Como proteger móveis da maresia e manter o visual impecável sem mofo e corrosão

Morar na praia é o sonho de quem deseja uma rotina que una bem-estar e contato direto com a natureza. Nos lares das cidades litorâneas, a maresia é intensa e deve ser levada em conta na escolha de móveis e eletrodomésticos. Com dicas simples e práticas, é possível preservar a aparência e a funcionalidade do mobiliário por muito mais tempo, mesmo diante desse fenômeno. Saiba mais a seguir!
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O que é a maresia e como ela danifica os móveis?
A maresia é uma espécie de névoa leve com partículas de água e sal, que se espalha pelas zonas marítimas pela ação do evento. “O sal presente entre as gotículas acelera a oxidação dos metais, corrói ferragens e compromete superfícies pintadas”, explica Claire Khafif, arquiteta à frente do escritório CK Arquitetura.
O banco construído na obra e revestido em mármore lioz ganhou estofados e almofadas com tecido adequado para áreas externas. Projeto da arquiteta Andrea Chicharo
Gui Morelli/Divulgação
Além do metal, materiais como madeira, plástico e tecido são afetados por essa intempérie. Na madeira, a maresia pode ocasionar manchas, bolhas e comprometimento da cor. Nas peças plásticas e tecidos, a principal consequência é o acúmulo de umidade, que pode ocasionar mofo e descoloração.
Os revestimentos de piso, parede e teto também devem ser escolhidos com cautela para serem resistentes à maresia. Projeto do escritório Guido Campanate Arquitetura
MCA Estúdio/Divulgação
Como escolher o mobiliário para locais com maresia
Um dos principais aspectos na escolha de móveis para residências litorâneas é a materialidade. O ideal é optar por peças feitas de materiais naturalmente resistentes, que suportem melhor os efeitos da maresia, e que possam receber acabamentos ou produtos que aumentem ainda mais sua durabilidade e robustez.
“Aços inoxidáveis ou alumínio são bem resistentes e indicados para os móveis e seus acabamentos nessas áreas”, afirma a arquiteta Tatiana Melo.
O mobiliário de imóveis litorâneos demanda um cuidado extra na seleção do material e na manutenção periódica. Projeto da arquiteta Amanda Haydon e do escritório RJ Arquitetura
Andre Nazareth/Divulgação | Produção: Diego Matos/Divulgação
Para os estofados, uma solução são os tecidos técnicos de alta performance, desenvolvidos especialmente para ambientes externos. Além da resistência, eles oferecem hoje um visual sofisticado, muitas vezes imitando materiais naturais. Entre as alternativas mais indicadas estão a tela e a corda náutica.
A madeira é outro material de destaque, principalmente para espaços com decoração aconchegante. “Espécies densas e naturalmente oleosas, como cumaru, freijó e teca, resistem bem ao clima e ganham tom acinzentado ao longo do tempo que, para mim, faz parte da beleza natural da peça”, comenta Claire.
Madeiras densas são melhores para regiões mais expostas à maresia. Projeto do arquiteto Daniel Fromer, da designer de interiores Marina Linhares e do paisagista Rodrigo Oliveira
Evelyn Müller/Divulgação
O posicionamento dos móveis também merece atenção. A incidência da maresia varia bastante entre ambientes externos, como varandas e jardins, e internos, como salas e quartos.
“O móvel interno consegue estar minimamente protegido do contato intermitente”, diz Tatiana. Procure identificar as áreas mais expostas ao vento, responsável por disseminar a maresia, e também à luz solar, que favorece a fixação dos sais e gotículas de água nos itens.
A disposição da peça na residência impacta na incidência da maresia à qual será submetida. Projeto do escritório CK Arquitetura, com paisagismo assinado pela paisagista Bia Abreu
Evelyn Müller/Divulgação
Em locais de maior exposição, evite excesso de móveis: menos peças reduzem a manutenção e trazem leveza ao ambiente. Sempre que possível, posicione o mobiliário em áreas cobertas, que atuam como barreira contra a ação direta da maresia e ajudam a preservar sua durabilidade.
