteta paisagista July Dallagrana.
A floração ocorre entre abril e setembro, com o pico entre junho e julho. O início e a duração da florada podem variar conforme o clima regional, segundo os especialistas.
Plantio em jardins internos
O cipó-de-são-joão atinge, em média, de 4 a 8 m de comprimento, mas pode chegar a 12 m de comprimento, dependendo do suporte disponível e das condições do ambiente. “É uma planta lenhosa, bastante volumosa e de ramagem densa”, conta Alexandre.
O cipó-de-são-joão floresce no outono e inverno, mesma época das Festas Juninas no Brasil
José Reynaldo da Fonseca/Wikimedia Commons
Por ser uma trepadeira de crescimento rápido e porte considerável, o cultivo em vasos é possível, mas exige recipientes de bom tamanho, com boa profundidade, e suportes firmes para que a planta possa se apoiar. “A manutenção precisa ser mais frequente nestes casos”, orienta Alexandre.
Segundo July, o ideal é que o plantio do cipó-de-são-joão seja feito diretamente no solo. “Quando cultivada em vasos, é necessário saber que seu crescimento será mais contido e o tamanho do recipiente deverá ser grande, para dar suporte ao desenvolvimento da vegetação”, afirma.
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Outro ponto importante destacado pelos especialistas é que o cipó-de-são-joão não vai bem dentro de casa. “Por ser uma planta de pleno sol, ele necessita de luz direta. Ambientes internos com pouca luz não são adequados”, fala July.
Além de muita insolação ao longo do dia, o cipó-de-são-joão também precisa de ventilação. “São condições difíceis de serem mantidas em ambientes internos. Ela é uma planta de exterior, ideal para varandas, pátios e jardins ensolarados. Sol pleno é essencial. Quanto mais luz solar direta, mais intensa e abundante será a floração”, frisa Alexandre.
Como cultivar o cipó-de-são-joão
O cipó-de-são-joão de desenvolve em solos férteis, bem drenados e ricos em matéria orgânica, mas também tolera os arenosos. “O importante é que o solo tenha boa estrutura e retenha umidade sem encharcar”, ensina Alexandre.
O plantio pode ser feito por sementes ou, mais comumente, por estaquia [uso de um ramo para gerar novas plantas], método mais rápido e eficaz. “O espaçamento deve considerar seu crescimento expansivo”, diz o botânico.
O cipó-de-são-joão não se adapta bem em ambientes internos, pois precisa de muito sol
Forest & Kim Starr/Wikimedia Commons
O clima preferido do cipó-de-são-joão é o tropical e subtropical, ao qual se adapta muito bem. “Ele também tolera temperaturas amenas, mas não suporta geadas fortes e prolongadas”, alerta July.
O cipó aprecia solo levemente úmido, especialmente no período de crescimento. “Porém, é importante evitar o encharcamento. Regas regulares são ideais, especialmente em dias secos”, comenta o botânico.
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A espécie suporta bem áreas com vento, desde que esteja bem fixada em um suporte firme. “Seus ramos podem ser quebradiços se expostos a brisas muito fortes sem sustentação adequada”, fala Alexandre. “Em áreas com ventos muito fortes e constantes, as flores podem sofrer danos”, complementa July.
A poda precisa ser feita logo após o final do período de floração, no final do inverno ou início da primavera, para estimular novos brotos e controlar o tamanho da planta. Ao longo do ano, o cipó-de-são-joão precisa apenas de podas de limpeza.
A adubação orgânica, feita a cada 3 a 6 meses, ajuda a manter a planta saudável e com boa capacidade de floração. “Mas isso depende muito do solo em que está sendo conduzida. O ideal é uma análise para compreender a composição e, então, atender as necessidades da vegetação”, orienta July.
No período frio do ano, o cipó-de-são-joão floresce, mas a planta ainda é pouco aproveitada no paisagismo
Flickr/guzhengman/Creative Commons
Em relação às pragas, o cipó-de-são-joão é uma planta bastante resistente, mas pode sofrer ataques de pulgões, cochonilhas e lagartas.
