Você encontrou uma cadeira desgastada, mas linda, e quer dar a ela uma nova vida. Ou, talvez, herdou as cadeiras de jantar da sua avó e gostaria que ficassem como novas. Em ambos os casos, você se pergunta: vale a pena estofá-las? E, acima de tudo, conseguirei fazer isso sozinho?
“Eu sempre disse que vale a pena recuperar tudo aquilo que desperte em você um sentimento ou uma emoção. Ou seja, há peças que carregam uma carga emocional importante, e essas devem ser preservadas sempre que possível. Isso também vale para aquelas que são icônicas pelo estilo, pela madeira ou pela antiguidade”, diz Chus Cano.
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A especialista em reciclagem e decoração, apresentadora de longa data de vários programas do canal espanhol Decasa, explica que se aventurar nesse tipo de tarefa é mais uma questão de disposição e orçamento. Para que você possa avaliar por si mesmo, confira a seguir um passo a passo de como estofar uma cadeira… E o que deve ser considerado para desistir do trabalho antes de começar.
Como saber quando é necessário levar a cadeira a um profissional
Há casos em que é melhor contar com um profissional
Getty Images
A primeira coisa a fazer ao encarar essa tarefa é verificar se a cadeira apresenta problemas estruturais (por exemplo, rachaduras). Se for o caso, a especialista opina que é melhor deixá-la nas mãos de profissionais para que, antes de estofar, reparem os defeitos na madeira.
O mesmo acontece se, em vez de correias, as cadeiras com assento estofado tiverem molas (algo comum nas mais antigas). Consertar molas é um processo trabalhoso que Cano também considera melhor deixar para profissionais.
No caso de cadeiras completamente estofadas, deve-se ter em mente que são bastante complicadas de recuperar, especialmente se tiverem os braços forrados. Se, além disso, apresentarem uma espécie de medalhão forrado no centro do encosto, é melhor levá-las a um estofador profissional ou, ao menos, consultá-lo para receber orientação personalizada.
Como estofar cadeiras com assentos de tecido
Falamos aqui daquelas cadeiras que só possuem acolchoado na parte do assento (diferente das que são totalmente forradas). Segundo Cano, devemos distinguir dois tipos: as que têm o assento estofado diretamente na estrutura da cadeira e as que permitem retirar o assento facilmente, que são as mais fáceis de restaurar.
O primeiro passo é retirar o tecido, que normalmente está grampeado ou pregado. Retiram-se os grampos ou pregos com ferramentas específicas para não danificar a madeira, e guarda-se o tecido que foi retirado.
Em seguida, é hora de avaliar a espuma e o enchimento: “Em muitos casos, além do tecido, a espuma ou o enchimento do assento também precisam ser substituídos se estiverem desgastados. Verifica-se o estado e, se necessário, troca-se por espuma de alta densidade ou pelo enchimento adequado.”
Depois, é o momento de cortar o tecido. Para isso, utiliza-se o que foi retirado anteriormente como molde para traçar o novo. “É importante garantir que se deixe margem suficiente de tecido para poder esticá-lo e fixá-lo corretamente”, explica Cano.
O novo tecido deve ser esticado de forma uniforme sobre o assento e grampeado na parte inferior, começando por lados opostos para que fique firme e sem rugas. Cortam-se os excessos de tecido e, se necessário, adicionam-se detalhes como passamanaria ou pregos decorativos para um acabamento profissional.
Como estofar cadeiras totalmente revestidas
Cadeiras e mesa de jantar arredondas dão identidade para decoração de sala de jantar no projeto de design de interiores assinado por Fogel Interiors
Michael P. H. Clifford
Há cadeiras que parecem pequenas poltronas, pois são totalmente estofadas (muito comuns nas salas de jantar, por sinal). Nesses casos, segundo Cano, é preciso desmontar tudo para reestofá-las, e isso é complicado, principalmente pela quantidade de pregas que é necessário fazer no tecido para adaptá-lo à estrutura da cadeira. Porém, se você for habilidoso e tiver coragem, o processo geral seria o seguinte:
“O primeiro passo é retirar cuidadosamente todo o tecido antigo, levando em conta cada parte da cadeira (assento, encosto e qualquer outro componente estofado). Isso geralmente implica remover muitos grampos e pregos”, alerta Cano.