Tecidos tecnológicos e com propriedades específicas para o contato da maresia e intempéries pode trazer economias a longo prazo. Projeto do escritório TODOS Arquitetura
Maura Mello/Divulgação
Como deixar o mobiliário mais resistente à maresia
A durabilidade dos mobiliários expostos à maresia depende de uma rotina de cuidados constante. O uso de capas protetoras é uma excelente forma de preservação, mas “nunca cubra o móvel ainda úmido, pois, em vez de proteger, acaba aprisionando a umidade e provocando mofo”, salienta Claire.
Em dias ensolarados, deixe os itens descobertos para favorecer a ventilação e eliminar a umidade acumulada.
Em dias de calor, é importante que o mobiliário seque e ventile bem para evitar a umidade. Projeto da arquiteta Amanda Miranda
Denilson Machado/MCA Estúdio/Divulgação
A manutenção adequada também inclui a limpeza correta. “A maresia que se acumula sobre as superfícies é o que mais danifica, por isso, a sua retirada rápida é essencial”, afirma Tatiana. Panos úmidos com sabão neutro, sem abrasivos, funcionam na grande parte dos materiais. Evite produtos à base de álcool, cloro ou solventes.
Nos metais, finalize a limpeza sempre com um pano seco para retirar resíduos de sal e garantir melhor resultado. Nas madeiras, aplique periodicamente uma fina camada de óleo protetor, o que previne a corrosão e conserva o aspecto natural das peças.
A limpeza de móveis da área externa deve ser feita com pano úmido e produtos neutros, evitando alternativas mais abrasivas
Freepik/Creative Commons
Associado à eliminação das sujidades, produtos restauradores e anticorrosivos podem ser aplicados periodicamente, sempre considerando a especificidade de cada item.
“Em móveis de madeira, aplique óleos, como o de peroba, ou ceras para retirar os resíduos excessivos e garantir um visual brilhante e resistente”, indica Tatiana. O verniz marítimo também é uma opção.
Peças que ficam constantemente sob o sol, ação de maresia e vento precisam receber produtos fixadores como vernizes e resinas anticorrosivas. Projeto da arquiteta Tatiana Melo
Gabriela Daltro/Divulgação
Apartamentos à beira-mar exigem limpeza e ventilação frequentes dos móveis, visto que a circulação de ar mais limitada favorece o acúmulo de sal. Já nas casas, os móveis externos devem ser escolhidos com materiais mais resistentes e receber produtos fixadores mais potentes, garantindo maior proteção contra os efeitos da maresia.
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“É importante, no entanto, lembrar que a maresia faz parte do ciclo do tempo. Aceitar pequenas mudanças na textura ou no tom da madeira é compreender sua história”, comenta Claire.
Como recuperar móveis danificados pela maresia
O grau de dano causado pela maresia é o que define se o móvel poderá ou não ser restaurado. Por isso, a principal recomendação é agir assim que o problema for identificado. Quanto mais rápido o reparo for feito, menor será o desgaste e maiores as chances de preservar a peça.
O tempo de ação diante do problema é fundamental para um reparo eficiente. Antes da aplicação de produtos anticorrosivos e protetores da superfície, a retirada da maresia acumulada é essencial
Freepik/Creative Commons
“Nos metais, a lixação e repintura com tinta automotiva ou eletrostática devolvem a proteção. Nas madeiras, uma lixagem leve e reaplicação de selante náutico já revitalizam o visual”, indica Claire.
A reparação de superfícies naturais costuma ser mais simples, mas pode se tornar complexa conforme o nível de desgaste. A corrosão pode comprometer a composição do material, dificultando a revitalização. Por isso, é fundamental remover completamente a ferrugem e as partes danificadas antes da aplicação de qualquer produto de proteção ou acabamento.

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