Uso no paisagismo
Segundo Alexandre, embora ocasionalmente cultivado em jardins, o potencial do cipó-de-são-joão está longe de ser bem aproveitado no paisagismo nacional. “Ainda é uma espécie desconhecida para a maioria dos brasileiros que moram em centros urbanos”, aponta.
Para quem busca uma espécie que se destaque no jardim, principalmente na época de frio, conforme July, o cipó-de-são-joão é uma excelente opção por conta da cor intensa de sua inflorescência. “Sua capacidade de florir durante o inverno traz vida e cor aos jardins em um período normalmente mais monótono”, comenta Alexandre.
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Por seu efeito ornamental, é ótimo para cobrir pérgolas, caramanchões, treliças, cercas, muros e alambrados. Também é uma ótima escolha para projetos ecológicos, já que atrai beija-flores, insetos e pássaros, como maritacas e papagaios, contribuindo para a biodiversidade urbana.
“Além do charme visual, a sua densidade permite proteção, quando aplicado em composição de pergolados, e tem potencial para esconder estruturas verticais e criar efeito cascata em taludes [áreas verdes em encostas]”, finaliza a paisagista.
“No Brasil, ela aparece em praticamente todo o território nacional, sendo especialmente comum nas áreas abertas, como o cerrado e nas bordas das matas, sempre onde há muita luz”, conta Alexandre Gibau de Lima (@viridarium.artis), botânico da Universidade de Gotemburgo, na Suécia.
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Uma das características que tornam o cipó-de-são-joão especial é que ele floresce intensamente no outono e no inverno. “Ele transforma as paisagens com um verdadeiro espetáculo de cores em uma época onde a maioria das plantas não dá flores”, diz Alexandre.
Trata-se de uma trepadeira de crescimento vigoroso e rápido, com folhagem perene, composta de folhas de coloração verde intensa e a presença de gavinhas (estruturas finas e flexíveis, que ajudam a planta a se fixar em suportes para o crescimento vertical).
Uma das características do cipó-de-são-joão são as delicadas flores tubulares alaranjadas
JamesR/Wikimedia Commons
Uma de suas principais características são as delicadas flores tubulares alaranjadas, dispostas em cachos densos. “Os frutos são longos, secos e liberam sementes leves, dispersadas pelo vento. A floração é intensa, principalmente nos meses mais secos do ano”, destaca o botânico.
Alexandre conta que, por florescer no outono e inverno, mesma época das Festas Juninas em diversas regiões do país, o cipó-de-são-joão se tornou símbolo de celebração e resistência. É também associado à alegria popular e à força da natureza tropical.
“Tradicionalmente, ele é usado na decoração das Festas Juninas no Brasil, por isso o nome popular ‘cipó-de-são-joão'”, explica a arquiteta paisagista July Dallagrana.
A floração ocorre entre abril e setembro, com o pico entre junho e julho. O início e a duração da florada podem variar conforme o clima regional, segundo os especialistas.
Plantio em jardins internos
O cipó-de-são-joão atinge, em média, de 4 a 8 m de comprimento, mas pode chegar a 12 m de comprimento, dependendo do suporte disponível e das condições do ambiente. “É uma planta lenhosa, bastante volumosa e de ramagem densa”, conta Alexandre.
O cipó-de-são-joão floresce no outono e inverno, mesma época das Festas Juninas no Brasil
José Reynaldo da Fonseca/Wikimedia Commons
Por ser uma trepadeira de crescimento rápido e porte considerável, o cultivo em vasos é possível, mas exige recipientes de bom tamanho, com boa profundidade, e suportes firmes para que a planta possa se apoiar. “A manutenção precisa ser mais frequente nestes casos”, orienta Alexandre.
Segundo July, o ideal é que o plantio do cipó-de-são-joão seja feito diretamente no solo. “Quando cultivada em vasos, é necessário saber que seu crescimento será mais contido e o tamanho do recipiente deverá ser grande, para dar suporte ao desenvolvimento da vegetação”, afirma.