Dependendo do desgaste, a espuma ou o enchimento do encosto e do assento podem precisar ser substituídos. “Em cadeiras totalmente estofadas, a qualidade do enchimento é crucial para o conforto e para o formato final.”
E agora chega a parte mais difícil: cada parte da cadeira precisará de seu próprio pedaço de tecido, cortado de forma precisa para se ajustar ao design original. É vital cortar com margens adequadas e seguir o padrão do tecido, caso tenha algum desenho ou textura específica.
Na hora de colocar o novo tecido, Cano explica que se deve começar pelo encosto, esticando e fixando com grampos ou pregos, garantindo que se ajuste bem à curvatura da cadeira, sem pregas. Uma vez que o encosto esteja pronto, passa-se ao assento, aplicando os mesmos princípios de esticar e fixar o tecido de maneira uniforme.
Se a cadeira tiver braços ou laterais estofados, estes devem ser cobertos em seguida. Essa é uma das etapas mais meticulosas, pois envolve trabalhar com cantos e pregas, certificando-se de que o acabamento seja impecável.
Como estofar cadeiras de acordo com o tipo de tecido
Agora você já tem uma ideia do que implica estofar cada tipo de cadeira, mas o processo é o mesmo para todos os tecidos? “O tipo de tecido pode influenciar na hora de estofar uma cadeira”, explica Cano. “Cada material tem propriedades únicas que afetam tanto o manuseio quanto os resultados: há tecidos mais grossos e outros mais finos e escorregadios; alguns são pesados e exigem força para esticar, e outros têm certa elasticidade e, ao serem esticados, se movem ou deformam”, continua a profissional.
Levando tudo isso em consideração, como escolher o tipo de tecido ideal para estofar sua cadeira? Confira algumas dicas da especialista para descobrir:
Elasticidade e espessura do tecido: tecidos mais grossos, como veludo ou lona, exigem mais força para esticar e ajustar corretamente. Podem ser mais difíceis de manusear em áreas curvas ou nos cantos. Já tecidos mais finos, como linho ou algodão, são mais fáceis de trabalhar, mas podem enrugar ou rasgar se não forem tratados com cuidado.
Tecidos estampados ou com texturas: se o tecido tiver padrão (listras, xadrez, motivos florais, etc.), é muito importante alinhar corretamente as partes do tecido para que o desenho fique uniforme em toda a cadeira. Isso pode levar mais tempo e exige maior precisão, já que qualquer desalinhamento será bastante visível.
Tecidos delicados: se você trabalhar com tecidos delicados como a seda, o processo requer ainda mais precaução. Esses tecidos podem rasgar ou manchar facilmente, por isso é necessário cuidado extra em cada etapa, usando ferramentas adequadas para evitar danos.
Erros comuns que você pode evitar
Se decidir estofar sua cadeira sozinho em vez de procurar um profissional, há alguns erros que podem ser evitados e que farão toda a diferença no resultado.
O primeiro é escolher um tecido inadequado para o uso que se pretende dar à cadeira. Devemos optar por tecidos resistentes ao atrito, fáceis de limpar e com boa respirabilidade. Algumas boas opções são: microfibra, chenille e lona grossa. O segundo erro é não medir corretamente o tecido a ser colocado, por isso recomendamos guardar o tecido original para usá-lo como molde. Um terceiro erro é não esticar bem o tecido ao grampear, o que pode resultar em rugas, bolsas de ar, pregas desiguais ou até mesmo em deslocamento do tecido com o uso.
Outros erros comuns incluem estofar sobre uma base danificada ou sobre o tecido antigo; usar ferramentas inadequadas (como substituir a grampeadora de estofador por uma de escritório comum) ou grampear de maneira irregular e sem levar em conta a direção do tecido ou do estampado.
