Como restaurar piso de taco

Clássico da decoração brasileira, o piso de taco foi muito usado nos apartamentos das décadas de 50 e 60. De lá para cá, viveu ciclos de popularidade e, volta e meia, retorna como protagonista em projetos de interiores contemporâneos. Feito de madeira maciça (normalmente, as peças são de ipê, amêndola, jatobá, cumaru ou peroba), ele combina com diferentes estilos e pode ser paginado de diversas maneiras – dama, espinha de peixe, escama de peixe ou chevron –, adaptando-se tanto a casas antigas quanto a projetos atuais.
Para as arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos, do escritório Dantas Passos Arquitetura, o piso de taco é mais do que uma solução de interiores: ele está ligado à memória afetiva do brasileiro. “Restaurar um piso de taco é quase como resgatar a história de uma casa. Em muitos projetos, principalmente nos imóveis mais antigos, a gente depara com aqueles tacos escondidos sob carpetes ou pisos frios antigos. É preciso valorizá-los”, afirma Danielle Dantas.
Neste projeto do Estúdio Minke, o piso de taco ganhou paginação hexagonal na sala, resgatando o charme vintage da proposta
Maura Mello
Elas contam que, além de recuperar tacos antigos, também têm especificado esse material em apartamentos novos, para clientes que buscam um estilo atemporal. “Nós sugerimos, sim, o uso da madeira, tanto para novos revestimentos quanto para restaurações, pois acreditamos que ela é capaz de trazer aconchego para a casa sem abrir mão do estilo”, comenta Paula Passos.
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Avaliar o piso e lixar
Antes de começar qualquer intervenção, é essencial avaliar o estado do piso original no local. Não só seu aspecto estético, mas também se as peças estão ou não soltas — elas são, normalmente, coladas. A primeira etapa da restauração, portanto, consiste na remoção completa de resíduos ou acabamentos antigos. “Depois, entra a etapa de colagem das peças soltas e, em alguns casos, é preciso substituir os tacos muito danificados. Nós tentamos ao máximo encontrar madeiras compatíveis – o que nem sempre é fácil, mas vale a pena”, explica Paula.
Neste projeto da arquiteta Juliana Fabrizzi em São Paulo, este apartamento recebeu piso de taco restaurado na paginação dama
Ilana Bessler/Habitado Projeto
Em seguida, vem o lixamento, que precisa ser realizado com muito cuidado. “Esse não é um passo que dá para fazer de qualquer jeito. Se for mal executado, pode causar desníveis e desgastar demais a madeira, o que é especialmente perigoso se o piso já tiver passado por muitas restaurações”, alerta Danielle.
As arquitetas Danielle Dantas e Paula Passos recuperaram todo o piso deste apartamento em São Paulo durante a reforma
Maura Mello
Para a dupla, o ideal é contar com profissionais especializados, que dominem os tipos de madeira, a granulação correta da lixa e a profundidade ideal do lixamento. “Em alguns apartamentos antigos, os tacos já estão tão fininhos que é preciso avaliar com muito cuidado se vale a pena lixar novamente. Além disso, é importante verificar se todas as peças estão bem coladas antes de começar — senão a lixadeira pode acabar arrancando um taco solto”, completa Paula.
Verniz e acabamento
Nesta outra reforma realizada pelo Estúdio Minke, o piso de taco restaurado aparece em paginação escama de peixe
Maura Mello
Com os tacos devidamente lixados, chega a hora do envernizamento – feito, normalmente, com produtos especiais para este tipo de material. “Esse procedimento garante uma camada protetora contra mofo, umidade e cupins. É como se fosse a maquiagem final do piso – e, se mal feita, pode estragar todo o trabalho anterior”, explica Danielle.
Para um bom resultado, o ambiente precisa estar completamente livre de poeira. Além disso, o tempo de secagem entre uma demão e outra deve ser respeitado.“O ideal é deixar o ambiente isolado por alguns dias. Ou seja, não dá pra ficar transitando no espaço – ele precisa ficar em desuso completo, senão será necessário refazer”, alerta Paula.
Cuidados na manutenção
Neste projeto da arquiteta Dudi Duarte, o piso de taco em paginação espinha de peixe garante um visual mais clássico
Julia Herman
Depois de restaurado, o piso de taco exige cuidados simples. Para a limpeza do dia a dia, uma vassoura de cerdas macias ou um aspirador de pó já são suficientes. Em caso de sujeiras mais intensas, o ideal é passar um pano levemente umedecido com água morna e detergente neutro diluído.
Mas atenção: evite o excesso de água, pois a madeira é sensível à umidade. Também é importante não arrastar móveis sem proteção nos pés e evitar produtos agressivos ou com solventes, que podem comprometer o verniz ao longo do tempo.
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