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Outro ponto importante destacado pelos especialistas é que o cipó-de-são-joão não vai bem dentro de casa. “Por ser uma planta de pleno sol, ele necessita de luz direta. Ambientes internos com pouca luz não são adequados”, fala July.
Além de muita insolação ao longo do dia, o cipó-de-são-joão também precisa de ventilação. “São condições difíceis de serem mantidas em ambientes internos. Ela é uma planta de exterior, ideal para varandas, pátios e jardins ensolarados. Sol pleno é essencial. Quanto mais luz solar direta, mais intensa e abundante será a floração”, frisa Alexandre.
Como cultivar o cipó-de-são-joão
O cipó-de-são-joão de desenvolve em solos férteis, bem drenados e ricos em matéria orgânica, mas também tolera os arenosos. “O importante é que o solo tenha boa estrutura e retenha umidade sem encharcar”, ensina Alexandre.
O plantio pode ser feito por sementes ou, mais comumente, por estaquia [uso de um ramo para gerar novas plantas], método mais rápido e eficaz. “O espaçamento deve considerar seu crescimento expansivo”, diz o botânico.
O cipó-de-são-joão não se adapta bem em ambientes internos, pois precisa de muito sol
Forest & Kim Starr/Wikimedia Commons
O clima preferido do cipó-de-são-joão é o tropical e subtropical, ao qual se adapta muito bem. “Ele também tolera temperaturas amenas, mas não suporta geadas fortes e prolongadas”, alerta July.
O cipó aprecia solo levemente úmido, especialmente no período de crescimento. “Porém, é importante evitar o encharcamento. Regas regulares são ideais, especialmente em dias secos”, comenta o botânico.
Leia mais
A espécie suporta bem áreas com vento, desde que esteja bem fixada em um suporte firme. “Seus ramos podem ser quebradiços se expostos a brisas muito fortes sem sustentação adequada”, fala Alexandre. “Em áreas com ventos muito fortes e constantes, as flores podem sofrer danos”, complementa July.
A poda precisa ser feita logo após o final do período de floração, no final do inverno ou início da primavera, para estimular novos brotos e controlar o tamanho da planta. Ao longo do ano, o cipó-de-são-joão precisa apenas de podas de limpeza.
A adubação orgânica, feita a cada 3 a 6 meses, ajuda a manter a planta saudável e com boa capacidade de floração. “Mas isso depende muito do solo em que está sendo conduzida. O ideal é uma análise para compreender a composição e, então, atender as necessidades da vegetação”, orienta July.
No período frio do ano, o cipó-de-são-joão floresce, mas a planta ainda é pouco aproveitada no paisagismo
Flickr/guzhengman/Creative Commons
Em relação às pragas, o cipó-de-são-joão é uma planta bastante resistente, mas pode sofrer ataques de pulgões, cochonilhas e lagartas.
Uso no paisagismo
Segundo Alexandre, embora ocasionalmente cultivado em jardins, o potencial do cipó-de-são-joão está longe de ser bem aproveitado no paisagismo nacional. “Ainda é uma espécie desconhecida para a maioria dos brasileiros que moram em centros urbanos”, aponta.
Para quem busca uma espécie que se destaque no jardim, principalmente na época de frio, conforme July, o cipó-de-são-joão é uma excelente opção por conta da cor intensa de sua inflorescência. “Sua capacidade de florir durante o inverno traz vida e cor aos jardins em um período normalmente mais monótono”, comenta Alexandre.
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Por seu efeito ornamental, é ótimo para cobrir pérgolas, caramanchões, treliças, cercas, muros e alambrados. Também é uma ótima escolha para projetos ecológicos, já que atrai beija-flores, insetos e pássaros, como maritacas e papagaios, contribuindo para a biodiversidade urbana.
“Além do charme visual, a sua densidade permite proteção, quando aplicado em composição de pergolados, e tem potencial para esconder estruturas verticais e criar efeito cascata em taludes [áreas verdes em encostas]”, finaliza a paisagista.