*Matéria originalmente publicada na Architectural Digest Espanha.
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“Eu sempre disse que vale a pena recuperar tudo aquilo que desperte em você um sentimento ou uma emoção. Ou seja, há peças que carregam uma carga emocional importante, e essas devem ser preservadas sempre que possível. Isso também vale para aquelas que são icônicas pelo estilo, pela madeira ou pela antiguidade”, diz Chus Cano.
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A especialista em reciclagem e decoração, apresentadora de longa data de vários programas do canal espanhol Decasa, explica que se aventurar nesse tipo de tarefa é mais uma questão de disposição e orçamento. Para que você possa avaliar por si mesmo, confira a seguir um passo a passo de como estofar uma cadeira… E o que deve ser considerado para desistir do trabalho antes de começar.
Como saber quando é necessário levar a cadeira a um profissional
Há casos em que é melhor contar com um profissional
Getty Images
A primeira coisa a fazer ao encarar essa tarefa é verificar se a cadeira apresenta problemas estruturais (por exemplo, rachaduras). Se for o caso, a especialista opina que é melhor deixá-la nas mãos de profissionais para que, antes de estofar, reparem os defeitos na madeira.
O mesmo acontece se, em vez de correias, as cadeiras com assento estofado tiverem molas (algo comum nas mais antigas). Consertar molas é um processo trabalhoso que Cano também considera melhor deixar para profissionais.
No caso de cadeiras completamente estofadas, deve-se ter em mente que são bastante complicadas de recuperar, especialmente se tiverem os braços forrados. Se, além disso, apresentarem uma espécie de medalhão forrado no centro do encosto, é melhor levá-las a um estofador profissional ou, ao menos, consultá-lo para receber orientação personalizada.
Como estofar cadeiras com assentos de tecido
Falamos aqui daquelas cadeiras que só possuem acolchoado na parte do assento (diferente das que são totalmente forradas). Segundo Cano, devemos distinguir dois tipos: as que têm o assento estofado diretamente na estrutura da cadeira e as que permitem retirar o assento facilmente, que são as mais fáceis de restaurar.
O primeiro passo é retirar o tecido, que normalmente está grampeado ou pregado. Retiram-se os grampos ou pregos com ferramentas específicas para não danificar a madeira, e guarda-se o tecido que foi retirado.
Em seguida, é hora de avaliar a espuma e o enchimento: “Em muitos casos, além do tecido, a espuma ou o enchimento do assento também precisam ser substituídos se estiverem desgastados. Verifica-se o estado e, se necessário, troca-se por espuma de alta densidade ou pelo enchimento adequado.”
Depois, é o momento de cortar o tecido. Para isso, utiliza-se o que foi retirado anteriormente como molde para traçar o novo. “É importante garantir que se deixe margem suficiente de tecido para poder esticá-lo e fixá-lo corretamente”, explica Cano.
O novo tecido deve ser esticado de forma uniforme sobre o assento e grampeado na parte inferior, começando por lados opostos para que fique firme e sem rugas. Cortam-se os excessos de tecido e, se necessário, adicionam-se detalhes como passamanaria ou pregos decorativos para um acabamento profissional.
Como estofar cadeiras totalmente revestidas
Cadeiras e mesa de jantar arredondas dão identidade para decoração de sala de jantar no projeto de design de interiores assinado por Fogel Interiors
Michael P. H. Clifford
Há cadeiras que parecem pequenas poltronas, pois são totalmente estofadas (muito comuns nas salas de jantar, por sinal). Nesses casos, segundo Cano, é preciso desmontar tudo para reestofá-las, e isso é complicado, principalmente pela quantidade de pregas que é necessário fazer no tecido para adaptá-lo à estrutura da cadeira. Porém, se você for habilidoso e tiver coragem, o processo geral seria o seguinte:
“O primeiro passo é retirar cuidadosamente todo o tecido antigo, levando em conta cada parte da cadeira (assento, encosto e qualquer outro componente estofado). Isso geralmente implica remover muitos grampos e pregos”, alerta Cano.
Dependendo do desgaste, a espuma ou o enchimento do encosto e do assento podem precisar ser substituídos. “Em cadeiras totalmente estofadas, a qualidade do enchimento é crucial para o conforto e para o formato final.”
E agora chega a parte mais difícil: cada parte da cadeira precisará de seu próprio pedaço de tecido, cortado de forma precisa para se ajustar ao design original. É vital cortar com margens adequadas e seguir o padrão do tecido, caso tenha algum desenho ou textura específica.
Na hora de colocar o novo tecido, Cano explica que se deve começar pelo encosto, esticando e fixando com grampos ou pregos, garantindo que se ajuste bem à curvatura da cadeira, sem pregas. Uma vez que o encosto esteja pronto, passa-se ao assento, aplicando os mesmos princípios de esticar e fixar o tecido de maneira uniforme.
Se a cadeira tiver braços ou laterais estofados, estes devem ser cobertos em seguida. Essa é uma das etapas mais meticulosas, pois envolve trabalhar com cantos e pregas, certificando-se de que o acabamento seja impecável.
Como estofar cadeiras de acordo com o tipo de tecido
Agora você já tem uma ideia do que implica estofar cada tipo de cadeira, mas o processo é o mesmo para todos os tecidos? “O tipo de tecido pode influenciar na hora de estofar uma cadeira”, explica Cano. “Cada material tem propriedades únicas que afetam tanto o manuseio quanto os resultados: há tecidos mais grossos e outros mais finos e escorregadios; alguns são pesados e exigem força para esticar, e outros têm certa elasticidade e, ao serem esticados, se movem ou deformam”, continua a profissional.
Levando tudo isso em consideração, como escolher o tipo de tecido ideal para estofar sua cadeira? Confira algumas dicas da especialista para descobrir:
Elasticidade e espessura do tecido: tecidos mais grossos, como veludo ou lona, exigem mais força para esticar e ajustar corretamente. Podem ser mais difíceis de manusear em áreas curvas ou nos cantos. Já tecidos mais finos, como linho ou algodão, são mais fáceis de trabalhar, mas podem enrugar ou rasgar se não forem tratados com cuidado.
Tecidos estampados ou com texturas: se o tecido tiver padrão (listras, xadrez, motivos florais, etc.), é muito importante alinhar corretamente as partes do tecido para que o desenho fique uniforme em toda a cadeira. Isso pode levar mais tempo e exige maior precisão, já que qualquer desalinhamento será bastante visível.
Tecidos delicados: se você trabalhar com tecidos delicados como a seda, o processo requer ainda mais precaução. Esses tecidos podem rasgar ou manchar facilmente, por isso é necessário cuidado extra em cada etapa, usando ferramentas adequadas para evitar danos.
Erros comuns que você pode evitar
Se decidir estofar sua cadeira sozinho em vez de procurar um profissional, há alguns erros que podem ser evitados e que farão toda a diferença no resultado.
O primeiro é escolher um tecido inadequado para o uso que se pretende dar à cadeira. Devemos optar por tecidos resistentes ao atrito, fáceis de limpar e com boa respirabilidade. Algumas boas opções são: microfibra, chenille e lona grossa. O segundo erro é não medir corretamente o tecido a ser colocado, por isso recomendamos guardar o tecido original para usá-lo como molde. Um terceiro erro é não esticar bem o tecido ao grampear, o que pode resultar em rugas, bolsas de ar, pregas desiguais ou até mesmo em deslocamento do tecido com o uso.
Outros erros comuns incluem estofar sobre uma base danificada ou sobre o tecido antigo; usar ferramentas inadequadas (como substituir a grampeadora de estofador por uma de escritório comum) ou grampear de maneira irregular e sem levar em conta a direção do tecido ou do estampado.
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